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2416 | II Série A - Número 076 | 18 de Julho de 2001

 

Nas Inquirições de 1220 toda esta zona de implantação nobiliárquica, dominada pelos Sousas, aparece dividida em dois territórios: o Termo de Ferreira e o Termo de Aguiar.
A prova da precoce fundação de Gandra como freguesia está no facto de ser citada já em documentos do século XII.
Gandra viveu o momento alto da sua história, que a elevou à escala nacional, aquando das ferozes lutas entre liberais e absolutistas, nos anos 30 do século XIX.
Tornada conhecida como Batalha de Ponte Ferreira, desenvolveu-se entre Gandra e São Martinho do Campo.
Pinho Leal, in "Portugal Antigo e Moderno", relata assim os acontecimentos: "No dia 22 de Julho de 1832 o General Conde de Vila Flor (depois Duque da Terceira), à frente de 5000 homens do exército liberal, ataca os realistas em Ponte Ferreira. A investida foi rude e a resistência obstinada. Depois de um dia de combate, e de muitos mortos e feridos de parte a parte, os liberais tiveram de retirar as suas posições (...). No dia seguinte, pelas 10 horas da manhã, Vila-Flor ataca novamente os realistas pelo sítio da Gandra em Ponte Ferreira. A acção foi ainda mais encarniçada do que a da véspera, e durou 10h (até às 8 da tarde), senão fazerem aos contrários muitos mortos e feridos."
Uma guerra civil que destruiu parte do tecido económico do País - durou cinco anos e teve várias fases. De 928 a 1932 os liberais contaram apenas com a Ilha Terceira como ponto de apoio, alargado mais tarde às outras ilhas açoreanas. Aí foi constituída uma Regência, a de D. Pedro, e aí se legislou abundantemente. Em Julho de 1832 desembarcou, com uma expedição de 7500 homens próximo do Porto, no Mindelo, conquistando a cidade.
Deu-se nesta fase da guerra a referida Batalha de Ponte Ferreira. Até 1834 o País iria sofrer os estragos, a todos os níveis, ficando à mercê dos credores externos. Ingleses, franceses e vários outros tomaram o seu quinhão da riqueza pátria e impuseram ao País um controlo maior do que nunca. Auxílio estrangeiro e interferência directa nos assuntos internos do País iriam caracterizar a conturbada história do constitucionalismo monárquico até à década de 1840.
A história de Gandra é importante, tal como os monumentos que foram edificados ao longo dos séculos pelos nossos antepassados.
Sendo a freguesia mais próxima do Porto (a nível concelhio), Gandra ostenta um certo desenvolvimento económico. A paisagem é ainda muito rural, mas pode ver-se, paralelamente, o incremento da indústria, latente sobretudo nas oficinas de mobiliário.
A existência, desde 1993, da CESPU - Cooperativa do Ensino Superior Politécnico Universitário - é um facto que contribui decisivamente para o desenvolvimento da vila de Gandra.
Património histórico-cultural:
- Igreja Matriz: foi construída em 1894 e foi fundada por D. Mafalda, filha Del-Rei D. Sancho. Tem imagens muito bem desenhadas. O tecto da igreja é adornado com figuras bíblicas e de história eclesiástica. Tem azulejos na capela-mor do século XVIII. A torre foi construída em 1896. Há nesta igreja uma custódia do século XVI. Toda a capela-mor, incluindo o tecto, é coberto por uma boa talha dourada.
- Ponte da Pica: fica sobre um pequeno ribeiro, afluente do Rio Ferreira, que ficava na estrada real do Porto para Vila Real, ponte essa que obrigava ao pagamento da portagem para a passar, o que só terminou em 1888. Até então a estrada da ponte era a única que existia entre o Porto e Trás-os-Montes, pelo que era muito intenso o trânsito. Perto da Ponte da Pica havia uma estalagem onde os passageiros da mala-posta e doutros carros, de carreira ou alugados, descansavam e comiam alguma coisa, enquanto se fazia mudança de cavalos.
- Cruzeiro da Independência: sito no largo da Igreja Matriz, foi construído em 1940.
Capelas:
- S. Sebastião: sita no lugar de Vilarinho de Cima.
- Senhora da Conceição: sita no lugar das Fontaínhas, S. Marcos.
Solares:
- Casa das Fontaínhas: era uma das casas mais ricas do concelho. Foi construída em 1853 e era seu dono o falecido comendador Manuel Coelho Moreira. Actualmente pertence ao seu neto Manuel Alberto da Silva Coelho Moreira. Aqui nasceu o 1.º Visconde de Rebordosa (Faustino Coelho Moreira).
- Casa com Torre Medieval/ Casa do Retiro: pertence a Ritinha Coelho da Silva.
- Quinta do Alto/Casa do Engenheiro: é uma mansão rural dos finais do século XIX, a qual mantém em grande parte o estilo da construção antiga, de uma casa agrícola, típica da região. É rodeada por um amplo núcleo ajardinado, com piscina nele incluída. Para além de uma pequena exploração agro-pecuária, existe também uma cavalariça, com vários cavalos que podem ser montados em picadeiro próprio ou efectuar passeios por locais onde se poderá disfrutar o sossego e a beleza da natureza. Localiza-se a cerca de 20 km da cidade do Porto e a 10 km da cidade de Paredes.

II - Breve caracterização geográfica e demográfica

Ocupando uma área de 12,06 km2, é uma das maiores freguesias do concelho de Paredes.
A proximidade a um dos nós da A4 torna Gandra numa localização atractiva e extremamente aprazível para habitar. Possui ainda acessos rodoviários pela EN 15.

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