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I SÉRIE — NÚMERO 152

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votaram contra o Projeto de Resolução n.º 633/XV/1.ª, apresentado pela Iniciativa Liberal sob a epígrafe «Pela

instalação de centrais de dessalinização no Alentejo e na zona Oeste», o que fizeram com os seguintes

fundamentos:

As centrais dessalinizadoras desempenham um papel importante no fornecimento de água potável em áreas

onde os recursos hídricos são escassos, utilizam tecnologias avançadas para remover o sal e outras impurezas

da água do mar ou de fontes salobras, tornando-a adequada para consumo humano e uso agrícola, industrial e

turístico. A vantagem das centrais dessalinizadoras é que elas podem diversificar as fontes de água e fornecer

uma solução alternativa em regiões com baixa disponibilidade de água doce, com especial relevo em áreas

costeiras, onde a água do mar é uma fonte abundante, mas imprópria para consumo direto, e em que o processo

de dessalinização pode reduzir a dependência de aquíferos subterrâneos, de rios e barragens, ajudando a

preservar esses recursos naturais.

A região litoral do Alentejo, que abrange áreas como Sines, Grândola, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém e

Odemira, tem um acesso relativamente melhor à água devido à proximidade do oceano. No entanto, ainda

enfrenta pressões relacionadas ao consumo humano, agricultura e turismo. A disponibilidade de água doce pode

ser afetada durante períodos de seca prolongada e a gestão dos recursos hídricos continua a ser uma

preocupação com especial incidência na barragem de Santa Clara a sul do litoral alentejano.

O Alentejo interior, que inclui os distritos de Évora, Beja e Portalegre, é caracterizado por condições climáticas

mais secas e uma menor disponibilidade de água. A região para além da disponibilidade de Alqueva depende

principalmente de aquíferos subterrâneos, rios e algumas barragens existentes e da projetada barragem do

Pisão para o abastecimento de água, o que a torna muito vulnerável à escassez hídrica. Durante períodos de

seca, os níveis dos aquíferos podem diminuir significativamente, afetando a disponibilidade de água potável e

para o setor agrícola que carateriza fortemente a região a par do setor do turismo e alguma indústria. A

disponibilidade de água doce na região é limitada e depende principalmente de aquíferos subterrâneos e de

alguns rios, como o Guadiana, Mira e Sado.

No entanto, essas fontes enfrentam pressões consideráveis devido à exploração excessiva e à diminuição

das chuvas. Como resultado das alterações climáticas, a região do Alentejo tem sofrido com a escassez de água

e a redução dos níveis dos aquíferos e, para lidar com essa situação, têm sido adotadas medidas para melhorar

a gestão da água e garantir um uso mais sustentável dos recursos hídricos. Algumas dessas medidas incluem:

• Melhoria na eficiência do uso da água: Promove-se o uso eficiente da água na agricultura, por exemplo,

por meio da implementação de sistemas de irrigação mais modernos e eficientes, sendo também incentivadas

práticas de conservação de água nas áreas urbanas e industriais.

• Reutilização de água: A reutilização de água tratada para fins não potáveis, como irrigação de áreas

verdes, campos de golfe e espaços verdes urbanos, ou no uso industrial, atividade mineira, tem sido cada vez

mais adotada como uma forma de conservar os recursos hídricos disponíveis.

• Promoção da dessalinização: A dessalinização da água do mar está assumida para as regiões do Algarve

e Alentejo Litoral, como uma opção para aumentar a disponibilidade de água potável nestas regiões.

• Ações de sensibilização e educação: Iniciativas de sensibilização e educação sobre a importância da

conservação da água são realizadas para incentivar a população a adotar práticas mais responsáveis em relação

ao uso da água.

• Em ambas as regiões, têm sido adotadas medidas para enfrentar os desafios da escassez de água, como

mencionado anteriormente.

No entanto, a situação do Alentejo, na grande parte do seu território, é geralmente muito desafiante devido

às suas características climáticas e geográficas. A dessalinização da água do mar é considerada como uma

opção para aumentar a disponibilidade de água potável no Alentejo litoral, aproveitando a proximidade do

oceano. Essa abordagem pode ajudar a diversificar as fontes de água e reduzir a pressão sobre os aquíferos

subterrâneos, rios e algumas barragens, como os exemplos de Campilhas, Rocha e Santa Clara. Tanto o

Alentejo litoral como o Alentejo interior enfrentam desafios relacionados com a disponibilidade de água, mas

com algumas diferenças devido às condições climáticas e geográficas específicas de cada sub-região, sendo

que a gestão sustentável e consciente dos recursos hídricos é essencial para garantir o suprimento de água

adequado para as necessidades da população, agricultura, indústria e preservação do meio ambiente.

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