15 DE SETEMBRO DE 2025
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Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Mendes Lopes, do Livre, que dispõe de 3 minutos.
A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De que é que têm medo? De que
é que têm medo, Sr.as e Srs. Deputados? O Sr. Paulo Núncio (CDS-PP): — Que ponha em causa a liberdade de educação pelos pais! A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — De termos uma disciplina transversal que ensina, que educa as nossas
crianças, os nossos jovens e que fala de direitos humanos? Não têm medo de direitos humanos, espero. Que fala de educação ambiental, que ensina a reciclagem, que ensina as questões das alterações climáticas? Têm medo disto? Têm medo da democracia? Têm medo de que os jovens saibam que têm voz e quais as formas como podem participar, que conheçam as instituições democráticas?
Protestos do CH. Se calhar, também têm medo disto. Têm medo da literacia financeira e do empreendedorismo? Têm medo
do bem-estar animal? Têm medo de ensinar segurança rodoviária? Protestos do CH. Sei que não é disto que têm medo. Do que têm medo é da igualdade de género e do ensino da sexualidade.
Eu sei que é disto que têm medo! Aplausos do L, do BE e de Deputados do PS. Protestos do CH.Têm medo de que os jovens saibam o que é consentimento, têm medo de que saibam o que é uma relação
saudável entre rapazes e raparigas, têm medo de que as pessoas saibam que as relações saudáveis são aquelas que se baseiam na confiança e no respeito.
Vozes do L: — Muito bem! A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — É que eu tenho medo, sim, tenho medo das notícias e dos dados que
nos mostram que a violência no namoro está a aumentar, que há jovens que acham normal controlar os telemóveis das namoradas e dos namorados,…
Protestos do CH. … que acham normal controlar o que a namorada veste. Disso é que eu tenho medo! Disso é que eu tenho
medo! E tenho medo também da violência doméstica, Sr.as e Srs. Deputados. O Sr. Paulo Muacho (L): — Muito bem! A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — Aqui falam tanto da violência doméstica e depois querem retirar a
ferramenta que na escola permite contrariar a violência doméstica naquilo que é estrutural, que é garantir aprendizagens sobre igualdade de género e sobre sexualidade. Isso é fundamental para combater a violência doméstica.
O Sr. Paulo Muacho (L): — Muito bem!