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I SÉRIE — NÚMERO 56

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O Sr. Rui Cristina (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos, hoje, duas iniciativas do

Grupo Parlamentar do CDS-PP. Na primeira iniciativa, recomenda-se ao Governo o aumento da comparticipação

de tratamento em doente oncológico e, na segunda, propõe-se uma abordagem estratégica e medidas urgentes

no combate ao cancro. Trata-se de duas iniciativas oportunas, sendo a segunda especialmente premente, no

contexto pandémico que o nosso País vive há mais de um ano, na medida em que os doentes oncológicos se

contam consabidamente entre as grandes vítimas indiretas da COVID-19.

Com efeito, são milhares os doentes oncológicos que, desde março do ano passado, não tiveram acesso às

consultas, aos tratamentos e mesmo às cirurgias que a sua doença impunha. E muitos foram também os

milhares de portugueses que ficaram impedidos de realizar rastreios oncológicos, os quais, bem sabemos, são

fundamentais para o diagnóstico e a despistagem do cancro.

Se antes da pandemia os tempos de espera na doença oncológica já eram elevados, ainda há poucas

semanas a própria Ministra da Saúde reconhecia que, no final do passado mês de janeiro, havia 1100 doentes

oncológicos à espera de cirurgias prioritárias.

Quanto a cirurgias prioritárias, Sr.as e Srs. Deputados, só no IPO de Lisboa, Porto e Coimbra, foram

realizadas, no ano passado, menos 3100 cirurgias oncológicas do que em 2019, tendo havido uma quebra de

2400 referenciações dos cuidados primários.

No final de 2020, perante esta brutal redução da atividade assistencial, o Diretor do Serviço de Oncologia do

Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte avisou que o risco de morrermos por cancro é muito maior do

que o de morrermos por COVID e estamos a negligenciar uma doença muito mais letal.

Em janeiro passado, o Presidente da Secção Sul da Ordem dos Médicos reconhecia que muitos hospitais do

SNS só estavam a fazer cirurgias prioritárias e houve situações em que tiveram de cancelar mesmo cirurgias

oncológicas.

Mas, se é verdade que a pandemia agravou a situação do SNS, não é menos verdade que o SNS já antes

se encontrava numa situação bastante grave.

Com efeito, no primeiro trimestre de 2020, ou seja, ainda antes de se fazerem sentir os efeitos da pandemia,

os dados do Portal do SNS já revelavam que uma em cada quatro consultas hospitalares prioritárias do SNS,

precisamente as mais urgentes, ocorriam além do tempo máximo da resposta garantida e que, em termos de

atividade cirúrgica, uma em cada seis cirurgias prioritárias, incluindo cirurgias oncológicas, tinham um tempo

médio de espera superior ao máximo permitido. Logo, antes de se fazerem sentir entre nós os efeitos da COVID-

19, já o SNS não estava bem e dizer o contrário é mentir aos portugueses.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, em 2020 houve um aumento de 13% na mortalidade; morreram mais 13 000

portugueses do que a média dos últimos anos e 6175 mortes foram por causas distintas da pandemia.

A mortalidade não-COVID envergonha o País e envergonha, claramente, este Governo.

Pergunto, por falta de medidas do Governo, quantas vidas já se perderam e quantas ainda se vão perder por

não se assegurar o acesso rápido aos cuidados de saúde, em particular, dos doentes oncológicos.

O PSD considera imperioso que o Governo adote medidas fortes de recuperação da atividade assistencial

do SNS, especialmente a que foi interrompida devido à pandemia. E é particularmente urgente na doença

oncológica, em que o adiamento do tratamento equivale, claramente, à morte.

Por isso, o Grupo Parlamentar do PSD propôs, nos últimos Orçamentos do Estado, mecanismos para a

redução dos tempos de espera para cirurgias, para consultas, tratamentos e diagnósticos, incluindo as doenças

oncológicas.

Hoje é tempo de saudar o CDS pelas iniciativas que trouxe a discussão, mas amanhã, amanhã é tempo de

insistir para reduzir os tempos de espera no SNS, na certeza de as nossas propostas servirem os portugueses,

principalmente os que têm menos recursos e, por isso mesmo, menor liberdade de escolha dos serviços de

saúde de que tanto necessitam.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para uma intervenção em nome do Partido

Ecologista «Os Verdes», a Sr.ª Deputada Mariana Silva.

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