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Terça-feira, 31 de maio de 2016 II Série-A — Número 89
XIII LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2015-2016)
S U M Á R I O
Propostas de lei [n.os 16 e 21/XIII (1.ª)]: N.º 21/XIII (1.ª) — Alteração à Lei n.º 7/2009, de 12 de N.º 16/XIII (1.ª) [Regime da responsabilidade financeira do fevereiro – obrigação de prestação de serviços de transporte Estado na prestação de cuidados de saúde aos utentes do marítimo para as regiões autónomas durante a greve Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma dos Açores, (ALRAM). pelo Serviço Nacional de Saúde e consagração do princípio da reciprocidade]: Projeto de resolução n.º 351/XIII (1.ª): — Relatório da discussão e votação na especialidade da Pela melhoria dos cuidados de saúde no hospital de Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Santarém (PS). Administrativa e proposta de alteração apresentada pelo PSD.
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PROPOSTA DE LEI N.º 16/XIII (1.ª)
[REGIME DA RESPONSABILIDADE FINANCEIRA DO ESTADO NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE
SAÚDE AOS UTENTES DO SERVIÇO REGIONAL DE SAÚDE DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES,
PELO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E CONSAGRAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE
Relatório da discussão e votação na especialidade da Comissão de Orçamento, Finanças e
Modernização Administrativa e proposta de alteração apresentada pelo PSD
Relatório da discussão e votação na especialidade
1. Nota Introdutória
A Proposta de Lei n.º 16/XIII (1.ª) (ALRAA), que deu entrada na Assembleia da República a 22 de fevereiro
de 2016, foi aprovada na generalidade na sessão plenária de 13 de maio de 2016.
Tendo baixado à Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, para apreciação na
especialidade, no dia 13 de maio de 2016, foram apresentadas propostas de alteração, por parte do PSD, em
24 de maio. Em reunião de 25 de maio, a COFMA procedeu à discussão e votação da iniciativa, na
especialidade, bem como das propostas de alteração apresentadas.
2. Resultados da Votação na Especialidade
Todas as propostas de alteração foram aprovadas por unanimidade, tal como o foram as restantes normas
que não foram objeto de propostas de alteração
Palácio de São Bento, 25 de maio de 2016.
A Presidente da Comissão, Teresa Leal Coelho.
Proposta de alteração apresentadas pelo PSD
Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados
apresentam as seguintes propostas de alteração à Proposta de Lei n.º 16/XIII (1.ª) (ALRAA):
Título
Regime da responsabilidade financeira do Estado na prestação de cuidados de saúde aos utentes dos
serviços regionais de saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, pelo Serviço Nacional de
Saúde e consagração do princípio da reciprocidade
Artigo 1.º
[…]
A presente Lei estabelece o regime que enquadra a responsabilidade financeira do Estado na prestação de
cuidados de saúde aos utentes dos Serviços Regionais de Saúde (SRS) das Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira, pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e consagra, nesse domínio, o princípio da reciprocidade.
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Artigo 2.º
[…]
1- No cumprimento do princípio da reciprocidade quanto à gratuitidade da prestação de cuidados de saúde,
não são cobrados, pelo SNS, ou entidades nele integradas, aos utentes ou às unidades de saúde dos SRS, os
cuidados de saúde prestados aos utentes dos SRS.
2- […].
Artigo 3.º
[…]
Os termos em que se efetua o processamento ao Estado, pelas unidades de saúde do SNS, dos custos
derivados da prestação de cuidados de saúde aos utentes dos SRS, são regulados por portaria do ministro
competente em matéria da saúde.
Artigo 4.º
[…]
As situações de custos derivados da prestação de cuidados de saúde aos utentes dos SRS, que, à data da
entrada em vigor da presente lei, configurem uma situação de dívida perante as entidades integradas no SNS,
serão resolvidos por um grupo de trabalho conjunto constituído entre o Governo da República e os Governos
Regionais dos Açores e da Madeira.
Artigo 5.º
[…]
[…]
Assembleia da República, 24 de maio de 2016.
Os Deputados do PSD: António Leitão Amaro — Sara Madruga da Costa — Duarte Pacheco — Rubina
Berardo — Inês Domingos — Paulo Neves.
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PROPOSTA DE LEI N.º 21/XIII (1.ª)
ALTERAÇÃO À LEI N.º 7/2009, DE 12 DE FEVEREIRO – OBRIGAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE TRANSPORTE MARÍTIMO PARA AS REGIÕES AUTÓNOMAS DURANTE A GREVE
O direito de greve é um direito fundamental consagrado no artigo 57.º da Constituição da República
Portuguesa. Segundo este preceito, a lei não pode limitar o âmbito dos interesses a defender através da greve,
mas deve definir as condições de prestação, durante a greve, quer dos serviços necessários à segurança e
manutenção de equipamentos e instalações, quer dos serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação
de necessidades sociais impreteríveis.
