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Quarta-feira, 26 de agosto de 2020 II Série-A — Número 138
XIV LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2019-2020)
S U M Á R I O
Regimento da Assembleia da República n.º 1/2020:
Regimento da Assembleia da República.
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REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2020
REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
A Assembleia da República, nos termos da alínea a) do artigo 175.º da Constituição, aprova o seguinte:
Artigo 1.º
Aprovação do Regimento da Assembleia da República
1 – É aprovado em anexo o Regimento da Assembleia da República.
2 – Para além das alterações aprovadas em votação final global a 23 de julho de 2020, o novo Regimento
da Assembleia da República integra as alterações ao Regimento da Assembleia da República n.º 1/2007, de
20 de agosto, aprovadas em votação final global em 20 de dezembro de 2019 e 14 de fevereiro de 2020, e que
reportaram a produção dos seus efeitos aos dias seguintes aos da respetiva aprovação, com a necessária
ressistematização e renumeração de preceitos.
Artigo 2.º
Anexos ao Regimento
Fazem parte integrante do Regimento da Assembleia da República:
a) As grelhas de direitos potestativos, como anexo I;
b) A grelha de avocações pelo Plenário em matéria de votação na especialidade do Orçamento do Estado,
como anexo II.
Artigo 3.º
Disposição transitória
A Conferência de Líderes aprova até 14 de setembro de 2020 as grelhas de tempos previstas no
Regimento.
Artigo 4.º
Norma revogatória
É revogado o Regimento n.º 1/2007, de 20 de agosto, alterado pelos Regimentos da Assembleia da
República n.os 1/2010, de 14 de outubro, 1/2017, de 21 de abril, e 1/2018, de 22 de janeiro.
Artigo 5.º
Entrada em vigor
O presente Regimento entra em vigor no dia 1 de setembro de 2020.
Aprovado em 23 de julho de 2020.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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ANEXO
REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
TÍTULO I
Deputados e grupos parlamentares
CAPÍTULO I
Deputados
SECÇÃO I
Mandato dos Deputados
Artigo 1.º
Início e termo do mandato
O início e o termo do mandato dos Deputados, bem como a suspensão, substituição e renúncia, efetuam-
se nos termos do Estatuto dos Deputados e demais legislação aplicável.
Artigo 2.º
Verificação de poderes
1 – Os poderes dos Deputados são verificados pela Assembleia da República, precedendo parecer da
comissão parlamentar competente ou, na sua falta, de uma comissão parlamentar de verificação de poderes,
de composição consonante com os critérios do artigo 29.º.
2 – A verificação de poderes consiste na apreciação da regularidade formal dos mandatos e na apreciação
da elegibilidade dos Deputados cujos mandatos sejam impugnados por facto que não tenha sido objeto de
decisão judicial com trânsito em julgado.
3 – O direito de impugnação cabe a qualquer Deputado e é exercido até ao encerramento da discussão do
parecer.
4 – O Deputado cujo mandato seja impugnado tem o direito de defesa perante a comissão parlamentar
competente e perante o Plenário e de exercer as suas funções até deliberação definitiva deste, por escrutínio
secreto.
5 – Para exercer o direito de defesa previsto no número anterior, o Deputado pode usar da palavra por
tempo não superior a 15 minutos na comissão e a cinco minutos no Plenário.
6 – No caso de ter havido impugnação, o prazo para instrução do processo não pode exceder 30 dias,
improrrogáveis.
Artigo 3.º
Perda do mandato
1 – A perda do mandato verifica-se:
a) Nos casos previstos no Estatuto dos Deputados;
b) Quando o Deputado não tome assento na Assembleia até à quarta reunião ou deixe de comparecer a
quatro reuniões do Plenário por cada sessão legislativa, salvo motivo justificado.
2 – A justificação das faltas a que se refere a alínea b) do n.º 1 deve ser apresentada ao Presidente da
Assembleia da República no prazo de cinco dias a contar do termo do facto justificativo.
3 – A perda de mandato é declarada pela Mesa em face do conhecimento comprovado de qualquer dos
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factos referidos no n.º 1, precedendo parecer da comissão parlamentar competente, de acordo com o disposto
no Estatuto dos Deputados.
4 – A decisão da Mesa é notificada ao interessado e publicada no Diário da Assembleia da República,
doravante designado por Diário.
5 – O Deputado posto em causa tem o direito de ser ouvido e de recorrer para o Plenário nos 10 dias
subsequentes, mantendo-se em funções até deliberação definitiva deste, por escrutínio secreto.
6 – Qualquer outro Deputado tem igualmente o direito de recorrer no mesmo prazo, mediante requerimento
escrito e fundamentado, que é publicado no Diário.
7 – O Plenário delibera sem debate prévio, tendo o Deputado posto em causa o direito de usar da palavra
por tempo não superior a 15 minutos.
8 – Da deliberação do Plenário que confirma a declaração de perda do mandato, ou a declara, há lugar a
recurso para o Tribunal Constitucional, nos termos da alínea g) do n.º 2 do artigo 223.º da Constituição e da lei
que regula a organização, funcionamento e processo do Tribunal Constitucional.
SECÇÃO II
Poderes
Artigo 4.º
Poderes dos Deputados
1 – Constituem poderes dos Deputados, a exercer singular ou conjuntamente, nos termos do Regimento,
designadamente os seguintes:
a) Apresentar projetos de revisão constitucional;
b) Apresentar projetos de lei, de regimento ou de resolução, designadamente de referendo, e propostas de
deliberação, e requerer o respetivo agendamento;
c) Participar e intervir nos debates parlamentares, nos termos do Regimento;
d) Fazer perguntas ao Governo sobre quaisquer atos deste ou da Administração Pública, salvo o disposto
na lei em matéria de segredo de Estado;
e) Requerer e obter do Governo ou dos órgãos de qualquer entidade pública os elementos, informações e
publicações oficiais que considerem úteis para o exercício do seu mandato;
f) Requerer a constituição de comissões parlamentares de inquérito;
g) Apresentar propostas de alteração;
h) Requerer a apreciação de decretos-leis para efeitos de cessação de vigência ou de alteração;
i) Requerer a urgência do processamento de qualquer projeto ou proposta de lei ou de resolução ou de
projeto de deliberação, bem como da apreciação de qualquer decreto-lei para efeitos de cessação de vigência
ou de alteração;
j) Apresentar moções de censura ao Governo;
k) Participar nas discussões e votações;
l) Propor a constituição de comissões parlamentares eventuais;
m) Propor a realização de audições parlamentares;
n) Requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização da constitucionalidade e da legalidade de normas nos
termos dos artigos 278.º e 281.º da Constituição;
o) Interpor recurso para o Tribunal Constitucional da deliberação do Plenário da Assembleia que confirma a
declaração de perda de mandato, ou a declara, nos termos da alínea g) do n.º 2 do artigo 223.º da
Constituição e da lei.
2 – Para o regular exercício do seu mandato constituem poderes dos Deputados:
a) Tomar lugar nas salas do Plenário e das comissões parlamentares e usar da palavra nos termos do
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Regimento;
b) Desempenhar funções específicas na Assembleia;
c) Propor alterações ao Regimento.
SECÇÃO III
Direitos e deveres
Artigo 5.º
Direitos e deveres dos Deputados
Os direitos e deveres dos Deputados estão definidos na Constituição, no Estatuto dos Deputados, no
regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos e nas demais
disposições legais aplicáveis, nas disposições do presente Regimento da Assembleia da República, no Código
de Conduta dos Deputados à Assembleia da República e nas disposições regulamentares emitidas ao abrigo
da lei.
CAPÍTULO II
Grupos parlamentares
Artigo 6.º
Constituição dos grupos parlamentares
1 – Os Deputados eleitos por cada partido ou coligação de partidos podem constituir-se em grupo
parlamentar.
2 – A constituição de cada grupo parlamentar efetua-se mediante comunicação dirigida ao Presidente da
Assembleia da República, assinada pelos Deputados que o compõem, indicando a sua designação, bem como
o nome do respetivo presidente e dos vice-presidentes, se os houver.
3 – Qualquer alteração na composição ou presidência do grupo parlamentar é comunicada ao Presidente
da Assembleia da República.
4 – As comunicações a que se referem os n.os 2 e 3 são publicadas no Diário.
Artigo 7.º
Organização dos grupos parlamentares
1 – Cada grupo parlamentar estabelece livremente a sua organização.
2 – As funções de Presidente da Assembleia da República, de Vice-Presidente da Assembleia da
República ou de membro da Mesa são incompatíveis com as de presidente de grupo parlamentar.
Artigo 8.º
Poderes dos grupos parlamentares
Constituem poderes de cada grupo parlamentar:
a) Participar nas comissões parlamentares em função do número dos seus membros, indicando os seus
representantes nelas;
b) Determinar a ordem do dia de um certo número de reuniões plenárias, nos termos do artigo 62.º;
c) Provocar, com a presença do Governo, a realização de debates de urgência, nos termos do artigo 72.º;
d) Provocar, por meio de interpelação ao Governo, a realização de dois debates em cada sessão legislativa
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sobre assunto de política geral ou sectorial;
e) Provocar a realização de debates de atualidade, nos termos do artigo 74.º;
f) Exercer iniciativa legislativa;
g) Apresentar moções de rejeição ao programa do Governo;
h) Apresentar moções de censura ao Governo;
i) Requerer a constituição de comissões parlamentares de inquérito;
j) Produzir declarações de voto orais após cada votação final global, nos termos do artigo 155.º.
Artigo 9.º
Direitos dos grupos parlamentares
Constituem direitos de cada grupo parlamentar:
a) Eleger a sua direção e determinar a sua organização e regulamento internos;
b) Escolher a presidência de comissões parlamentares e subcomissões, nos termos dos artigos 29.º e 33.º;
c) Ser ouvido na fixação da ordem do dia e interpor recurso para o Plenário da ordem do dia fixada;
d) Solicitar à Comissão Permanente a convocação do Plenário;
e) Produzir declarações políticas em Plenário, nos termos do artigo 71.º;
f) Requerer a interrupção da reunião plenária, nos termos do artigo 69.º;
g) Ser informado, regular e diretamente, pelo Governo, sobre o andamento dos principais assuntos de
interesse público;
h) Dispor de locais de trabalho na sede da Assembleia, bem como de pessoal técnico e administrativo da
sua confiança, nos termos da lei.
Artigo 10.º
Único representante de um partido
1 – Ao Deputado que seja único representante de um partido é atribuído o direito de intervenção, a efetivar
nos termos do Regimento:
a) Nos debates das matérias de prioridade absoluta referidas no n.º 2 do artigo 60.º;
b) Nas declarações políticas em Plenário, nos termos previstos no artigo 71.º;
c) Nos termos das demais disposições que prevejam expressamente a sua intervenção.
2 – O Deputado que seja único representante de um partido dispõe de locais de trabalho na sede da
Assembleia, bem como de pessoal técnico e administrativo da sua confiança, nos termos da lei.
3 – Constituem ainda direitos do Deputado que seja único representante de um partido:
a) Ser ouvido na fixação da ordem do dia e interpor recurso para o Plenário da ordem do dia fixada;
b) Ser informado, regular e diretamente, pelo Governo, sobre o andamento dos principais assuntos de
interesse público.
Artigo 11.º
Deputados não inscritos em grupo parlamentar
Os Deputados que não integrem qualquer grupo parlamentar, e que não sejam únicos representantes de
um partido, comunicam o facto ao Presidente da Assembleia da República e exercem o seu mandato como
Deputados não inscritos.
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TÍTULO II
Organização da Assembleia
CAPÍTULO I
Presidente da Mesa
SECÇÃO I
Presidente
DIVISÃO I
Estatuto e eleição
Artigo 12.º
Presidente da Assembleia da República
1 – O Presidente representa a Assembleia da República, dirige e coordena os seus trabalhos e exerce
autoridade sobre todos os funcionários e agentes e sobre as forças de segurança postas ao serviço da
Assembleia.
2 – O Presidente da Assembleia da República substitui interinamente o Presidente da República, nos
termos do artigo 132.º da Constituição.
Artigo 13.º
Eleição do Presidente da Assembleia da República
1 – As candidaturas para Presidente da Assembleia da República devem ser subscritas por um mínimo de
um décimo e um máximo de um quinto do número de Deputados.
2 – As candidaturas são apresentadas ao Presidente da Assembleia da República em exercício até duas
horas antes do momento da eleição.
3 – A eleição tem lugar na primeira reunião plenária da legislatura.
4 – É eleito Presidente da Assembleia da República o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos
dos Deputados em efetividade de funções.
5 – Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de votos, procede-se imediatamente a segundo
sufrágio, ao qual concorrem apenas os dois candidatos mais votados que não tenham retirado a candidatura.
6–- Se nenhum candidato for eleito, é reaberto o processo.
Artigo 14.º
Mandato do Presidente da Assembleia da República
1 – O Presidente da Assembleia da República é eleito por legislatura.
2 – O Presidente da Assembleia da República pode renunciar ao cargo mediante comunicação à
Assembleia, tornando-se a renúncia efetiva imediatamente, sem prejuízo da sua ulterior publicação no Diário.
3 – No caso de renúncia ao cargo ou vagatura, procede-se a nova eleição no prazo de 15 dias.
4 – A eleição do novo Presidente da Assembleia da República é válida pelo período restante da legislatura.
Artigo 15.º
Substituição do Presidente da Assembleia da República
1 – O Presidente da Assembleia da República é substituído nas suas faltas ou impedimentos por cada um
dos Vice-Presidentes da Assembleia da República.
2 – Em caso de doença, impedimento oficial de duração superior a sete dias ou ausência no estrangeiro, o
Presidente da Assembleia da República é substituído pelo Vice-Presidente da Assembleia da República do
grupo parlamentar a que pertence o Presidente ou pelo Vice-Presidente que o Presidente designar.
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3 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, a cada Vice-Presidente da Assembleia da República
cabe assegurar as substituições do Presidente da Assembleia da República por período correspondente ao
quociente da divisão do número de meses da sessão legislativa pelo número de Vice-Presidentes.
4 – Para os efeitos do número anterior, os Vice-Presidentes da Assembleia da República iniciam o
exercício das funções por ordem decrescente da representatividade dos grupos parlamentares por que tenham
sido propostos.
DIVISÃO II
Competência do Presidente da Assembleia da República
Artigo 16.º
Competência quanto aos trabalhos da Assembleia
1 – Compete ao Presidente da Assembleia da República quanto aos trabalhos da Assembleia da
República:
a) Representar a Assembleia e presidir à Mesa;
b) Marcar as reuniões plenárias e fixar a ordem do dia de harmonia com o disposto nos artigos 59.º e
seguintes;
c) Admitir ou rejeitar os projetos e as propostas de lei ou de resolução, os projetos de deliberação, os
projetos de voto e os requerimentos, verificada a sua regularidade regimental, sem prejuízo do direito de
recurso para a Assembleia;
d) Submeter às comissões parlamentares competentes, para efeito de apreciação, o texto dos projetos ou
propostas de lei e dos tratados ou acordos, indicando, se o tema respeitar a várias, qual de entre elas é
responsável pela preparação do parecer referido no n.º 1 do artigo 129.º, cabendo à outra ou outras habilitar
aquela com os respetivos contributos;
e) Promover a constituição das comissões parlamentares, acompanhar e incentivar os respetivos trabalhos
e velar pelo cumprimento dos prazos que lhes forem fixados pela Assembleia;
f) Promover a constituição das delegações parlamentares, acompanhar e incentivar os respetivos trabalhos
e velar para que contribuam para a visibilidade externa e para o prestígio da Assembleia e do País;
g) Dinamizar a constituição dos grupos parlamentares de amizade, das comissões mistas
interparlamentares e de outros organismos que se ocupem do diálogo da Assembleia com os países amigos
de Portugal, acompanhar e incentivar os respetivos trabalhos e velar pelo cumprimento dos regulamentos
sobre a matéria;
h) Convocar os presidentes das comissões parlamentares e das subcomissões para se inteirar dos
respetivos trabalhos;
i) Receber e encaminhar para as comissões parlamentares competentes as representações ou petições
dirigidas à Assembleia;
j) Propor suspensões do funcionamento efetivo da Assembleia;
k) Presidir à Comissão Permanente;
l) Presidir à Conferência de Líderes;
m) Presidir à Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares;
n) Pedir parecer à comissão parlamentar competente sobre conflitos de competências entre comissões
parlamentares;
o) Mandar publicar no Diário da República as resoluções da Assembleia, nos termos do n.º 6 do artigo
166.º da Constituição;
p) Manter a ordem e a disciplina, bem como a segurança da Assembleia, podendo para isso requisitar e
usar os meios necessários e tomar as medidas que entender convenientes;
q) Ordenar retificações no Diário;
r) Apreciar a regularidade das candidaturas apresentadas por Deputados para cargos eletivos, bem como
anunciar os resultados da eleição e proclamar os candidatos eleitos;
s) Superintender o pessoal ao serviço da Assembleia;
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t) Em geral, assegurar o cumprimento do Regimento e das deliberações da Assembleia.
2 – Compete ao Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes:
a) Promover o desenvolvimento de ferramentas que visem o contacto direto ou indireto dos Deputados
com os seus eleitores, nomeadamente a criação de formas de atendimento aos eleitores, a funcionar nos
respetivos círculos eleitorais;
b) Estabelecer protocolos de acordo e de assistência com instituições de ensino superior;
c) Superintender o portal da Assembleia da República na Internet e em redes sociais e o Canal
Parlamento;
d) Convidar, a título excecional, individualidades nacionais e estrangeiras a tomar lugar na sala das
reuniões plenárias e a usar da palavra.
3 – O Presidente da Assembleia da República pode delegar nos Vice-Presidentes da Assembleia da
República da Assembleia da República o exercício dos seus poderes e competências, por despacho publicado
no Diário.
Artigo 17.º
Competência quanto às reuniões plenárias
1 – Compete ao Presidente da Assembleia da República quanto às reuniões plenárias:
a) Presidir às reuniões plenárias, declarar a sua abertura, suspensão e encerramento, e dirigir os
respetivos trabalhos;
b) Conceder a palavra aos Deputados e aos membros do Governo e assegurar a ordem dos debates;
c) Dar oportuno conhecimento à Assembleia das mensagens, informações, explicações e convites que lhe
sejam dirigidos;
d) Pôr à discussão e votação as propostas e os requerimentos admitidos.
2 – O Presidente da Assembleia da República pode pedir esclarecimentos e tomar a iniciativa de conceder
a palavra a Deputados, sempre que tal se torne necessário para a boa condução dos trabalhos.
3 – Das decisões do Presidente da Assembleia da República tomadas em reunião plenária cabe sempre
reclamação, bem como recurso para o Plenário.
Artigo 18.º
Competência quanto aos Deputados
1 – Compete ao Presidente da Assembleia da República quanto aos Deputados:
a) Julgar as justificações das faltas dos Deputados às reuniões plenárias, nos termos do artigo 3.º;
b) Deferir os pedidos de substituição temporária, nos termos do Estatuto dos Deputados;
c) Solicitar à Comissão Parlamentar de Transparência e Estatuto dos Deputados a apreciação de conflitos
de interesses ou a realização de inquéritos a factos ocorridos no âmbito da Assembleia da República que
comprometam a honra ou dignidade de qualquer Deputado, bem como a eventuais irregularidades graves
praticadas com violação dos deveres dos Deputados;
d) Receber e mandar publicar as declarações de renúncia ao mandato;
e) Promover junto da comissão parlamentar competente as diligências necessárias à verificação de
poderes dos Deputados;
f) Dar seguimento aos requerimentos e perguntas apresentados pelos Deputados, nos termos do artigo 4.º;
g) Autorizar as deslocações de caráter oficial.
2 – O Presidente da Assembleia da República pode delegar nos Vice-Presidentes da Assembleia da
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República ou nos demais membros da Mesa o exercício das competências referidas nas alíneas a), f) e g) do
número anterior, por despacho publicado no Diário.
