O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 1

10

Saúdo, finalmente, a Presidência da República, o Governo e os tribunais, com os quais o Parlamento

prosseguirá uma relação de harmonia e respeito mútuo, no escrupuloso cumprimento dos preceitos

constitucionais e da tradição democrática portuguesa, assim como saúdo as regiões autónomas e suas

assembleias e governos, as autarquias locais e suas associações, as Forças Armadas e as forças e serviços de

segurança, os parceiros sociais, todas as confissões religiosas praticadas em Portugal, as instituições de ensino,

ciência e inovação, as organizações não-governamentais e demais estruturas da sociedade civil e saúdo,

especialmente, todos os partidos políticos, sem os quais não há democracia pluralista.

Caras e Caros Colegas, é uma honra que excede, seguramente, o mérito pessoal, esta, que me dais, de

ocupar a mesma cadeira em que, após a madrugada libertadora, se sentou Henrique de Barros e de me seguir

a figuras como Almeida Santos, Mota Amaral, Jaime Gama, Assunção Esteves e Ferro Rodrigues, só para citar

os que presidiram a esta Casa no último quarto de século.

Permiti-me uma menção particular ao último, não só por ser aquele a quem diretamente sucedo, mas,

sobretudo, porque o Eduardo Ferro Rodrigues, com quem partilho um percurso político de mais de quatro

décadas, é, para mim, como para tantos outros, uma inspiração maior de empenhamento cívico, coerência

política, exigência, ética e integridade pessoal, um exemplo vivo da máxima de Ricardo Reis: «Para ser grande,

sê inteiro».

Aplausos do PS.

O terdes escolhido a mim, e na minha circunstância, tem um significado político que me transcende e nele

me devo concentrar. Tanto quanto sei, serei o primeiro Presidente do Parlamento com origem, atividade

profissional e residência permanente na cidade do Porto. Já isso mereceria referência, porque é também uma

maneira de demonstrar que aqui está representado o conjunto da Nação e do seu território.

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Todavia, muito mais relevante, do ponto de vista político e simbólico, é o facto de, hoje,

ser o dia inaugural de a ocupação desta cadeira se fazer por Deputado eleito por um círculo da emigração.

Aplausos do PS.

Assim, a representação parlamentar dos 2 milhões e 300 mil portadores de cartão de cidadão português

residentes no estrangeiro e, quando acrescentamos a estes os seus descendentes, dos mais de 5 milhões que

estimamos formarem as nossas comunidades atinge toda a sua plenitude, porque é assumida também por

quem, além de Deputado, é Presidente do Parlamento.

A dimensão pessoal deste processo é irrelevante. Sou apenas o primeiro sopro de um vento que, estou certo,

perdurará, mas a dimensão institucional e simbólica, essa, é absolutamente decisiva. O ato de hoje exprime,

melhor do que qualquer outro, a representação verdadeiramente nacional que a Assembleia constitui, quer na

diversidade das ideias, quer na variedade dos territórios. É uma das melhores maneiras de dizer aos

compatriotas que vivem e trabalham fora do País, em todos os continentes e em quase todas as nações, que

os ouvimos, que neles pensamos, que deles cuidamos, que deles também se faz Portugal.

Aplausos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados, elegendo para vosso Presidente um Deputado eleito pelas comunidades, não só

fortaleceis a unidade nacional, como reforçais a nossa capacidade de projeção internacional e de influência

global.

Quaisquer que fossem as funções que ocupasse, fui sempre dizendo, ao longo dos anos, que a explicação

para que a influência de Portugal excedesse em muito o que resultaria do efeito mecânico da sua dimensão

demográfica, territorial, económica ou militar estava bem entendido na sua história, no perfil contemporâneo de

país democrático, pacífico, coeso e desenvolvido e na constância de uma política externa aberta ao mundo e

defensora do multilaterialismo e do direito internacional.

Páginas Relacionadas
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 1 14 O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Todos nós,
Pág.Página 14
Página 0015:
30 DE MARÇO DE 2022 15 sociedade nos seus vários setores. Precisamos de um Portugal
Pág.Página 15