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I SÉRIE — NÚMERO 122

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sociedade e para o mundo. É pelo trabalho que o homem constrói a sociedade e que se torna, igualmente,

participante ativo nesta construção, tornando-a mais justa, mais fraterna, mais solidária e mais livre.

Por estas razões, nunca haverá trabalho indigno.

Contudo, a indignidade no mundo laboral só acontece como resultado e consequência da vitória de ideologias

totalitárias sobre a realidade.

O Sr. Manuel Loff (PCP): — Devem ter começado com o Cavaco Silva!

O Sr. Jorge Galveias (CH): — Com as ideologias totalitárias, triunfam a ganância, o ódio e a desigualdade,

e isso leva a que os trabalhadores se tornem, assim, vítimas de abusos que ferem a sua dignidade. Por outro

lado, temos os opressores, que se querem perpetuar no poder pela força e pelo controlo do produto do trabalho

do homem. Creio que todos concordamos nisto.

Esta nota introdutória serve para que compreendam o que vos quero dizer seguidamente.

Em Portugal, 49 anos depois do 25 de Abril, a vida de quem vive do seu trabalho muito pouco, ou mesmo

quase nada, melhorou, obviamente, por culpa da ideologia marxista — logo, totalitária — que nos desgoverna

há mais de 40 anos. O povo português cada vez mais percebe que o socialismo é uma máquina de produção

de pobreza, sendo que hoje, lembro-vos, já temos 4,5 milhões de pobres.

Mas vamos a factos: segundo os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística, os portugueses

continuam a ser dos trabalhadores mais mal pagos da União Europeia; quase 3 milhões de assalariados ganham

um ordenado de apenas três dígitos; três em cada quatro trabalhadores ganham menos de 1000 €; e 900 000

trabalhadores ganham o ordenado mínimo.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, isto é resultado de meio século de políticas marxistas e de falsas

democracias, onde sempre foi implementada a luta de classes — a luta entre trabalhadores e patrões. Para mal

dos trabalhadores, assim é! Mas não deveria ser, pois, sempre que esta dinâmica acontece, quem ganha é o

Estado, assim como o partido que o controla, com o aumento da carga fiscal para os trabalhadores e para os

patrões.

Com o socialismo, crescem a precariedade e a fragilidade, e a dependência gera outra forma de escravatura:

a subsidiodependência. E assim, acenando com o fantasma da extrema-direita, vêm comprando os votos de

milhões, com os impostos dos trabalhadores e das empresas que geram, de facto, o desenvolvimento.

Risos do L.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — São de carne e osso. Não são fantasmas!

O Sr. Jorge Galveias (CH): — Ver os partidos que foram responsáveis pela geringonça apresentarem, como

um passe de magia, propostas que aparentemente se preocupam com os trabalhadores é, no mínimo,

vergonhoso.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, o trabalho por turnos, bem como o trabalho noturno, apresenta desafios

para a saúde física e mental de quem se vê obrigado a ganhar o seu ganha-pão sob estas condições.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — O Sr. Deputado tem de concluir.

O Sr. Jorge Galveias (CH): — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Se, por um lado, é importante que os empregadores levem esses fatores em consideração, é fundamental

também que o Governo socialista acate e faça vigorar a totalidade das recomendações da OIT (Organização

Internacional do Trabalho), e não apenas uma parte das mesmas.

O Sr. Rui Tavares (L): — É totalitarismo!

O Sr. Jorge Galveias (CH): — Quem trabalha por turnos sabe que os seus inimigos não são os patrões, mas

sim as politiquices do Partido Socialista.

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