Tratando-se de um direito fundamental, o direito de greve só pode ser restringido ou limitado nos justos
termos previstos no artigo 18.º da Constituição da República Portuguesa, isto é, na medida do necessário para
salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos e tendo em conta o respeito pelos
princípios da necessidade, da adequação e da proporcionalidade.
Apesar de ser um direito fundamental, o direito de greve não é um direito absoluto, podendo ser
regulamentado por lei e esta regulamentação pode constituir objetivamente numa restrição ao seu exercício,
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mas apenas quando se destine a promover a segurança e manutenção de equipamentos e instalações e a
ocorrer â satisfação de necessidades sociais impreteríveis e se limite ao necessário para salvaguardar outros
direitos e interesses constitucionalmente protegidos.
O Código do Trabalho procede à regulamentação do direito de greve, nos seus artigos 530.º a 543.º. Neste
quadro, os conceitos de “necessidades sociais impreteríveis” e de “serviços mínimos” assumem grande
relevância, já que da sua definição e dos termos em que for feita depende a maior ou menor restrição do direito
de greve, nos termos admitidos pela Constituição da República Portuguesa e pela lei. Assim, as necessidades
sociais impreteríveis a que se refere o n.º 3 do artigo 57.º da Constituição da República Portuguesa são aquelas
necessidades cuja não satisfação se traduz na violação dos direitos e interesses constitucionalmente protegidos
e não meros inconvenientes ou transtornos resultantes da privação ocasional de determinado bem ou serviço.
Na mesma linha, a definição de serviços mínimos deve destinar-se a evitar prejuízos extremos e injustificados,
mantendo por outro lado a eficácia própria da greve.
Assinale-se, por fim, que a jurisprudência do Tribunal da Relação de Lisboa tem decidido maioritariamente a
favor das decisões do Tribunal Arbitral que fixam serviços mínimos muito amplos, com base em meras
percentagens do serviço normal, e sem devida ponderação das necessidades sociais impreteríveis a satisfazer
durante o período de greve.
Concomitantemente, incumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico e social, de acordo com a
Constituição da República Portuguesa, promover a correção das desigualdades derivadas da insularidade das
regiões autónomas, conforme disposto na alínea e) do artigo 81.º da Constituição da República Portuguesa.
Constitui, portanto, obrigação constitucional do Estado assegurar uma situação de continuidade territorial das
regiões com o restante território continental. Esse mesmo princípio é consagrado nos respetivos Estatutos
Político-Administrativo, assente na necessidade de corrigir as desigualdades estruturais, originadas pelo
afastamento e pela insularidade, visando a plena consagração dos direitos de cidadania da população insular,
vinculando o Estado ao seu cumprimento, de acordo com as suas obrigações constitucionais.
A materialização destes imperativos constitucionais e estatutários remete para as obrigações de
solidariedade por parte do Estado que, numa região insular distante, tem incidência especial em domínios como
os transportes, as comunicações o acesso a recursos energéticos e, em particular, no que concerne aos
transportes de mercadorias abastecedoras entre o Continente português e as regiões autónomas. Os deveres
de solidariedade a que o Estado está obrigado no assumir dos custos da insularidade distante, e no cumprimento
do princípio estatutário da continuidade territorial, devem requerer que os residentes nas regiões autónomas
não sejam prejudicados no fornecimento de bens essenciais à sua vida (produtos alimentícios, combustíveis,
etc.), por via da impossibilidade de transporte por força da paralisação dos portos no território continental.
Em conformidade com este conceito de “continuidade territorial”, é justo defender, para os portugueses
residentes nestas parcelas insulares do território nacional, o reconhecimento de medidas específicas que
assegurem condições materiais compensatórias capazes de suprir as desvantagens decorrentes da
descontinuidade territorial imposta pelos mares e da insuficiência de alternativa aos meios de fornecimento dos
bens essenciais. A separação oceânica tem custos e repercussões em nada equiparáveis aos custos e
repercussões que, a título de exemplo, uma greve dos funcionários portuários em Lisboa tem para a cidade de
Lisboa. E são estas desvantagens resultantes, não só da distância, mas, sobretudo, da condição insular que
urgem ser superadas.
Por consequência, propõe-se justamente que seja assegurado e legalmente reconhecido, como necessidade
social impreterível, atividades económicas ou sociais, integradas ou não nos setores já previstos na lei da greve,
enquanto estabeleçam ligações às regiões autónomas, assegurando a disponibilidade ou o acesso de pessoas,
bens, equipamentos, combustíveis, recursos energéticos ou serviços ao restante território nacional.
