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II SÉRIE-A — NÚMERO 86

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Acresce que a instabilidade económica e financeira da Europa – que gera mais de 85% das dormidas

internacionais em Portugal – e a evolução do PIB, emprego e rendimento disponível, aconselha, também,

maior prudência na projeção dos fluxos turísticos.

Foi neste contexto que o atual Executivo avançou com uma nova estratégia para o turismo – de acordo

com as opções estratégicas aprovadas pelo Programa do XIX Governo –, embora sem abandonar trabalho

feito no PNET, promovendo um ajustamento nos objetivos do Plano Estratégico Nacional do Turismo e para

que estes se adaptassem à nova realidade macroeconómica.

Com efeito, no âmbito da revisão dos objetivos do Plano Nacional Estratégico do Turismo (PNET), o

Governo apresentou para discussão pública uma proposta de revisão que concretiza uma nova visão

estratégia do Governo para o Turismo, assente na diferenciação e autenticidade do serviço e do produto,

orientada por princípios de eficiência na gestão dos recursos financeiros e regulação da atividade, com vista

ao reforço da competitividade do setor e com objetivos de crescimento mais adaptados à realidade.

Os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP partilham das prioridades definidas pelo Governo no

domínio das medidas e opções estratégicas incluídas no PNET, entre outras, ao nível do reforço da

atratividade do Turismo e em conferir maior expressão aos programas de Turismo Sénior, Turismo para

Emigrantes e Turismo para Cidadãos com deficiências e incapacidades, Turismo Religioso e Turismo de

Saúde, ou ainda aos programas de Turismo Residencial.

Particularmente no tocante à dinamização do turismo temático e no objetivo estratégico de

incentivar a oferta de experiências que qualifiquem e diferenciem o produto turístico, os deputados

subscritores enfatizam a necessidade de valorizar o Turismo Religioso no contexto da atual revisão do

Plano Nacional Estratégico do Turismo.

Com efeito, no quadro na discussão da proposta de revisão ao PNET, entendemos que este é o tempo

certo para analisar aqueles que poderão vir a ser os principais eixos de promoção do turismo nacional ao

longo dos próximos anos. Em particular, é nossa convicção que o Turismo Religioso, enquanto potencial de

um produto estratégico e prioritário, deverá consolidar-se como um fator gerador de riqueza para o País.

Aliás, os últimos dados disponíveis, dizem-nos que 3/4 do património material e imaterial português se

calcula ser religioso, entre igrejas, mosteiros, sinagogas, arte sacra, etc., e já hoje, se estima que o turismo

religioso corresponde a um total de 10% do movimento turístico em Portugal.

Também o afluxo de cerca de 5 milhões de visitantes por ano, por exemplo, em Fátima, passando por

todas as outras “rotas” religiosas do país como Braga, Porto, Lisboa, as judiarias, etc., são motivo bastante

para fazer refletir sobre este recurso estratégico para o turismo nacional.

No contexto mundial, a realidade tem-nos igualmente vindo a mostrar que este segmento de turismo

movimenta um número superior a 1,9 biliões de turistas.

Assim, os grupos parlamentares subscritores entendem que Portugal não pode ficar à margem

desta discussão, com posicionamentos claros de outros países nesta matéria, Santiago de

Compostela, Lourdes, Roma, Terra Santa, Meca, enfim, todos símbolos e expoentes máximos de

religiões e países, que o turismo tem sabido galvanizar.

O próprio Turismo de Portugal, IP, e a Associação Mundial de Turismo Religioso reconhecem que os dados

existentes estão longe de serem totalmente fidedignos, estima-se que além de Fátima (com os seus mais de 5

milhões visitantes anuais), destinos como o Bom Jesus de Braga, Sameiro, São Gonçalo de Amarante,

Santuário da N. Sr.ª da Lapa e São Bento da Porta Aberta poderão atrair cerca de um milhão de visitantes

anuais. O Santuário da Nossa Senhora da Penha em Guimarães regista igualmente um número significativo

de visitantes.

De igual modo, também em Portugal se nota o efeito positivo de um outro centro religioso peninsular:

Santiago de Compostela. A seguir ao chamado Caminho Francês de Santiago, é o Caminho Português Central

de Santiago, com mais de 30 mil peregrinos anuais, que mais pessoas atrai. Só em 2010 foram contabilizados

no Caminho Português Central de Santiago peregrinos de cerca de 52 nacionalidades (desde o Brasil até à

Nova Zelândia, Austrália, Japão e Coreia do Sul).

De fato, o percurso português, embora ainda longe de esgotado o seu potencial de exploração turística

corresponderá hoje a cerca de 13% do volume global de peregrinos a Santiago de Compostela.