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I SÉRIE — NÚMERO 136

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Aplausos do PS e do L.

Citando a investigadora Susana Salgado, «A internet tem amplificado e normalizado o ódio». Este é um

fenómeno que afeta toda a sociedade e a política não é exceção. Nunca como hoje circulou tanta informação

falsa e tendenciosa entre um número tão elevado de pessoas e tão facilmente.

O Sr. André Ventura (CH): — É a do Governo! É verdade!

A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Nunca como hoje os conteúdos políticos incluíram tanto antagonismo

e ódio, e isto não é só na política.

Permite o que é denominado como «ciberdesinibição». Existe uma desconexão entre a forma como os

nossos cérebros estão preparados para se conectar com os outros em conversas e debates e o tipo de interface

que é usado nas interações online. O facto de serem permitidas interações anónimas agudiza ainda mais o

problema. Na política, estas condições reforçam as manifestações de populismo.

O populismo assenta no ressentimento e no ódio do outro e numa necessidade de prevalecer sobre o outro;

assenta nessa cobardia.

Esta divisão entre o «nós» e o «eles» encoraja frequentemente a demonstração explícita do ódio e favorece

a polarização. Porque há menos filtros, a internet aumentou, assim, a visibilidade, mas também as formas de

manifestação e propagação de todo o tipo de ideias e sentimentos — ódio incluído.

Hoje, continuando a citar a autora: «as emoções, e em particular as que chocam e provocam reações, são

mais importantes do que os factos. Para além disso, a internet também forneceu mais espaços para a

mobilização de estratégias e propagação de mensagens de ódio. Ou seja, democratizou-se a produção de

mensagens de ódio, incluindo com intuito comercial e de entretenimento, banalizando a exposição ao ódio e

facilitando o seu consumo intencional.»

Se os adultos são cobardes exploradores do ódio e difusores de discursos alternativos tóxicos, que

consequências podemos esperar para os jovens, para as mulheres desprotegidas por esses mesmos adultos?

Quem espalha o ódio, quem comercializa o ódio, quem politiza o ódio, sabe que põe em risco os corpos

concretos das pessoas racializadas, dos imigrantes, das mulheres, …

Aplausos do PS.

… do homossexual, alvo de chacota, da cigana desumanizada? Sabe, claro que sabe!

Temos de lutar contra a normalização do ódio e de retóricas extremistas banalizadas na internet, nas redes

sociais e, indiretamente, através da subsequente cobertura jornalística. A luta é enorme, porque os inimigos da

decência usam a democracia, nomeadamente a liberdade de expressão, para propagar o ódio, isto é, vitimizam-

se.

Cá estamos para trabalhar, na especialidade, todas as iniciativas que tenham isto mesmo: autenticidade.

Tenho dito.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigada, Sr.ª Deputada.

Concluímos o nosso ponto 4 da ordem do dia e, com ele, a nossa ordem do dia.

Vou dar a palavra à Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha que tem uns anúncios a fazer. Faça favor,

Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Secretária (Maria da Luz Rosinha): — Sr.ª Presidente, é só para dar conta de que foi retirada, pelo

proponente, a Proposta de Lei n.º 13/XV/1.ª, que estava agendada para amanhã.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Srs. Deputados, a sessão de amanhã começa às 10 horas, sendo que

a nossa ordem do dia tem, no primeiro ponto, a apreciação conjunta do Projeto de Resolução n.º 657/XV/1.ª

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