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I SÉRIE — NÚMERO 39

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O Sr. Rui Tavares (L): — … do Grupo Global Media e — peço desculpa — não está à espera do obituário, ou dos pensamentos piedosos, ou das orações acerca do que vai acontecer depois. É acerca do que nós podemos e devemos fazer agora.

O Sr. Ministro ontem, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto pôs as coisas em termos de «se o Governo pode» e «se o Governo quer» salvar o Grupo Global Media.

Poder, pode, porque já vimos governos em gestão meter milhares de milhões de euros na banca, ou ter ações bem vigorosas no domínio da sanidade pública, porque os governos em função de gestão devem fazer o que é urgente e inadiável para defender valores constitucionais.

Se quer, é outra história, compreendo muito bem. Eu também não quereria. Se a ERC resolver primeiro, se o Ministério Público resolver primeiro, se houver um investidor que venha salvar o Grupo, se houver outra solução qualquer é melhor, e eu também não quereria.

Mas o seu problema, Sr. Ministro, é que o seu verbo aqui não é nem o «poder», nem o «querer», é o «dever». O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir. O Sr. Rui Tavares (L): — Concluo, Sr. Presidente. Sr. Ministro, a pergunta é se quer sair de Ministro da Cultura como tendo falhado ao dever de salvar um grupo

de média que tem dois dos quatro diários portugueses. Concluo dizendo o seguinte: um destes jornais, que é um jornal essencial para os Açores, uma região

ultraperiférica, era lido por aqueles homens que estão ali em cima. Neste momento, o orador indicou a luneta pintada por Veloso Salgado, representando os Deputados das

Cortes Constituintes de 1821. Vocês querem ser os Deputados e Deputadas do tempo em que deixámos ir esses jornais ao charco?! Pois

do meu lado, não! Protestos do PSD. Faz-se nacionalização temporária! O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do partido Chega, tem a palavra o Sr. Deputado André

Ventura. O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, muito rapidamente, para dizer o seguinte: Compreendo que a

extrema-esquerda esteja hoje muito preocupada com o pluralismo. Só que é um «certo pluralismo»,… O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não é «um certo», é pluralismo! O Sr. André Ventura (CH): — É o tal pluralismo que levou a líder do Bloco de Esquerda — a única, de todos

os líderes, que era colunista da Global Media, do Jornal de Notícias, e que depois o Jornal de Notícias quis afastar — a dizer, hoje: «Ai, temos de atacar a Global Media». Sabem porquê? Porque foi quem tirou a líder do Bloco de Esquerda de escrever no Jornal de Notícias.

Aplausos do CH. Lembro-me de quando se dizia aqui que havia conflitos de interesse. Então não há conflito de interesses num

partido em que a líder recebia três salários, um deles do Jornal de Notícias, e em que hoje vem aqui atacar a administração da Global Media?!

«Ai,…», diz o PCP, «…temos de garantir a independência dos media. Então, o que é que fazemos? Nacionalizamos!»

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