Artigo 19.º
Competência relativamente a outros órgãos
Compete ao Presidente da Assembleia da República relativamente a outros órgãos:
a) Enviar ao Presidente da República, para os efeitos da alínea b) do artigo 134.º da Constituição, os
decretos da Assembleia da República;
b) Enviar ao Presidente da República, para os efeitos da alínea b) do artigo 135.º da Constituição, os
tratados internacionais, depois de aprovados;
c) Comunicar, para os efeitos previstos no artigo 195.º da Constituição, ao Presidente da República e ao
Primeiro-Ministro os resultados das votações sobre moções de rejeição do programa do Governo, bem como
sobre moções de confiança e de censura ao Governo;
d) Marcar, de acordo com o Governo, as reuniões plenárias em que os seus membros estão presentes
para responder a perguntas e pedidos de esclarecimento dos Deputados;
e) Assinar os documentos expedidos em nome da Assembleia;
f) Chefiar as delegações da Assembleia de que faça parte.
DIVISÃO III
Conferência de Líderes
Artigo 20.º
Funcionamento da Conferência de Líderes
1 – O Presidente da Assembleia da República reúne-se com os presidentes dos grupos parlamentares, ou
seus substitutos, para apreciar os assuntos previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 16.º e outros previstos no
Regimento, sempre que o entender necessário para o regular funcionamento da Assembleia.
2 – O Governo tem o direito de se fazer representar na Conferência de Líderes e pode intervir nos assuntos
que não se relacionem exclusivamente com a Assembleia.
3 – Os representantes dos grupos parlamentares têm na Conferência de Líderes um número de votos igual
ao número dos Deputados que representam.
4 – As decisões da Conferência de Líderes, na falta de consenso, são tomadas por maioria, estando
representada a maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções.
DIVISÃO IV
Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares
Artigo 21.º
Funcionamento e competências da Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares
1 – A Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares reúne com regularidade, a fim de
acompanhar os aspetos funcionais da atividade destas, bem como avaliar as condições gerais do processo
legislativo e a boa execução das leis.
2 – A Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares é presidida pelo Presidente da
Assembleia da República, o qual pode delegar.
3 – À Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares compete, em especial:
a) Participar na coordenação dos aspetos de organização funcional e de apoio técnico às comissões
parlamentares;
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b) Avaliar as condições gerais do processo legislativo, na ótica da boa elaboração das leis e da eficiência
dos trabalhos parlamentares;
c) Promover a elaboração, no início de cada sessão legislativa, de um relatório de progresso relativo à:
i) Aprovação e entrada em vigor das leis e da sua consequente regulamentação, incluindo o
cumprimento dos respetivos prazos;
ii) Avaliação dos deveres constitucionais e regimentais em matéria de perguntas e requerimentos dos
Deputados;
iii) Sequência política dada pelo Governo às resoluções da Assembleia da República que contenham
recomendações dirigidas àquele órgão de soberania;
d) Definir, relativamente às leis aprovadas, aquelas sobre as quais deve recair uma análise qualitativa de
avaliação dos conteúdos, dos seus recursos de aplicação e dos seus efeitos práticos;
e) Zelar pela harmonização do funcionamento das comissões parlamentares permanentes, nomeadamente
através da emissão de orientações quanto aos respetivos regulamentos.
4 – Sem prejuízo do número anterior, as comissões parlamentares podem solicitar um relatório de
acompanhamento qualitativo da regulamentação e aplicação de determinada legislação ao Deputado relator
respetivo ou, na sua impossibilidade, a um Deputado da comissão parlamentar.
SECÇÃO II
Mesa da Assembleia
Artigo 22.º
Composição da Mesa da Assembleia
1 – O Presidente da Assembleia da República e os Vice-Presidentes da Assembleia da República
constituem a Presidência da Assembleia.
2 – A Mesa da Assembleia é composta pelo Presidente da Assembleia da República, por quatro Vice-
Presidentes, quatro Secretários e quatro Vice-Secretários.
3 – Nas reuniões plenárias, a Mesa é constituída pelo Presidente da Assembleia da República e pelos
Secretários.
4 – Na falta do Presidente da Assembleia da República e do seu substituto nos termos do artigo 15.º, as
reuniões são presididas rotativamente pelos outros Vice-Presidentes ou, na sua falta, pelo Deputado mais
antigo e, em caso de idêntica antiguidade, pelo mais idoso de entre os mais antigos.
5 – Os Secretários são substituídos nas suas faltas pelos Vice-Secretários.
6 – Os Vice-Secretários são substituídos nas suas faltas pelos Deputados que o Presidente da Assembleia
da República designar.
Artigo 23.º
Eleição da Mesa da Assembleia
1 – Os Vice-Presidentes, Secretários e Vice-Secretários da Assembleia da República são eleitos por
sufrágio de lista completa e nominativa.
2 – Cada um dos quatro maiores grupos parlamentares propõe um Vice-Presidente e, tendo um décimo ou
mais do número de Deputados, pelo menos um Secretário e um Vice-Secretário.
3 – Consideram-se eleitos os candidatos que obtiverem a maioria absoluta dos votos dos Deputados em
efetividade de funções.
4 – Se algum dos candidatos não tiver sido eleito, procede-se de imediato, na mesma reunião, a novo
sufrágio para o lugar por ele ocupado na lista, até se verificar o disposto no número seguinte.
5 – Eleitos o Presidente e metade dos restantes membros da Mesa, considera-se atingido o quórum
necessário ao seu funcionamento.
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6 – Terminada a reunião, mesmo não estando preenchidos todos os lugares vagos, o Presidente comunica
a composição da Mesa, desde que nela incluídos os Vice-Presidentes, ao Presidente da República e ao
Primeiro-Ministro.
7 – A Mesa mantém-se em funções até ao início da nova legislatura.
Artigo 24.º
Mandato
1 – Os Vice-Presidentes, Secretários e Vice-Secretários da Assembleia da República são eleitos por
legislatura.
2 – Os Vice-Presidentes, Secretários e Vice-Secretários podem renunciar ao cargo mediante declaração
escrita, dirigida à Assembleia, tornando-se a renúncia efetiva imediatamente, sem prejuízo da sua ulterior
publicação no Diário.
3 – No caso de renúncia ao cargo, vagatura ou suspensão do mandato de Deputado, procede-se, até à
quinta reunião imediata, à eleição de novo titular, segundo o regime do n.º 4 do artigo anterior.
Artigo 25.º
Competência geral da Mesa
1 – Compete à Mesa:
a) Declarar, nos termos do artigo 3.º, a perda do mandato em que incorra qualquer Deputado;
b) Assegurar o cabal desempenho dos serviços de secretaria;
c) Estabelecer o regulamento da entrada e frequência das galerias destinadas ao público;
d) Em geral, coadjuvar o Presidente da Assembleia da República no exercício das suas funções.
2 – O Presidente da Assembleia da República pode delegar num dos Secretários as competências
referidas na alínea b) do número anterior, bem como a comunicação das deliberações da Conferência de
Líderes.
Artigo 26.º
Competência da Mesa da Assembleia quanto às reuniões plenárias
1 – Compete à Mesa quanto às reuniões plenárias:
a) Integrar nas formas previstas no Regimento as iniciativas orais e escritas dos Deputados, dos grupos
parlamentares e do Governo;
b) Decidir as questões de interpretação e integração de lacunas do Regimento;
c) Apreciar e decidir as reclamações relativas ao Diário.
2 – Das deliberações da Mesa cabe reclamação e recurso para o Plenário.
Artigo 27.º
Vice-Presidentesda Assembleia da República
Compete aos Vice-Presidentes da Assembleia da República:
a) Aconselhar o Presidente da Assembleia da República no desempenho das suas funções;
b) Substituir o Presidente da Assembleia da República nos termos do artigo 15.º;
c) Exercer os poderes e competências que lhes forem delegados pelo Presidente da Assembleia da
República;
d) Exercer a vice-presidência da Comissão Permanente;
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e) Desempenhar as funções de representação da Assembleia de que sejam incumbidos pelo Presidente da
Assembleia da República.
Artigo 28.º
Secretários e Vice-Secretários
1 – Compete aos Secretários o expediente da Mesa, nomeadamente:
a) Proceder à verificação das presenças nas reuniões plenárias, bem como verificar em qualquer momento
o quórum e registar as votações;
b) Ordenar as matérias a submeter à votação;
c) Organizar as inscrições dos Deputados e dos membros do Governo que pretendam usar da palavra;
d) Fazer as leituras indispensáveis durante as reuniões plenárias;
e) Promover a publicação do Diário;
f) Assinar, por delegação do Presidente da Assembleia da República, a correspondência expedida em
nome da Assembleia.
2 – Compete aos Vice-Secretários:
a) Substituir os Secretários nas suas faltas ou impedimentos;
b) Servir de escrutinadores.
CAPÍTULO II
Comissões parlamentares
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 29.º
Composição das comissões parlamentares
1 – A composição das comissões parlamentares deve ser proporcional à representatividade dos grupos
parlamentares.
2 – As presidências das comissões parlamentares são no conjunto repartidas pelos grupos parlamentares
em proporção do número dos seus Deputados.
3 – Para efeitos do número anterior, e sem prejuízo do princípio da proporcionalidade, os grupos
parlamentares escolhem as presidências que lhes caibam, por ordem de prioridade, a começar pelo grupo
parlamentar com maior representatividade.
4 – O número de membros de cada comissão parlamentar e a sua distribuição pelos diversos grupos
parlamentares são fixados, por deliberação da Assembleia, sob proposta do Presidente da Assembleia da
República ouvida a Conferência de Líderes.
5 – A deliberação referida no número anterior deve mencionar os Deputados não inscritos e os Deputados
únicos representantes de um partido que integram as comissões parlamentares.
6 – Excecionalmente, atendendo à sua natureza, as comissões parlamentares podem ter uma composição
mista, com membros permanentes e membros não permanentes em função dos pontos constantes nas ordens
de trabalho, obedecendo ao seguinte:
a) Os membros permanentes são distribuídos em obediência ao princípio da proporcionalidade da
representação dos grupos parlamentares;
b) Os membros não permanentes são indicados e mandatados por cada comissão parlamentar
permanente, gozando de todos os direitos dos membros permanentes, salvo o direito de voto.
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7 – Sem prejuízo do quórum de funcionamento e de deliberação e das regras aplicáveis às presenças dos
Deputados em comissão, nas votações em comissão os votos de cada grupo parlamentar reproduzem a sua
representatividade na Assembleia da República, especificando-se o número de votos individualmente
expressos em sentido distinto da respetiva bancada e a sua influência no resultado, quando a haja.
Artigo 30.º
Indicação dos membros das comissões parlamentares
1 – A indicação dos Deputados para as comissões parlamentares compete aos respetivos grupos
parlamentares e deve ser efetuada no prazo fixado pelo Presidente da Assembleia da República.
2 – Se algum grupo parlamentar não quiser ou não puder indicar representantes, não há lugar ao
preenchimento das vagas por Deputados de outros grupos parlamentares.
3 – Cada Deputado só pode ser membro efetivo de uma comissão parlamentar permanente e suplente de
outra.
4 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, um Deputado pode ser indicado, como membro efetivo
ou membro suplente:
a) Até três comissões parlamentares permanentes, se o seu grupo parlamentar, em função do número dos
seus Deputados, não puder ter representantes em todas as comissões parlamentares ou quando se tratar de
um Deputado único representante de um partido;
b) Até duas comissões parlamentares permanentes, se tal for necessário para garantir o fixado no n.º 1 do
artigo anterior.
5 – Os membros suplentes gozam de todos os direitos dos efetivos exceto o de votar, salvo quando
estejam em substituição de um membro efetivo.
6 – Os Deputados que não sejam membros efetivos ou suplentes numa comissão parlamentar, quando
nela participem em substituição de um membro efetivo do seu grupo parlamentar, gozam de todos os direitos
dos efetivos, incluindo o direito de voto.
7 – Os Deputados únicos representantes de um partido e os Deputados não inscritos indicam as opções
sobre as comissões parlamentares que desejam integrar e o Presidente da Assembleia da República, ouvida a
Conferência de Líderes, designa aquela ou aquelas a que o Deputado deve pertencer, acolhendo, na medida
do possível, as opções apresentadas.
Artigo 31.º
Exercício das funções
1 – A designação dos Deputados nas comissões parlamentares permanentes faz-se por legislatura.
2 – Perde a qualidade de membro da comissão parlamentar o Deputado que:
a) Deixe de pertencer ao grupo parlamentar pelo qual foi indicado;
b) O solicite;
c) Seja substituído na comissão parlamentar, em qualquer momento, pelo seu grupo parlamentar;
d) Deixe de comparecer a quatro reuniões da comissão parlamentar, por cada sessão legislativa, salvo
motivo justificado.
3 – Compete aos presidentes das comissões parlamentares justificar as faltas dos seus membros efetivos,
nos termos do n.º 2 do artigo 3.º.
4 – Os serviços de apoio às comissões parlamentares assinalam oficiosamente na folha de presenças, a
partir dos elementos de informação na sua posse, os membros efetivos das comissões que, por se
encontrarem em trabalhos parlamentares, previstos no artigo 53.º, não comparecerem à reunião, não se
considerando essas ausências como faltas.
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Artigo 32.º
Mesa das comissões parlamentares
1 – A mesa das comissões parlamentares é constituída por um presidente e por dois ou mais vice-
presidentes.
2 – Os membros da mesa são indicados pelos grupos parlamentares nos termos da distribuição
proporcional de presidências e vice-presidências, na primeira reunião da comissão parlamentar, que é
convocada ou dirigida pelo Presidente da Assembleia da República ou por um dos Vice-Presidentes da
Assembleia da República em sua representação.
3 – O Presidente da Assembleia da República promove as diligências necessárias para o cumprimento do
disposto no n.º 2 do artigo 29.º.
4 – A composição da mesa de cada comissão parlamentar deve ser comunicada ao Presidente da
Assembleia da República, que a faz publicar no Diário.
5 – A mesa reúne regularmente com os coordenadores dos grupos parlamentares, que se podem fazer
substituir por outro Deputado com assento na comissão, e com os Deputados únicos representantes de um
partido que integram a comissão para preparação dos trabalhos, podendo o presidente convocar, sempre que
entenda necessário ao bom funcionamento da comissão, os Deputados não inscritos que integrem a
comissão.
6 – Compete aos presidentes das comissões:
a) Representar a comissão;
b) Convocar as reuniões da comissão, ouvidos os restantes membros da mesa e os coordenadores dos
grupos parlamentares na comissão;
c) Dirigir os trabalhos da comissão;
d) Convocar e dirigir as reuniões da mesa;
e) Acompanhar os trabalhos das subcomissões em coordenação com os respetivos presidentes, e nelas
participar, sempre que o entenda;
f) Participar na Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares, informando-a sobre o
andamento dos trabalhos da comissão;
g) Justificar as faltas dos membros da comissão;
h) Despachar o expediente normal da comissão, segundo o critério por esta definido.
7 – Compete aos vice-presidentes substituir o presidente nas suas faltas e impedimentos e exercer as
competências que por este lhes sejam delegadas.
8 – Na falta do presidente da comissão e dos vice-presidentes, as reuniões são presididas pelo Deputado
mais antigo e, em caso de idêntica antiguidade, pelo mais idoso de entre os mais antigos.
9 – O disposto nos n.os 6 a 8 aplica-se, com as necessárias adaptações, aos presidentes das subcomissões
e coordenadores dos grupos de trabalho.
Artigo 33.º
Subcomissões e grupos de trabalho
1 – Em cada comissão parlamentar podem ser constituídas subcomissões e grupos de trabalho.
2 – A constituição de subcomissões é objeto de autorização prévia do Presidente da Assembleia da
República, ouvida a Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares.
3 – Compete às comissões parlamentares definir a composição e o âmbito das subcomissões e dos grupos
de trabalho.
4 – As presidências das subcomissões são, no conjunto, repartidas pelos grupos parlamentares, nos
termos do n.º 2 do artigo 29.º, orientando-se a escolha delas segundo um princípio de alternância entre si e em
relação à presidência da comissão parlamentar.
5 -– As conclusões dos trabalhos das subcomissões devem ser apresentadas à comissão parlamentar.
6 – O presidente da comissão parlamentar comunica ao Presidente da Assembleia da República, para
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efeitos de publicação no Diário, a designação da subcomissão criada e o nome do respetivo presidente e dos
seus membros.
SECÇÃO II
Comissões parlamentares permanentes e eventuais
DIVISÃO I
Comissões parlamentares permanentes
Artigo 34.º
Elenco das comissões parlamentares permanentes
1 – O elenco das comissões parlamentares permanentes e a competência específica de cada uma delas
são fixados no início de cada legislatura por deliberação do Plenário, sob proposta do Presidente da
Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, sem prejuízo da atribuição por lei de
competências específicas às comissões parlamentares.
2 – Excecionalmente, e quando tal se justifique, o Plenário delibera, sob proposta do Presidente da
Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, ou de um grupo parlamentar, alterar o elenco das
comissões parlamentares permanentes ou a repartição de competências entre elas.
Artigo 35.º
Competência das comissões parlamentares permanentes
Compete às comissões parlamentares permanentes:
a) Apreciar os projetos e as propostas de lei, as propostas de alteração, os tratados e acordos submetidos
à Assembleia e produzir os competentes pareceres;
b) Apreciar a apresentação de iniciativas legislativas, nos termos do artigo 132.º;
c) Votar na especialidade os textos aprovados na generalidade pelo Plenário, nos termos e com os limites
estabelecidos no artigo 168.º da Constituição e no Regimento;
d) Acompanhar, apreciar e pronunciar-se, nos termos da Constituição e da lei, sobre a participação de
Portugal no processo de construção da União Europeia e elaborar relatórios sobre as informações referidas na
alínea i) do n.º 1 do artigo 197.º da Constituição, sem prejuízo das competências do Plenário;
e) Apreciar as petições dirigidas à Assembleia;
f) Inteirar-se dos problemas políticos e administrativos que sejam da sua competência e fornecer à
Assembleia, quando esta o julgar conveniente, os elementos necessários à apreciação dos atos do Governo e
da Administração;
g) Verificar o cumprimento pelo Governo e pela Administração das leis e resoluções da Assembleia,
podendo sugerir a esta as medidas consideradas convenientes;
h) Propor ao Presidente da Assembleia da República a realização no Plenário de debates temáticos, sobre
matéria da sua competência, para que a Conferência de Líderes julgue da sua oportunidade e interesse;
i) Elaborar relatórios sobre matérias da sua competência;
j) Elaborar e aprovar o seu regulamento;
k) Aprovar o Plano de Atividades e o Orçamento da comissão;
l) Apreciar as questões relativas ao Regimento e mandatos;
m) Apresentar e apreciar os projetos de voto, nos termos do artigo 75.º.
Artigo 36.º
Articulação entre as comissões parlamentares, as delegações parlamentares e os grupos
parlamentares de amizade
As comissões parlamentares competentes em razão da matéria garantem a articulação com as delegações
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parlamentares e os grupos parlamentares de amizade, nomeadamente:
a) Promovendo, periodicamente, reuniões conjuntas;
b) Apreciando em tempo útil as respetivas agendas e relatórios;
c) Promovendo a participação nas suas reuniões e atividades específicas.
DIVISÃO II
Comissões parlamentares eventuais
Artigo 37.º
Constituição das comissões parlamentares eventuais
1 – A Assembleia da República pode constituir comissões parlamentares eventuais para qualquer fim
determinado.
2 – A iniciativa de constituição de comissões parlamentares eventuais, salvo as de inquérito, pode ser
exercida por um mínimo de 10 Deputados ou por um grupo parlamentar.
Artigo 38.º
Competência das comissões parlamentares eventuais
Compete às comissões parlamentares eventuais apreciar os assuntos objeto da sua constituição,
apresentando os respetivos relatórios nos prazos fixados pela Assembleia.
CAPÍTULO III
Comissão Permanente
Artigo 39.º
Funcionamento da Comissão Permanente
1 – Fora do período de funcionamento efetivo da Assembleia da República, durante o período em que ela
se encontrar dissolvida, e nos restantes casos previstos na Constituição, funciona a Comissão Permanente da
Assembleia da República.
2 – No início de cada legislatura, a Assembleia da República aprova o Regulamento da Comissão
Permanente, aplicando-se subsidiariamente ao seu funcionamento as disposições do presente Regimento.
