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23 | II Série A - Número: 102 | 23 de Abril de 2009

4. Caracterização geográfica, física e socioeconómica A freguesia de Tavarede está localizada no centro do concelho da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, de cuja sede concelhia dista cerca de 3 kms. Tem como freguesias fronteiriças Brenha a Norte; Alhadas e Vila Verde a Nascente, S. Julião a Sul e Buarcos e S. Julião a Poente.
Com uma área de cerca de 12 kms2, Tavarede é constituída pelos seguintes lugares: Abadias, Condados, Várzea, Vila Robim, Alto S. João, Quinta da Esperança, Quinta do Paço, Senhor do Areeiro, Azenhas, Pijeiros, Casal da Robala, Saltadouro, Ferrugenta, Broeiras, Matiôa, Chã, Casal da Areia, Caceira, Carritos e Vergieira.
―Tavarede está situada no fundo da bacia em um vale profundo, apenas a quatro metros acima do nível do mar, na direcção do poente ao nascente até à Cumieira, a serra da Boa Viagem.
Duas ramificações desta serra partem – uma do ponto da povoação da serra, prolongando-se pelos Condados para o sul, até chegar ao lugar do Senhor do Areeiro a 600 metros ao poente de Tavarede, onde termina o horizonte dessa povoação por este lado; – outra, partindo da mesma serra e na direcção de Cabanas, estende-se pelo Saltadouro, Prazo, Araújo, Casal da Robala, e principiando a deprimir-se neste ultimo ponto acaba na margem do Mondego, junto dos estaleiros.
Um outro monte principia a elevar-se junto do lugar do Senhor do Areeiro, continuando a ramificação da serra perdida naquele ponto. A partir dali, o monte continua por alguma distância e divide-se depois em três partes: uma que segue para o sudoeste, e é aquela em que assenta a nossa igreja matriz; a outra, paralela a esta, é a base da Rua da Lomba; a terceira, crescendo do pinhal para o sueste, assenta nela o casal da Lapa, indo depois perder o nome junto dos estaleiros.
A bacia em que assenta Tavarede, emoldurada do norte, nascente e poente, pelos montes que designei, é aberta ao sul do lado onde passa o Mondego, a dois quilómetros abaixo daquela povoação. Tem de comprimento, do norte a sul 2500 metros, e de largura 70, sendo atravessada longitudinalmente por um ribeiro que recebe as águas das vertentes da Serra da Boa Viagem e do Saltadouro, e, passado à extremidade do lado nascente de Tavarede, deslizando pela planície abaixo, vai pela fonte da Várzea a desaguar no Mondego.
No decurso do trajecto do ribeiro estão montadas três azenhas. A bacia, é em grande parte destituída de terreno próprio para ser agricultado, a parte mais próxima do rio é ocupada por marinhas de sal, cujas propriedades pertencem a indivíduos desta vila e terá uma área de 150.000m.q. Segue-se-lhe para norte quase outro tanto de superfície de terreno em parte apaúlado e abandonado a pousio e à espontânea vegetação de juncais. Mais para cima, – talvez não erre a estima – um terço da superfície total da bacia que envolve Tavarede serve de cultivo de cereais e produtos hortenses, mas em tão pequena quantidade que mal compensa o trabalho do lavrador, tanto que, os proprietários, na maior parte da Figueira, têm preferido trazer arrendadas essas terras a cultiva-las por conta. Os rendeiros, não obstante correr por suas mãos todo o serviço do cultivo, tiram bem magros recursos desse trabalho e tanto que uma grande parte deles, não podendo viver unicamente destes proventos, vem aqui empregar-se quase todo o ano, prestando os seus serviços braçais nos armazéns de vinhos, como carreiros, ou em outros misteres.
Quase toda aquela planície possui para esta vila um magnifico caminho a macadame, que, partindo da proximidade da quinta do Dr. Borges, a quatrocentos metros abaixo de Tavarede, vem para o sul, em volta, a encontrar a fonte da Várzea, e para diante daqui sobe a um alto onde se bifurca para o sul a encontrar a extremidade desta vila pelo lado do Mato, e para poente vem encostado ao cemitério, a sair ao pinhal (a quinta do Dr. Borges foi herdada por seu sobrinho senhor Robim Borges, daí vindo, posteriormente, o nome de ―Vila do Robim‖).
Desde os seus princípios, Tavarede tem sido uma terra vocacionada para a agricultura, bem como nos tempos anteriores à monarquia já existiam marinhas de sal em Tavarede.
Também a laranja de Tavarede teve fama, no século XVII, chegou a ser exportada para Roma, onde nunca terão visto fruta tão saborosa.
No ano de 1489, o cabido da Sé de Coimbra incentiva a vida económica do Couto de Tavarede e, para o efeito, facilita a indústria artesanal de cerâmica, permitindo a Afonso Pires, ferreiro, morador em Tavarede, que na sua casa construa um forno de cozer louça.
Os carreiros foi uma das profissões que mais tradição deixou em Tavarede. Embora não fosse exclusivo de uma só família, tiveram grande fama, e durante muitas dezenas de anos, aqueles que ficaram conhecidos

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