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I SÉRIE — NÚMERO 58

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da pandemia. Mas o PSD também quer marcar presença, neste momento em que nos abalançamos para o

futuro.

O PSD está cá, tem ideias, tem propósitos, que, aliás, tornou claros e públicos. Ainda hoje, o Sr. Presidente

do Partido Social Democrata, Dr. Rui Rio, apresentou o Programa de Recuperação Económica, do PSD —

espero que o Governo o leve em devida linha de conta —, sobretudo marcado pelas nossas ideias, as ideias do

PSD: liberdade individual, prevalência do mercado, prevalência da economia privada, não esquecendo,

obviamente, a nossa matriz social-democrata, que é o combate à desigualdade, à pobreza e à exclusão.

O País, já se sabe, vai ter um financiamento enorme, e ainda bem! A tal bazuca de que o Sr. Primeiro-Ministro

fala — eu não gosto muito da palavra «bazuca», porque, muitas vezes, a bazuca é incerta no tiro, é mais uma

espécie de míssil teleguiado, algo muito direcionado e que deve ser mesmo muito direcionado — é um maná

inesperado que, nos próximos anos, vai cobrir o País de dezenas de milhares de milhões de euros e que temos

de aproveitar bem. E o Governo entendeu que devia elaborar um Programa de Recuperação Económico e Social

2020-2030 — nome pomposo! —, encomendando-o ao Prof. António Costa Silva.

Sr. Primeiro-Ministro, duas objeções: o senhor tem no Governo 70 membros,…

O Sr. André Ventura (CH): — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): … tem19 ministros, 4 ministros de Estado, e, no entanto, encomenda este trabalho

— que deve ser um trabalho de fôlego, evidentemente —, a um privado. Estranho!

Aplausos do PSD.

Por outro lado, o que o Sr. Primeiro-Ministro era em 2012 já não é em 2020. V. Ex.ª tinha razões, dizia, para

criticar aquilo que o Governo da altura, do PSD/CDS-PP, fez em 2012 e, agora, está exatamente a fazer o

mesmo. Se tiver, depois, oportunidade de nos explicar esta evolução do seu pensamento, agradecíamos!

Aplausos do PSD.

Mas, para além destas perplexidades, gostava de lhe pôr a questão que, para nós, é essencial. Tendo em

consideração tanto dinheiro, um plano com tanto fôlego que até se vai buscar um independente, um plano para

durar 10 anos, um plano que, de alguma maneira, vai marcar o País para as próximas gerações, nós, aqui,

temos de ser claros, Sr. Primeiro-Ministro, porque está a haver alguma confusão, dita, aliás, pelo Sr. Prof.

António Costa Silva, que há dois dias dizia: «a economia necessita de mais Estado» e, hoje, diz: «sou

absolutamente contra visões estatizantes e coletivistas da economia».

Ora, como nós temos de apostar na economia, na revitalização das empresas, na criação do emprego, na

ajuda às pessoas, através do trabalho e do emprego, obviamente no combate à exclusão, a minha pergunta é

a seguinte, Sr. Primeiro-Ministro: em que é que ficamos? No Prof. António Costa Silva de domingo ou no Prof.

António Costa Silva de hoje, que é absolutamente contra a coletivização?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, obviamente, o País tem de enfrentar a

maior crise económica e social de que há memória, da nossa memória, pelo menos. Isso significa que temos de

nos concentrar muito bem na definição dos alvos, dos instrumentos e da capacidade de ação. Espero bem que

a forma exemplar como todo o Parlamento, todas as forças políticas, todo o sistema político soube reagir a esta

crise na fase de emergência da pandemia seja a mesma forma com que é capaz de se mobilizar coletivamente

para enfrentar os tempos que aí vêm, de estabilização da economia e, sobretudo, de recuperação da economia.

O ciclo de recuperação vai muito para além do ciclo desta Legislatura, é um ciclo de várias legislaturas, e por

isso não diz respeito só a este Governo, diz respeito a todas as portuguesas e a todos os portugueses na

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