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I SÉRIE — NÚMERO 125

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A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Matias, do

Grupo Parlamentar do Chega.

A Sr.ª Rita Matias (CH): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Chega não se opõe ao aumento das quotas

de música portuguesa nas rádios. No entanto, não podemos deixar de sublinhar que estas propostas não

ultrapassam algumas dificuldades.

Desde já, não esclarecem de forma clara o que entendem por «música portuguesa». É a que é produzida em

Portugal, mesmo por estrangeiros? É a que é produzida por portugueses, em todo o mundo? É a música que é

cantada em língua portuguesa?

É que hoje, no Dia Mundial da Língua Portuguesa, celebramos a língua que é falada por 300 milhões de

pessoas, a mesma língua que hoje está sob ataque, pelo marxismo cultural, e que precisa de ser defendida.

O que hoje importava esclarecer é quantos artistas portugueses estão verdadeiramente a ser beneficiados

por esta medida. Esta medida está a trazer, de facto, para as nossas rádios, o fado, o cante, o fandango, o

corridinho, ou o bailinho da Madeira? Deixo a questão, que é uma questão fundamental, porque a igualdade

proclamada pelo meio artístico não existe, pelo menos em Portugal.

Aplausos do CH.

Há artistas, em Portugal, que são mais iguais do que outros, e essa discriminação agrada a alguns dos

proponentes. As quotas que proclamam aqui hoje não são para que se oiça o A treze de Maio, na rádio, ou a

Maria da Fonte. As quotas são para os seus amigos, os que cantam no acampamento do Bloco ou no Avante.

Aplausos do CH.

Sim, para a extrema-esquerda, há a alta cultura e a cultura que só pode ser cancelada.

Em Portugal, um artista pode confessar-se comunista — ou comunista maquilhado, se for do Bloco —,

mesmo sabendo que o comunismo matou milhões de pessoas, mesmo sabendo que o comunismo promove

campos de reeducação, os gulag e campos de concentração, mesmo sabendo que, no século passado, o

comunismo matou padres e fiéis no México, mesmo sabendo que, às mãos do MPLA (Movimento Popular de

Libertação de Angola), morreram muitas mulheres, imaginem, freiras.

Aplausos do CH.

Um artista, em Portugal, pode até ser socialista, mesmo sabendo que o socialismo destrói todos os países

por onde passa. Não precisamos de ir mais longe: basta olhar para Portugal.

Aplausos do CH.

Um artista, em Portugal, pode até ser da direita que a esquerda gosta. Só não pode é ser patriota, amar a

nossa cultura, amar a nossa tradição, que é o mesmo que dizer «ser do Chega».

Em 2020, Olavo Bilac foi saneado publicamente e perseguido por ex-dirigentes do Bloco simplesmente por

cantar num comício do Chega.

Vozes do CH: — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — No mês passado, um cantor talentoso, que canta a portugalidade, foi criticado

por alegadamente ser simpatizante do Chega e por ter cantado nas cerimónias do 25 de Abril.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — É verdade!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — Mais: mereceu até a verificação do Polígrafo — a nova PIDE (Polícia Internacional

e de Defesa do Estado) e o novo «lápis azul» do regime —, que veio verificar a sua alegada simpatia pelo Chega.

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