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I SÉRIE — NÚMERO 118

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Esposa, Janja, Sr. Embaixador Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, em nome de quem cumprimento todos os Ministros brasileiros aqui presentes, Sr. Senador Rodolfo Rodrigues, Líder do Governo do Congresso, em nome de quem cumprimento os Parlamentares brasileiros presentes nesse evento, Sr.as e Srs. Líderes de Partido, Sr.as e Srs. Parlamentares, Companheiras e Companheiros: Foi com muita alegria que recebi o convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa para realizar esta visita de Estado a Portugal, coincidindo com as celebrações do 25 de Abril.

Nos últimos dias, tive aqui em Portugal a inconfundível sensação de estar em casa, sentimento que, acredito, é compartilhado por todos os brasileiros que visitam Portugal e todos os portugueses que visitam o Brasil.

Aplausos do PS, do PCP, do BE, do PAN, do L, de pé, e de Deputados do PSD, com Deputados de pé, e

de membros presentes na Mesa. Protestos do CH, tendo os Deputados batido com as mãos nos tampos das bancadas. O Sr. Presidente: — Os Srs. Deputados que querem permanecer na Sessão Plenária têm de se portar

com a urbanidade, a cortesia e a educação que é exigida a qualquer representante do povo português. Chega! Chega de insultos! Chega de degradarem as instituições! Chega de porem vergonha no nome de

Portugal! Aplausos do PS, do PSD, do PCP, do BE, do PAN e do L, de pé. Protestos do CH, tendo os Deputados batido com as mãos nos tampos das bancadas. Registaram-se manifestações de protesto de público presente nas galerias. Vozes: — Fascistas! O Sr. Presidente da República Federativa do Brasil: — O 25 de Abril permitiu que Portugal desse um

verdadeiro salto para o futuro. O movimento iniciado pelos Capitães de Abril, há exatos 49 anos, reconquistou as liberdades civis, a participação política dos cidadãos, a democratização política, os direitos trabalhistas e a livre organização sindical, criando as bases para o desenvolvimento econômico com justiça social. É isso que hoje estamos recordando e celebrando.

Do outro lado do Atlântico, nós, brasileiros, assistimos, com admiração e esperança, à Revolução dos Cravos dar origem a uma vibrante democracia parlamentar, com as impressionantes conquistas políticas e sociais alcançadas desde então.

O êxito dos nossos irmãos portugueses nos mostrava que, em breve, seria a vez de nós, brasileiros, iniciarmos nossa jornada rumo à reconquista da liberdade e da democracia. Enquanto, em Portugal, desmontava-se o aparelho repressivo a partir de 1974, nós, no Brasil, ainda enfrentávamos as prisões políticas, os sequestros e assassinatos de operários, jornalistas e militantes, perpetrados pela ditadura.

Chico Buarque, cuja inigualável sensibilidade poética pudemos finalmente homenagear ontem na cerimônia de entrega do Prêmio Camões, retratou esse momento na canção Tanto Mar, de 1975, que diz: «Eu queria estar na festa, pá/ Com a tua gente/ E colher pessoalmente/ Uma flor do seu jardim/ Sei que há léguas a nos separar/ Tanto mar, tanto mar/ Sei também quanto é preciso, pá/ Navegar, navegar.»

Aplausos do PS, do PCP, do BE, do PAN, do L e de Deputados do PSD. Protestos do CH, tendo os Deputados batido com as mãos nos tampos das bancadas. Vozes do PS e do PSD: — Chiu!