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3 DE JULHO DE 2020

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ou a coordenação entre forças no terreno e que parece sempre mais preocupado com a imagem e com a

propaganda. Se o Governo fosse tão bom a reformar como é a promover a nossa segurança, estávamos safos!

A autoridade do Estado está cada vez mais ausente e a perceção de insegurança não resulta apenas dos

incêndios e da sua ameaça. É, sim, uma consequência, cada vez maior, da presença de efetivos, que é menor,

das forças de segurança, em particular da GNR, chegando-se ao ponto de, em muitas zonas do nosso País,

uma única patrulha ser responsável por três concelhos.

Os idosos já não se sentem seguros em casa. Os pais hesitam em, durante as férias, deixar os seus filhos

com os avós, nas aldeias do interior. E isso, sim, também é uma tragédia! É uma tragédia social e uma tragédia

cultural: a infância de muitas crianças e a velhice de muitos avós está a ser prejudicada pela ineficácia do

Governo em matéria de segurança.

Além das palavras e boas intenções, a preocupação e presença das forças de segurança e do Governo

anterior resume-se, praticamente, a cobrar impostos, mandar limpar a floresta e a multar os proprietários. E

importa dizer que se estas forças não fazem melhor é porque não têm meios, nem efetivos. Algumas esquadras

são pouco melhores do que barracas e aquelas que ainda têm condições têm-nas graças às câmaras municipais.

O Sr. FernandoRuas (PSD): — Muito bem!

O Sr. DuarteMarques (PSD): — O que é que o Governo pretende ao teimar em não olhar para este problema

de frente, de forma séria e construtiva? Que o interior fique deserto? De que adianta desenharem políticas

bonitas quando falta o principal? O principal é a segurança! Falta segurança, e o Governo sabe disso e fecha

os olhos.

O Governo fecha os olhos à espera de que os bombeiros apaguem os fogos. O Governo fecha os olhos e

reza para que nada aconteça, para que a natureza não ponha a nu a sua inação e para que não se repitam

momentos como aqueles vividos em Pedrógão.

As fragilidades permanentes da proteção civil, os atrasos permanentes de planeamento por parte da

Administração Interna, as constantes trapalhadas na contratação de meios aéreos e a falta de investimento na

formação minam mais a confiança das pessoas e põem em causa a segurança dos cidadãos.

O Sr. CarlosPeixoto (PSD): — Muito bem!

O Sr. DuarteMarques (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, não estamos em tempo de ignorar problemas, mas

sim de procurar soluções. Basta de meias desculpas, basta de meias verdades, basta de meias reformas. É

tempo de falar verdade e de agir em conformidade. É tempo de deixar de lado as ideologias e os soundbytes e

de defender o interesse nacional e o interesse das pessoas, pessoas que pagam impostos e que só veem o

direito à segurança assegurado nas palavras e nas conversas.

Sr.as e Srs. Deputados, são estas falhas, é esta incompetência, é esta inoperância que dá origem aos

populismos, porque os populismos só aparecem quando o Estado falha na sua missão e quando os líderes

políticos enganam as pessoas, dizendo que fazem coisas que não passam dos papéis e dos PowerPoints.

Defender as pessoas é defender as forças de segurança, mas é, sobretudo, defender a competência

daqueles em quem confiámos para desempenhar o seu papel.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr. Deputado Duarte Marques, a Mesa registou a inscrição de um Sr.

Deputado para lhe formular pedidos de esclarecimento.

Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Pereira Oliveira, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. FranciscoPereiraOliveira (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Duarte Marques,

muito obrigado pelas suas palavras.

Relativamente às questões que aqui levantou, que não têm a ver com o debate de hoje,…

A Sr.ª MónicaQuintela (PSD): — Não?!

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I SÉRIE — NÚMERO 70 34 O Sr. Francisco Pereira Oliveira (PS):
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