Artigo 40.º
Composição da Comissão Permanente
1 – A Comissão Permanente é presidida pelo Presidente da Assembleia da República e composta pelos
Vice-Presidentes da Assembleia da República e por Deputados indicados por todos os partidos, de acordo
com a respetiva representatividade na Assembleia.
2 – Aplicam-se à Comissão Permanente os preceitos dos artigos 29.º, 30.º e 31.º.
Artigo 41.º
Competência da Comissão Permanente
1 – Compete à Comissão Permanente:
a) Acompanhar a atividade do Governo e da Administração;
b) Exercer os poderes da Assembleia relativamente ao mandato dos Deputados, sem prejuízo da
competência própria do Presidente da Assembleia da República e da comissão parlamentar competente;
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c) Promover a convocação da Assembleia sempre que tal seja necessário;
d) Preparar a abertura da sessão legislativa;
e) Dar assentimento à ausência do Presidente da República do território nacional;
f) Autorizar o Presidente da República a declarar o estado de sítio ou o estado de emergência, a declarar a
guerra e a fazer a paz;
g) Autorizar o funcionamento das comissões parlamentares durante os períodos de suspensão da sessão
legislativa, se tal for necessário ao bom andamento dos seus trabalhos;
h) Decidir as reclamações sobre inexatidões dos textos de redação final dos decretos e resoluções da
Assembleia;
i) Designar as delegações parlamentares;
j) Elaborar o seu regulamento.
2 – No caso da alínea f) do número anterior, a Comissão Permanente promove a convocação da
Assembleia no prazo mais curto possível, por qualquer meio de comunicação que assegure o seu efetivo
conhecimento e publicidade.
CAPÍTULO IV
Delegações da Assembleia da República
Artigo 42.º
Delegações parlamentares
1 – As delegações parlamentares podem ter caráter permanente ou eventual.
2 – As delegações da Assembleia da República devem respeitar os princípios estabelecidos nos artigos
29.º e 30.º.
3 – Quando as delegações não possam incluir representantes de todos os grupos parlamentares, a sua
composição é fixada pela Conferência de Líderes e, na falta de acordo, pelo Plenário.
4 – As delegações da Assembleia da República elaboram um relatório com as informações necessárias à
avaliação das suas finalidades, finda a sua missão ou, sendo permanentes, no final de cada sessão legislativa,
o qual é remetido ao Presidente da Assembleia da República e, se este o decidir, apresentado em Plenário,
sendo, em qualquer caso, distribuído às comissões parlamentares competentes em razão da matéria e
publicado no Diário.
5 – Sempre que se justifique, as delegações permanentes devem elaborar um relatório dirigido ao
Presidente da Assembleia da República.
CAPÍTULO V
Grupos parlamentares de amizade
Artigo 43.º
Noção e objeto
1 – Os grupos parlamentares de amizade são organismos da Assembleia da República, vocacionados para
o diálogo e a cooperação com os Parlamentos dos países amigos de Portugal.
2 – Os grupos parlamentares de amizade promovem as ações necessárias à intensificação das relações
com o Parlamento e os parlamentares de outros Estados, designadamente:
a) Intercâmbio geral de conhecimentos e experiências;
b) Estudo das relações bilaterais e do seu enquadramento nas alianças e instituições em que ambos os
Estados participam;
c) Divulgação e promoção dos interesses e objetivos comuns, nos domínios político, económico, social e
cultural;
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d) Troca de informações e consultas mútuas tendo em vista a eventual articulação de posições em
organismos internacionais de natureza interparlamentar, sem prejuízo da plena autonomia de cada grupo
nacional;
e) Reflexão conjunta sobre problemas envolvendo os dois Estados e os seus nacionais e busca de
soluções que relevem da competência legislativa de cada um;
f) Valorização do papel, histórico e atual, das comunidades de emigrantes respetivos, porventura
existentes.
Artigo 44.º
Composição dos grupos parlamentares de amizade
1 – A composição dos grupos parlamentares de amizade deve refletir a composição da Assembleia.
2 – As presidências e vice-presidências são, no conjunto, repartidas pelos grupos parlamentares em
proporção do número dos seus Deputados.
3 – Para efeitos do número anterior, e sem prejuízo do princípio da proporcionalidade, os grupos
parlamentares escolhem as presidências que lhes caibam, por ordem de prioridade, a começar pelo maior
grupo parlamentar.
4 – O número de membros de cada grupo parlamentar de amizade e a sua distribuição pelos diversos
grupos parlamentares são fixados, por deliberação da Assembleia, sob proposta do Presidente da Assembleia
da República, ouvida a Conferência de Líderes.
5 – A deliberação referida no número anterior deve mencionar os Deputados não inscritos e os Deputados
únicos representantes de um partido que integram os grupos parlamentares de amizade.
6 – A indicação dos Deputados para os grupos parlamentares de amizade compete aos respetivos grupos
parlamentares e deve ser efetuada no prazo fixado pelo Presidente da Assembleia da República.
Artigo 45.º
Elenco dos grupos parlamentares de amizade
1 – O elenco dos grupos parlamentares de amizade é fixado no início da legislatura por deliberação do
Plenário, sob proposta do Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes.
2 – Quando tal se justifique, o Plenário delibera, igualmente sob proposta do Presidente da Assembleia da
República, ouvida a Conferência de Líderes, a criação de outros grupos parlamentares de amizade.
Artigo 46.º
Poderes dos grupos parlamentares de amizade
Os grupos parlamentares de amizade podem, designadamente:
a) Realizar reuniões com os grupos seus homólogos, numa base de intercâmbio e reciprocidade;
b) Relacionar-se com outras entidades que visem a aproximação entre os Estados e entre os povos a que
digam respeito, apoiando iniciativas e realizando ações conjuntas ou outras formas de cooperação;
c) Convidar a participar nas suas reuniões ou nas atividades que promovam ou apoiem membros do corpo
diplomático, representantes de organizações internacionais, peritos e outras entidades cuja contribuição
considerem relevante para a prossecução dos seus fins próprios.
Artigo 47.º
Disposições gerais sobre grupos parlamentares de amizade
A Assembleia define, através de resolução, as restantes matérias relativas aos grupos parlamentares de
amizade, nomeadamente os critérios da sua constituição, a organização, funcionamento e apoio, bem como o
programa, o orçamento e o relatório de atividades.
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TÍTULO III
Funcionamento
CAPÍTULO I
Regras gerais de funcionamento
Artigo 48.º
Sede da Assembleia
1 – A Assembleia da República tem a sua sede em Lisboa, no Palácio de São Bento.
2 – Os trabalhos da Assembleia podem decorrer noutro local, quando assim o imponham as necessidades
do seu funcionamento.
Artigo 49.º
Sessão legislativa e período normal de funcionamento
1 – A sessão legislativa tem a duração de um ano e inicia-se a 15 de setembro.
2 – O período normal de funcionamento da Assembleia da República decorre de 15 de setembro a 15 de
junho, sem prejuízo das suspensões que a Assembleia deliberar por maioria de dois terços dos Deputados
presentes.
3 – Antes do termo de cada sessão legislativa, o Plenário aprova, sob proposta do Presidente da
Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, o calendário das atividades parlamentares da
sessão legislativa seguinte.
4 – No caso previsto no n.º 2 do artigo 171.º da Constituição, os direitos potestativos fixados neste
Regimento acrescem na proporção da duração desse período, salvo o disposto em matéria de interpelações
ao Governo.
Artigo 50.º
Reunião extraordinária de comissões parlamentares
1 – Qualquer comissão parlamentar pode funcionar fora do período normal de funcionamento e durante as
suspensões da Assembleia, se tal for indispensável ao bom andamento dos seus trabalhos e a Assembleia o
deliberar com a anuência da maioria dos membros da comissão parlamentar.
2 – O Presidente da Assembleia da República pode promover a convocação de qualquer comissão
parlamentar para os 15 dias anteriores ao início da sessão legislativa a fim de preparar os trabalhos desta.
3 – O disposto no n.º 1 não se aplica à comissão parlamentar competente para se pronunciar sobre matéria
de verificação de poderes, perda de mandato ou inviolabilidade dos Deputados, nos termos do Regimento ou
do Estatuto dos Deputados.
Artigo 51.º
Convocação fora do período normal de funcionamento
1 – A Assembleia da República pode funcionar, por deliberação do Plenário, fora do período indicado no n.º
2 do artigo 49.º, prorrogando o período normal de funcionamento, por iniciativa da Comissão Permanente ou,
por impossibilidade desta e em caso de grave emergência, por iniciativa de mais de metade dos Deputados.
2 – No caso de convocação por iniciativa de mais de metade dos Deputados, o anúncio da convocação
deve ser tornado público através dos meios de comunicação adequados.
3 – A Assembleia pode ainda ser convocada extraordinariamente pelo Presidente da República para se
ocupar de assuntos específicos.
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Artigo 52.º
Suspensão das reuniões plenárias
1 – Durante o funcionamento efetivo da Assembleia, pode esta deliberar suspender as suas reuniões
plenárias para efeito de trabalho de comissões parlamentares.
2 – A suspensão não pode exceder duas semanas, exceto durante o período de discussão e votação na
especialidade do Orçamento do Estado.
Artigo 53.º
Trabalhos parlamentares
1 – São considerados trabalhos parlamentares:
a) As reuniões do Plenário e da Comissão Permanente;
b) As reuniões das comissões parlamentares e das subcomissões;
c) As reuniões da Conferência de Líderes e da Conferência dos Presidentes das Comissões
Parlamentares;
d) As reuniões dos grupos de trabalho criados no âmbito dos órgãos referidos nas alíneas anteriores;
e) As reuniões de mesa e coordenadores das comissões parlamentares.
2 – São, ainda, considerados trabalhos parlamentares:
a) As participações de Deputados em reuniões de organizações internacionais;
b) As reuniões e deslocações em missão parlamentar das delegações parlamentares e dos grupos
parlamentares de amizade devidamente autorizadas pelo Presidente da Assembleia da República;
c) As representações da Assembleia da República em eventos ou cerimónias protocolares;
d) As jornadas parlamentares, promovidas pelos grupos parlamentares;
e) As demais reuniões convocadas pelo Presidente da Assembleia da República;
f) As reuniões dos grupos parlamentares de preparação da legislatura, realizadas entre as eleições e a
primeira reunião da Assembleia;
g) Os trabalhos da Mesa da Assembleia preparatórios da Conferência de Líderes ou da Conferência dos
Presidentes das Comissões Parlamentares;
h) As presenças em reuniões de órgãos para os quais os Deputados foram eleitos em representação da
Assembleia da República ou em que participem por inerência de funções parlamentares.
3 – Os trabalhos dos grupos parlamentares realizam-se nos termos do regulamento próprio de cada grupo,
a publicar no Diário.
Artigo 54.º
Dias parlamentares
1 – A Assembleia funciona todos os dias úteis.
2 – A Assembleia funciona ainda, excecionalmente, em qualquer dia imposto pela Constituição e pelo
Regimento ou quando assim o delibere.
3 – Quando o termo de qualquer prazo recair em sábado, domingo ou feriado, é transferido para o dia
parlamentar seguinte.
Artigo 55.º
Convocação de reuniões
1 – Salvo marcação na reunião anterior, as reuniões do Plenário são convocadas pelo Presidente da
Assembleia da República com a antecedência mínima de 24 horas.
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2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, as convocatórias para as reuniões do Plenário para dias
distintos dos previstos no Regimento, bem como as convocatórias para as reuniões das comissões, são
obrigatoriamente feitas por escrito, designadamente por correio eletrónico, de modo a que o Deputado delas
tome efetivo conhecimento com a antecedência mínima de 24 horas.
Artigo 56.º
Faltas às reuniões do Plenário e das comissões parlamentares
1 – A falta a uma reunião do Plenário ou a uma reunião de comissão parlamentar é comunicada ao
Deputado no dia útil seguinte.
2 – As faltas às reuniões do Plenário são publicadas no portal da Assembleia da República na Internet, com
a respetiva natureza da justificação, se houver.
3 – As ausências ao Plenário e às comissões parlamentares quando o Deputado se encontre em
representação da Assembleia da República são registadas no Diário da respetiva reunião plenária e inseridas
no reporte informático disponibilizado pelo portal da Assembleia da República na Internet com a menção do
ato de representação que motivou a ausência.
Artigo 57.º
Organização e funcionamento dos trabalhos parlamentares
1 – Os trabalhos parlamentares são organizados de modo a reservar períodos para as reuniões do
Plenário, das comissões parlamentares e dos grupos parlamentares e para o contacto dos Deputados com os
eleitores, privilegiando a sua compatibilização com a vida pessoal e familiar dos Deputados, funcionários e
entidades chamadas a participar nos trabalhos da Assembleia da República.
2 – O Presidente da Assembleia da República, a solicitação da Conferência de Líderes, pode organizar os
trabalhos parlamentares para que os Deputados realizem trabalho político junto dos eleitores, por períodos
não superiores a duas semanas, nomeadamente aquando da realização de processos eleitorais, para
divulgação e discussão pública de assuntos de especial relevância.
3 – O Presidente da Assembleia da República pode ainda suspender os trabalhos da Assembleia quando
solicitado por qualquer grupo parlamentar, para o efeito da realização das suas jornadas parlamentares e dos
congressos do respetivo partido.
4 – As reuniões plenárias têm lugar nas tardes de quarta-feira e quinta-feira e na manhã de sexta-feira.
5 – As reuniões plenárias iniciam-se às 10 horas, se tiverem lugar de manhã, e às 15 horas, se tiverem
lugar à tarde.
6 – As reuniões das comissões parlamentares têm lugar à terça-feira e na parte da manhã de quarta-feira
e, sendo necessário, na parte da tarde de quarta-feira, de quinta-feira e de sexta-feira, após o final das
reuniões plenárias.
7 – Havendo conveniência para os trabalhos, mediante autorização do Presidente da Assembleia da
República, as comissões parlamentares podem reunir em qualquer local do território nacional, bem como aos
sábados, domingos e feriados.
8 – O contacto dos Deputados com os eleitores ocorre, por regra, à segunda-feira.
9 — A manhã de quinta-feira é reservada para as reuniões dos grupos parlamentares.
10 – O Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, pode, em casos
excecionais devidamente fundamentados, organizar os trabalhos parlamentares de modo diferente do referido
nos números anteriores.
Artigo 58.º
Quórum
1 – A Assembleia da República só pode funcionar em reunião plenária com a presença de, pelo menos, um
quinto do número de Deputados em efetividade de funções.
2 – As deliberações do Plenário são tomadas com a presença de mais de metade dos seus membros em
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efetividade de funções.
3 – Determinada pelo Presidente da Assembleia da República a verificação do quórum de funcionamento
ou de deliberação, os Deputados são convocados ao Plenário e, caso o mesmo não se encontre preenchido,
registam-se as ausências para os efeitos previstos no regime geral de faltas, encerrando-se logo a sessão.
4 – No caso previsto no número anterior, os pontos não concluídos acrescem, com precedência, à ordem
do dia da sessão ordinária seguinte, sem prejuízo das prioridades referidas nos artigos 60.º e 61.º, nem do
direito dos grupos parlamentares à fixação da ordem do dia.
5 – As comissões parlamentares funcionam com a presença de, pelo menos, um quinto do número de
Deputados em efetividade de funções e as suas deliberações são tomadas com a presença de mais de
metade dos seus membros em efetividade de funções, devendo em ambos os casos estar presentes, pelo
menos, Deputados de três grupos parlamentares, dos quais um de partido que integre o Governo e um de
partido da oposição.
6 – As demais regras sobre o funcionamento das comissões são definidas nos respetivos regulamentos.
CAPÍTULO II
Organização dos trabalhos e ordem do dia
Artigo 59.º
Fixação da ordem do dia
1 – A ordem do dia é fixada pelo Presidente da Assembleia da República com a antecedência mínima de
15 dias, de acordo com as prioridades definidas no Regimento.
2 – Antes da fixação da ordem do dia, o Presidente da Assembleia da República ouve, a título indicativo, a
Conferência de Líderes, que, na falta de consenso, decide nos termos dos n.os 3 e 4 do artigo 20.º.
3 – O Presidente da Assembleia da República ouve os Deputados únicos representantes de um partido
quando o entenda útil, nomeadamente em matéria de agendamentos, definição de grelhas ou em função de
requerimento por estes apresentado, podendo para o efeito convocá-los a estarem presentes nas reuniões da
Conferência de Líderes cuja ordem de trabalhos diga respeito a agendamentos.
4 – Os Deputados não inscritos podem dirigir requerimentos ao Presidente da Assembleia da República
com pedidos relativos à fixação da ordem do dia e são imediatamente informados da fixação da ordem do dia
realizada pelo Presidente na sequência da reunião da Conferência de Líderes, para exercício dos seus direitos
regimentais.
5 – Das decisões do Presidente da Assembleia da República que fixam a ordem do dia cabe recurso para o
Plenário, que delibera em definitivo.
6 – O recurso da decisão do Presidente da Assembleia da República que fixa a ordem do dia é votado sem
precedência de debate, podendo, todavia, o recorrente expor verbalmente os respetivos fundamentos por
tempo não superior a dois minutos.
7 – As ordens do dia fixadas são mandadas divulgar, pelo Secretário da Mesa em quem o Presidente da
Assembleia da República delegar a competência, no prazo de 24 horas.
8 – A ordem do dia não pode ser preterida nem interrompida, a não ser nos casos expressamente previstos
no Regimento ou por deliberação do Plenário, sem votos contra.
9 – A sequência das matérias fixadas para cada reunião pode ser modificada por deliberação do Plenário.
Artigo 60.º
Prioridades das matérias a atender na fixação da ordem do dia
1 – Na fixação da ordem do dia, o Presidente da Assembleia da República respeita a representatividade
das forças políticas e as prioridades e precedências estabelecidas nos números seguintes.
2 – Constituem matérias de prioridade absoluta:
a) Autorização ao Presidente da República para declarar a guerra e fazer a paz;
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b) Autorização e confirmação da declaração do estado de sítio e do estado de emergência, nos termos da
alínea l) do artigo 161.º da Constituição, e apreciação da sua aplicação nos termos da alínea b) do artigo 162.º
da Constituição;
c) Apreciação do programa do Governo;
d) Votação de moções de confiança ou de censura ao Governo;
e) Aprovação das leis das grandes opções dos planos nacionais e do Orçamento do Estado;
f) Debates sobre política geral provocados por interpelação ao Governo, nos termos da alínea d) do n.º 2 do
artigo 180.º da Constituição.
3 – Constituem matérias de prioridade relativa:
a) Reapreciação em caso de veto do Presidente da República, nos casos do artigo 136.º da Constituição;
b) Aprovação de leis e tratados sobre matérias que constituam reserva absoluta de competência legislativa
da Assembleia da República;
c) Apreciação da participação de Portugal no processo de construção da União Europeia;
d) Autorização ao Governo para contrair e conceder empréstimos e realizar outras operações de crédito
que não sejam de dívida flutuante e estabelecer o limite máximo dos avales a conceder em cada ano pelo
Governo;
e) Apreciação da Conta Geral do Estado;
f) Apreciação de decretos-leis aprovados no uso de autorização legislativa;
g) Debate e votação dos estatutos político-administrativos das Regiões Autónomas;
h) Concessão de amnistias e perdões genéricos;
i) Aprovação de leis e tratados sobre matérias que constituam reserva relativa da competência legislativa
da Assembleia da República;
j) Apreciação de decretos-leis;
k) Apreciação de decretos legislativos regionais;
l) Aprovação de leis e convenções internacionais sobre as restantes matérias.
4 – As iniciativas legislativas e as restantes matérias são integradas na ordem do dia observando-se a
representatividade dos grupos parlamentares e o princípio da alternância.
5 – Com exceção dos agendamentos que resultem do exercício de direitos potestativos ou realizados por
arrastamento com um agendamento resultante do exercício de um direito potestativo, a integração na ordem
do dia das iniciativas legislativas tem em conta o decurso do prazo para emissão de parecer pela comissão
parlamentar competente.
