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16 DE JUNHO DE 2023

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Quando o PSD, num dos seus projetos, refere que quer uma verdadeira mudança de paradigma no regime

de organização das respostas sociais, percebemos que, na verdade, aquilo que está a fazer é abrir ao privado…

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Claro!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … aquilo que hoje em dia, por lei, está apenas nas respostas sociais de

instituições não lucrativas, IPSS e misericórdias!

O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — As pessoas estão desesperadas!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Quem é que quer acabar com as IPSS?!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Portanto, não é o Bloco de Esquerda que quer acabar com as IPSS.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Claro!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — O Bloco de Esquerda tem vindo a propor que tem de haver uma rede pública de

apoio. Obviamente que tudo o resto é complementar, nunca dissemos o contrário. O problema é que não há

uma rede pública de cuidados, nomeadamente às pessoas mais idosas, e é por aí que temos de começar, com

a criação verdadeiramente de uma rede pública, sem prejuízo, obviamente, de tudo o resto que está em cima

da mesa.

O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — E as pessoas ficam à espera!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Não iremos ao encontro da proposta do PSD, que, do nosso ponto de vista, é

errada, porque, em vez de estarem a resolver o problema das IPSS, que dizem que querem resolver, apenas

estão a dizer que podemos utilizar mais dinheiro dos contribuintes, mas para o setor privado e não apenas para

as IPSS, e isso parece-nos completamente errado. Temos de canalizar esse investimento para a rede pública

de cuidados.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Passamos agora ao período das intervenções dos diferentes grupos parlamentares,

estando inscrita a Sr.ª Deputada Joana Cordeiro, da Iniciativa Liberal, a quem dou a palavra.

A Sr.ª Joana Cordeiro (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Infelizmente, a falta de qualidade de

vida das nossas pessoas mais idosas continua na ordem do dia. Assim, é da maior importância que este tema

seja novamente trazido a debate e, por isso mesmo, queríamos começar por agradecer ao PSD este

agendamento.

A dignidade e o bem-estar da pessoa idosa foi, durante muito tempo, um assunto silenciado, quase como se

chegássemos a uma idade em que perdemos os nossos direitos ou a nossa dignidade enquanto pessoas. E isto

tem um nome: idadismo.

O idadismo inclui estereótipos, preconceitos e discriminação direcionados às pessoas com base na idade.

Apesar de esta ser uma forma de discriminação muito pouco falada, é considerada pelas Nações Unidas como

a terceira forma mais grave de discriminação no mundo, e é muito pouco falada porque os idosos não têm uma

voz ativa, porque não lhes dão uma voz ativa.

Em Portugal, embora Portugal seja um dos países mais envelhecidos do mundo, a verdade é que continua

a existir um grande estigma em relação às pessoas mais velhas, e isso reflete-se na atenção que lhes tem sido

dada ao longo dos anos.

Portugal é o 4.º País do mundo, quando se olha para a proporção de pessoas com mais de 65 anos. Portugal

é o País da União Europeia onde a população mais envelheceu na última década. Mas Portugal é também o 5.º

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