Ao lado de serviços mínimos indispensáveis para denominados setores económicos, é fundamental que a lei
olhe e preveja a situação das ilhas e a difícil condição em que se encontram as suas populações em momentos
em que o exercício do direito à greve pode significar ou agravar o seu isolamento, a carência de bens alimentares
ou de equipamentos ou a falta de serviços essenciais. Não está em causa todo um setor económico mas tão só
a atividade que diz exclusivamente respeito às regiões insulares portuguesas.
Foi especialmente sentido na recente greve que afetou o porto de Lisboa, com dificuldades e até
estrangulamentos no fornecimento de bens às regiões que a eles acedem pela via marítima, conduzindo a
ruturas de stocks, faltas e significativos prejuízos para as pessoas e empresas.
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Constitui, assim, objetivo do presente diploma promover um aditamento à “Lei da Greve”, conforme prevista
no Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na redação atual, incluindo essas
atividades, como necessidade social impreterível e merecedora da obrigação da prestação destes serviços em
períodos de greves.
Assim, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nos termos no disposto na alínea f) do n.º
1 do artigo 227.º da Constituição da República Portuguesa e na alínea b) do n.º 1 do artigo 37.º do Estatuto
Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de junho, com as
alterações introduzidas pelas Leis n.os 130/99, de 21 de agosto, e 12/2000, de 21 de junho, apresenta à
Assembleia da República a seguinte proposta de lei:
Artigo 1.º
É alterado o artigo 537.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na redação
e sistematização dadas pelas Leis n.os 105/2009, de 14 de setembro, 53/2011, de 14 de outubro, 23/2012, de
25 de junho, 47/2012, de 29 de agosto, e 69/2013, de 30 de agosto, 27/2014, de 8 de maio, 55/2014, de 25 de
agosto, 28/2015, de 14 de abril, e 120/2015, de 1 de setembro, e 8/2016, de 1 de abril, passando a ter a seguinte
redação:
«Artigo 537.º
[…]
1 – (…).
2 – Considera-se, nomeadamente, empresa ou estabelecimento que se destina à satisfação de necessidades
sociais impreteríveis o que se integra em algum dos seguintes setores:
a) (…);
b) (…);
c) (…);
d) (…);
e) (…);
f) (…);
g) (…);
h) (…);
i) (…);
j) Quaisquer atividades económicas ou sociais, integradas ou não nos setores acima referidos, enquanto
estabeleçam ligações às regiões autónomas, assegurando a disponibilidade ou o acesso de pessoas, bens,
equipamentos, combustíveis, recursos energéticos ou serviços ao restante território nacional, abrangendo as
respetivas cargas e descargas.
3 – (…).
4 – (…).»
Artigo 2.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Aprovado em Sessão Plenária da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em 19 de maio
de 2016.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, José Lino Tranquada Gomes.
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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 351/XIII (1.ª)
PELA MELHORIA DOS CUIDADOS DE SAÚDE NO HOSPITAL DE SANTARÉM
O Hospital Distrital de Santarém serve uma população de cerca de 200 mil pessoas na região da Lezíria do
Tejo no distrito de Santarém. É um edifico da década de 1980 e que necessita de um conjunto de obras,
designadamente no bloco operatório, obras essas que já foram assumidas pelo Ministério da Saúde.
Nos últimos tempos temos assistido a várias notícias sobre Hospital Distrital de Santarém, nomeadamente
em relação às situações caóticas nas urgências, aos receios da população sobre a perda de valências e à
necessidade das já referidas obras.
Segundo os dados vindos a público, o ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) da Lezíria do Tejo conta
com cerca de 40 mil cidadãos sem médico de família. A falta de médicos é uma realidade da região, por todos
reconhecida e que importa combater.
O Serviço Nacional de Saúde é um património histórico do Partido Socialista, mas que nesta região não está
a servir condignamente os cidadãos, sendo esta uma problemática consensual entre autarcas, utentes e os
profissionais de saúde.
Assim, face ao exposto, nos termos regimentais e constitucionais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados
propõem que a Assembleia da República adote a seguinte:
RESOLUÇÃO
A Assembleia da República recomenda ao Governo, nos termos do nº 5 do artigo 166º da Constituição da
República Portuguesa o seguinte:
1. Garanta a existência de condições para um reforço do quadro de pessoal e dos meios materiais no
Hospital Distrital de Santarém e nos centros de saúde de saúde do ACES Lezíria do Tejo;
2. Crie condições para que as obras no Bloco Operatório do Hospital de Santarém sejam iniciadas e
concluídas no mais breve espaço de tempo.
Palácio de São Bento, 27 de maio de 2016.
Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista: Hugo Costa — Idália Salvador Serrão — António
Gameiro.
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