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I SÉRIE — NÚMERO 54

50

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, este é um orçamento de respostas imediatas e duradouras para os

jovens que, no ensino, no emprego, no salário, na habitação, na natalidade, responde estruturalmente aos

desafios que a minha geração ainda enfrenta.

Temos, por isso, uma pergunta.

Segundo o Eurobarómetro, a preocupação número um dos jovens é a saúde mental:…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Isso é verdade!

O Sr. Miguel Matos (PS): — … 40% têm depressão e um em cada quatro já pensou ou tentou o suicídio. Que respostas apresenta o Governo para esta pandemia silenciosa que tanto afeta a nossa geração?

Aplausos do PS.

O Sr. Filipe Melo (CH): — Então, mas não está tudo tão bem?!

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Poço.

O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, vamos a uma imagem simples da vida real.

Vamos pensar numa jovem que, hoje, 26 de outubro de 2022, faça 25 anos. Chamemos-lhe Ana, dos Olivais,

aqui, no concelho de Lisboa.

Quando a Ana nasceu, o senhor já era Secretário de Estado.

Um mês depois, a Ana ainda não comia sopa e o senhor já era Ministro. E como Ministro ficou até a Ana

fazer 5 anos, quase a entrar na primária.

Quando a Ana tinha 8 anos, em 2005, o senhor voltou a ser Ministro. E Ministro ficou até a Ana entrar no 5.º

ano.

Nesse mesmo ano, em 2007, o Sr. Primeiro-Ministro tornou-se Presidente da câmara municipal da cidade da

Ana e ficou nessa condição até a Ana acabar o secundário.

Quando a Ana entrou para a faculdade, em 2015, o senhor ficou em segundo lugar nas eleições, mas acabou

por formar Governo, em novembro de 2015, já a Ana estava no 1.º ano do seu curso.

Entretanto, a Ana acabou a licenciatura, tirou um mestrado, começou a trabalhar. E que país — este País, o

nosso País — deixou o Sr. Primeiro-Ministro António Costa, sempre presente nos últimos 25 anos, à Ana?

A Ana, mesmo tendo um mestrado — tal como um em cada três jovens —, provavelmente, recebe o salário

mínimo.

A Ana, segundo a média nacional — aliás, a pior da Europa —, só quando tiver mais de 33 anos, portanto

daqui a oito anos, é que irá conseguir sair de casa dos pais. E, por sair tão tarde de casa dos pais, a Ana

provavelmente só conseguirá ter um filho, como acontece na média nacional. Aliás, ainda é mais provável — e

mais triste, Sr. Primeiro-Ministro — que a Ana, por já não suportar esta situação, acabe, como um em cada cinco

jovens portugueses, por emigrar.

Por isso, a pergunta que lhe tenho a fazer, Sr. Primeiro-Ministro, é muito concreta: antes que a Ana apanhe

um avião e não volte mais a Portugal, o que é que tem para lhe dizer, além de um pedido de desculpas?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as Ministras, Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados, prometo que vou desiludir o Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, não vou fazer aquelas perguntas

cómodas, como o Partido Socialista gosta, vou fazer perguntas incómodas, como é lógico, e isso é fazer

oposição.

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