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29 DE SETEMBRO DE 2023

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Mas há uma enorme falta de pensamento estratégico por parte dos decisores políticos. O Governo não pensa a agricultura, o Governo não tem uma visão mais ou menos estatista, não tem uma visão sobre o que é que vai ser a agricultura daqui a cinco anos. A Sr.ª Ministra limita-se a respirar, com medo de, se parar, bem, não sabe o que é que é o amanhã.

Esta realidade é inconsequente, e já não estamos a falar numa disputa à direita ou à esquerda, é para quem só quer fazer alguma coisa da agricultura do nosso País.

É, por isso, incompreensível este imobilismo do Partido Socialista, que nem faz nem deixa fazer. E, ao não fazer o que deve fazer, coloca, por exemplo, investimentos estratégicos como o Alqueva a não renderem para o País como deveriam render; coloca o não pensamento da agricultura a entregar o País a uma lógica de insustentabilidade ambiental também por via de não pensar devidamente a agricultura; coloca territórios do País já com problemas de seca extrema a investirem em culturas como o abacate, como é o caso da região do Algarve. Deveria ser absolutamente proibido fazer novos investimentos nessa realidade, mas, não, o Governo continua a não ter pensamento estratégico. Continua a olhar para a floresta e a deixar andar na expectativa de que o eucalipto ocupe o País todo e, depois, vêm os fogos e recorrentemente andamos a correr atrás do prejuízo.

Não há nenhum tipo destas questões fundamentais de pensamento estratégico e, por isso, saúdo o PCP por ter trazido um tema que pode polarizar, mas que é estratégico para o País e que acho que tem de ser enquadrado como tal.

Consideramos que deve haver um pensamento para a agricultura que estratifique não só o setor dos cereais, mas também o englobe no todo nacional, e que tenha uma perspetiva do território — como nós fixamos as pessoas — quer social, quer económica. Tudo isso sem deixar de colocar em cima da mesa o que é fundamental, a alimentação estratégica, e só se consegue lá chegar através de uma produção agrícola que seja sustentável e pensada para o País.

Aplausos do BE. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Temos, agora, uma segunda intervenção do Grupo Parlamentar do PCP.

Tem a palavra o Sr. Deputado João Dias. O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, gostaria de poder falar, desde logo, daquilo que aqui nos traz, a

discussão sobre a produção de cereais, mas não posso deixar de fazer uma referência àquele que foi o esplendor da intervenção do Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

Não resistiu! O Sr. Deputado que, ainda ontem, criticava a autoridade intelectual irritante de um Deputado nesta Casa, hoje mostrou bem o quanto é uma autoridade intelectual, que até dá pena. A sua falta de honestidade, a todos os níveis e, principalmente, intelectual, é muito preocupante.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Ó Sr. Deputado, peço desculpa. Não se refira a um colega como tendo

falta de honestidade a todos os níveis. Extrapolámos… O Sr. João Dias (PCP): — A todos os níveis, Sr. Presidente… O Sr. Presidente (Adão Silva): — Peço desculpa, talvez valha a pena refrear esse «a todos os níveis» e pô-

lo no sentido político, se quiser, ou outro, mas peço-lhe que não reitere essa expressão. O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, eu retiro a observação que possa ser feita à leitura que seja mais

abrangente do que a política. Na verdade, quero dirigir-me àquela que foi a abordagem que o Sr. Deputado fez, em termos políticos. Naturalmente, que nos preocupa que o Sr. Deputado que, em 2013, constituiu uma delegação que foi à

Rússia à procura de vistos gold, e que certamente terá o contacto do Sr. Putin,… O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Eu fui à Rússia? Eu?!

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