6 – O Presidente da Assembleia da República inclui ainda na ordem do dia a apreciação das seguintes
matérias:
a) Deliberações sobre o mandato de Deputados;
b) Recursos das suas decisões;
c) Eleições suplementares da Mesa;
d) Constituição de comissões e delegações parlamentares;
e) Comunicações das comissões parlamentares;
f) Recursos da decisão sobre as reclamações, nos termos do artigo 157.º, e da determinação da comissão
competente, nos termos do artigo 130.º;
g) Inquéritos, nos termos dos artigos 233.º e 236.º;
h) Assentimento à ausência do Presidente da República do território nacional;
i) Designação de titulares de cargos exteriores à Assembleia;
j) Alterações ao Regimento.
Artigo 61.º
Pedido de prioridade
1 – O Governo, os grupos parlamentares e os Deputados únicos representantes de um partido podem
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solicitar prioridade para assuntos de interesse nacional de resolução urgente.
2 – A concessão de prioridade é decidida pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a
Conferência de Líderes, podendo os grupos parlamentares e o Governo, e no caso dos Deputados únicos
representantes de um partido aqueles que tenham requerido a prioridade, recorrer da decisão para o Plenário.
3 – A prioridade solicitada pelo Governo, pelos grupos parlamentares ou pelos Deputados únicos
representantes de um partido não pode prejudicar o disposto no n.º 2 do artigo anterior.
Artigo 62.º
Direitos à fixação da ordem do dia
1 – Os grupos parlamentares e os Deputados únicos representantes de um partido têm direito à fixação da
ordem do dia de reuniões plenárias, durante cada sessão legislativa, nos termos da grelha de direitos
potestativos constante do anexo I ao Regimento.
2 – A cada uma das reuniões previstas no número anterior pode corresponder:
a) Um conjunto de até cinco iniciativas sobre a mesma temática, sem prejuízo de a Conferência de
Líderes, com o acordo do titular do respetivo direito de agendamento, poder agendar outras de outro partido
que com aquela estejam relacionadas, até um máximo de duas por cada partido;
b) Um debate político potestativo com todos os partidos, no qual o Governo pode participar, cujos tempos
globais constam das grelhas de tempos aprovadas no início da legislatura, dispondo o partido requerente de
tempo igual ao do partido com maior representatividade para o debate e de tempo adicional de abertura e
encerramento.
3 – Quando a ordem do dia, fixada nos termos do presente artigo, tiver por base uma iniciativa legislativa,
não é aplicável o prazo disposto no artigo 136.º e o seu autor pode optar pela sua apresentação em Plenário.
4 – O exercício do direito previsto no presente artigo é anunciado ao Presidente da Assembleia da
República, em Conferência de Líderes, até ao dia 15 de cada mês para que possa produzir efeitos no mês
seguinte, em conformidade com o disposto no artigo 59.º.
5 – O autor do agendamento referido na alínea a) do n.º 2 tem direito a requerer a votação na generalidade
no próprio dia.
6 – No caso previsto no número anterior, se a iniciativa for aprovada na generalidade, o grupo parlamentar
ou o seu autor tem o direito de obter a votação na especialidade e a votação final global no prazo máximo de
30 dias.
Artigo 63.º
Agendamento comum
A data do agendamento dos projetos e propostas de lei deve respeitar a prévia admissão na Mesa e o
prazo da comissão para elaboração do parecer, assegurando-se um período igual ou superior a 30 dias entre
a admissão da iniciativa e a data do seu agendamento.
Artigo 64.º
Agendamentos prioritários e potestativos
1 – Nos agendamentos prioritários, os projetos e propostas de lei devem ser distribuídos até ao início da
Conferência de Líderes que vai pronunciar-se sobre a fixação da ordem do dia, de modo a que o Presidente
da Assembleia da República possa decidir, ouvida a Conferência, sobre o seu caráter prioritário.
2 – Nos agendamentos potestativos:
a) Os proponentes devem indicar com pelo menos 15 dias de antecedência o objeto e a natureza do ato,
designadamente se se trata de apresentação de iniciativas ou de um debate político;
b) Se o proponente pretender agendar mais do que uma iniciativa deve enunciá-lo expressamente para
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que o agendamento possa ser apreciado pela Conferência de Líderes;
c) As iniciativas devem dar entrada com pelo menos 10 dias de antecedência face ao dia do agendamento.
Artigo 65.º
Agendamentos por arrastamento
1 – Nos casos de agendamentos comuns, só é admitido o agendamento por arrastamento de projetos e
propostas de lei que deem entrada até sexta-feira da semana da Conferência de Líderes em que se agendou a
iniciativa, desde que posteriormente admitidas, anunciadas e cumprido o prazo de 15 dias para emissão de
parecer pela comissão competente.
2 – Nos casos de agendamentos prioritários e potestativos podem ser agendados por arrastamento os
projetos e as propostas de lei admitidos e anunciados até sexta-feira da semana anterior à data designada
para a discussão.
3 – É condição do agendamento por arrastamento o reconhecimento pelo Presidente da Assembleia da
República da existência de efetiva conexão material entre objeto dos projetos e propostas a arrastar e o objeto
do agendamento inicial.
4 – Nos casos de agendamentos potestativos, o arrastamento de outros projetos ou propostas de lei
depende ainda de autorização do titular do direito potestativo.
5 – Só é admitido o agendamento por arrastamento de projetos ou propostas de resolução previamente
admitidos à data da realização da Conferência de Líderes que fixa o agendamento, desde que o arrastamento
seja solicitado até às 18 horas do dia da reunião da Conferência de Líderes, não havendo lugar a
arrastamentos posteriores.
6 – Nos casos de petições que, nos termos da lei, devam ser apreciadas em Plenário, só é admitido o
agendamento por arrastamento de iniciativas que reúnam os requisitos temporais previstos no n.º 1 ou no
número anterior, consoante a iniciativa seja um projeto ou proposta de lei ou um projeto ou proposta de
resolução.
7 – Para além da disponibilização imediata das iniciativas no portal da Assembleia da República na Internet
e na Intranet, os serviços comunicam por correio eletrónico, no início da semana seguinte ao pedido de
arrastamento, aos chefes de gabinete dos grupos parlamentares, dos Deputados únicos representantes de um
partido e dos Deputados não inscritos os pedidos de agendamento por arrastamento.
Artigo 66.º
Envio e retirada de pedidos de agendamento
1 – Sem prejuízo dos agendamentos feitos em Conferência de Líderes, os pedidos de agendamento,
incluindo os arrastamentos com indicação das iniciativas para as quais os requerentes pretendem que os
mesmos sejam feitos, são enviados para a caixa de correio eletrónico definida para o efeito.
2 – Quando um agendamento solicitado por um grupo parlamentar for posteriormente retirado da agenda, a
seu pedido, os agendamentos feitos em conjunto com essa iniciativa na Conferência de Líderes permanecem
válidos.
CAPÍTULO III
Reuniões plenárias
SECÇÃO I
Realização das reuniões
Artigo 67.º
Realização das reuniões plenárias
1 – Durante o funcionamento do Plenário não podem ocorrer reuniões de comissões parlamentares, salvo
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autorização excecional do Presidente da Assembleia da Repúblicaou se resultar de necessidade de
organização dos trabalhos das comissões de inquérito.
2 – Sempre que ocorram reuniões de comissões parlamentares em simultâneo com as reuniões do
Plenário, o Presidente da Assembleia da República deve fazer o seu anúncio público no Plenário e mandar
interromper obrigatoriamente os trabalhos daquelas para que os Deputados possam exercer, no Plenário, o
seu direito de voto.
Artigo 68.º
Lugar e presenças na sala das reuniões plenárias
1 – Os Deputados tomam lugar na sala pela forma acordada entre o Presidente da Assembleia da
República e os representantes dos grupos parlamentares.
2 – Na falta de acordo, a Assembleia delibera.
3 – Na sala de reuniões há lugares reservados para os membros do Governo.
4 – A presença dos Deputados nas reuniões plenárias é objeto de registo eletrónico obrigatoriamente
efetuado pelos próprios.
5 – Durante o funcionamento das reuniões não é permitida a presença de pessoas que não tenham
assento na Assembleia ou que não estejam ao serviço da Assembleia, dos grupos parlamentares ou dos
Deputados, sem prejuízo das individualidades convidadas para sessões solenes, comemorativas ou
protocolares.
Artigo 69.º
Continuidade das reuniões
1 – As reuniões só podem ser interrompidas nos seguintes casos:
a) Por deliberação do Plenário, a requerimento de um grupo parlamentar;
b) Por decisão do Presidente da Assembleia da República, para obviar a situação de falta de quórum,
procedendo-se a nova contagem quando o Presidente assim o determinar;
c) Por decisão do Presidente da Assembleia da República, para garantir o bom andamento dos trabalhos.
2 – A interrupção a que se refere a alínea a) do número anterior, se deliberada, não pode exceder 30
minutos.
Artigo 70.º
Expediente e informação
Aberta a reunião, a Mesa procede:
a) À menção ou leitura de reclamação sobre omissões ou inexatidões do Diário, apresentada por Deputado
ou membro do Governo interessado;
b) Ao anúncio dos projetos e propostas de lei ou de resolução e das moções que deram entrada na Mesa,
fazendo menção sumária à natureza da iniciativa, numeração e autor, devendo os demais elementos
identificativos ser disponibilizados de imediato para consulta em página própria no portal da Assembleia da
República na Internet e na Intranet, de onde constam, nomeadamente:
i) A data de entrada, anúncio e admissão;
ii) O sumário da iniciativa;
iii) A identidade dos Deputados subscritores;
iv) A comissão permanente à qual se determinou a remessa da iniciativa.
c) À comunicação das decisões do Presidente da Assembleia da República e das deliberações da Mesa,
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bem como de qualquer facto ou situação cujo anúncio o Regimento impuser ou seja de interesse para a
Assembleia.
Artigo 71.º
Declarações políticas
1 – Cada grupo parlamentar tem direito a produzir, semanalmente, uma declaração política com a duração
máxima de seis minutos.
2 – Cada Deputado único representante de um partido tem direito a produzir cinco declarações políticas por
sessão legislativa e cada Deputado não inscrito tem direito a produzir duas declarações políticas por sessão
legislativa.
3 – Os grupos parlamentares, os Deputados únicos representantes de um partido e os Deputados não
inscritos que queiram usar do direito consignado nos números anteriores devem comunicá-lo à Mesa até ao
início da respetiva reunião.
4 – Em caso de conflito na ordem das inscrições, a Mesa garante o equilíbrio semanal no uso da palavra
entre os grupos parlamentares.
5 – As declarações políticas são produzidas imediatamente a seguir ao expediente, salvo nos casos
previstos no n.º 2 do artigo 74.º.
6 – Cada grupo parlamentar dispõe de dois minutos para solicitar esclarecimentos ao orador, e este de
igual tempo para dar explicações.
7 – Por cada sessão de declarações políticas, os Deputados únicos representantes de um partido dispõem
até duas vezes de um minuto para solicitar esclarecimentos aos oradores, e estes de igual tempo para dar
explicações.
Artigo 72.º
Debate de urgência
1 – Em cada quinzena pode realizar-se um debate de urgência a requerimento potestativo de um grupo
parlamentar.
2 – O debate de urgência realiza-se imediatamente a seguir ao expediente, sem prejuízo da existência de
declarações políticas dos partidos que pretendam exercer esse direito.
3 – Cada grupo parlamentar pode, por sessão legislativa, requerer potestativamente a realização de
debates de urgência, nos termos da grelha de direitos potestativos constante do anexo I ao regimento.
4 – O debate é requerido ao Presidente da Assembleia da República com indicação do tema:
a) A partir da sexta-feira da semana anterior e até às 11 horas do próprio dia em relação aos debates
que se pretende agendar para a sessão plenária de quarta-feira e quinta-feira;
b) A partir da segunda-feira da própria semana e até às 18 horas da véspera em relação aos debates
que se pretende agendar para a sessão plenária de sexta-feira.
5 – O Presidente da Assembleia da República manda, de imediato, comunicar o tema aos restantes grupos
parlamentares, Deputados únicos representantes de um partido e ao Governo.
6 – O Governo faz-se representar obrigatoriamente no debate através de um dos seus membros.
7 – O debate é aberto pelo grupo parlamentar que fixou o tema, através de uma intervenção com a duração
máxima de seis minutos.
8 – Segue-se um período de pedidos de esclarecimento e de debate, onde podem intervir qualquer
Deputado e o Governo.
9 – Os tempos do debate de urgência constam das grelhas de tempos aprovadas no início da legislatura,
atendendo à representatividade de cada partido, sendo assegurado, pelo menos, seis minutos ao Governo e
um minuto a cada Deputado único representante de um partido.
10 – Para além do direito potestativo referido no n.º 1, o debate de urgência pode ainda realizar-se pela
iniciativa conjunta de três grupos parlamentares, por troca com as respetivas declarações políticas semanais,
não sendo obrigatória a presença do Governo.
11 – Na modalidade referida no número anterior, o debate inicia-se com as intervenções dos grupos
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parlamentares requerentes, pela ordem por estes indicada, seguindo-se o debate.
Artigo 73.º
Debate temático
1 – O Presidente da Assembleia da República, as comissões parlamentares, os grupos parlamentares, os
Deputados únicos representantes de um partido e o Governo podem propor, à Conferência de Líderes, a
realização de um debate sobre um tema específico.
2 – A data em que se realiza o debate deve ser fixada com 15 dias de antecedência.
3 – Quando a realização do debate decorrer por força de disposição legal, a Assembleia delibera, em prazo
não superior a 10 dias, sobre a sua realização ou agendamento.
4 – O Governo tem a faculdade de participar nos debates.
5 – O proponente do debate deve, previamente, entregar aos Deputados, aos grupos parlamentares, aos
Deputados únicos representantes de um partido e ao Governo um documento enquadrador do debate, bem
como outra documentação pertinente relativa ao mesmo.
6 – Quando a iniciativa for da comissão parlamentar competente em razão da matéria, esta aprecia o
assunto do debate e elabora relatório que contenha, se for caso disso, os seguintes elementos:
a) Uma justificação dos motivos e da sua oportunidade;
b) Os factos e situações que lhe respeitem;
c) O enquadramento legal e doutrinário do tema em debate;
d) As conclusões.
7 – Os Deputados únicos representantes de um partido dispõem de um tempo global de um minuto para o
debate.
Artigo 74.º
Debate de atualidade
1 – Os grupos parlamentares e o Governo podem requerer fundamentadamente ao Presidente da
Assembleia da República a realização de debates de atualidade.
2 – Os requerimentos para a realização dos debates de atualidade são apreciados e aprovados pela
Conferência de Líderes na primeira reunião posterior à apresentação do requerimento.
3 – Na falta de consenso quanto à marcação da data para a sua realização, o debate de atualidade realiza-
se numa reunião plenária da semana da sua aprovação pela Conferência de Líderes.
4 – O debate é organizado em duas voltas, de forma a permitir pedidos adicionais de esclarecimento.
5 – Durante a sessão legislativa cada grupo parlamentar tem direito à marcação de debates de atualidade,
nos termos da grelha de direitos potestativos constante do anexo I ao regimento.
6 – Nos casos em que a realização do debate decorre do exercício do direito referido no número anterior,
cabe ao grupo parlamentar proponente o encerramento do debate.
7 – Os tempos globais do debate de atualidade constam das grelhas de tempos aprovada no início da
legislatura, atendendo à representatividade de cada partido, sendo assegurado um minuto a cada Deputado
único representante de um partido.
Artigo 75.º
Emissão de votos
1 – Os Deputados, os grupos parlamentares e a Mesa podem apresentar projetos de voto de
congratulação, protesto, condenação, saudação, solidariedade, preocupação ou pesar, sendo cada projeto de
voto obrigatoriamente de um único tipo.
2 – A discussão e votação dos projetos de voto apresentados pelo Presidente da Assembleia da República
são feitas, em regra, no início de cada período regimental de votações, dispondo cada grupo parlamentar de
dois minutos e cada Deputado único representante de um partido de um minuto para uso da palavra.
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3 – Se nenhum grupo parlamentar requerer a realização do debate, este pode ser substituído pela leitura
do projeto de voto ou apenas submetido a votação.
4 – Os projetos de voto de pesar motivados por falecimentos e que se circunscrevam a esse objeto são
discutidos e votados nos termos dos números anteriores.
5 – De forma a assegurar a inclusão no guião de votações dos projetos de voto referidos no número
anterior, os proponentes devem comunicar à Mesa a sua intenção até:
a) Ao final da reunião plenária de quarta-feira, quando as votações ocorram à sexta-feira;
b) Com a antecedência de 48 horas quando as votações ocorram noutro dia.
6 – Em função da tempestividade do facto justificativo, mediante anuência do Presidente da Assembleia da
República e não havendo oposição de nenhum grupo parlamentar, podem os projetos de voto referidos no n.º
4 ser aditados ao guião de votações após o prazo referido no número anterior.
7 – Os demais projetos de voto apresentados pelos Deputados ou grupos parlamentares baixam à
comissão competente em razão da matéria para discussão e votação.
8 – No caso previsto no número anterior, a comissão, para além de proceder à discussão e votação, pode
ainda:
a) Apresentar um projeto de voto alternativo da comissão sobre a mesma matéria, sem prejuízo do direito
do autor em submeter também o texto inicial a votação;
b) Recomendar ao Presidente da Assembleia da República a sua discussão e ou votação em reunião
plenária.
9 – Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as comissões parlamentares podem deliberar a
apresentação de projetos de voto, que são submetidos a discussão e votação em reunião plenária, nos termos
dos n.os 2, 3 e 5.
10 – As votações incidem apenas sobre a parte deliberativa de cada projeto de voto, sendo os votos
aprovados publicados no Diário com numeração própria, sem os respetivos considerandos iniciais.
11 – Os projetos de voto são entregues na Mesa, mediante o respetivo envio para a caixa de correio
eletrónico definida para o efeito, podendo o Presidente da Assembleia da República, por despacho a publicar
no Diário, estabelecer uma dimensão máxima para a leitura dos projetos de voto em Plenário.
Artigo 76.º
Sessões solenes
1 – É realizada, anualmente, uma Sessão Solene Comemorativa do Aniversário da Revolução do 25 de
Abril de 1974, no âmbito da qual o Presidente da República pode dirigir presencialmente uma mensagem à
Assembleia.
2 – Podem ainda realizar-se sessões solenes evocativas de outros eventos ou da memória de
personalidades, por iniciativa do Presidente da Assembleia da República, bem como sessões solenes de
boas-vindas a Chefes de Estado estrangeiros ou a líderes de organizações internacionais de que Portugal faça
parte, com faculdade de uso da palavra por estes convidados.
3 – O modelo, a organização protocolar e os termos do uso da palavra nas sessões referidas nos números
anteriores são definidos pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes.
SECÇÃO II
Uso da palavra
Artigo 77.º
Uso da palavra pelos Deputados
1 – A palavra é concedida aos Deputados para:
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a) Fazer declarações políticas;
b) Apresentar projetos de lei, de resolução ou de deliberação;
c) Exercer o direito de defesa, nos casos previstos nos artigos 2.º e 3.º;
d) Participar nos debates;
e) Fazer perguntas ao Governo sobre quaisquer atos deste ou da Administração Pública;
f) Invocar o Regimento ou interpelar a Mesa;
g) Fazer requerimentos;
h) Formular ou responder a pedidos de esclarecimento;
i) Reagir contra ofensas à honra ou consideração ou dar explicações nos termos do artigo 84.º;
j) Interpor recursos;
k) Fazer protestos e contraprotestos;
l) Produzir declarações de voto.
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, cada Deputado tem direito a produzir uma intervenção
por cada sessão legislativa, pelo período máximo de seis minutos, não contabilizável nos tempos do seu grupo
parlamentar.
3 – A intervenção a que se refere o número anterior é feita imediatamente a seguir à última declaração
política, pela ordem de inscrição, alternando Deputados de diferentes grupos parlamentares, sem exclusão
dos Deputados únicos representantes de um partido e dos Deputados não inscritos.
4 – Em relação à intervenção referida no n.º 2, cada grupo parlamentar dispõe de dois minutos para
solicitar esclarecimentos ao orador, e cada Deputado único representante de um partido de um minuto,
dispondo o orador de igual tempo para dar explicações.
