O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE DEZEMBRO DE 2019

201

tenha sido avançada, algumas destas comissões perduram, tendo também sofrido aumentos ao longo da

última década. A DECO tem alertado para esta mesma problemática, identificando e denunciando comissões

que considera «bizarras», como é caso exemplificativo a cobrança de 56,12 Euros, em média, pela emissão

de declarações oficiais sobre a conta bancária, quando esta é em muitos casos exigida ao consumidor para

fins legais, fiscais ou para obtenção de apoios sociais. Por serviços de processamento de prestações de

crédito cobram-se em média 30 euros por ano em comissões por um serviço que é, na realidade, um

pagamento ao banco. Também na emissão de declarações de término do contrato ou emissão de documentos

que atestam da extinção da dívida previamente contraída, a chamada emissão do distrate, são cobradas

comissões.

Ao aumento generalizado das comissões cobradas, desproporcionais face aos serviços a que

correspondem, acresce ainda a possibilidade de as instituições de crédito poderem, na prática, alterar

unilateralmente as condições das contas contratualizadas no âmbito de operações de crédito (por exemplo).

Sendo verdade que a lei já prevê a transferência para outra instituição em caso de alteração unilateral das

condições contratuais, e que esta é livre nos restantes casos, a experiência diz-nos que há outras barreiras à

saída que importa acautelar. Por hábito, familiaridade, confiança, conveniência ou desconhecimento, os

clientes tendem a não mudar de banco.

A prática do setor bancário tem sido por isso a do aproveitamento deste poder de mercado, determinado

não só pelas barreiras à saída já mencionadas, como pela coincidência entre os valores praticados pelos

maiores bancos em Portugal. Por mais complexas que sejam as estruturas de comissões, não deixa de ser

evidente que os valores dos principais serviços são muito semelhantes.

Não é demais recordar que, em setembro deste ano, a Autoridade da Concorrência (AdC) condenou 14

bancos «por prática concertada de troca de informação comercial sensível, durante um período de mais de

dez anos, entre 2002 e 2013». No seu comunicado, a AdC refere ainda que «cada banco sabia, com particular

detalhe, rigor e atualidade, as características da oferta dos outros bancos, o que desencorajava os bancos

visados de oferecerem melhores condições aos clientes, eliminando a pressão concorrencial, benéfica para os

consumidores» e que «o setor e a oferta de produtos de crédito afetados no presente caso assume uma

importância crucial na vida dos consumidores em geral, tanto particulares, como empresas, prejudicando-as

de forma direta e imediata, uma vez que a prática incidiu sobre segmentos chave da atividade bancária, como

são o crédito habitação, o crédito ao consumo e o crédito às empresas». Falamos de 14 bancos, numa prática

que decorreu ao longo de mais de dez anos e que só se tornou conhecida porque houve uma denúncia

interna. Não houve qualquer intervenção, que se conheça, nesta matéria, das autoridades supervisoras

durante este período.

Nada indica, portanto, que o livre funcionamento do mercado conduza a respostas adequadas para este

problema. Sendo verdade que existem no mercado casos pontuais de instituições que, à data, cobram

comissões inferiores, é preciso referir que i) na sua maioria, estes são serviços que operam exclusivamente

em linha (Internet), o que não garante a acessibilidade a todos os cidadãos; e ii) são serviços novos no

mercado, não existindo garantias que os atuais preçários não sejam promocionais e portanto parte de uma

estratégia de captação de clientes e que, uma vez atingido o objetivo, o preçário se venha a assemelhar ao

resto do mercado, aplicando-se então as mesmas barreiras à saída. Esta é uma situação comum noutros

setores, como o das comunicações.

Todas estas razões tem justificado um conjunto de intervenções legislativas e regulatórias para tentar

travar o avanço abusivo das comissões bancárias e promover a inclusão financeira. A mais importante prende-

se certamente com a criação do regime dos serviços mínimos bancários, que deveria fornecer uma alternativa

básica a custos controlados. A sua aplicação ficou, no entanto, muito aquém dos objetivos, sendo utilizada por

apenas um universo muito restrito de pessoas – existiam 78 733 contas de serviços mínimos bancários no final

do 1.º semestre de 2019. Da mesma forma, podemos hoje concluir que os restantes esforços legislativos

foram insuficientes. As comissões bancárias são motivo de indignação generalizada na medida em que afetam

clientes particulares, mas também muitas pequenas e médias empresas.

O acesso a serviços bancários é uma necessidade a que ninguém pode escapar e é dever das políticas

públicas garantir que este acontece em condições de justiça e proporcionalidade.

