O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE MAIO DE 2018

17

PROJETO DE LEI N.º 879/XIII (3.ª)

DETERMINA A ABOLIÇÃO DE CORRIDAS DE TOUROS EM PORTUGAL

1 – Apontamentos históricos

A realização de touradas nunca foi consensual na sociedade portuguesa e ao longo dos últimos séculos

verificaram-se vários períodos em que praticamente deixaram de existir em Portugal1.

A Igreja Católica dividiu-se desde sempre entre aqueles que promoviam e tiravam benefício financeiro das

touradas e os que se lhe opunham terminantemente. Em 1567 o Papa Pio V viu-se na necessidade de reforçar

a proibição das touradas preconizadas pelo Concílio de Trento (1545-1563), através da Bula "Salute Gregis

Dominici", onde condenava à excomunhão todos os católicos que nela participassem ou a ela assistissem,

decretando ainda que não fosse dada sepultura eclesiástica aos católicos que morressem na sequência de

qualquer espetáculo taurino.

“Nós, portanto, considerando que esses espetáculos de se correrem touros e outras feras em corro ou

praça, são alheios da piedade e caridade cristã. E querendo desterrar esses jogos sanguinolentos e ímpios,

mais de demónios do que de homens, e providenciar, quanto com ajuda de Deus podemos, à salvação das

almas, a todos os príncipes cristãos, e a cada um em particular, dos constituídos em qualquer dignidade tanto

eclesiástica como temporal, ou imperial, ou real, ou de qualquer outra sorte, e seja qual for o cargo que

exerçam; ou a quaisquer comunidades e repúblicas, proibimos e vedamos por esta nossa Constituição, válida

para sempre, e sob as penas de excomunhão e anátema, em que hão de incorrer se a isto contravierem, que

em suas províncias, cidades, senhorios, vilas e lugares, permitam espetáculos, deste género, em que se

corram toiros e outros animais… Aos clérigos não menos, tanto regulares como seculares, e a todos os

providos, proibimos, sob pena de excomunhão, que entrem em tais espetáculos. E cessamos todas as

obrigações de juramento e votos contraídas seja por quem for, ou que de futuro hajam contrair-se perante

qualquer universidade ou congregação, de entrarem nesses jogos touros ainda que (segundo a opinião falsa

dessas pessoas) seja para honrar os Santos, ou qualquer solenidade ou festividade eclesiástica. Porque os

Santos e a Igreja, só com louvores divinos, gozos espirituais, e obras pias se devem celebrar, e não por

aquela forma…".

Esta Bula levou ao desaparecimento da tradição das touradas em Itália e em França, à exceção de

algumas localidades a sul do país sob maior influência espanhola.

Durante a governação do Cardeal D. Henrique, as touradas desapareceram do solo português. Em 1582,

Filipe II de Espanha e I de Portugal, dá a conhecer as ordens do Papa Gregório XIII, omitindo, no entanto, a

proibição da participação dos clérigos e autorizando as corridas de touros em Lisboa, exceto aos domingos e

dias santos, com a explicação de que "a barbárie humana está ainda entranhada nas corridas de touros, não

há dúvidas de que a igreja continua a condenar, tal como fez no passado, estes espetáculos sangrentos e

vergonhosos".

O sucessor de Gregório XIII, Sixto V (Papa entre 1585 e 1590), sabendo das desobediências clericais,

contacta o Bispo de Salamanca (Breve "Nuper siquidem") exigindo que se castigassem os insurgentes. Esta

carta foi tornada pública pelo referido bispo através de uma dura Carta Pastoral, em que avisa "doravante, não

se ouse dizer, nem ensinar, nem aconselhar, que as ditas pessoas eclesiásticas podem assistir aos ditos

espetáculos sem incorrer em pecado…". Os clérigos aficionados da Universidade de Salamanca recorreram a

Filipe II para que pedisse a revogação das determinações papais, mas este escusou-se a fazê-lo. Quando foi

escolhido o novo Papa – Clemente VIII (1592-1605), os referidos clérigos contrataram dois procuradores para

negociarem com o Papa, tendo conseguido em 1596 uma nova resolução mais suave, permitindo aos clérigos

seculares participarem discretamente, mantendo a proibição aos clérigos regulares e durante os dias festivos.

