I SÉRIE — NÚMERO 84

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O Sr. André Ventura (CH): — Viu-se aqui!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … de facto, é uma forma de estar, Sr. Deputado, que não indicia seriedade, honestidade, bom senso, moderação, espírito de respeito pelas instituições, pelas pessoas, que é aquilo que

deve marcar a ação política.

Aplausos do PSD.

Por isso, Sr. Deputado, o senhor é altamente contraditório com os princípios que invoca e exige aos outros.

Sobre as doenças oncológicas e os prazos para as respetivas cirurgias, deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado:

nós conseguimos eliminar as listas de espera para cirurgia dos doentes oncológicos com dois aspetos que eu

tenho aqui de realçar.

Em primeiro lugar, a grande maioria dos casos não significou que as cirurgias fossem realizadas dentro desse

tempo máximo de espera,…

A Sr.ª Susana Correia (PS): — Ah! Está melhor…

O Sr. Primeiro-Ministro: — … mas foram, pelo menos, calendarizadas dentro desse espaço. Depois, há alguns — no caso concreto, neste momento, são cerca de 300 — que são casos clínicos que

estão a ser acompanhados e que não reúnem ainda condições para a realização da cirurgia, portanto, dentro

daquele prazo. E é dentro desses casos que há seis crianças que se encontram exatamente nessa circunstância,

uma das quais ultrapassou o tempo máximo, mas que não está em condições clínicas de ter a sua cirurgia.

Protestos da Deputada do CH Felicidade Vital.

Se o Sr. Deputado se quiser aproveitar politicamente dessa circunstância, é o seu caminho, não é o meu.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado André Ventura tem ainda tempo para uma última pergunta. Faça favor.

O Sr. Hugo Soares (PSD): — Não está a correr nada bem!

O Sr. André Ventura (CH): — Não vos está a correr nada bem, não! Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Primeiro-Ministro consegue ser o político mais baixo dos últimos anos desta Casa,

do Parlamento. O mais baixo. Consegue ser o mais baixo. Consegue ser o mais baixo.

Aplausos do CH.

Mas eu não estou a usar isto por questões políticas, eu estou-lhe a pedir uma resposta às mentiras do seu

Governo sobre a regularização de listas no serviço de saúde. Se o Sr. Primeiro-Ministro acha que isto é um

ataque pessoal por não ter resolvido os problemas da saúde que se tinha proposto resolver, é um problema

talvez seu.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. André Ventura (CH): — E, sim, Sr. Primeiro-Ministro, talvez seja verdade que eu não tenho cura. Eu não tenho cura de querer um País livre de corrupção. Disso eu não tenho cura! Eu não tenho cura de querer um

País livre de corrupção, não tenho cura. Não tenho cura!