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II Série — Número 11
Quinta-feira, 11 de Dezembro de 1980
DIARIO
da Assembleia da República
II LEGISLATURA
1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (1980-1981)
SUMÁRIO
Requerimento:
Do Deputado José Nisa (PS) ao Ministério dos Assuntos Sociais pedindo informações relativas aos novos hospitais de Santarém e de Abrantes, em construção.
Grupo Parlamentar do CDS:
Comunicação relativa à suspensão do mandato do deputado José Gama.
Requerimento
Ex.m° Sr. Presidente da Assembleia da República:
Em Santarém e Abrantes encontram-se em fase de acabamento dois novos hospitais, de cerca de 500 camas cada um, e cuja construção se iniciou já depois do 25 de Abril.
A entrada em funcionamento pleno desses hospitais — sobretudo se articulada com uma racional planificação da assistência médico-hospitalar no distrito de Santarém e no País — seguramente que concorrerá para uma melhoria da deficiente situação que se tem verificado desde sempre no que respeita a assistência às populações, aliás garantida na Constituição da República e na Lei de Bases do Serviço Nacional de Saúde, que ao Governo compete assegurar.
A funcionalidade de um hospital não se realiza apenas com a existência física de um edifício e dos seus equipamentos técnicos, uma vez que está dependente do completo preenchimento dos seus quadros de pessoal, seja ele médico, paramédico, administrativo, etc.
É igualmente sabido que não existindo localmente esse pessoal, nem podendo o mesmo ser formado localmente, a sua fixação terá de ser conseguida e assegurada pelo Governo.
Não bastará, finalmente, que o Governo, por via administrativa, garanta a simples prestação de serviços hospitalares desse pessoal, pois torna-se necessário que também sejam planificadas, garantidas e estimuladas as formas de fixação global desses técnicos e de suas famílias.
O próximo acabamento dos novos hospitais de Santarém e de Abrantes coloca, pois, um complexo conjunto de problemas, cuja existência não pode ser ignorada e que neste momento, já próximo da finalização das duas novas unidades, deverá —segundo desejamos e esperamos— estar previsto pelo Governo e garantido na sua resolução.
Aliás, a consciência das carências locais e o interesse pelo progresso assistencial levou espontaneamente as autarquias locais de Santarém e de Abrantes a preverem a tempo algumas soluções habitacionais que possam contribuir para a fixação futura dos novos profissionais da saúde, designadamente no sector da habitação. Não será, no entanto, das Câmaras Municipais que dependerá a solução dos diversos problemas que envolvem a entrada em funcionamento desses novos hospitais. Essa responsabilidade pertence, em exclusivo, ao Governo.
Nos termos do que acabo sinteticamente de expor, requeiro a V. Ex." que, nos termos legais, o Governo, através do Ministério dos Assuntos Sociais, me preste informações sobre as seguintes questões:
1) Para quando prevê o Governo o acabamento
da construção e o final da instalação de equipamentos dos novos hospitais de Santarém e de Abrantes?
2) Qual o custo giobal de cada um desses hos-
pitais? Quais os serviços de que disporá? Qual o número de camas de cada um deles?
3) Qual o quadro de pessoal (médico, paramé-
dico, administrativo, etc.) de cada um desses hospitais?
4) Qual a parte desse quadro de pessoal que
poderá ser preenchida com os técnicos já existentes neste momento a nível local e qual o acréscimo previsto para completar o quadro definitivo?
5) Qual a discriminação, por categorias profis-
sionais, etc, do pessoal previsto para assegurar o funcionamento pleno desses hospitais? Prevê o Governo poder assegurar o preenchimento global desses quadros logo que esses hospitais estejam física e tecnicamente terminados?
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6) Para esse efeito, já abriu o Governo os con-
cursos necessários? E se não tomou ainda essa iniciativa, quando pensa tomá-la? Pensa o Governo recorrer aos excedentes de pessoal médico existentes em Lisboa e descentralizá-los para assegurar o preenchimento desse quadro, designadamente no âmbito das especialidades mais carenciadas (radiologia, oftalmologia, estomatología, anestesiología, obstetrícia, etc.)?
7) Estabeleceu já o Governo algum contacto
com as Câmaras Municipais de Santarém e de Abrantes no sentido de conhecer as possibilidades de fixação local do novo pessoal hospitalar? Prevê o Governo alguma iniciativa no sentido de obter a colaboração das respectivas autarquias com vista a assegurar a fixação desse pessoal?
3 de Dezembro de 1980.— O Deputado do PS, José Niza.
Ex.m0 Sr. Presidente da Assembleia da República:
Vimos pela presente comunicar a V. Ex." que, em virtude do pedido de suspensão temporária de mandato por parte do Sr. Deputado José Augusto Gama para o próximo dia 11 do corrente mês de Dezembro,
o mesmo será substituído, ao abrigo do artigo 9.° do Regimento da Assembleia da República, pelo licenciado Delfim Luís Castelo Branco Ferreira, que é o primeiro candidato suplente deste partido não eleito na respectiva ordem de precedência da lista pelo círculo eleitoral Fora da Europa, ao qual ambos pertencem.
Com os melhores cumprimentos.
9 de Dezembro de 1980. — Pela Direcção do Grupo Parlamentar do CDS, o Vice-Presidente, Mário Gaioso Henriques.
Ex.m° Sr. Presidente da Assembleia da República:
José Augusto Gama, deputado à Assembleia da República pelo círculo Fora da Europa, por motivo relevante e inadiável relacionado com a sua actividade profissional, vê-se obrigado a solicitar para o próximo dia 11 do corrente mês de Dezembro a sua substituição temporária, o que declara nos termos e para os efeitos dos art.os 18.° do Estatuto do Deputado e 5.° do Regimento da Assembleia da República.
Com os melhores cumprimentos.
9 de Dezembro de 1980.—O Deputado do CDS, José Augusto Gama.
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