O padre Manuel Bernardes (1644-1710) escreveu "O jogo de feras foi introdução do demónio, como todas

as mais do gentilismo, para que o coração humano perdesse o horror à morte e derramamento de sangue (…)

quem gosta, ou de assistir ou de se expor a tal perigo, não lhe falta muito para bárbaro ou ímpio."

Em 1680, o Papa Inocêncio XI (1676-1689) publicou o Decreto Apostólico "Non sine graui", o qual enviou a

1 http://basta.pt/astouradasemportugal/

Páginas Relacionadas
Página 0029:
16 DE MAIO DE 2018 29 Assembleia da República, 16 de maio de 2018. Os
Pág.Página 29
Página 0030:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 30 Artigo 1.º Objeto A p
Pág.Página 30
Página 0031:
16 DE MAIO DE 2018 31 freguesias, do transferido em 2018, nos seguintes termos:
Pág.Página 31
Página 0032:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 32 organização e gestão de órgãos e serviços
Pág.Página 32
Página 0033:
16 DE MAIO DE 2018 33 n) [Anterior alínea m)]; o) [Anterior alínea n)].
Pág.Página 33
Página 0034:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 34 5 - […]. 6 - […]. 7 - […]
Pág.Página 34
Página 0035:
16 DE MAIO DE 2018 35 17 - A deliberação a que se refere o n.º 1 deve ser comunica
Pág.Página 35
Página 0036:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 36 Artigo 22.º […] 1 -
Pág.Página 36
Página 0037:
16 DE MAIO DE 2018 37 3 - […]. 4 - […]. 5 - A receita do IVA cobra
Pág.Página 37
Página 0038:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 38 transferências financeiras correspondentes
Pág.Página 38
Página 0039:
16 DE MAIO DE 2018 39 inferior a 1,25 vezes aquela média durante aquele período;
Pág.Página 39
Página 0040:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 40 as freguesias integradas em municípios com
Pág.Página 40
Página 0041:
16 DE MAIO DE 2018 41 2 - […]. 3 - Os limites são vinculativos para o ano
Pág.Página 41
Página 0042:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 42 b) Não aumente a dívida total do município
Pág.Página 42
Página 0043:
16 DE MAIO DE 2018 43 informadas, nos mesmos termos, as entidades referidas no núme
Pág.Página 43
Página 0044:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 44 Artigo 68.º Receitas e despesas
Pág.Página 44
Página 0045:
16 DE MAIO DE 2018 45 6 - Para efeitos da troca de informação prevista nas alíneas
Pág.Página 45
Página 0046:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 46 março, na sua redação atual, e todas as ob
Pág.Página 46
Página 0047:
16 DE MAIO DE 2018 47 não se aplica às receitas provenientes, nomeadamente de:
Pág.Página 47
Página 0048:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 48 Artigo 30.º-A Fundo de Financiament
Pág.Página 48
Página 0049:
16 DE MAIO DE 2018 49 prossecução das novas competências são anualmente previstos n
Pág.Página 49
Página 0050:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 50 prevista no artigo 51.º. Art
Pág.Página 50
Página 0051:
16 DE MAIO DE 2018 51 Artigo 7.º Consolidação do regime financeiro das autar
Pág.Página 51
Página 0052:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 52 a) O regime de responsabilidade financeira
Pág.Página 52
Página 0053:
16 DE MAIO DE 2018 53 ANEXO (a que se refere o artigo 6.º) Republicaç
Pág.Página 53
Página 0054:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 54 i) «Responsabilidades contingentes», possí
Pág.Página 54
Página 0055:
16 DE MAIO DE 2018 55 orçamental. 4 - A eventual redução de transferências d
Pág.Página 55
Página 0056:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 56 Artigo 8.º Princípio da solidarieda
Pág.Página 56
Página 0057:
16 DE MAIO DE 2018 57 despesas de todos os seus órgãos e serviços sem autonomia fin
Pág.Página 57
Página 0058:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 58 organização e gestão de órgãos e serviços
Pág.Página 58
Página 0059:
16 DE MAIO DE 2018 59 sempre a democraticidade e a autonomia do poder local.
Pág.Página 59