Artigo 78.º
Ordem e fins do uso da palavra
1 – A palavra é dada pela ordem das inscrições, mas o Presidente da Assembleia da República promove
de modo a que não intervenham seguidamente, havendo outros inscritos, Deputados do mesmo grupo
parlamentar ou membros do Governo.
2 – É autorizada, a todo o tempo, a troca entre quaisquer oradores inscritos.
3 – A ordem dos oradores deve ser visível para o hemiciclo.
4 – Na ausência de inscrições até ao final da apresentação do ponto em debate, a palavra é dada
sucessivamente a cada titular de tempos, por ordem crescente.
5 – Quem solicitar a palavra deve declarar para que fim a pretende.
6 – Quando o orador se afaste da finalidade para que lhe foi concedida a palavra é advertido pelo
Presidente da Assembleia da República, que pode retirá-la se o orador persistir na sua atitude.
Artigo 79.º
Uso da palavra pelos membros do Governo
1 – A palavra é concedida aos membros do Governo para:
a) Apresentar propostas de lei e de resolução, propostas de alteração e moções;
b) Participar nos debates;
c) Responder a perguntas de Deputados sobre quaisquer atos do Governo ou da Administração Pública;
d) Invocar o Regimento ou interpelar a Mesa;
e) Formular ou responder a pedidos de esclarecimento;
f) Reagir contra ofensas à honra ou consideração ou dar explicações nos termos do artigo 84.º;
g) Fazer protestos e contraprotestos.
2 – A seu pedido, o Governo pode intervir, semanalmente, para produzir uma declaração, desde que dê
conhecimento prévio do tema aos grupos parlamentares através do Presidente da Assembleia da República.
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3 – A intervenção a que se refere o número anterior tem lugar após as declarações políticas dos grupos
parlamentares e as referidas no n.º 3 do artigo 77.º, se as houver, e não pode exceder seis minutos, abrindo-
se depois dela um período de debate de duração não superior a 30 minutos.
Artigo 80.º
Invocação do Regimento e perguntas à Mesa
1 – O Deputado que pedir a palavra para invocar o Regimento indica a norma infringida, com as
considerações estritamente indispensáveis para o efeito.
2 – Os Deputados podem interpelar a Mesa quando tenham dúvidas sobre as decisões desta ou a
orientação dos trabalhos.
3 – Não há justificação nem discussão das perguntas dirigidas à Mesa.
4 – O uso da palavra para invocar o Regimento e interpelar a Mesa não pode exceder um minuto.
Artigo 81.º
Requerimentos à Mesa
1 – São considerados requerimentos à Mesa apenas os pedidos que lhe sejam dirigidos sobre o processo
de apresentação, discussão e votação de qualquer assunto ou funcionamento da reunião.
2 – Os requerimentos podem ser formulados por escrito ou oralmente.
3 – Os requerimentos escritos são imediatamente anunciados pela Mesa e distribuídos pelos grupos
parlamentares, pelos Deputados únicos representantes de um partido e pelos Deputados não inscritos.
4 – Os requerimentos orais, assim como a leitura dos requerimentos escritos, se pedida, não podem
exceder um minuto.
5 – Admitido qualquer requerimento, nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 16.º, é imediatamente
votado sem discussão.
6 – A votação dos requerimentos é feita pela ordem da sua apresentação.
7 – Não são admitidas declarações de voto orais.
Artigo 82.º
Reclamações e recursos
1 – Qualquer Deputado pode reclamar das decisões do Presidente da Assembleia da República ou da
Mesa, bem como recorrer delas para o Plenário.
2 – O Deputado que tiver recorrido pode usar da palavra para fundamentar o recurso por tempo não
superior a dois minutos.
3 – No caso de recurso apresentado por mais de um Deputado, só pode intervir na respetiva
fundamentação um dos seus apresentantes, pertençam ou não ao mesmo grupo parlamentar.
4 – Havendo vários recursos com o mesmo objeto, só pode intervir na respetiva fundamentação um
Deputado de cada grupo parlamentar a que os recorrentes pertençam.
5 – Pode ainda usar da palavra pelo período de dois minutos um Deputado de cada grupo parlamentar que
não se tenha pronunciado nos termos dos números anteriores.
6 – Não há lugar a declarações de voto orais.
Artigo 83.º
Pedidos de esclarecimento
1 – Os Deputados que queiram formular pedidos de esclarecimento sobre matéria em dúvida enunciada
pelo orador que tiver acabado de intervir devem inscrever-se até ao termo da intervenção que os suscitou,
sendo formulados e respondidos pela ordem de inscrição.
2 – O orador interrogante e o orador respondente dispõem de dois minutos por cada intervenção, não
podendo, porém, o orador respondente acumular tempos de resposta por período superior a três minutos se
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não desejar usar da palavra a seguir a cada orador interrogante.
Artigo 84.º
Reação contra ofensas à honra ou consideração
1 – Sempre que um Deputado ou membro do Governo considere que foram proferidas expressões
ofensivas da sua honra ou consideração pode, para se defender, usar da palavra por tempo não superior a
dois minutos.
2 – O autor das expressões consideradas ofensivas pode dar explicações por tempo não superior a dois
minutos.
3 – O Presidente da Assembleia da República anota o pedido para a defesa referido no n.º 1, para
conceder o uso da palavra e respetivas explicações, a seguir ao termo do debate em curso, sem prejuízo de a
poder conceder imediatamente, quando considere que as situações especialmente o justificam.
4 – Quando for invocada por um membro da respetiva direção a defesa da consideração devida a todo um
grupo parlamentar, ou pelo Governo, o Presidente da Assembleia da República, verificado o agravo, concede
de imediato a palavra.
Artigo 85.º
Protestos e contraprotestos
1 – Por cada grupo parlamentar e sobre a mesma intervenção apenas é permitido um protesto.
2 – O tempo para o protesto é de um minuto.
3 – Não são admitidos protestos a pedidos de esclarecimento e às respetivas respostas, bem como a
declarações de voto.
4 – O contraprotesto tem lugar imediatamente a seguir ao protesto a que respeite e não pode exceder um
minuto.
Artigo 86.º
Proibição do uso da palavra no período da votação
Anunciado o início da votação, nenhum Deputado pode usar da palavra até à proclamação do resultado,
exceto para apresentar requerimentos respeitantes ao processo de votação.
Artigo 87.º
Declarações de voto
1 – Cada Deputado, a título pessoal, ou grupo parlamentar tem direito a produzir, no final de cada votação,
uma declaração de voto escrita esclarecendo o sentido da sua votação.
2 -– As declarações de voto orais que incidam sobre moção de rejeição do programa do Governo, sobre
moção de confiança ou de censura ou sobre votações finais das grandes opções dos planos nacionais e do
Orçamento do Estado não podem exceder cinco minutos.
3 – As declarações de voto por escrito devem ser entregues na Mesa, impreterivelmente, até ao terceiro dia
útil após a votação que lhes deu origem.
Artigo 88.º
Uso da palavra pelos membros da Mesa
Se os membros da Mesa quiserem usar da palavra no debate de um ponto da ordem de trabalhos em
reunião plenária na qual se encontram em funções não podem reassumi-las até ao termo do debate ou da
votação desse ponto, se a esta houver lugar, sem prejuízo dos debates que se desenvolvem em várias fases.
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Artigo 89.º
Modo de usar a palavra
1 – No uso da palavra, os oradores dirigem-se ao Presidente e à Assembleia e devem manter-se, por
regra, de pé.
2 – O orador não pode ser interrompido sem o seu consentimento, não sendo, porém, consideradas
interrupções as vozes de concordância, discordância ou análogas.
3 – O orador é advertido pelo Presidente da Assembleia da República quando se desvie do assunto em
discussão ou quando o discurso se torne injurioso ou ofensivo, podendo retirar-lhe a palavra.
4 – O orador pode ser avisado pelo Presidente da Assembleia da República para resumir as suas
considerações quando se aproxime o termo do tempo regimental.
Artigo 90.º
Organização dos debates
1 – Quando o Regimento o não fixar, a Conferência de Líderes delibera sobre o tempo global de cada
debate e sobre a sua distribuição, no respeito pela representatividade das forças políticas.
2 – O tempo gasto com pedidos de esclarecimento e resposta, protestos e contraprotestos é considerado
no tempo atribuído ao grupo parlamentar a que pertence o Deputado.
SECÇÃO III
Deliberações e votações
Artigo 91.º
Deliberações
Todas as deliberações são tomadas no período regimental das votações, salvo sobre os projetos de voto
previstos no artigo 75.º, quando, pela sua natureza, urgência ou oportunidade, devam ser apreciados e
votados noutra altura, havendo consenso, e ainda sobre os pareceres relativos à substituição de Deputados ou
a diligências judiciais urgentes.
Artigo 92.º
Requisitos e condições da votação
1 – As deliberações são tomadas à pluralidade de votos, com a presença da maioria legal de Deputados
em efetividade de funções, previamente verificada por recurso ao mecanismo eletrónico de voto e anunciada
pela Mesa, salvo nos casos especialmente previstos na Constituição ou no Regimento.
2 – As abstenções não contam para o apuramento da maioria.
3 – O resultado de cada votação é imediatamente anunciado pela Mesa, com menção expressa do
preenchimento dos requisitos constitucionais ou regimentais aplicáveis.
4 – As deliberações sem eficácia externa, tomadas sobre aspetos circunscritos à coordenação de trabalhos
ou seus procedimentos, são válidas desde que verificado o quórum de funcionamento.
Artigo 93.º
Voto
1 – Cada Deputado tem um voto.
2 – Salvo nos casos previstos no n.º 3 do artigo 8.º do Estatuto dos Deputados, nenhum Deputado presente
pode deixar de votar, sem prejuízo do direito de abstenção.
3 – Não é admitido o voto por procuração ou por correspondência.
4 – O Presidente da Assembleia da República só exerce o direito de voto quando assim o entender.
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Artigo 94.º
Forma das votações
1 – As votações são realizadas pelas seguintes formas:
a) Por levantados e sentados, que constitui a forma usual de votar;
b) Por recurso ao voto eletrónico;
c) Por votação nominal;
d)Por escrutínio secreto.
2 – Não são admitidas votações em alternativa.
3 – Nas votações por levantados e sentados, a Mesa apura os resultados de acordo com a
representatividade dos grupos parlamentares, especificando o número de votos individualmente expressos em
sentido distinto da respetiva bancada e a sua influência no resultado, quando a haja.
4 – Nos casos em que a Constituição exija a obtenção de uma maioria qualificada, as votações são
realizadas também por recurso ao voto eletrónico.
5 – A votação por recurso ao voto eletrónico deve ser organizada de modo a permitir conhecer o resultado
global quantificado e a registar a orientação individual dos votos expressos.
Artigo 95.º
Hora de votação
1 – A votação realiza-se na última reunião plenária de cada semana em que conste da ordem do dia a
discussão de matérias que exijam deliberação dos Deputados.
2 – Se a reunião decorrer na parte da manhã, a votação realiza-se às 12 horas; se decorrer da parte da
tarde, realiza-se às 18 horas.
3 – O Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, pode fixar outra hora para
votação, a qual deve ser divulgada com uma semana de antecedência.
4 – Antes da votação, o Presidente da Assembleia da República faz acionar a campainha de chamada e
manda avisar as comissões parlamentares que se encontrem em funcionamento.
Artigo 96.º
Guião das votações
1 – A Mesa da Assembleia é responsável pela elaboração do guião das votações, o qual deve ser
distribuído por todos os Deputados:
a) Até às 18 horas de quarta-feira, quando as votações ocorram à sexta-feira;
b) Com a antecedência de 24 horas, quando as votações ocorram noutro dia.
2 – Após os prazos referidos no número anterior, o guião só pode ser objeto de alteração desde que
nenhum grupo parlamentar se oponha.
3 – Do guião de votações devem constar, discriminadas, todas as votações que vão ter lugar, incluindo,
obrigatoriamente, as relativas aos pareceres da Comissão Parlamentar de Transparência e Estatuto dos
Deputados, com hiperligação para o respetivo texto, salvo, quanto a estes, quando existir matéria reservada
que só possa ser consultada presencialmente.
4 – As solicitações de desagregações de pontos para votação nos projetos de resoluções, bem como os
requerimentos de avocação pelo Plenário, devem entrar na Mesa, mediante envio para a caixa de correio
eletrónico respetiva, até às 18 horas da véspera do dia em que ocorrem as votações.
5 – As propostas de alteração relativas às avocações pelo Plenário devem dar entrada até ao início da
sessão plenária em que se realizam as votações.
6 – No início da sessão plenária do dia das votações é distribuída a versão definitiva do guião de votações,
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sem prejuízo da emissão de guiões suplementares necessários à realização de votações na especialidade.
7 – A Mesa pode determinar a suspensão dos trabalhos antes das votações e pelo período de tempo
indispensável à elaboração dos guiões referidos no número anterior.
Artigo 97.º
Escrutínio secreto
Fazem-se por escrutínio secreto:
a) As eleições;
b) As deliberações que, segundo o Regimento ou o Estatuto dos Deputados, devam observar essa forma.
Artigo 98.º
Votação nominal e votação sujeita a contagem
1 – A requerimento de um décimo dos Deputados, a votação é nominal quando incida sobre as seguintes
matérias:
a) Autorização para declarar a guerra e para fazer a paz;
b) Autorização e confirmação da declaração do estado de sítio ou de estado de emergência;
c) Acusação do Presidente da República;
d) Concessão de amnistias ou perdões genéricos;
e) Reapreciação de decretos ou resoluções sobre os quais tenha sido emitido veto presidencial.
2 – Pode ainda ter lugar votação nominal sobre quaisquer outras matérias, se a Assembleia ou a
Conferência de Líderes assim o deliberarem.
3 – A votação nominal é feita por chamada dos Deputados, segundo a ordem alfabética, sendo a
expressão do voto também registada por meio eletrónico.
4 – Para além das situações em que é exigível maioria qualificada, a votação pode ser sujeita a contagem,
realizando-se por meio eletrónico nos casos previamente estabelecidos pela Conferência de Líderes ou,
quando a Assembleia o delibere, a requerimento de, pelo menos, 10 Deputados.
5 – As deliberações previstas nos n.os 2 e 4 são tomadas nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 94.º.
Artigo 99.º
Empate na votação
1 – Quando a votação produza empate procede-se a uma nova votação.
2 – Se o empate se tiver dado em votação não precedida de discussão, por não ter sido pedida a palavra, a
matéria sobre a qual tiver recaído entra em discussão de novo antes da repetição da votação.
3 – O empate na segunda votação equivale a rejeição.
CAPÍTULO IV
Reuniões das comissões parlamentares
Artigo 100.º
Convocação e ordem do dia
1 – As reuniões de cada comissão parlamentar são marcadas pela própria comissão ou pelo seu
presidente.
2 – A ordem do dia é fixada por cada comissão parlamentar ou pelo seu presidente, ouvidos os
representantes dos grupos parlamentares na comissão parlamentar.
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Artigo 101.º
Colaboração ou presença de outros Deputados
1 – Nas reuniões das comissões parlamentares podem participar, sem direito a voto, os Deputados autores
de iniciativas ou de requerimentos em apreciação.
2 – Qualquer outro Deputado pode assistir às reuniões e, se a comissão parlamentar o autorizar, pode
participar nos trabalhos sem direito a voto.
3 – Os Deputados podem enviar observações escritas às comissões parlamentares sobre matéria da sua
competência.
Artigo 102.º
Participação de membros do Governo e outras entidades
1 – Os membros do Governo podem participar nos trabalhos das comissões parlamentares a solicitação
destas ou por sua iniciativa.
2 – As comissões parlamentares podem solicitar a participação nos seus trabalhos de quaisquer cidadãos e
designadamente:
a) Dirigentes e funcionários da administração direta do Estado;
b) Dirigentes, funcionários e contratados da administração indireta do Estado e do setor empresarial do
Estado.
3 – As comissões parlamentares podem admitir a participação nos seus trabalhos das entidades referidas
na alínea a) do número anterior, desde que autorizadas pelos respetivos ministros.
4 – As diligências previstas no presente artigo são efetuadas através do presidente da comissão
parlamentar, delas sendo dado conhecimento ao Presidente da Assembleia da República.
Artigo 103.º
Poderes das comissões parlamentares
1 – As comissões parlamentares podem requerer ou proceder a quaisquer diligências necessárias ao bom
exercício das suas funções, nomeadamente:
a) Proceder a estudos;
b) Requerer informações ou pareceres;
c) Solicitar depoimentos de quaisquer cidadãos;
d) Realizar audições parlamentares;
e) Requisitar e contratar especialistas para as coadjuvar nos seus trabalhos;
f) Efetuar missões de informação ou de estudo.
2 – Todos os documentos em análise, ou já analisados, pelas comissões parlamentares, que não
contenham matéria reservada, devem ser disponibilizados no portal da Assembleia da República na Internet.
3 – Os jornalistas têm direito a aceder a todos os documentos distribuídos para cada reunião da comissão
parlamentar, exceto se contiverem matéria reservada.
Artigo 104.º
Audições parlamentares
1 – A Assembleia da República pode realizar audições parlamentares, individuais ou coletivas, que têm
lugar nas comissões parlamentares por deliberação das mesmas.
2 – Qualquer das entidades referidas no artigo 102.º pode ser ouvida em audição parlamentar.
3 – Cada grupo parlamentar pode, em cada sessão legislativa, requerer potestativamente a presença de
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membros do Governo e das entidades referidas na alínea b) do n.º 2 do artigo 102.º, nos termos da grelha de
direitos potestativos constante do anexo I.
4 – Os direitos potestativos referidos no número anterior não podem ser utilizados mais de duas vezes
consecutivas para o mesmo membro do Governo.
5 – Os ministros devem ser ouvidos em audição pelas respetivas comissões parlamentares permanentes
pelo menos quatro vezes por cada sessão legislativa, incluindo a audição na especialidade em sede de
discussão do Orçamento do Estado, de acordo com o calendário fixado até à primeira semana da respetiva
sessão legislativa, em Conferência de Líderes.
6 – Para efeitos do número anterior, quando um membro do Governo deva ser ouvido em audição por mais
de uma comissão parlamentar em função da respetiva área setorial de governação, a audição tem lugar em
reunião conjunta das respetivas comissões, presidida alternadamente por cada presidente.
7 – As audições iniciam-se com uma intervenção do ministro, por um período não superior a 15 minutos, a
que se seguem duas voltas de perguntas dos Deputados, nos seguintes termos:
a) Na primeira volta, intervêm os grupos parlamentares e os Deputados únicos representantes de um
partido, por ordem decrescente da sua representatividade, com prioridade ao maior grupo parlamentar da
oposição, sendo cada pergunta seguida, de imediato, pela resposta do ministro;
b) Na segunda volta podem inscrever-se individualmente os Deputados, com um tempo máximo de dois
minutos, usando os Deputados não inscritos da palavra em primeiro lugar, caso se inscrevam, respondendo o
ministro no final da ronda.
8 – Os Deputados podem utilizar os tempos de uma só vez ou por diversas vezes, cabendo ao ministro um
tempo global para as respostas igual ao de cada um dos grupos parlamentares ou Deputado único
representante de um partido que o questiona.
9 – Os tempos globais da audição regimental constam das grelhas de tempos aprovada no início da
legislatura, atendendo à representatividade de cada partido.
Artigo 105.º
Colaboração entre comissões parlamentares
Duas ou mais comissões parlamentares podem reunir em conjunto para o estudo de assuntos de interesse
comum, não podendo, porém, tomar deliberações.
Artigo 106.º
Regulamentos das comissões parlamentares
1 – Cada comissão parlamentar elabora o seu regulamento, onde devem constar as respetivas
competências, procedimentos de constituição de grupos de trabalho, regras de funcionamento interno e os
critérios de indicação dos Deputados relatores.
2 – No início de cada legislatura a Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares promove a
adoção de critérios uniformes na elaboração dos regulamentos das comissões.
3 – Na falta ou insuficiência do regulamento da comissão parlamentar, aplica-se, por analogia, o
Regimento.
