O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 3

12

O mercado de combustíveis é um oligopólio e cabe ao Estado intervir para garantir que as empresas não

recebem um lucro anormal, como se diz em linguagem económica, um lucro excessivo, lesando os

consumidores, em linguagem comum. Desafiamos, assim, o Governo a alterar o regime regulatório e a garantir

que as gasolineiras apenas recebem aquilo a que têm direito.

Mais transparente, por outro lado, porque em lado nenhum são definidas as margens de lucro máximas,

cuja definição é remetida para portaria, à margem do escrutínio deste Parlamento. Lembramos ao Governo

que deve verificar as taxas de rentabilidade no mercado, que, tipicamente, rondam os 8%, e não podemos

deixar de perguntar ao Governo qual o valor que tem em mente.

Não acompanhamos os projetos de lei do PCP e do Bloco de Esquerda, que pretendem estabelecer preços

máximos, uma vez que esquecem que as cotações no mercado internacional se alteram diariamente.

Revisitamos e acompanhamos a desoneração fiscal da energia produzida a partir de fontes renováveis.

Não acompanhamos a iniciativa do CDS-PP, porque contraria os incentivos à transição para as energias

renováveis.

Por fim, não podemos deixar de salientar que, ao invés de estarmos hoje, aqui, a discutir os valores de

transação dos combustíveis fósseis, preferíamos estar a ter um debate sobre a melhoria dos transportes

públicos, que continua a não existir na vida das pessoas, que, infelizmente, por não terem transportes

coletivos em quantidade e qualidade, continuam a ter de utilizar o transporte individual, que tanto contribui

para a emissão de gases com efeito estufa e para a degradação da qualidade do ar, responsável por 7000

mortes anuais em Portugal.

É este debate estruturante que é urgente que este Parlamento tenha e relativamente ao qual o PAN lança,

desde já, o repto ao Governo.

Aplausos do PAN.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado José Luís Ferreira, do Partido

Ecologista «Os Verdes».

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:

Relativamente a esta proposta que o Governo hoje nos traz para discussão, através da qual pretende criar a

possibilidade de fixação de margens máximas de comercialização para os combustíveis simples, importa dizer

o seguinte: como o próprio Governo refere na exposição de motivos que acompanha a proposta de lei, a

diminuição da procura de produtos petrolíferos no mercado mundial provocou uma quebra abrupta da sua

cotação no mercado e, consequentemente, dos preços de referência no nosso País.

Sucede que, ao contrário daquilo que se verifica sempre que há uma subida da cotação no mercado dos

produtos petrolíferos, em que os portugueses, de forma quase automática e instantânea, se veem obrigados a

pagar mais pelos combustíveis, desta vez, e das outras, aliás, em situações semelhantes, a quebra da sua

cotação no mercado não se fez sentir no bolso dos portugueses. Ou seja, a regra só funciona quando é para

pagar mais, quando é para pagar menos parece que a regra não funciona. Ora, a nosso ver, esta situação é

absolutamente inadmissível e exige a consagração de mecanismos legais que impeçam estes abusos

absolutamente imorais.

Portanto, na perspetiva do Partido Ecologista «Os Verdes», o que se impõe é a criação de mecanismos

adequados que se mostrem capazes de evitar o aumento dos preços especulativos dos combustíveis, que

tanto tem penalizado as famílias, mas também as empresas, sobretudo as micro, pequenas e médias

empresas, que, aliás, já suportam a fatura mais alta da Europa.

Com efeito, os preços especulativos dos combustíveis provocam consequências muito negativas nos

contribuintes, e a dois níveis, ou, melhor, em dose dupla: por um lado, porque os contribuintes pagam mais

pelo combustível de cada vez que vão abastecer e, por outro, porque acabam por suportar a inflação que os

bens de consumo sofrem, devido ao aumento dos custos de produção, já que estes aumentos se refletem,

invariavelmente, no consumidor final. Consequências, também, na frágil saúde das nossas empresas,

sobretudo das pequenas, uma vez que as empresas são confrontadas com mais dificuldades para poderem

competir com os fornecedores das importações, o que, naturalmente, penaliza a nossa produção, a produção

nacional, e, consequentemente, também, a economia do País.

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 3 4 O Sr. Presidente: — Bom dia, Sr.as e Srs. Deputa
Pág.Página 4
Página 0005:
18 DE SETEMBRO DE 2021 5 O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 3 6 Os recursos das famílias e das micro, pequenas e
Pág.Página 6
Página 0007:
18 DE SETEMBRO DE 2021 7 Muitas famílias que tiveram, e ainda têm, cortes nos seus
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 3 8 Portanto, da parte do Bloco de Esquerda, voltare
Pág.Página 8
Página 0009:
18 DE SETEMBRO DE 2021 9 um rendimento de 600 €! Aqueles que professam a justiça so
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 3 10 «Em 2016, nós tínhamos prometido baixar os impo
Pág.Página 10
Página 0011:
18 DE SETEMBRO DE 2021 11 Sim, os combustíveis pagam impostos altos! Sim, te
Pág.Página 11
Página 0013:
18 DE SETEMBRO DE 2021 13 Perante a proposta que o Governo nos apresenta, resta-nos
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 3 14 Mas quais são, então, as propostas da di
Pág.Página 14
Página 0015:
18 DE SETEMBRO DE 2021 15 O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Energia: — Sr. Pr
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 3 16 de 15% dos consumidores. Quem pagava esse subsí
Pág.Página 16
Página 0017:
18 DE SETEMBRO DE 2021 17 O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Energia: — Qual é
Pág.Página 17