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I SÉRIE — NÚMERO 14

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E a Ordem da Liberdade é não para as grandes figuras, pois essas já foram homenageadas, mas precisamente para aquelas outras figuras, os militares, aqueles que participaram,

os que ajudaram a que houvesse o 25 de Novembro.

É isso que propomos. E fica clara a nossa posição.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, como referi, acho que a intervenção do Sr. Deputado José Manuel Pureza, além de ser uma afirmação ideológica, foi profundamente injusta em relação à proposta

que fazemos hoje.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado José Manuel Pureza, querendo, tem a palavra para dar explicações.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, confesso que, se maculassem a minha honra, eu defendê-la-ia de uma forma bastante mais veemente, bastante mais forte, bastante menos chocha do que

aquela que o Sr. Deputado Telmo Correia colocou naquilo a que chamou de «defesa da honra» e que não foi

defesa da honra coisa nenhuma.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Ao radicalismo responde-se com moderação!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Deputado Telmo Correia, agora sou eu a responder. Ouvi-o com todo o respeito, agora deixe-me responder e oiça com o respeito que puder.

O Sr. Deputado Telmo Correia disse que não esperava de mim uma afirmação como aquela que fiz. Já eu

não esperava de si outra coisa. Com toda a franqueza, não esperava de si outra coisa na reiteração da defesa

do ponto de vista que fez com que o CDS apresentasse este projeto.

Este projeto, Sr. Deputado Telmo Correia, como já foi dito — e não apenas por mim —, é um projeto que

claramente quer dividir e quer marcar uma posição relativamente à história. Aliás, são dois projetos que

pretendem, nem mais nem menos, do que fazer uma afirmação histórica, moldar um entendimento da história.

E os senhores bem podem dizer que não querem que se ataque o 25 de Abril. Porém, o que os senhores

querem significar é, claramente — e mantenho isso —, que há um processo de transformação social profunda

que começa no 25 de Abril e que os senhores não aceitam,…

O Sr. André Ventura (CH): — Não é verdade!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — … que os senhores julgam de maneira totalmente crítica. Ora, é exatamente isso que nos divide.

E o senhor sabe, toda a gente sabe que não é outro o propósito da apresentação da proposta do CDS —

evidentemente, já nem falo da proposta do Chega — que não seja, justamente, por um momento, o de

proclamar, uma vez mais, essa divisão. E nós aceitamos isso, mas aqui estamos. Estamos, realmente,

divididos quanto a essa interpretação da história.

Quanto ao mais, quanto a dizer que isto ataca a honra da sua bancada não tem rigorosamente nada de

verdade.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para encerrar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, pegando na conversa onde estávamos, começaria por dizer que, de facto, se há frase que fica daqueles dias e daqueles tempos é a frase do Almirante Pinheiro de

Azevedo que, perante explosões e granadas de fumo e toda a agitação no Terreiro do Paço, respondeu, como

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