Artigo 107.º
Atas das comissões parlamentares
1 – De cada reunião das comissões parlamentares é lavrada uma ata da qual devem constar a indicação
das presenças e as ausências por falta ou por representação parlamentar, um sumário dos assuntos tratados,
as posições dos Deputados, dos grupos parlamentares e o resultado das votações, com as respetivas
declarações de voto individuais ou coletivas.
2 – Todas as reuniões das comissões são gravadas, sem prejuízo do seu caráter reservado quando a lei, o
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regimento ou regulamento da comissão o determinarem.
3 – As atas das comissões parlamentares relativas às reuniões públicas são publicadas integralmente no
portal da Assembleia da República na Internet.
4 – São referidos nominalmente nas atas os Deputados que votaram, assim como o sentido do seu voto,
desde que um membro da comissão parlamentar o requeira.
5 – Das reuniões com caráter reservado é lavrada ata da qual deve constar, quando possível, o sumário
dos assuntos tratados de forma reservada, as posições dos Deputados e dos grupos parlamentares, e o
resultado das votações das matérias que devem produzir eficácia externa, com discriminação dos sentidos de
voto e das respetivas declarações de voto individuais ou coletivas.
Artigo 108.º
Plano e relatório de atividades das comissões parlamentares
1 – As comissões parlamentares elaboram e aprovam, no início da sessão legislativa, a sua proposta de
plano de atividades, acompanhada da respetiva proposta de orçamento, que submetem à apreciação do
Presidente da Assembleia da República, devendo ser ouvida a Conferência dos Presidentes das Comissões
Parlamentares.
2 – O plano de atividades para a primeira sessão legislativa bem como a respetiva proposta de orçamento
devem ser elaborados pelos presidentes das comissões parlamentares no prazo de 15 dias após a sua
instalação.
3 – As comissões parlamentares informam a Assembleia, no final da sessão legislativa, sobre o andamento
dos seus trabalhos, através de relatórios da competência dos respetivos presidentes, publicados no Diário,
cabendo à Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares propor os modos da sua apreciação.
Artigo 109.º
Instalações e apoio das comissões parlamentares
1 – As comissões parlamentares dispõem de instalações próprias na sede da Assembleia.
2 – Os trabalhos de cada comissão parlamentar são apoiados por funcionários administrativos e
assessorias adequadas, nos termos da lei.
CAPÍTULO V
Publicidade dos trabalhos e atos da Assembleia
SECÇÃO I
Publicidade dos trabalhos da Assembleia
Artigo 110.º
Publicidade das reuniões
1 – As reuniões plenárias e das comissões parlamentares são públicas e, por regra, transmitidas pelo
Canal Parlamento, bem como disponibilizadas no portal da Assembleia da República na Internet.
2 – As comissões parlamentares podem, excecionalmente, reunir à porta fechada, quando o caráter
reservado das matérias a tratar o justifique, mediante deliberação nesse sentido ou nos casos em que o
regimento ou o respetivo regulamento o preveja.
Artigo 111.º
Colaboração dos meios de comunicação social
1 – Para o exercício da sua função, são reservados lugares na sala das reuniões para os representantes
dos órgãos de comunicação social, devidamente credenciados.
2 – Achando-se esgotados os lugares reservados aos representantes dos órgãos de comunicação social,
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os serviços da Assembleia asseguram a sua assistência às reuniões plenárias noutro local disponível.
3 – A Mesa providencia a distribuição de textos dos assuntos em discussão e das intervenções aos
representantes dos órgãos de comunicação social.
Artigo 112.º
Diário da Assembleia da República
1 – O jornal oficial da Assembleia é o Diário da Assembleia da República.
2 – A Assembleia aprova através de resolução, designadamente, a organização do Diário, o seu conteúdo,
a sua elaboração e o respetivo índice.
3 – As séries do Diário são publicadas integralmente no portal da Assembleia da República na Internet.
Artigo 113.º
Divulgação eletrónica
Todos os atos e documentos de publicação obrigatória em Diário bem como todos os documentos cuja
produção e tramitação seja imposta pelo Regimento devem ser disponibilizados, em tempo real, no portal da
Assembleia da República na Internet e na Intranet.
Artigo 114.º
Informação
Para informação dos Deputados, dos órgãos de comunicação social e do público em geral, a Mesa
promove, em articulação com o Secretário-Geral:
a) A distribuição, antes de cada reunião plenária, de um boletim com a ordem do dia e outras informações
sobre as atividades parlamentares;
b) A publicação anual, em edições especiais, de relatórios elaborados no âmbito das diferentes comissões
parlamentares, ouvidas as respetivas mesas;
c) Outras iniciativas destinadas a ampliar o conhecimento das múltiplas atividades da Assembleia da
República.
SECÇÃO II
Publicidade dos atos da Assembleia
Artigo 115.º
Publicação na 1.ª série do Diário da República
1 – Os atos da Assembleia da República que, nos termos da lei, devam ser publicados na 1.ª série do
Diário da República são remetidos à Imprensa Nacional pelo Presidente da Assembleia da República, no mais
curto prazo.
2 – Qualquer Deputado ou grupo parlamentar pode solicitar a retificação dos textos dos atos publicados no
Diário da República, a qual é apreciada pelo Presidente da Assembleia da República, que, ouvida a Mesa, a
remete à Imprensa Nacional em prazo compatível com o legalmente previsto para a publicação de retificações.
Artigo 116.º
Publicação de deliberações no Diário da Assembleia da República
1 – As deliberações da Assembleia da República, da Comissão Permanente, da Mesa da Assembleia e da
Conferência de Líderes são reduzidas a escrito, obedecem a formulário inicial e são assinadas pelo Presidente
da Assembleia da República.
2 – As deliberações, quando não devam revestir as formas previstas no artigo 166.º da Constituição, são
identificadas, obedecem a numeração comum, por anos civis e com referência aos órgãos de que provêm, e
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são publicadas na 2.ª série do Diário.
CAPÍTULO VI
Relatório da atividade da Assembleia da República
Artigo 117.º
Periodicidade e conteúdo
1 – No início de cada sessão legislativa é editado, sob responsabilidade da Mesa da Assembleia, o relatório
da atividade da Assembleia da República na sessão legislativa anterior.
2 – Do relatório consta, designadamente, a descrição sumária das iniciativas legislativas e de fiscalização
apresentadas e respetiva tramitação, bem como a indicação dos demais atos praticados no exercício da
competência da Assembleia.
TÍTULO IV
Formas de processo
CAPÍTULO I
Revisão Constitucional
Artigo 118.º
Revisão constitucional
1 – A Assembleia da República revê a Constituição nos termos previstos nos seus artigos 284.º a 289.º,
sendo a iniciativa da revisão da competência exclusiva dos Deputados.
2 – Apresentado um projeto de revisão constitucional, quaisquer outros têm de ser apresentados no prazo
de 30 dias e, uma vez findo esse prazo, é constituída uma Comissão Eventual de Revisão Constitucional, à
qual compete:
a) Apreciar as propostas de alteração à Constituição e submeter ao Plenário a aprovação de qualquer
delas ou de textos de substituição;
b) Proceder à sistematização das propostas de alteração à Constituição, constantes dos projetos de
revisão apresentados, com vista à sua discussão e votação na especialidade no Plenário;
c) Proceder à redação final das alterações à Constituição aprovadas pelo Plenário da Assembleia;
d) Reunir num único decreto de revisão as alterações aprovadas e inseri-las nos lugares próprios da
Constituição, mediante as substituições, as supressões e os aditamentos necessários.
CAPÍTULO II
Processo legislativo
SECÇÃO I
Processo legislativo comum
DIVISÃO I
Iniciativa
Artigo 119.º
Iniciativa
1 – A iniciativa da lei compete aos Deputados, aos grupos parlamentares e ao Governo, bem como, no
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respeitante às Regiões Autónomas, às respetivas Assembleias Legislativas e ainda, nos termos e condições
estabelecidos na lei, a grupos de cidadãos eleitores.
2 – A iniciativa originária da lei toma a forma de projeto de lei quando exercida pelos Deputados ou grupos
parlamentares e de proposta de lei quando exercida pelo Governo ou pelas Assembleias Legislativas das
Regiões Autónomas.
3 – A iniciativa superveniente toma a forma de proposta de alteração.
Artigo 120.º
Limites da iniciativa
1 – Não são admitidos projetos e propostas de lei ou propostas de alteração que:
a) Infrinjam a Constituição ou os princípios nela consignados;
b) Não definam concretamente o sentido das modificações a introduzir na ordem legislativa.
2 – Os Deputados, os grupos parlamentares, as Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas e os
grupos de cidadãos eleitores não podem apresentar projetos de lei, propostas de lei ou propostas de alteração
que envolvam, no ano económico em curso, aumento das despesas ou diminuição das receitas do Estado
previstas no Orçamento.
3 – Os projetos e as propostas de lei definitivamente rejeitados não podem ser renovados na mesma
sessão legislativa.
Artigo 121.º
Renovação da iniciativa
1 – Os projetos e as propostas de lei não votados na sessão legislativa em que foram apresentados não
carecem de ser renovados nas sessões legislativas seguintes, salvo termo da legislatura.
2 – As propostas de lei caducam com a demissão do Governo ou, quando da iniciativa da Assembleia
Legislativa de uma Região Autónoma, com o termo da respetiva legislatura.
Artigo 122.º
Cancelamento da iniciativa
1 – Admitido qualquer projeto ou proposta de lei ou qualquer proposta de alteração, os seus autores podem
retirá-lo até à votação na generalidade.
2 – Se outro Deputado ou o Governo adotar como seu o projeto ou proposta que se pretende retirar, a
iniciativa segue os termos do Regimento como projeto ou proposta do adotante.
Artigo 123.º
Exercício da iniciativa
1 – Os projetos de lei são subscritos:
a) Pelos Deputados seus proponentes;
b) Pelos grupos parlamentares;
c) Pelos grupos de cidadãos eleitores, nos termos previstos na lei que regula a iniciativa legislativa de
cidadãos.
2 – As propostas de lei são subscritas pelo Primeiro-Ministro e ministros competentes em razão da matéria
e devem conter a menção de que foram aprovadas em Conselho de Ministros.
3 – As propostas de lei de iniciativa das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas são assinadas
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pelos respetivos presidentes.
Artigo 124.º
Requisitos formais dos projetos e propostas de lei
1 – Os projetos e propostas de lei devem:
a) Ser redigidos sob a forma de artigos, eventualmente divididos em números e alíneas;
b) Ter uma designação que traduza sinteticamente o seu objeto principal;
c) Ser precedidos de uma breve justificação ou exposição de motivos.
2 – O requisito referido na alínea c) do número anterior implica, no que diz respeito às propostas de lei e na
medida do possível, a apresentação, de modo abreviado, dos seguintes elementos:
a) Uma memória descritiva das situações sociais, económicas, financeiras e políticas a que se aplica;
b) Uma informação sobre os benefícios e as consequências da sua aplicação;
c) Uma resenha da legislação vigente referente ao assunto.
3 – As propostas de lei devem ser acompanhadas dos estudos, documentos e pareceres que as tenham
fundamentado, bem como das tomadas de posição das entidades ouvidas pelo Governo no âmbito do
procedimento da respetiva aprovação.
4 – Não são admitidos os projetos e as propostas de lei que hajam preterido o prescrito na alínea a) do n.º
1.
5 – A falta dos requisitos das alíneas b) e c) do n.º 1 implica a necessidade de suprimento no prazo de
cinco dias ou, tratando-se de proposta de lei de Assembleia Legislativa de Região Autónoma, no prazo que o
Presidente da Assembleia da República fixar.
6 – A Assembleia da República aprova por deliberação e sob proposta do Presidente um modelo de
formulário dos atos da sua competência que não se encontrem previstos na lei sobre publicação, identificação
e formulário dos diplomas.
7 – A Assembleia da República pode autorizar o Presidente a estabelecer, por acordo interinstitucional com
os demais órgãos com competência legislativa, regras comuns de legística para a elaboração de atos
normativos.
Artigo 125.º
Processo
1 – Os projetos e propostas de lei são entregues na Mesa, mediante o respetivo envio para a caixa de
correio eletrónico definida para o efeito, para efeitos de admissão pelo Presidente da Assembleia da República
e de publicação no Diário, nos termos da Constituição e do Regimento.
2 – No prazo de 48 horas, o Presidente da Assembleia da República deve comunicar ao autor ou ao
primeiro signatário a decisão de rejeição.
3 – Os projetos e propostas de lei e as propostas de alteração são registados e numerados pela ordem da
sua entrega na Mesa.
4 – Os projetos e propostas de lei são identificados, em epígrafe, pelo número, legislatura e sessão
legislativa.
5 – Por indicação dos subscritores, os projetos de lei podem ainda conter em epígrafe o nome do grupo
parlamentar proponente ou do primeiro Deputado subscritor, pelo qual deve ser designado durante a sua
tramitação.
6 – Os projetos e propostas de lei entrados na Mesa são imediatamente disponibilizados no portal da
Assembleia da República na Internet e na Intranet.
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Artigo 126.º
Recurso
1 – Admitido um projeto ou proposta de lei e distribuído à comissão parlamentar competente, ou rejeitado, o
Presidente comunica o facto à Assembleia.
2 – Até ao termo da reunião subsequente, qualquer Deputado pode recorrer, por requerimento escrito e
fundamentado, da decisão do Presidente da Assembleia da República.
3 – Interposto recurso, o Presidente da Assembleia da República submete-o à apreciação da comissão
parlamentar pelo prazo de 48 horas.
4 – A comissão parlamentar elabora parecer fundamentado, o qual é agendado para votação na reunião
plenária subsequente ao termo do prazo referido no número anterior.
5 – O parecer é lido e votado no Plenário, podendo cada grupo parlamentar produzir uma intervenção de
duração não superior a dois minutos, salvo decisão da Conferência de Líderes que aumente os tempos do
debate.
Artigo 127.º
Natureza das propostas de alteração
1 – As propostas de alteração podem ter a natureza de propostas de emenda, substituição, aditamento ou
eliminação.
2 – Consideram-se propostas de emenda as que, conservando todo ou parte do texto em discussão,
restrinjam, ampliem ou modifiquem o seu sentido.
3 – Consideram-se propostas de substituição as que contenham disposição diversa daquela que tenha sido
apresentada.
4 – Consideram-se propostas de aditamento as que, conservando o texto primitivo e o seu sentido,
contenham a adição de matéria nova.
5 – Consideram-se propostas de eliminação as que se destinem a suprimir a disposição em discussão.
Artigo 128.º
Projetos e propostas de resolução
1 – Admitido qualquer projeto ou proposta de resolução, o Presidente da Assembleia da República envia o
seu texto à comissão parlamentar competente em razão da matéria.
2 – Os autores da iniciativa devem indicar na comissão se pretendem vê-la discutida em Plenário ou em
comissão, podendo proceder à substituição do respetivo texto inicial até 48 horas antes da sua discussão em
Plenário ou em comissão, consoante o caso.
3 – Se for agendada a discussão de um único projeto ou proposta de resolução sobre o mesmo tema, finda
a discussão o mesmo é incluído no guião de votações regimentais e submetido a votação final em reunião
plenária, podendo ser requerida a sua votação por pontos por qualquer grupo parlamentar ou Deputado único
representante de um partido.
4 – Caso sejam agendados mais do que um projeto ou proposta de resolução com afinidade de objeto, são
os mesmos submetidos a uma votação na generalidade em Plenário, baixando à comissão competente para
debate e votação na especialidade, com a faculdade de apresentação de propostas de alteração.
5 – Nos casos referidos no número anterior, finda a discussão e votação na especialidade, o texto final
aprovado na comissão é incluído no guião de votações regimentais e submetido a votação final global em
reunião plenária.
6 – Sem prejuízo do disposto no presente artigo, aplicam-se subsidiariamente à discussão e votação dos
projetos e propostas de resolução as regras do processo legislativo comum.
7 – Todas as resoluções que não tenham natureza normativa e não estejam expressamente previstas na
Constituição e na lei, designadamente as recomendações ao Governo, revestem a forma de deliberação e,
uma vez aprovadas, são publicadas no Diário.
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DIVISÃO II
Apreciação de projetos e propostas de lei em comissão parlamentar
Artigo 129.º
Envio de projetos e propostas de lei
1 – Admitido qualquer projeto ou proposta de lei, o Presidente da Assembleia da República envia o seu
texto à comissão parlamentar competente para apreciação e emissão de parecer.
2 – No caso de o Presidente da Assembleia da República enviar o texto referido no número anterior a mais
de uma comissão parlamentar, deve indicar qual delas é a comissão parlamentar responsável pela elaboração
e aprovação do parecer.
3 – A Assembleia pode constituir uma comissão parlamentar eventual para apreciação do projeto ou da
proposta de lei, quando a sua importância e especialidade o justifiquem.
Artigo 130.º
Determinação da comissão parlamentar competente
Quando uma comissão parlamentar discorde da decisão do Presidente da Assembleia da República de
determinação da comissão competente, deve comunicá-lo, no prazo de cinco dias úteis, ao Presidente da
Assembleia da República para que reaprecie o correspondente despacho.
Artigo 131.º
Nota técnica
1 – Os serviços da Assembleia elaboram uma nota técnica para cada um dos projetos e propostas de lei.
2 – Sempre que possível, a nota técnica deve conter, designadamente:
a) Uma análise da conformidade dos requisitos formais, constitucionais e regimentais previstos;
b) Um enquadramento legal e doutrinário do tema, incluindo no plano europeu e internacional;
c) A indicação de outras iniciativas pendentes, nacionais e comunitárias, sobre idênticas matérias;
d) A verificação do cumprimento da lei formulário;
e) Uma análise sucinta dos factos, situações e realidades que lhe respeitem;
f) Um esboço histórico dos problemas suscitados;
g) A apreciação das consequências da aprovação e dos previsíveis encargos com a respetiva aplicação;
h) O relatório da avaliação de impacto de género, elaborado nos termos do respetivo regime jurídico;
i) Referências a contributos de entidades que tenham interesse nas matérias a que respeitem,
designadamente os pareceres por elas emitidos.
3 – Os serviços da Assembleia enviam a nota técnica à comissão parlamentar competente no prazo de 15
dias a contar da data do despacho de admissibilidade do respetivo projeto ou da respetiva proposta de lei.
4 – A nota técnica deve ser junta, como anexo, ao parecer a elaborar pela comissão parlamentar e
acompanhar a iniciativa legislativa ao longo de todo o processo legislativo.
Artigo 132.º
Apresentação em comissão parlamentar
1 – Admitido um projeto ou proposta de lei, o seu autor, ou um dos seus autores, tem o direito de o
apresentar perante a comissão parlamentar competente.
2 – Após a apresentação, segue-se um período de esclarecimento por parte do autor, ou autores, aos
Deputados presentes na reunião da comissão parlamentar.
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Artigo 133.º
Envio de propostas de alteração
O Presidente da Assembleia da República pode também enviar à comissão parlamentar que se tenha
pronunciado sobre o projeto ou proposta de lei qualquer proposta de alteração que afete os princípios e o
sistema do texto a que se refere.
Artigo 134.º
Legislação do trabalho
1 – Tratando-se de legislação do trabalho, a comissão parlamentar promove a apreciação do projeto ou
proposta de lei, para efeitos da alínea d) do n.º 5 do artigo 54.º e da alínea a) do n.º 2 do artigo 56.º da
Constituição.
2 – As comissões de trabalhadores, as associações sindicais e as associações de empregadores podem
enviar à comissão parlamentar, no prazo por ela fixado, nos termos da lei, as sugestões que entenderem
convenientes e solicitar a audição de representantes seus.
3 – Para efeitos do disposto nos números anteriores, os projetos e propostas de lei são publicados
previamente em separata eletrónica do Diário.
4 – A data da separata é a da sua publicação, coincidente com a do seu anúncio, entendendo-se como tal
o dia em que fica disponível no portal da Assembleia da República na Internet.
Artigo 135.º
Elaboração do parecer
1 – Compete à mesa de cada comissão parlamentar a designação do Deputado responsável pela
elaboração do parecer.
2 – Quando se justifique, a mesa da comissão parlamentar pode designar mais de um Deputado
responsável por partes do projeto ou da proposta de lei.
