I SÉRIE — NÚMERO 6
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contributo, assim como com o contributo de todas as forças partidárias na Assembleia da República para o aprofundamento da nossa autonomia.
Aplausos do PSD. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos, agora, para o segundo grupo de pedido de esclarecimento e
dou, desde já, a palavra à Sr.ª Deputada Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Muito obrigada, Sr. Presidente. Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, não queria entrar nas interpretações sobre os resultados eleitorais,… O Sr. Miguel Santos (PSD): — Mais uns que ganharam as eleições…! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … queria deixar uma garantia ao PSD-Madeira, mas, depois de a ouvir, não
posso deixar de lhe dizer que a interpretação dos resultados eleitorais não nasce das outras bancadas ou, sequer, dos outros partidos ou, sequer, dos jornalistas e comentadores. Quem abriu o caminho para se interpretar este resultado como uma derrota para o PSD foi Miguel Albuquerque quando prometeu que se demitiria caso não tivesse maioria absoluta.
A Sr.ª Rita Matias (CH): — Muito bem, Joana! É verdade! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Portanto, voltando atrás, não altera a interpretação que ele próprio deu, que
é: «Se não tiver maioria absoluta, considero uma derrota e vou-me demitir» — apesar de isso não ter acontecido. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Bem lembrado! O Sr. Miguel Santos (PSD): — Querias tu e o Chega! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — A nossa interpretação é independente da maioria absoluta ou dos acordos
que estavam à disposição do PSD-Madeira, dos quais o Bloco de Esquerda estava obviamente de fora. O Sr. Miguel Santos (PSD): — O Bloco só entra em acordos com o PS! Não pode fazer acordos connosco,
porque tem muitos interesses imobiliários. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — A nossa interpretação é que os madeirenses continuarão subjugados ao
Governo dos interesses imobiliários, ao Governo das ligações económicas, ao Governo responsável pela crise da habitação na Madeira, a um Governo que olha para a Madeira como um resort de luxo, parecido com o Governo da República que olha para o País como um resort de luxo.
Talvez por isso os madeirenses não tenham encontrado alternativa nos dois grandes partidos e talvez por isso, também, o PSD tenha perdido a maioria absoluta, sem que isso se tenha refletido numa «bipartidarização», como aconteceu no passado, apesar de o PSD-Madeira ter, parafraseando Alberto João Jardim, a imprensa e os meios do Governo a seu favor para conseguir ganhar votações e eleitorado.
Da nossa parte, assumimos o compromisso fiel ao povo madeirense — que outros não fizeram! —, de continuar a ser uma oposição firme, responsável e de esquerda a este Governo dos negócios imobiliários a que os madeirenses estão submetidos…
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Olhem o Robles à solta na Madeira! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … e que só tem tido como consequências a pobreza e a falta de
desenvolvimento social na Região Autónoma da Madeira. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.