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30 DE MARÇO DE 2022

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É muito fácil estarmos aqui todos e dizermos que foi muito bonita aquela manhã e aquela madrugada

libertadora, é muito bonito falarmos na direita democrática. Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, foram 500 000

os portugueses que votaram…

Aplausos do CH.

Esses portugueses mereciam o respeito do Partido Socialista nesta Casa.

Sim, Sr. Presidente, porque esta Legislatura começou muito mal. Começou com o seu partido, começou com

o partido que o candidatou a ignorar a terceira maior força deste País e a dizer que receberia todos menos a

terceira maior força política deste País. Se chama a isto democracia, vou ali fora e já volto, porque isto é tudo

menos uma democracia, é a tirania socialista a fazer aquilo que fez sempre.

Aplausos do CH.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não, não!

O Sr. André Ventura (CH): — Não diga que não, Sr. Deputado. Foi mesmo assim.

O Parlamento tem falhado aos portugueses. Por muito que hoje aqui estejamos, que demos as mãos e que

digamos que é tudo muito bonito, o Parlamento falhou aos portugueses, falhou às comunidades, falhou na luta

contra a corrupção, falhou aos que queriam ter uma vida um bocadinho melhor, mas que pagam 2,18 € pelo

gasóleo e pela gasolina. Falhámos a todos esses! E talvez fosse mais humilde, em vez de estarmos aqui com

discursos e com poemas, começarmos por reconhecer isso mesmo aos portugueses: falhámos! Falhámos e

estamos aqui para melhorar a vossa vida. Seria isso que, no início de uma Legislatura digna, se deveria começar

por dizer.

Sr. Presidente, permita-me que o cite quando disse que estávamos aqui hoje e que se sentia feliz por presidir

à Assembleia da República de um País desenvolvido. Não sei o que considera ser um país desenvolvido, mas,

sabe, um país em que há polícias com subsídios de cerca de 100 €, um país em que há pensionistas com 200 €,

um país em que há bombeiros que recebem 200 € e que têm metade do corpo queimado, um país onde políticos

que estão presos recebem mais do que quem está a trabalhar, um país onde tudo prescreve e alguns dizem

que têm Alzheimer e estão de férias, se esse é um país desenvolvido, Sr. Presidente, então não é nesse país

em que estamos de acordo que queremos viver.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. André Ventura (CH): — O início desta XV Legislatura vai permitir colocarmos na agenda temas que o

Parlamento proibiu na última Legislatura.

Protestos do Deputado do PS Eurico Brilhante Dias.

Com muita pena sua, Sr. Deputado, a partir de agora, terá mesmo de discutir temas que interessam aos

portugueses, porque são eles que decidem o que fazemos aqui e são eles que temos de representar.

Passámos anos demais a representar-nos a nós próprios, passámos anos demais a olhar para as clientelas

partidárias e a olhar para os grupos que representavam teoricamente os portugueses. Agora, há um grupo nesta

Assembleia que vai lutar de manhã à noite, e não terá medo de o fazer, para trazer os temas que este Parlamento

recusou julgar e debater.

Sr. Presidente, perdoar-me-á que lhe diga isto, mas, de facto, este grupo parlamentar não tem medo de dizer

que ama a sua Pátria, que ama a sua Nação e que vai lutar por ela até ao fim.

Aplausos do CH.

E não nos importa nada, Sr. Presidente, que ache que o nacionalismo é algo negativo e que melindra os

esforços de Portugal.

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