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I SÉRIE — NÚMERO 26

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O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — A escalada dos preços dos combustíveis e os aumentos dos preços da

energia, das matérias-primas, dos cereais e dos produtos alimentares em geral degradam as condições de vida,

sobretudo dos mais desfavorecidos.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Mas apesar de toda esta terrível situação em que vivemos atualmente na

Europa, nos últimos dias veio a lume o ceticismo de alguns líderes europeus em relação a esta recomendação

da Comissão Europeia, dos quais o Sr. Primeiro-Ministro foi talvez a face mais visível, o que, no nosso entender,

colocou Portugal numa posição de um certo desconforto diplomático em relação aos restantes parceiros.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, o que queremos perguntar é o porquê da

hesitação. Será que foi pelo que aconteceu com a entrada dos anteriores países da Europa de leste, países

como a República Checa, Estónia, Hungria, Lituânia, Eslovénia, todos eles países saídos do anterior bloco

comunista e que nos ultrapassaram economicamente no espaço de 15 anos?

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Volto a perguntar, Sr. Primeiro-Ministro: foi esse facto que levou à sua

hesitação inicial quanto à possível entrada da Ucrânia, da Moldávia e eventualmente da Geórgia?

É que não temos a menos dúvida que, se continuarmos com os atuais planos de desenvolvimento e aplicação

dos milhares de milhões de euros referentes ao Plano de Recuperação e Resiliência, tal como fizemos

relativamente aos fundos comunitários que recebemos ao longo dos últimos 36 anos, dentro de 10 anos, ou

menos, também seremos ultrapassados pela Ucrânia, pela Moldávia e até mesmo pela Geórgia.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Sr. Primeiro-Ministro, o atual desafio não é apenas ajudar a Ucrânia a vencer

a guerra e a ultrapassar a crise económica e humanitária que cresce a cada dia que passa. Não, Sr. Primeiro-

Ministro, o atual desafio é para todos nós que aqui estamos, representantes eleitos do povo português: ou de

uma vez por todas embarcamos no comboio da Europa ou vamos perdê-lo para sempre.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Na tal Europa de que se fala a duas ou três velocidades, se não mudarmos

de vez a nossa atitude em relação à economia, à justiça e à saúde — ou seja, em todas as áreas de atuação do

Governo —, não tenho a menor dúvida de que vamos acabar na cauda do último comboio ou despejados numa

estação a meio do caminho.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, por muita apreensão que este

processo possa suscitar — seja devido a razões motivadas por incertezas relacionadas com o conflito, seja

devido a possíveis alterações de fronteiras, assim como pelos impactos que um país de Leste com mais de 40

milhões de habitantes possa trazer à geometria e dinâmicas da União Europeia —, é nosso dever moral, ético

e humano ser a favor deste caminho recomendado pela Comissão Europeia.

O povo ucraniano merece-o pela bravura demonstrada em combate e na resistência contra um inimigo muito

mais poderoso e pelo total empenho e compromisso com os valores europeus de liberdade, igualdade e

democracia.

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