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13 | II Série A - Número: 054 | 9 de Fevereiro de 2008


economia em todas as regiões. No entanto, pela sua própria natureza, também é reconhecida a sua especial vulnerabilidade às oscilações da economia e de mercado.

2 — Do perfil dos empreendedores

Mostram os resultados do Observatório da Criação de Empresas que os empreendedores portugueses são, na sua maioria, jovens. Em média têm 37 anos, sendo que a idade mais frequente é de 30 anos. Mais de metade, 52%, têm menos de 35 anos e cerca de 80% têm 45 anos ou menos. Outro dado interessante tem a ver com as habilitações literárias dos empreendedores, pois entre os mais jovens (26-35 anos) cerca de metade possuem, no mínimo, frequência universitária, contrariando a tendência dos escalões etários mais altos, nomeadamente com mais de 45 anos, onde mais de metade dos empreendedores concluiu, no máximo, o ensino secundário, sendo que a maioria destes tem apenas a escolaridade obrigatória.
De notar, por outro lado, que as start-ups portuguesas não fogem à regra da estrutura em que se inserem, apresentando uma dimensão reduzida, a qual fica patente a vários níveis, como ao nível do capital social — o capital social mínimo é a opção mais vulgar — ou do número de sócios — 85% das sociedades recém criadas têm um sócio (37%) ou dois sócios (49%). Uma nota ainda para o facto de o lançamento de uma empresa com familiares ser uma opção relativamente frequente, tendo em conta que em 1/3 das start-ups isso acontece (na grande maioria destes casos a sociedade é constituída exclusivamente por membros de uma família). Outra mostra da reduzida dimensão inicial das empresas tem ainda a ver com a dimensão do mercado no qual pretendem operar, já que a grande maioria elege o mercado local como principal fonte de geração de negócios. Contudo, é também certo que os processos de internacionalização fazem parte, desde o início, das estratégias de um número significativo de start-ups, uma vez que em mais de ¼ destas foram feitos planos de penetração em mercados externos no decorrer dos primeiros três anos de actividade.
Por último, é interessante constatar que os empreendedores portugueses parecem estar a apostar definitivamente nas novas tecnologias, aproveitando os benefícios que estas lhes trazem, estando cada vez mais a recorrer aos websites como uma montra das suas empresas e dos seus produtos e serviços desde o primeiro momento. Neste sentido, cerca de 70% das start-ups vão ter um site na Internet, na sua grande maioria com informações sobre a empresa e informações sobre os seus produtos ou serviços, eventualmente mesmo com catálogos, sendo também já em grande número aquelas que também terão funcionalidades de venda (recepção de encomendas ou venda electrónica) nos seus sites.
Considerando o desenho do tecido das PME nacionais, cumpre-nos fazer uma resenha da sua idiossincrasia, que é simultaneamente uma vulnerabilidade e uma oportunidade. Assim, temos uma estrutura empresarial com as seguintes características: é constituída em 99,6% por PME, a maior parte das quais micro ou pequenas empresas; os seus empreendedores são maioritariamente homens, relativamente jovens, ainda com um nível médio de habilitações relativamente baixo, mas melhorando claramente na proporção inversa à idade; já as start-ups portuguesas entram no mercado com expectativas moderadas, tanto em termos de facturação como também em termos de dimensão do seu mercado, uma vez que o mercado de proximidade tem um peso muito grande na sua actividade; contudo, é também cada vez mais significativo o número de start-ups que colocam a internacionalização na sua agenda de curto prazo; por outro lado, é já nítida a aposta dos empreendedores na utilização das novas tecnologias, uma vez que a grande maioria das start-ups pretende ter um site na Internet, não só como montra dos seus produtos e serviços, mas também para a própria comercialização dos mesmos.

3 — Do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional)

O QREN introduz uma nova visão na aplicação de fundos estruturais, reforça o sentido de competitividade, aposta na competitividade das empresas e na capacidade da sociedade portuguesa gerar parcerias.
Esse é o cenário em que os programas operacionais do QREN vão operar em ordem à concretização de uma aposta na promoção das redes de PME, com vista ao reforço do potencial endógeno e à capacitação das regiões. O QREN tem como prioridade reforçar a internacionalização e a inovação das empresas. Esta prioridade traduz uma aposta na competitividade empresarial orientada para um padrão de especialização internacional das nossas empresas, eixo estruturante do QREN. Uma das linhas dos sistemas de incentivos à