3 – Na designação dos Deputados responsáveis pela elaboração do parecer, a comissão parlamentar
competente deve recorrer a critérios previamente fixados através da elaboração de uma grelha que assegure:
a) A ponderação da representatividade de cada partido;
b) Uma distribuição equilibrada entre os membros da comissão parlamentar;
c) A não distribuição aos Deputados que são autores da iniciativa, que pertençam ao partido do autor da
iniciativa ou que sejam de partido que suporte o Governo, no caso das propostas de lei e de resolução;
d) Que é tida em conta a vontade expressa por um Deputado;
e) A não distribuição a Deputados que tenham invocado potencial conflito de interesses, nos termos do
Estatuto dos Deputados.
Artigo 136.º
Prazo de apreciação e emissão de parecer
1 – A comissão parlamentar aprova o seu parecer, devidamente fundamentado, e envia-o ao Presidente da
Assembleia da República no prazo de 30 dias a contar da data do despacho de admissibilidade.
2 – O prazo referido no número anterior pode ser prorrogado, por 30 dias, por decisão do Presidente da
Assembleia da República, a requerimento da comissão parlamentar competente.
3 – A não aprovação do parecer não prejudica o curso do processo legislativo da respetiva iniciativa.
4 – Os pareceres são publicados no Diário.
Artigo 137.º
Conteúdo do parecer
1 – O parecer da comissão parlamentar à qual compete a apreciação do projeto ou da proposta de lei
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compreende quatro partes:
a) Parte I, destinada aos considerandos;
b) Parte II, destinada à opinião do Deputado autor do parecer;
c) Parte III, destinada às conclusões;
d) Parte IV, destinada aos anexos.
2 – O parecer deve, obrigatoriamente, conter as partes I e III, as quais são objeto de deliberação por parte
da comissão parlamentar, e, ainda, incluir, num dos anexos da parte IV, a nota técnica referida no artigo 131.º.
3 – A parte II, de elaboração facultativa, é da exclusiva responsabilidade do seu autor e não pode ser
objeto de votação, modificação ou eliminação.
4 – Qualquer Deputado ou grupo parlamentar pode mandar anexar ao parecer, na parte IV, as suas
posições políticas.
5 – Em relação às partes I e III podem os Deputados ou grupos parlamentares requerer a sua votação em
separado, bem como formular propostas de alteração, aditamento ou eliminação de elementos, sendo essas
alterações de especialidade sujeitas a uma primeira votação da comissão, quando ocorram.
6 – Nos casos em que ocorrer uma votação em separado ou uma votação de especialidade de propostas
de alteração, aditamento ou eliminação, nos termos do número anterior, é obrigatória a realização de uma
votação final sobre a totalidade do parecer.
7 – O relator pode solicitar a sua substituição por outro Deputado sempre que considerar que a introdução
de aditamentos, ou a alteração ou eliminação de alguma das componentes do projeto de parecer por si
apresentado, o impedem de assumir a sua autoria.
Artigo 138.º
Projetos ou propostas sobre matérias idênticas
1 – Se até metade do prazo estabelecido para emitir parecer forem enviados à comissão parlamentar
outros projetos ou propostas de lei sobre a mesma matéria, a comissão parlamentar deve fazer a sua
apreciação conjunta, sem prejuízo da emissão de parecer em separado.
2 – Não se verificando a circunstância prevista no número anterior, têm precedência na emissão de parecer
o texto ou os textos que tiverem sido primeiramente recebidos.
Artigo 139.º
Textos de substituição
1 – A comissão parlamentar pode apresentar textos de substituição tanto na generalidade como na
especialidade, sem prejuízo dos projetos e das propostas de lei a que se referem, quando não retirados.
2 – O texto de substituição é discutido na generalidade em conjunto com o texto do projeto ou proposta e,
finda a discussão, procede-se à votação sucessiva dos textos pela ordem da sua apresentação.
Artigo 140.º
Discussão pública
1 – Em razão da especial relevância da matéria, a comissão parlamentar competente pode propor ao
Presidente a discussão pública de projetos ou propostas de lei, nos termos dos n.os 3 e 4 do artigo 134.º.
2 – A comissão parlamentar competente deve promover a consulta das federações e confederações
representativas do setor sempre que se trate de projetos ou propostas de lei em matéria de deficiência.
3 – O disposto nos números anteriores não prejudica as iniciativas que as comissões parlamentares
competentes em razão da matéria entendam desenvolver de modo a recolher os contributos dos interessados,
designadamente através de audições parlamentares ou do sítio da Assembleia da República na Internet.
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Artigo 141.º
Audição da ANMP e da ANAFRE
A comissão parlamentar competente deve promover a consulta da Associação Nacional de Municípios
Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias sempre que se trate de projetos ou propostas de lei
respeitantes às autarquias locais ou outras iniciativas que o justifiquem.
DIVISÃO III
Audição dos órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas
Artigo 142.º
Audição dos órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas
Tratando-se de iniciativa que verse matéria respeitante às Regiões Autónomas, o Presidente da
Assembleia da República promove a sua apreciação pelos órgãos de governo próprio das Regiões
Autónomas, para os efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 229.º da Constituição.
DIVISÃO IV
Discussão e votação de projetos e de propostas de lei
SUBDIVISÃO I
Disposições gerais
Artigo 143.º
Regra
1 – Os projetos e propostas de lei admitidos pela Mesa devem, obrigatoriamente, ser discutidos e votados
na generalidade de acordo com os prazos fixados e previstos no Regimento.
2 – Excetuam-se do número anterior os projetos ou propostas de lei cujo autor comunique, por escrito, ao
Presidente da Assembleia da República, até ao final da reunião em que o parecer é aprovado, em fase de
generalidade, na comissão parlamentar competente, que não pretende ver a iniciativa discutida e votada na
generalidade de acordo com os prazos fixados no Regimento.
3 – O efeito previsto no número anterior pode ser revogado, a qualquer momento, mediante comunicação
do respetivo autor.
4 – Quando haja projetos ou propostas de lei que versem matérias idênticas, a sua discussão e votação
podem ser feitas em conjunto, nos termos do artigo 65.º.
Artigo 144.º
Conhecimento prévio dos projetos e das propostas de lei
1 – Nenhum projeto ou proposta de lei pode ser apreciado em comissão parlamentar ou agendado para
discussão em reunião plenária sem ter sido distribuído antes aos Deputados e aos grupos parlamentares.
2 – Nenhum projeto ou proposta de lei pode ser discutido em reunião plenária sem ter sido publicado, com
a antecedência mínima de cinco dias, no Diário.
3 – Em caso de urgência, porém, a Conferência de Líderes pode, por maioria de dois terços, ponderada em
função do número de Deputados nela representados, reduzir a antecedência do número anterior para 48
horas, no mínimo.
4 – O disposto nos números anteriores não prejudica o consenso estabelecido na Conferência de Líderes
no sentido de a discussão em comissão parlamentar ou em reunião plenária poder ter lugar com dispensa dos
prazos estabelecidos.
5 – A discussão relativa à autorização para a declaração de guerra ou feitura da paz, bem como para a
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declaração do estado de sítio e do estado de emergência, pode ter lugar independentemente da observância
de qualquer prazo.
Artigo 145.º
Início e tempos do debate em Plenário
1 – Os debates em reunião plenária dos projetos e propostas de lei apreciados em comissão parlamentar
iniciam-se com as intervenções dos seus autores.
2 – A grelha padrão de tempos de debate é fixada pela Conferência de Líderes no início da legislatura de
acordo com os critérios seguintes:
a) Os tempos de cada grupo parlamentar atendem à representatividade dos partidos;
b) O Governo dispõe do mesmo tempo do maior grupo parlamentar;
c) Aos Deputados únicos representantes de um partido é garantido um tempo de intervenção de um
minuto;
d) Os autores dos projetos e das propostas de lei dispõem de mais um minuto cada;
e) O partido que promoveu o agendamento dispõe de um período adicional de dois minutos para o
encerramento;
f) No caso de agendamento potestativo os respetivos proponentes dispõem de tempo igual ao do maior
grupo parlamentar.
3 – A Conferência de Líderes fixa ainda grelhas alargadas de tempo global para o debate no início da
legislatura, para utilização nas seguintes situações:
a) Nos casos previstos nos artigos 62.º e 169.º;
b) Por proposta do Presidente da Assembleia da República, desde que nenhum grupo parlamentar se
oponha;
c) Quando estejam em causa matérias de reserva de competência legislativa da Assembleia e seja
requerido por um grupo parlamentar;
d) A solicitação do Governo.
4 – Os Deputados não inscritos podem solicitar ao Presidente da Assembleia da República a sua
intervenção até um máximo de cinco debates em reunião plenária por sessão legislativa, pelo tempo igual ao
dos Deputados únicos representantes de um partido.
5 – O uso da palavra para invocação do Regimento, perguntas à Mesa, requerimentos, recursos e reações
contra ofensas à honra não é considerado nos tempos atribuídos a cada grupo parlamentar ou ao Governo.
Artigo 146.º
Requerimento de reapreciação pela comissão parlamentar
1 – Até ao anúncio da votação, o autor, um grupo parlamentar ou 10 Deputados, pelo menos, desde que
obtida a anuência do autor, podem requerer nova apreciação do texto a qualquer comissão parlamentar, no
prazo que for designado, não se aplicando neste caso o disposto no artigo 144.º.
2 – Os requerimentos a que se refere o número anterior são entregues na Mesa, mediante o respetivo
envio para a caixa de correio eletrónico determinada para o efeito.
SUBDIVISÃO II
Discussão e votação dos projetos e propostas de lei na generalidade
Artigo 147.º
Objeto da discussão e votação na generalidade
1 – A discussão na generalidade versa sobre os princípios e o sistema de cada projeto ou proposta de lei.
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2 – A Assembleia pode deliberar que a discussão e a votação incidam sobre uma divisão do projeto ou
proposta cuja autonomia o justifique.
3 – A votação na generalidade versa sobre cada projeto ou proposta de lei.
Artigo 148.º
Substituição do texto da iniciativa
1 – Os proponentes podem proceder à substituição do texto da iniciativa até 48 horas antes da sua
discussão na generalidade, devendo a substituição ser de imediato comunicada aos grupos parlamentares e
demais Deputados.
2 – Caso a substituição ocorra posteriormente ao prazo estabelecido no número anterior, a votação do
projeto ou proposta de lei não pode constar do guião de votações regimentais inicialmente previsto, sendo
automaticamente inscrito no período de votação da semana seguinte.
3 – Caso a substituição tenha lugar após o envio do parecer pelo Deputado relator à comissão competente,
deve ser incluída na respetiva parte IV, reservada aos anexos, menção dessa substituição.
Artigo 149.º
Prazos da discussão e votação na generalidade
O debate e a votação na generalidade dos projetos e das propostas de lei realizam-se em Plenário, no
prazo de 18 reuniões plenárias a contar da aprovação do parecer referido no artigo 136.º, sem prejuízo do
disposto no n.º 4 do artigo 60.º.
SUBDIVISÃO III
Discussão e votação de projetos e propostas de lei na especialidade
Artigo 150.º
Regra na discussão e votação na especialidade
1 – Salvo o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 168.º da Constituição e no Regimento, a discussão e votação
na especialidade cabem à comissão parlamentar competente em razão da matéria.
2 – Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a discussão e votação na especialidade realizam-se no
prazo de 60 dias a contar do despacho de baixa à comissão parlamentar competente.
3 – Em casos de maior complexidade, ou quando tal seja solicitado pela comissão parlamentar
competente, o Presidente da Assembleia da República fixa outro prazo específico para a discussão e votação
na especialidade.
4 – Os prazos referidos nos n.os 2 e 3 podem ser prorrogados pelo Presidente da Assembleia da República,
a solicitação da comissão parlamentar competente.
Artigo 151.º
Avocação pelo Plenário
1 – O Plenário da Assembleia pode deliberar, a qualquer momento, a avocação de um texto, ou parte dele,
para votação na especialidade.
2 – A deliberação prevista no número anterior depende de requerimento de, pelo menos, 10 Deputados ou
de um grupo parlamentar.
3 – O requerimento de avocação para votação na especialidade em Plenário deve dar entrada até às 18
horas do dia anterior ao das votações, observando-se o disposto no artigo 96.º.
Artigo 152.º
Objeto da discussão e votação na especialidade
1 – A discussão na especialidade versa sobre cada artigo, podendo a Assembleia deliberar que se faça
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sobre mais de um artigo simultaneamente ou, com fundamento na complexidade da matéria ou das propostas
de alteração apresentadas, que se faça por números.
2 – A votação na especialidade versa sobre cada artigo, número ou alínea.
Artigo 153.º
Propostas de alteração
1 – O presidente da comissão parlamentar competente fixa, no início da discussão na especialidade, os
prazos para a entrega de propostas de alteração e para a distribuição do guião de votações, bem como a data
das votações.
2 – Qualquer Deputado, mesmo que não seja membro da comissão parlamentar competente, pode
apresentar propostas de alteração e defendê-las.
Artigo 154.º
Ordem da votação
1 – A ordem da votação é a seguinte:
a) Propostas de eliminação;
b) Propostas de substituição;
c) Propostas de emenda;
d) Texto discutido, com as alterações eventualmente já aprovadas;
e) Propostas de aditamento ao texto votado.
2 – Quando haja duas ou mais propostas de alteração da mesma natureza, são submetidas à votação pela
ordem da sua apresentação.
SUBDIVISÃO IV
Votação final global
Artigo 155.º
Votação final global e declaração de voto oral
1 – Finda a discussão e votação na especialidade, procede-se à votação final global.
2 – Se aprovado em comissão parlamentar, o texto é enviado ao Plenário para votação final global na
segunda reunião posterior à sua publicação no Diário ou à sua distribuição em folhas avulsas aos grupos
parlamentares.
3 – A votação final global não é precedida de discussão, podendo cada grupo parlamentar produzir uma
declaração de voto oral por tempo não superior a dois minutos, sem prejuízo da faculdade de apresentação
por qualquer Deputado ou grupo parlamentar de uma declaração de voto escrita nos termos do artigo 87.º.
4 – Tendo lugar sucessivamente várias votações finais globais, a declaração de voto oral a que se refere o
número anterior só é produzida no termo dessas votações, da seguinte forma:
a) Uma declaração de voto, de dois minutos cada, até ao limite de duas declarações;
b) Uma declaração de voto, de quatro minutos, para as restantes votações.
DIVISÃO V
Redação final de projetos e de propostas de lei
Artigo 156.º
Redação final
1 – A redação final dos projetos e propostas de lei aprovados incumbe à comissão parlamentar
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competente.
2 – A comissão parlamentar não pode modificar o pensamento legislativo, devendo limitar-se a aperfeiçoar
a sistematização do texto e o seu estilo, mediante deliberação sem votos contra.
3 – A redação final efetua-se no prazo que a Assembleia ou o Presidente estabeleçam ou, na falta de
fixação, no prazo de cinco dias.
4 – Concluída a elaboração do texto, este é publicado no Diário.
Artigo 157.º
Reclamações contra inexatidões
1 – As reclamações contra inexatidões podem ser apresentadas por qualquer Deputado até ao terceiro dia
útil após a data de publicação no Diário do texto de redação final.
2 – O Presidente da Assembleia da República decide sobre as reclamações no prazo de 24 horas,
podendo os Deputados reclamantes recorrer para o Plenário ou para a Comissão Permanente até à reunião
imediata à do anúncio da decisão.
Artigo 158.º
Texto definitivo
Considera-se definitivo o texto sobre o qual não tenham recaído reclamações ou aquele a que se chegou
depois de decididas as reclamações apresentadas.
DIVISÃO VI
Promulgação e reapreciação dos decretos da Assembleia
Artigo 159.º
Decretos da Assembleia da República
Os projetos e as propostas de lei aprovados denominam-se decretos da Assembleia da República e são
enviados ao Presidente da República para promulgação.
Artigo 160.º
Reapreciação de decreto objeto de veto político
1 – No caso de exercício do direito de veto pelo Presidente da República, nos termos do artigo 136.º da
Constituição, a nova apreciação do diploma efetua-se a partir do décimo quinto dia posterior ao da receção da
mensagem fundamentada, em reunião marcada pelo Presidente da Assembleia da República, por sua
iniciativa ou de um décimo dos Deputados.
2 – Na discussão apenas intervêm, e uma só vez, um dos autores do projeto ou da proposta e um
Deputado por cada grupo parlamentar.
3 – A votação pode versar sobre a confirmação do decreto da Assembleia da República ou sobre propostas
para a sua alteração.
4 – No caso de serem apresentadas propostas de alteração, a votação incide apenas sobre os artigos
objeto das propostas.
5 – Não carece de voltar à comissão parlamentar competente, para efeito de redação final, o texto do
decreto que não sofra alterações.
Artigo 161.º
Efeitos da deliberação
1 – Se a Assembleia confirmar o voto, nos termos dos n.os 2 e 3 do artigo 136.º da Constituição, o decreto é
enviado ao Presidente da República para promulgação no prazo de oito dias a contar da sua receção.
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2 – Se a Assembleia introduzir alterações, o novo decreto é enviado ao Presidente da República para
promulgação.
3 – Se a Assembleia não confirmar o decreto, a iniciativa legislativa não pode ser renovada na mesma
sessão legislativa.
Artigo 162.º
Reapreciação de decreto objeto de veto por inconstitucionalidade
1 – No caso de veto pelo Presidente da República, nos termos do artigo 279.º da Constituição, é aplicável o
artigo 160.º, com as exceções constantes do presente artigo.
2 – A votação pode versar sobre o expurgo da norma ou normas por cuja inconstitucionalidade o Tribunal
Constitucional se tenha pronunciado, sobre a reformulação do decreto ou sobre a sua confirmação.
3 – O decreto que seja objeto de reformulação ou de expurgo das normas inconstitucionais pode, se a
Assembleia assim o deliberar, voltar à comissão parlamentar competente para efeito de redação final.
Artigo 163.º
Envio para promulgação
1 – Se a Assembleia expurgar as normas inconstitucionais ou se confirmar o decreto por maioria de dois
terços dos Deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efetividade de
funções, o decreto é enviado ao Presidente da República para promulgação.
2 – Se a Assembleia introduzir alterações, o novo decreto é enviado ao Presidente da República para
promulgação.
SECÇÃO II
Processos legislativos especiais
DIVISÃO I
Estatutos político-administrativos e leis eleitorais
Artigo 164.º
Iniciativa em matéria de estatutos político-administrativos e leis eleitorais
1 – A iniciativa legislativa em matéria de estatutos político-administrativos das Regiões Autónomas e de leis
eleitorais para as Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas compete exclusivamente às respetivas
Assembleias Legislativas, nos termos do artigo 226.º da Constituição.
2 – Podem apresentar propostas de alteração as Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas, os
Deputados e o Governo.
Artigo 165.º
Apreciação em comissão parlamentar, discussão e votação
A apreciação em comissão parlamentar bem como a discussão e votação efetuam-se nos termos gerais do
processo legislativo.
Artigo 166.º
Aprovação sem alterações
Se o projeto de estatuto for aprovado sem alterações, o decreto da Assembleia da República é enviado ao
Presidente da República para promulgação.
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Artigo 167.º
Aprovação com alterações ou rejeição
1 – Se o projeto de estatuto ou de lei eleitoral for aprovado com alterações ou rejeitado é remetido à
respetiva Assembleia Legislativa para apreciação e emissão de parecer.
2 – Depois de recebido, o parecer da Assembleia Legislativa da Região Autónoma é submetido à comissão
parlamentar competente da Assembleia da República.
3 – As sugestões de alteração eventualmente contidas no parecer da Assembleia Legislativa podem ser
incluídas em texto final a votar na especialidade em comissão ou ser objeto de propostas de alteração a
apresentar em avocação para Plenário.
Artigo 168.º
Alterações supervenientes
O regime previsto nos artigos anteriores é igualmente aplicável às alterações aos estatutose às leis
eleitorais.
DIVISÃO II
Apreciação de propostas de lei de iniciativa das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas
Artigo 169.º
Direito das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas à fixação da ordem do dia
1 – As Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira têm direito à inclusão
na ordem do dia de duas propostas de lei da sua autoria em cada sessão legislativa.
