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I SÉRIE — NÚMERO 1

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«Entre os dias 1 e 6 de agosto, Portugal acolheu a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que juntou, em todo o País, centenas de milhares de jovens de todo o mundo numa iniciativa que, além da sua dimensão religiosa, tem uma também evidente e salutar dimensão cívica, patente nas temáticas da paz, tolerância e inclusão, que dominaram a semana da Jornada.

Nesta medida, e dada a complexidade que um evento da magnitude da Jornada Mundial da Juventude representa, desde logo, para a sociedade que o acolhe, para as suas infraestruturas e sistemas de segurança, de saúde ou de mobilidade, é de destacar a tranquilidade com que decorreu, permitindo que os muitos milhares de estrangeiros se tenham podido sentir em casa no nosso País.

Ademais, é de destacar o notável contributo e exemplo de todos os que, com o seu trabalho voluntário, prepararam, durante largos meses, a Jornada Mundial da Juventude de 2023. É prova de civismo e de dedicação abnegada que servirá a todos de inspiração.

A Jornada foi, também, ocasião para a Visita Apostólica de Sua Santidade, o Papa Francisco, que uma vez mais provou ser um líder firme e inspirador, designadamente na intransigência na defesa da justiça social, dentro e fora da Igreja.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda a realização e a organização da Jornada Mundial da Juventude 2023 Lisboa, enaltecendo a dimensão participativa e cívica dos muitos milhares de jovens que se encontraram em Lisboa em celebração.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser

lido. Submetida à votação, foi aprovada, com votos a favor do PS, do PSD, do CH, do PCP, do PAN e do L e

abstenções da IL e do BE. Votamos, de seguida, o Projeto de voto n.º 415/XV/1.ª (apresentado pelo PAR e subscrito por uma Deputada

do PSD) — De saudação pelo centenário de Mário Cesariny. Dou a palavra à Sr.ª Deputada Palmeira Maciel para a sua leitura. A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor: «Celebrou-se no passado dia 9 de agosto o centenário do nascimento de Mário Cesariny, poeta, pintor,

considerado um dos grandes expoentes do surrealismo português. Mário Cesariny nasceu em Lisboa, em 1923, cidade onde iniciaria a sua formação artística, primeiro como

aluno de música de Fernando Lopes-Graça na Academia de Amadores de Música, e, no início dos anos 40, na Escola de Artes Decorativas António Arroio.

Participaria nas tertúlias culturais dos cafés de Lisboa. No Café Herminius, no Café Royal, ou no Café Gelo, discutia-se arte, literatura e, com os condicionalismos da época, política. Aí se cruzaram nomes como Cruzeiro Seixas, Alexandre O’Neill, António Domingues, Pedro Oom, ou Júlio Pomar.

Neste ambiente cultural, predominava o neorrealismo e, depois, o surrealismo, que marcaria indelevelmente Cesariny, nomeadamente depois de uma viagem a Paris, onde conheceu André Breton. Segundo Cesariny, o surrealismo era “um convite à poesia, ao amor, à liberdade, à imaginação pessoal”, sintetizando e dando um sentido a várias correntes artísticas (como o romantismo, o simbolismo, o futurismo e tradições libertárias várias).

De regresso a Portugal, fundaria o Movimento Surrealista de Lisboa, onde, além de O’Neill e Vespeira, participavam nomes como José-Augusto França e João Moniz Pereira. Afastar-se-ia deste grupo após divergências e formou, em 1948, com Pedro Oom, Henrique Risques Pereira, António Maria Lisboa e Cruzeiro Seixas, Os Surrealistas.

Cesariny foi um pintor de relevo, tendo participado em diversas exposições, em Portugal e no estrangeiro, mas distinguiu-se, sobretudo, nas artes literárias, como poeta surrealista, romancista, ensaísta ou tradutor. Da sua extensa obra, destacam-se títulos como Corpo Visível, Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos, Titâniae a Cidade Queimada, ou O Virgem Negra.

Não foi uma personalidade de consensos, muito pelo contrário. A rutura e o conflito pautaram diversas dimensões da sua vida e da sua obra. Isso não impediu o seu reconhecimento artístico, distinguido com diversos

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