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25 DE MARÇO DE 2023

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públicos, o Comendador encarava cada manhã como um novo começo, onde o que tinha conquistado antes

era apenas a responsabilidade para fazer ainda mais e melhor, e começava cada dia com uma necessidade

imensa de sonhar, criar e distribuir.

«Sou do Partido Socialista porque nasci numa terra pobre», afirmava orgulhosamente, mas essa convicção

nunca lhe retirou a sua visão abrangente sobre a importância de cada partido na construção da nossa

democracia e desenvolvimento. E quando os partidos tinham a capacidade de se entender, para ele, era uma

alegria.

Dizia-me sempre: «Se todos quiséssemos, vivíamos num mundo melhor». A melhor herança com que

ficamos do Comendador é mesmo, todos os dias, podermos colocar nas nossas vidas uma parte do que o Sr.

Rui fazia. Nos nossos passeios de domingo, dizia-me sempre que tinha a esperança de que pudéssemos

perpetuar tudo o que ele nos ensinou.

À D. Helena, ao Sr. João Manuel Nabeiro, a toda a família, um abraço. Neste meio e nesta altura, ele diria,

com toda a certeza: «Para a frente, para a frente, viva Portugal!»

Aplausos do PS, do PSD, do CH, da IL, do PCP, do BE e do L (de pé) e do PAN.

O Sr. Presidente: — Está agora inscrito para usar da palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Chega,

o Sr. Deputado Pedro Pinto.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente: Esta é, sem dúvida, a intervenção mais difícil que faço em um

ano de Plenário.

Falar do Comendador Rui Nabeiro é falar de um homem bom, é falar de uma pessoa que todos pensámos

que era eterna. Quando fomos surpreendidos, no passado domingo, pela sua morte, não queríamos acreditar,

porque olhávamos para Rui Nabeiro como aquele homem eterno, com aquele sorriso cativante, aquele sorriso

que marca a história de uma grande empresa, de uma região e de um País. Isso nunca vamos esquecer.

A vida deu-me um privilégio, que foi tê-lo conhecido pessoalmente e ter partilhado, diversas vezes, as

histórias com o Comendador Rui Nabeiro. Um grande empresário, que provou que no interior do País é

possível fazer diferente, que no interior do País não há impossíveis, que é possível fazer uma grande

empresa, uma grande multinacional como é a fábrica Delta Cafés. Esta foi a grande prova.

O Sr. Rui, como carinhosamente o tratavam, tinha sempre nos trabalhadores uns amigos, porque ele era

amigo dos trabalhadores. Era, se calhar, a única pessoa que conheço de quem nunca ouvi dizer mal. Nunca

ouvi ninguém fazer uma crítica ao Comendador Rui Nabeiro, e isso expressa bem a grande pessoa que era.

Quando nos tocava no ombro era para nos dar um conselho, um bom conselho, um conselho de amigo, e

quando o seguíamos, sabíamos que estávamos no caminho certo.

Rui Nabeiro é um grande exemplo para todos estes jovens que estão aqui presentes hoje, na Assembleia

da República. Era um grande, grande, grandíssimo português.

Campo Maior ficou mais pobre, Portugal ficou mais pobre, morreu o último dos grandes empresários

portugueses.

À família enlutada, aquele abraço.

Aplausos do PS, do PSD, do CH e da IL.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa deste projeto de voto.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Saúdo os familiares e colaboradores aqui presentes, a quem endereço as condolências de todo o

Parlamento.

Vamos agora fazer um minuto de silêncio em honra destes dois compatriotas.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

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