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2 DE JULHO DE 2020

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estão em convívio — que é necessário ao seu bem-estar e à sua saúde mental —, quando soldam as portas de

bares, podem dar a ideia de que estão a tomar medidas, mas não estão, claramente, a fazer o que é preciso.

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Edite Estrela.

A Sr.ª Presidente: — Boa tarde a todas as Sr.as Deputadas e a todos os Srs. Deputados. Cumprimento

também o Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação, a Sr.ª Secretária de Estado da Habitação e os Srs.

Secretários de Estado Adjunto e das Comunicações, das Infraestruturas e dos Assuntos Parlamentares.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, do Grupo Parlamentar

do CDS-PP.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, temos números preocupantes na

região de Lisboa e Vale do Tejo. Cerca de 9000 portugueses estão infetados e cerca de 15 000 estão sob

vigilância. Estes números são preocupantes, mas também há sinais preocupantes de descoordenação no

Governo.

Sr. Ministro, disse-lhe ontem, e repito: o Sr. Ministro está em estado de negação. Há sobrelotação nos

comboios, nos autocarros, no metropolitano. Há milhares e milhares de portugueses que diariamente correm

riscos.

Vou dar-lhe dois exemplos, neste caso, em relação aos comboios.

Dizia, ontem, o Sr. Ministro que a lotação média nas horas de ponta, ou seja, em termos da capacidade dos

comboios, entre a Azambuja e Lisboa era de apenas 22%, ou seja, apenas se estava a utilizar 22% da sua

capacidade em hora de ponta — estou a ser rigoroso, foi o que o Sr. Ministro disse ontem — e que na Linha de

Cascais, entre Cascais e Lisboa, em termos de lotação, apenas se estava a utilizar 13% da capacidade máxima.

São estes os dois números que o Sr. Ministro apresentou, ontem, ao Parlamento.

Sr. Ministro, desafio-o a ir fazer um percurso precisamente numa destas linhas em hora de ponta e vai

verificar que, no caso de Lisboa-Cascais ou de Cascais-Lisboa, em que há 17 estações e apeadeiros, apenas

cinco estações têm controlo de entradas — não há outro meio de verificar quem entra ou quem sai — e que, em

relação à Linha da Azambuja, no caso de Alcântara-Terra-Azambuja, em que há 26 estações e apeadeiros,

apenas uma estação, a de Campolide, tem controlo de entradas.

Portanto, estes números manifestam muito pouca credibilidade e contrastam, acima de tudo — e por isso lhe

digo, Sr. Ministro, que está em estado de negação —, com a realidade. Basta o Sr. Ministro ligar uma televisão

ou ler um jornal para verificar — e não é opinião dos jornalistas, como disse ontem, não é o Correio da Manhã

ou a SIC (Sociedade Independente de Comunicação) mas todos os jornais, todos os canais de televisão que o

dizem — que, quando a população é confrontada e ouvida, diz precisamente que não há distanciamento e, por

isso, há risco.

Sr. Ministro, há um mês, num debate quinzenal com o Sr. Primeiro-Ministro — ainda não estávamos nesta

fase crítica, mas já havia comboios, autocarros e já o próprio metropolitano estava sobrelotado —, o líder

parlamentar do CDS, desta mesma bancada questionou o Sr. Primeiro-Ministro no sentido de saber por que

razão não havia uma diferenciação dos horários de trabalho e por que razão não se encontrava uma forma de

evitar a concentração. Esta foi uma sugestão que o CDS apresentou há um mês. Estamos a falar de uma medida

simples, rápida, que não teria custos. Deixo-lhe esta questão.

Sr. Ministro, o que é que Carlos Carreiras, um excelente exemplo de um autarca que tem sabido dar uma

resposta e lidar com esta crise, veio dizer hoje?! Que se verifica um excesso de lotação nos autocarros, nas

carreiras intermunicipais. Defende, inclusive, uma cerca sanitária aos transportes em Cascais. Mas diz mais. Diz

que, em relação aos comboios, em alguns horários também há sobrelotação.

Portanto, não é só o CDS, não são só os jornalistas, não é só a população que diz isto! Há várias pessoas

que também o dizem. Até o Sr. Primeiro-Ministro! Ouvimos o Sr. Primeiro-Ministro, hoje, dizer que acompanha

a frustração de Medina. Estão os dois frustrados. Não sei se o Sr. Ministro também está frustrado ou não,…

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Claro que não! É impossível!

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — … mas são palavras do Sr. Primeiro-Ministro.

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