Para além de novas soluções legislativas e regulatórias, que se devem aplicar a todas as instituições

financeiras em pé de igualdade, é inegável que a Caixa Geral de Depósitos, como banco de capitais

Páginas Relacionadas
Página 0017:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 17 residences: considerations on Law n.º 13/2016 of 23 may. C
Pág.Página 17
Página 0018:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 18 2019, tendo sido admitido no dia 6 de novem
Pág.Página 18
Página 0019:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 19 sobre o artigo 5.º do referido diploma e, fixando a redaçã
Pág.Página 19
Página 0020:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 20 No mesmo sentido, por considerar que «a aná
Pág.Página 20
Página 0021:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 21 que foi apreciado, a 21 de novembro de 2019, em reunião da
Pág.Página 21
Página 0022:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 22 Nota Técnica
Pág.Página 22
Página 0023:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 23 I. Análise da iniciativa  A iniciati
Pág.Página 23
Página 0024:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 24 Com os propósitos enunciados, apresenta uma
Pág.Página 24
Página 0025:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 25 edifícios, obter um maior conhecimento da verdadeira exten
Pág.Página 25
Página 0026:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 26 – A Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro, rela
Pág.Página 26
Página 0027:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 27  O n.º 2 do artigo 3.º19 do diploma define o prazo de um
Pág.Página 27
Página 0028:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 28 II. Enquadramento parlamentar
Pág.Página 28
Página 0029:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 29 – Projeto de Resolução n.º 2105/XIII/4.ª (CDS-PP) – Recome
Pág.Página 29
Página 0030:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 30 – Projeto de Resolução n.º 302/XIII/1.ª (BE
Pág.Página 30
Página 0031:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 31 A entrada em vigor da iniciativa «no dia seguinte ao da su
Pág.Página 31
Página 0032:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 32 A Diretiva supra mencionada estabelecia ain
Pág.Página 32
Página 0033:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 33 todo o amianto existente [2012/2065 (INI)] e ao parecer de
Pág.Página 33
Página 0034:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 34 FRANÇA O Decret 96-1133, du d
Pág.Página 34
Página 0035:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 35 VIII. ANEXO – Quadros Comparativos Qu
Pág.Página 35
Página 0036:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 36 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 36
Página 0037:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 37 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 37
Página 0038:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 38 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 38
Página 0039:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 39 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 39
Página 0040:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 40 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 40
Página 0041:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 41 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 41
Página 0042:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 42 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 42
Página 0043:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 43 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 43
Página 0044:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 44 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 44
Página 0045:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 45 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 45
Página 0046:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 46 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 46
Página 0047:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 47 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto de Lei n.º 21/XI
Pág.Página 47
Página 0048:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 48 Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro Projeto d
Pág.Página 48
Página 0049:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 49 Quadro comparativo das propostas de alteração à Lei
Pág.Página 49
Página 0050:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 50 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Pr
Pág.Página 50
Página 0051:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 51 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Projeto de Lei n.
Pág.Página 51
Página 0052:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 52 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Pr
Pág.Página 52
Página 0053:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 53 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Projeto de Lei n.
Pág.Página 53
Página 0054:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 54 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Pr
Pág.Página 54
Página 0055:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 55 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Projeto de Lei n.
Pág.Página 55
Página 0056:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 56 Lei n.º 63/2018, de 10 de outubro Pr
Pág.Página 56
Página 0057:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 57 PROJETO DE LEI N.º 27/XIV/1.ª (APROVA O ESTA
Pág.Página 57
Página 0058:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 58 antigos combatentes para efeitos de atribui
Pág.Página 58
Página 0059:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 59 3. Breve enquadramento legal nacional e antecedente
Pág.Página 59
Página 0060:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 60 – O Decreto-Lei n.º 466/99, de 6 de novembr
Pág.Página 60
Página 0061:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 61 pode ser atribuída uma prestação suplementar de invalidez
Pág.Página 61
Página 0062:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 62 Na Legislatura anterior, com objeto coincid
Pág.Página 62
Página 0063:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 63 Palácio de S. Bento, 3 de dezembro de 2019. O Deput
Pág.Página 63
Página 0064:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 64 O proposto estatuto sintetiza o enquadramen
Pág.Página 64
Página 0065:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 65 designadamente, pensões de reforma, de sobrevivência e de
Pág.Página 65
Página 0066:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 66 Decreto-Lei n.º 466/99) e, mais recentement
Pág.Página 66
Página 0067:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 67 De entre a regulamentação daquele decreto-lei, refira-se a
Pág.Página 67
Página 0068:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 68 – O Decreto-Lei n.º 240/98, de 7 de agosto,
Pág.Página 68
Página 0069:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 69 e regulamentados nas Leis n.º 9/2002, de 11 de fevereiro,
Pág.Página 69
Página 0070:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 70 vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da
Pág.Página 70
Página 0071:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 71 (artigos L251-1 a L251-4 R251-1 a R*251-6) e por a taxa de
Pág.Página 71
Página 0072:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 72  Armed Forces Pension Scheme 15 (início a
Pág.Página 72
Página 0073:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 73 Os veteranos têm o direito de receber apoio administrado o
Pág.Página 73
Página 0074:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 74 e o Veteran’s designation on a state-issued
Pág.Página 74
Página 0075:
4 DE DEZEMBRO DE 2019 75 PROJETO DE LEI N.º 37/XIV/1.ª (ESTABELECE MEDIDAS D
Pág.Página 75
Página 0076:
II SÉRIE-A — NÚMERO 24 76 A presente iniciativa deu entrada a 22 de n
Pág.Página 76