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I SÉRIE — NÚMERO 70

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Tem agora a palavra, para uma intervenção pela Iniciativa Liberal, o Sr. Deputado Carlos Guimarães Pinto,

que já se encontra presente.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr. Deputado Nelson Brito, gostava

de o saudar pelo discurso efusivo em nome da descentralização, que é, claramente, uma causa que partilhamos,

mas o aeroporto de Beja não é um bom exemplo disso. Não é, definitivamente, um bom exemplo disso.

O aeroporto de Beja é, pelo contrário, um bom exemplo de «pôr a carroça à frente dos bois», porque, se

calhar, aquela região precisava de muitas mais coisas antes de um aeroporto. Precisava de muitas, muitas mais

coisas antes do aeroporto, coisas essas que, possivelmente, poderiam fazer com que o aeroporto se tornasse

necessário.

O Sr. Nelson Brito (PS): — O aeroporto é em Beja!

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sobre a questão do aeroporto, infelizmente, temos um problema em

Portugal. Antes de se tomar uma decisão política, temos de ter toda a informação científica e técnica para tomar

essa decisão, mas o que acontece em Portugal — e o caso do aeroporto é um dos mais extremos que temos —

é que a informação técnica e científica não está lá, não existe, para se poder avançar para uma discussão

política.

Já ouvimos falar em muitos estudos de impacto ambiental, de impacto económico, mas, até hoje, ainda não

vi um único estudo que nos apresente, lado a lado,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Foi feito em 2008, pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil)!

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — … as cinco ou seis soluções aeroportuárias para Lisboa, que as

compare, uma a uma, e nos diga, lado a lado, qual o impacto económico destas soluções, qual o impacto

turístico, qual o impacto ambiental.

Só tendo esse estudo é que podemos avançar para aquilo que é uma discussão política. Infelizmente, o que

acontece é que começamos uma discussão política sem ter os argumentos, sem ter os factos técnicos e

tornamos aquilo que deveria ser uma discussão científica e técnica uma discussão política.

Hoje, estarmos a defender Portela mais Beja, Montijo ou Alcochete sem termos um único estudo comparativo

destas opções é absolutamente ridículo. Não é forma de fazer política.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Convinha saber do que fala!

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Isto não é a defesa de uma tecnocracia, é a defesa de que, para

fazermos política de uma forma decente e verdadeira, o primeiro passo é ter um conjunto de estudos técnicos.

E isso, até hoje, não temos.

Vozes do PS: — Conversa!

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Isto não é conversa! Sei que o PS não gosta de olhar para os números,

mas temos de olhar para eles. Temos de ter os números à nossa frente e só aí é que poderemos tomar decisões,

porque, senão, vamos passar o resto dos nossos anos a avaliar estas petições, a avaliar projetos de resolução

para os quais não temos uma resposta.

E não temos uma resposta porquê? Porque o primeiro passo, que é ter uma análise técnica comparativa,

não existe!

Aplausos da IL.

O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada Joana Mortágua pediu a palavra para que efeito?

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, é para fazer uma interpelação à Mesa.

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