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2423 | II Série A - Número 076 | 18 de Julho de 2001

 

e aar (corrente). Para o Dr. Pedro Ferreira, Baltar deriva de Walter, nome germânico pessoal, que também esteve na origem de nomes como Gualter, Balteiro, etc.
Segundo o "Arqueólogo português", Baltar é um nome geográfico já documentado em 1087.
A antiguidade do povoamento de Baltar deve atribuir se à época romana, testemunhada pelos restos de fortificações castrejas e construções dolménicas.
No lugar do Padrão foi encontrado também, em tempos, um dólmen de dimensões extraordinárias, onde se pode observar as suas decorações profusas, que o tornavam numa verdadeira capela mortuária. Entre as tradições populares ligadas ao dólmen figuram inevitáveis lendas de tesouros escondidos e uma curiosa narrativa de que ali fora enterrada a caixa do correio no tempo das invasões francesas.
Durante a Idade Média, Baltar pertenceu ao concelho de Aguiar de Sousa. Em 1386 D. João I concedeu lhe o título de honra e doou a ao seu vassalo João Rodrigues Pereira. Este, por sua vez, trocou esta recém criada honra com o seu primo D. Nuno Álvares Pereira. Esta troca aconteceu em 30 de Outubro de 1401.
Passou, assim, Baltar para a posse do Condestável, o qual por sua vez, a doou à sua filha e marido, os Condes de Barcelos e primeiros Condes de Bragança.
Com foral próprio, Baltar tinha câmara com dois vereadores, juiz ordinário, tribunal, cadeia, forca e pelourinho, e estava sujeita à justiça superior de Barcelos.
Elevada à categoria de vila, Baltar tinha a partir daqui enormes direitos, só comparáveis às maiores povoações do Reino. D. João VI, a 6 de Março de 1723, confirmou esses privilégios.
Até ao século XIX Baltar pertenceu então à casa de Bragança. Em 1834, fruto do prestígio alcançado ao longo dos séculos, formou concelho próprio, que, no entanto, teria uma curta duração, pois foi extinto em 1837.
Deste efémero concelho faziam parte nove freguesias: Baltar, Cete, Vandoma, Astromil, Gandra, Sobrado, São Martinho do Campo, Rebordosa e Lordelo. À excepção de Sobrado e São Martinho do Campo, todas as outras seriam posteriormente integradas no concelho de Paredes.
Em termos económicos, foi importante, durante a idade moderna, a feira de Baltar.
Segundo as "Memórias paroquiais" de 1758, a importante feira da freguesia, mensal, começara a realizar se em 1755 e decorria no dia 16 de cada mês. O requerimento às entidades competentes tinha sido em 1746, mas só nove anos depois, curiosamente, foram pagos os emolumentos, muito provavelmente, em Julho ou Agosto de 1755. Em Fagilde, coração da freguesia, tinha lugar uma feira de gado e artigos domésticos.
A tradição comercial teve sempre grande peso na vida da freguesia. Ainda no século XIX havia uma grande casa comercial, conhecida por "Loja do Brasileiro", onde as pequenas lojas e o povo se iam abastecer. Havia também, nessa altura, mercearias, padarias, doçarias, lojas de fazenda, farmácia, etc. Progresso assinalável, e precoce, aquele que se verificou em Baltar.
Os almocreves desempenharam também, até certa altura, papel de destaque. Em relação a eles, diz José do Barreiro, "houve uma importante colónia de almocreves, que faziam o serviço de recovagem entre o Porto e várias terras do País, por meio de numerosas arreatadas ou récuas de soberbos machos espanhóis e alentejanos. Os Capelas, de Fagilde, eram os recoveiros reais para Vila Viçosa; os Sás, do lugar da Gandarinha, faziam o serviço para Bragança; os Violas, de Figueira da Porta, faziam recovagens entre o Porto e Vila Real; os Ermidas, do lugar da Ferida d'Água, trabalhavam para Vila Flor; o José Bernardo, do lugar da Feira, para Murça; e outros mais. Com o sistema de locomoção moderna tudo isso acabou, mas ficou na gente da terra o génio trabalhador".
Actualmente, ficaram para trás os almocreves, e Baltar é uma freguesia de grande movimento, comercial e industrial. Uma vasta diversidade de estabelecimentos comerciais é acompanhada pelas inúmeras oficinas e pequenas fábricas de mobiliário.
É, sem dúvida, uma freguesia moderna e progressista. O kartódromo construído recentemente (1994) simboliza o progresso e o grau civilizacional que atingiu a freguesia.
Baltar e as invasões francesas: foi em Paredes que, em 1809, aquando da sua retirada, o exército francês "largou o fogo à pólvora e encravou a artilharia que não podia conduzir". Na cruzada que opôs o exército napoleónico ao resto do mundo, Portugal acabou também por se ver envolvido. A recusa em colaborar com o Império Gaulês, contra Inglaterra, significou três invasões ao nosso país, entre 1807 e 1810. A segunda invasão, comandada por Soult, é aquela que nos interessa mais, porque nela se viu envolvido o concelho de Paredes. Junot havia sido expulso do País em 1808, após o grito de revolta da cidade do Porto, que ecoou por todo o País e motivou as vitórias da Roliça e Vimeiro. No ano seguinte, Soult, que tentara entrar em Portugal por Caminha e Vila Nova de Cerveira, sem sucesso, interna se no nosso país por Trás os Montes. Apesar da forte resistência das populações, e muito sangue derramado, os franceses conseguem avançar até Braga. Aqui chegadas as tropas gaulesas dividiram se em três colunas, com um único destino: o Porto. A primeira coluna, comandada por Franceschi e Mermet, tomou a estrada velha de Guimarães para Santo Tirso. A segunda coluna, comandada pelo próprio Soult, dirigiu se à Barca da Trofa. A terceira, dirigida por Lorge, seguiu por Barcelos em direcção à Ponte do Ave. Chegaram então os franceses à cidade invicta e dela se apoderaram. Tudo parecia definitivamente decidido, mas numa manhã o Duque da Dalmácia, que passara a noite no sumptuoso Palácio das Carrancas, recebe a notícia de que decorria uma violenta troca de tiros entre as sentinelas do General Foy, postadas no alto do Bonfim e Nova Sintra, e alguns destacamentos das tropas portuguesas e inglesas, que atravessavam o Rio de Quebrantões. Soult fora apanhado de surpresa. Sempre pensara que o contra ataque dos portugueses iria acontecer, sim, mas a partir da zona da Foz, e afinal tudo se passou exactamente do lado contrário. A tropa conjugada de Wellesley e Hill avançara durante a noite anterior até Vila Nova de Gaia. Ao amanhecer as tropas já estavam no sopé de Campanhã, com

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