Página 0060:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 60 Artigo 16.º Isenções e benefícios f
Pág.Página 60
Página 0061:
16 DE MAIO DE 2018 61 5 - A receita líquida dos encargos a que se refere o número a
Pág.Página 61
Página 0062:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 62 aplicada a fórmula prevista no número ante
Pág.Página 62
Página 0063:
16 DE MAIO DE 2018 63 24 - Até à aprovação do regulamento referido no número anteri
Pág.Página 63
Página 0064:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 64 2 - A criação de taxas pelos municípios es
Pág.Página 64
Página 0065:
16 DE MAIO DE 2018 65 freguesias, destinados ao financiamento das atribuições ou co
Pág.Página 65
Página 0066:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 66 efetuadas ao abrigo do presente artigo.
Pág.Página 66
Página 0067:
16 DE MAIO DE 2018 67 CAPÍTULO III Repartição de recursos públicos
Pág.Página 67
Página 0068:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 68 município. 6 - Para efeitos do disp
Pág.Página 68
Página 0069:
16 DE MAIO DE 2018 69 despesas determinadas, relativas a atribuições e competências
Pág.Página 69
Página 0070:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 70 3 - Cada município, através do seu órgão e
Pág.Página 70
Página 0071:
16 DE MAIO DE 2018 71 município i. 4 - Quando a CMMi seja, em três anos cons
Pág.Página 71
Página 0072:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 72 centros de dia e programas de apoio ao dom
Pág.Página 72
Página 0073:
16 DE MAIO DE 2018 73 a) 20% com base na densidade populacional apurada nos termos
Pág.Página 73
Página 0074:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 74 CAPÍTULO IV Regras orçamentais
Pág.Página 74
Página 0075:
16 DE MAIO DE 2018 75 Artigo 45.º Calendário orçamental
Pág.Página 75
Página 0076:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 76 Artigo 46.º-B Plano Plurianual de I
Pág.Página 76
Página 0077:
16 DE MAIO DE 2018 77 celebração se mantenham ao longo de dois ou mais mandatos, sã
Pág.Página 77
Página 0078:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 78 7 - Os empréstimos têm um prazo de vencime
Pág.Página 78
Página 0079:
16 DE MAIO DE 2018 79 autorização prévia dos membros do Governo responsáveis pelas
Pág.Página 79
Página 0080:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 80 municipalizados e intermunicipalizados, be
Pág.Página 80
Página 0081:
16 DE MAIO DE 2018 81 prevista no orçamento respetivo inferior a 85% são informadas
Pág.Página 81
Página 0082:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 82 comunicação ao membro do Governo responsáv
Pág.Página 82
Página 0083:
16 DE MAIO DE 2018 83 incumprimento do plano é de conhecimento oficioso pela DGAL,
Pág.Página 83
Página 0084:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 84 numa conta da DGAL, e podem ser aplicados
Pág.Página 84
Página 0085:
16 DE MAIO DE 2018 85 k) Quaisquer outras receitas permitidas por lei. 4 - C
Pág.Página 85
Página 0086:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 86 TÍTULO IV Contabilidade, prestação
Pág.Página 86
Página 0087:
16 DE MAIO DE 2018 87 gestão e as seguintes demonstrações financeiras: a) Ba
Pág.Página 87
Página 0088:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 88 Artigo 78.º Deveres de informação <
Pág.Página 88
Página 0089:
16 DE MAIO DE 2018 89 responsáveis pelas áreas das finanças e das autarquias locais
Pág.Página 89
Página 0090:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 90 TÍTULO IV-A Descentralização de com
Pág.Página 90
Página 0091:
16 DE MAIO DE 2018 91 administração direta ou indireta do Estado, ou pelo setor emp
Pág.Página 91
Página 0092:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 92 legais que os excecionavam dos limites de
Pág.Página 92
Página 0093:
16 DE MAIO DE 2018 93 previstos no respetivo plano de reequilíbrio financeiro, desd
Pág.Página 93
Página 0094:
II SÉRIE-A — NÚMERO 114 94 decorridos 15 dias sobre a sua publicação,
Pág.Página 94