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12 DE JANEIRO DE 2024

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Com As Cidadãs, romance que seria reeditado a propósito do centenário da república, Filomena Marona Beja iniciou um percurso literário que resultou na publicação de cerca de duas dezenas de obras, em Portugal e no estrangeiro, de géneros tão diferentes como o romance, o conto, a novela e a crónica.

Entre outras obras, publicou o romance Bute daí, Zé!, editado em 2010, em homenagem ao dirigente do PSR, Zé da Messa, assassinado em 1989 por um grupo de skinheads; o livro de contos Histórias Vindas a Conto, em 2011, ilustrado com fotografias de André Beja; e a coletânea de novelas Franceses, Marinheiros e Republicanos, em 2014, ilustrada pela artista plástica Maria José Ferreira. Ao longo dos anos, colaborou também com várias publicações, das quais se destacam edições promovidas pela associação Abril em Maio e pela Casa da Achada.

Entre outras distinções, Filomena Marona Beja ganhou o Grande Prémio de Literatura dst, em 2006, com a publicação do livro A Sopa, de 2004; e o Grande Prémio do Romance e Novela APE/DGLAB, com a publicação de A Cova do Lagarto, em 2007, romance biográfico que resultou de uma recolha de dados ao longo de 20 anos sobre Eduardo Pacheco.

Como regista a nota conjunta da família das Edições Parsifal, Filomena Marona Beja deixou-nos um legado literário e humano que ‘caracteriza um grito vivo da defesa dos ideais da liberdade e da solidariedade, pelos quais sempre lutou e que abnegadamente defendeu’.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento da escritora Filomena Marona Beja e transmite as suas condolências aos seus familiares e amigos.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser

lido. Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade, registando-se a ausência do Deputado não inscrito

António Maló de Abreu. Registo e saúdo a presença de familiares e amigos de Filomena Beja nas galerias e endereço as

condolências em nome da Assembleia. Segue-se o Projeto de Voto n.º 544/XV/2.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento do sociólogo

e economista Albano Cordeiro. Peço ao Sr. Deputado Duarte Pacheco o favor de ler este projeto de voto. O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor: «Morreu no passado dia 30 de dezembro, em Paris, com 85 anos, o sociólogo e economista Albano Cordeiro,

uma referência maior da presença portuguesa em França pela sua intervenção cívica, pela relevância do seu trabalho académico e pela dinamização do movimento associativo.

Em Albano Cordeiro podemos ver um verdadeiro cidadão do mundo pela adoção das suas várias identidades: português, francês, mas também moçambicano e italiano, o que só comprova o seu sentido humanista. Foi um académico engagé, professor e investigador no Centre National de la Recherche Scientifique, em Grenoble, na Universidade de Diderot, em Paris VII, e laureado em Economia e Demografia pela Universidade de La Sapienza, de Roma.

Foi autor de vários trabalhos sobre a imigração portuguesa e sobre o movimento associativo e um ativista dos direitos humanos e defensor dos migrantes. Foi um homem de convicções e de causas e também um grande dinamizador do movimento associativo, tendo estado na origem da fundação de várias associações e movimentos cívicos.

Atento à situação dos portugueses em França e à sua intervenção na sociedade, manifestou sempre uma grande preocupação pela participação cívica e política, procurando incentivá-la para que a comunidade tivesse maior visibilidade. Albano Cordeiro era uma referência incontornável para os portugueses em França, com o seu percurso denso e a sua atividade multifacetada, com uma perspetiva lúcida e humanista das migrações, que marcou a perceção sobre a emigração portuguesa em França. O seu contributo é inestimável. A sua perda deixa um grande vazio.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta a sua mais sentida homenagem a Albano Cordeiro, manifestando as suas condolências a familiares e amigos.»

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