2 – O exercício do direito previsto no número anterior é comunicado ao Presidente da Assembleia da
República até ao dia 15 de cada mês para que possa produzir efeitos no mês seguinte, em conformidade com
o artigo 59.º.
3 – A Assembleia Legislativa da Região Autónoma proponente pode ainda requerer que a votação na
generalidade de proposta de lei agendada ao abrigo do presente artigo tenha lugar no próprio dia em que
ocorra a discussão.
4 – O requerimento referido no número anterior deve ser enviado ao Presidente da Assembleia da
República pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma, e preclude o exercício do direito
consagrado no artigo 146.º.
5 – Nos casos previstos no presente artigo, se a proposta de lei for aprovada na generalidade, a votação na
especialidade e a votação final global devem ocorrer no prazo de 30 dias.
Artigo 170.º
Apreciação de propostas legislativas das Regiões Autónomas em comissão parlamentar
1 – Nas reuniões das comissões parlamentares em que se discutam na especialidade propostas
legislativas das Regiões Autónomas podem participar representantes da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma proponente.
2 – Para o efeito previsto no número anterior, a comissão parlamentar competente deve comunicar ao
Presidente da Assembleia da República a inclusão na sua ordem de trabalhos da discussão na especialidade
de proposta legislativa da Região Autónoma, com a antecedência mínima de oito dias em relação à data da
reunião.
3 – Recebida a comunicação referida no número anterior, o Presidente da Assembleia da República
informa a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da data e hora da reunião.
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DIVISÃO III
Autorizações legislativas
Artigo 171.º
Objeto, sentido, extensão e duração
1 – A Assembleia da República pode autorizar o Governo e as Assembleias Legislativas das Regiões
Autónomas a fazer decretos-leis e decretos legislativos regionais em matérias da sua competência reservada,
nos termos dos artigos 165.º e 227.º da Constituição, respetivamente.
2 – A lei de autorização deve definir o objeto, o sentido, a extensão e a duração da autorização.
3 – A duração da autorização legislativa só pode ser prorrogada por período determinado, mediante nova
lei.
4 – As propostas de lei de autorização devem ser acompanhadas do anteprojeto de decreto-lei ou decreto
legislativo regional a autorizar.
Artigo 172.º
Iniciativa das autorizações legislativas
Nas autorizações legislativas, a iniciativa originária é da exclusiva competência do Governo edas
Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas.
Artigo 173.º
Consultas prévias
Os autores, quando tenham procedido a consultas públicas sobre um anteprojeto de decreto-lei ou de
decreto legislativo regional, devem, a título informativo, juntá-lo à proposta de lei de autorização legislativa,
acompanhado das tomadas de posição assumidas pelas diferentes entidades interessadas na matéria.
CAPÍTULO III
Autorização e confirmação da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência
SECÇÃO I
Reunião da Assembleia para autorização da declaração do estado de sítio ou do estado de
emergência
Artigo 174.º
Reunião da Assembleia
1 – Tendo o Presidente da República solicitado autorização à Assembleia da República para a declaração
do estado de sítio ou do estado de emergência, nos termos do artigo 19.º, da alínea d) do artigo 134.º e do
artigo 138.º da Constituição, o Presidente da Assembleia da República promove a sua imediata apreciação
pelo Plenário ou pela Comissão Permanente, no caso de a Assembleia não estar reunida nem ser possível a
sua reunião imediata.
2 – A inscrição na ordem do dia da apreciação do pedido de autorização para a declaração do estado de
sítio ou do estado de emergência bem como a marcação da reunião do Plenário ou a convocação da
Comissão Permanente têm lugar independentemente de qualquer prazo ou formalidades previstos no
Regimento, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 41.º.
Artigo 175.º
Debate sobre a autorização da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência
1 – O debate tem por base a mensagem do Presidente da República que, nos termos do artigo 19.º da
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Constituição, constitui o pedido de autorização da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência.
2 – A Conferência de Líderes determina as grelhas de tempos aplicáveis ao debate sobre a autorização,
assegurando a intervenção de todos os partidos e o respeito pela respetiva representatividade.
3 – A requerimento do Governo ou de um grupo parlamentar, o debate pode ser encerrado logo que um
Deputado de cada partido tenha intervindo.
4 – Ao debate na Comissão Permanente aplicam-se, com as devidas adaptações, as disposições
constantes dos números anteriores.
Artigo 176.º
Votação da autorização
A votação incide sobre a concessão de autorização.
Artigo 177.º
Forma da autorização
A autorização toma a forma de resolução.
SECÇÃO II
Confirmação da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência
Artigo 178.º
Confirmação da autorização concedida pela Comissão Permanente
Sempre que a autorização para a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência seja
concedida pela Comissão Permanente, esta convoca de imediato a Assembleia para reunir no mais curto
prazo possível, para efeito da sua confirmação.
Artigo 179.º
Duração do debate sobre a confirmação
O debate não pode exceder um dia, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo
175.º.
Artigo 180.º
Votação da confirmação
A votação incide sobre a confirmação.
Artigo 181.º
Forma
A confirmação ou a sua recusa tomam a forma de resolução.
Artigo 182.º
Renovação da autorização
No caso de o Presidente da República ter solicitado a renovação da autorização da Assembleia da
República para a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência, aplicam-se, com as necessárias
adaptações, as disposições constantes dos artigos anteriores.
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SECÇÃO III
Apreciação da aplicação da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência
Artigo 183.º
Apreciação da aplicação
1 – O Presidente da Assembleia da República promove, nos termos constitucionais, a apreciação pelo
Plenário da aplicação da declaração do estado de sítio ou do estado de emergência nos 15 dias subsequentes
ao termo destes.
2 – Ao debate aplicam-se, com as necessárias adaptações, as disposições constantes do artigo 175.º.
CAPÍTULO IV
Autorização para declarar a guerra e para fazer a paz
Artigo 184.º
Reunião da Assembleia para apreciação do pedido de autorização para declarar a guerra e para
fazer a paz
1 – Quando o Presidente da República solicitar autorização à Assembleia da República para declarar a
guerra ou para fazer a paz, nos termos da alínea c) do artigo 135.º da Constituição, o Presidente da
Assembleia da República promove a sua imediata apreciação pelo Plenário ou pela Comissão Permanente, no
caso de a Assembleia não estar reunida nem ser possível a sua reunião imediata.
2 – A inscrição na ordem do dia da apreciação do pedido de autorização para a declaração da guerra ou
para a feitura da paz, a marcação da reunião do Plenário ou a convocação da Comissão Permanente, têm
lugar independentemente de qualquer prazo ou formalidades previstos no Regimento, sem prejuízo do
disposto no n.º 2 do artigo 41.º.
Artigo 185.º
Debate sobre a autorização para declarar a guerra e para fazer a paz
1 – O debate não pode exceder um dia e é iniciado e encerrado por intervenções do Primeiro-Ministro, com
a duração máxima de uma hora cada.
2 – No debate tem direito a intervir um Deputado de cada grupo parlamentar.
3 – A requerimento do Governo ou de um grupo parlamentar, o debate pode ser encerrado logo que um
Deputado de cada partido tenha intervindo.
4 – Ao debate na Comissão Permanente aplicam-se, com as devidas adaptações, as disposições
constantes dos números anteriores.
Artigo 186.º
Votação e forma da autorização para declarar a guerra e para fazer a paz
1 – A votação incide sobre a concessão de autorização.
2 – A autorização toma a forma de resolução.
Artigo 187.º
Convocação imediata da Assembleia
Sempre que a autorização para a declaração da guerra ou para a feitura da paz seja concedida pela
Comissão Permanente, esta convoca de imediato a Assembleia para reunir no mais curto prazo possível, para
efeito da sua confirmação.
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Artigo 188.º
Debate para confirmação da declaração de guerra ou feitura da paz
O debate não pode exceder um dia, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo
185.º.
CAPÍTULO V
Apreciação de decretos-leis e decretos legislativos regionais
Artigo 189.º
Requerimento de apreciação de decretos-leis
1 – O requerimento de apreciação de decretos-leis para efeito de cessação de vigência ou de alteração
deve ser subscrito por 10 Deputados e apresentado por escrito na Mesa nos 30 dias subsequentes à
publicação, descontados os períodos de suspensão do funcionamento da Assembleia da República.
2 – O requerimento deve indicar o decreto-lei e a sua data de publicação bem como, tratando-se de
decreto-lei no uso de autorização legislativa, a respetiva lei, devendo ainda conter uma sucinta justificação de
motivos.
3 – À admissão do requerimento são aplicáveis as regras dos artigos 125.º e 126.º, com as devidas
adaptações.
Artigo 190.º
Prazo de apreciação de decretos-leis
Se o decreto-lei sujeito a apreciação tiver sido emitido ao abrigo de autorização legislativa, o Presidente da
Assembleia da República deve agendar o seu debate até à sexta reunião subsequente à apresentação do
requerimento de sujeição a apreciação.
Artigo 191.º
Suspensão da vigência
1 – Requerida a apreciação de um decreto-lei elaborado no uso de autorização legislativa, e no caso de
serem apresentadas propostas de alteração, a Assembleia pode suspender, no todo ou em parte, mediante
resolução, a vigência do decreto-lei até à publicação da lei que o vier a alterar ou até à rejeição de todas
aquelas propostas.
2 – A suspensão caduca decorridas 10 reuniões plenárias sem que a Assembleia se tenha pronunciado a
final.
Artigo 192.º
Apreciação de decretos-leis na generalidade
1 – O decreto-lei é apreciado em reunião plenária.
2 – O debate é aberto por um dos autores do requerimento, tendo o Governo direito a intervir.
3 – A Conferência de Líderes fixa o tempo global do debate, optando por uma das grelhas de tempo
aprovada no início da legislatura.
4 – Sem prejuízo do disposto no n.º 2, a apreciação do decreto-lei pode ser efetuada na comissão
parlamentar competente, em razão da matéria, desde que nenhum grupo parlamentar se oponha.
Artigo 193.º
Votação e forma
1 – A votação na generalidade incide sobre a cessação de vigência.
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2 – A cessação de vigência toma a forma de resolução.
Artigo 194.º
Cessação de vigência e repristinação
1 – No caso de cessação de vigência, o decreto-lei deixa de vigorar no dia da publicação da resolução no
Diário da República, não podendo voltar a ser publicado no decurso da mesma sessão legislativa.
2 – A resolução deve especificar se a cessação de vigência implica a repristinação das normas
eventualmente revogadas pelo diploma em causa.
Artigo 195.º
Alteração do decreto-lei
1 – Se não for aprovada a cessação da vigência do decreto-lei e tiverem sido apresentadas propostas de
alteração, o decreto-lei, bem como as respetivas propostas, baixam à comissão parlamentar competente para
proceder à discussão e votação na especialidade, salvo se a Assembleia deliberar a análise em Plenário.
2 – As propostas de alteração podem ser apresentadas até ao termo da discussão na generalidade, sem
prejuízo da apresentação de novas propostas relativas aos artigos objeto de discussão e votação na
especialidade.
3 – Se forem aprovadas alterações na comissão parlamentar, a Assembleia decide em votação final global,
que se realizará na reunião plenária imediata, ficando o decreto-lei modificado nos termos da lei na qual elas
se traduzam.
4 – Se forem rejeitadas todas as propostas de alteração e a vigência do decreto-lei se encontrar suspensa,
o Presidente da Assembleia da República, para os efeitos do n.º 2 do artigo 169.º da Constituição, remete para
publicação no Diário da República a declaração do termo da suspensão.
5 – Se todas as propostas de alteração forem rejeitadas pela comissão parlamentar, considera-se caduco o
processo de apreciação, sendo o Plenário de imediato informado do facto, e a respetiva declaração remetida
para publicação no Diário da República.
6 – Se, requerida a apreciação, a Assembleia não se tiver pronunciado ou, havendo deliberado introduzir
emendas, não tiver votado a respetiva lei até ao termo da sessão legislativa em curso, desde que decorridas
15 reuniões plenárias, considerar-se-á caduco o processo.
Artigo 196.º
Revogação do decreto-lei
1 – Se o Governo, em qualquer momento, revogar o decreto-lei objeto de apreciação, o respetivo processo
é automaticamente encerrado.
2 – Se a revogação ocorrer durante o debate na especialidade, pode qualquer Deputado adotar o decreto-
lei como projeto de lei, nos termos do n.º 2 do artigo 122.º.
Artigo 197.º
Apreciação parlamentar de decretos legislativos regionais
Nos termos e para os efeitos do n.º 4 do artigo 227.º da Constituição, o disposto no presente capítulo
aplica-se, com as necessárias adaptações, às apreciações parlamentares de decretos legislativos regionais.
CAPÍTULO VI
Aprovação de tratados e acordos
Artigo 198.º
Iniciativa em matéria de tratados e acordos
1 – Os tratados e os acordos sujeitos à aprovação da Assembleia da República, nos termos da alínea i) do
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artigo 161.º da Constituição, são enviados pelo Governo à Assembleia da República.
2 – O Presidente da Assembleia da República manda publicar os respetivos textos no Diário e submete-os
à apreciação da comissão parlamentar competente em razão da matéria e, se for caso disso, de outra ou
outras comissões parlamentares.
3 – Quando o tratado ou o acordo diga respeito às Regiões Autónomas, nos termos da alínea t) do n.º 1 do
artigo 227.º da Constituição, o texto é remetido aos respetivos órgãos de governo próprio, a fim de sobre ele
se pronunciarem.
Artigo 199.º
Exame de tratados e acordos em comissão parlamentar
1 – A comissão parlamentar emite parecer no prazo de 30 dias, se outro não for solicitado pelo Governo ou
estabelecido pelo Presidente da Assembleia da República.
2 – Por motivo de relevante interesse nacional, pode o Governo, a título excecional, requerer que a reunião
da comissão parlamentar se faça à porta fechada.
Artigo 200.º
Discussão e votação dos tratados e acordos
1 – A discussão na generalidade e na especialidade dos tratados e acordos é feita na comissão
parlamentar competente, exceto se algum grupo parlamentar invocar a sua realização no Plenário.
2 – A votação global é realizada no Plenário.
Artigo 201.º
Efeitos da votação de tratados e acordos
1 – Se o tratado ou acordo for aprovado, é enviado ao Presidente da República para ratificação ou
assinatura da resolução de aprovação, respetivamente.
2 – A resolução de aprovação ou rejeição do tratado ou acordo é mandada publicar pelo Presidente da
Assembleia da República no Diário da República.
Artigo 202.º
Resolução de aprovação
A resolução de aprovação do tratado ou acordo contém o respetivo texto.
Artigo 203.º
Reapreciação de norma constante de tratado
1 – No caso de o Tribunal Constitucional se pronunciar pela inconstitucionalidade de norma constante de
tratado, a resolução que o aprova deve ser confirmada por maioria de dois terços dos Deputados presentes,
desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções.
2 – Quando a norma do tratado submetida a reapreciação diga respeito às Regiões Autónomas, nos termos
da alínea t) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição, o Presidente da Assembleia da República solicita aos
respetivos órgãos de governo próprio que se pronunciem sobre a matéria, com urgência.
3 – A nova apreciação efetua-se em reunião marcada pelo Presidente da Assembleia da República, por
sua iniciativa ou de um décimo dos Deputados em efetividade de funções, que se realiza a partir do décimo
quinto dia posterior ao da receção da mensagem fundamentada do Presidente da República.
4 – Na discussão apenas intervêm, e uma só vez, um membro do Governo e um Deputado por cada grupo
parlamentar, salvo deliberação da Conferência de Líderes.
5 – A discussão e votação versam somente sobre a confirmação da aprovação do tratado.
6 – Se a Assembleia confirmar o voto, o tratado é reenviado ao Presidente da República para efeitos do n.º
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4 do artigo 279.º da Constituição.
Artigo 204.º
Resolução com alterações
1 – Se o tratado admitir reservas, a resolução da Assembleia que o confirme em segunda deliberação pode
introduzir alterações à primeira resolução de aprovação do tratado, formulando novas reservas ou modificando
as anteriormente formuladas.
2 – No caso previsto no número anterior, o Presidente da República pode requerer a apreciação preventiva
da constitucionalidade de qualquer das normas do tratado.
CAPÍTULO VII
Processos de finanças públicas
SECÇÃO I
Grandes opções dos planos nacionais, Orçamento do Estado, Conta Geral do Estado e outras
contas públicas
DIVISÃO I
Disposições gerais em matéria de finanças públicas
Artigo 205.º
Apresentação e distribuição
1 – As propostas de lei das grandes opções dos planos e do Orçamento do Estado referente a cada ano
económico, a Conta Geral do Estado e outras contas públicas são apresentadas à Assembleia da República
nos prazos fixados na Lei de Enquadramento Orçamental.
2 – Admitidas as propostas de lei das Grandes Opções do Plano e do Orçamento do Estado ou a Conta
Geral do Estado, o Presidente da Assembleia da República ordena a sua publicação no Diário e a distribuição
imediata aos Deputados e aos grupos parlamentares.
3 – As propostas de lei, a Conta Geral do Estado ou outras contas públicas são remetidas à comissão
parlamentar competente em razão da matéria, para elaboração de parecer, e às restantes comissões
parlamentares permanentes, para efeitos de elaboração de parecer setorial, relativo às áreas das respetivas
competências.
4 – São igualmente publicados no Diário e remetidos à comissão parlamentar competente em razão da
matéria os pareceres que o Tribunal de Contas, o Conselho Económico e Social ou o Conselho das Finanças
Públicas tenham enviado à Assembleia.
Artigo 206.º
Exame
1 – As comissões parlamentares permanentes elaboram o respetivo parecer setorial e enviam-no à
comissão parlamentar competente em razão da matéria no prazo de:
a) 8 dias, referente às propostas de lei das grandes opções dos planos;
b) 8 dias, referente à proposta de lei do Orçamento do Estado;
c) 15 dias, referente à Conta Geral do Estado.
2 – A referida comissão parlamentar competente em razão da matéria elabora o parecer final, em cujo
anexo IV devem constar os pareceres setoriais emitidos pelas demais comissões parlamentares permanentes,
e envia-o ao Presidente da Assembleia da República no prazo de:
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a) 10 dias, referente às propostas de lei das grandes opções dos planos;
b) 10 dias, referente à proposta de lei do Orçamento do Estado;
c) 20 dias, referente à Conta Geral do Estado.
3 – Os serviços da Assembleia procedem a uma análise técnica da proposta de lei do Orçamento do
Estado e da Conta Geral do Estado, discriminada por áreas de governação, remetendo-a à comissão
parlamentar competente em razão da matéria no prazo de:
a) 10 dias, referente à proposta de lei do Orçamento do Estado;
b) 90 dias, referente à Conta Geral do Estado.
4 – Os prazos do presente artigo contam a partir da data de entrega da proposta de lei das Grandes
Opções do Plano e da proposta de lei do Orçamento do Estado, da Conta Geral do Estado e de outras contas
públicas, exceto no que diz respeito às alíneas c) dos n.os 1 e 2, cujos prazos contam a partir da data de
entrega do competente parecer do Tribunal de Contas.
5 – Para os efeitos da alínea b) do n.º 1 do presente artigo, os membros do Governo devem enviar às
comissões parlamentares permanentes competentes uma informação escrita, preferencialmente antes da
reunião prevista no número seguinte, acerca das propostas de orçamento das áreas que tutelam.
6 – Para efeitos de apreciação da proposta de lei do Orçamento, no prazo previsto nos n.os 1 e 3, terá lugar
uma reunião da comissão parlamentar competente em razão da matéria, com a presença obrigatória dos
ministros responsáveis pelas áreas das finanças e da segurança social, aberta à participação de todos os
Deputados.
Artigo 207.º
Termos do debate em Plenário
1 – O tempo global do debate em Plenário da proposta de lei das Grandes Opções do Plano, da proposta
de lei do Orçamento do Estado referente a cada ano económico, da Conta Geral do Estado e de outras contas
públicas tem a duração definida em Conferência de Líderes.
2 – O debate inicia-se e encerra-se com uma intervenção do Governo.
3 – Antes do encerramento do debate, cada grupo parlamentar tem o direito de produzir uma declaração.
4 – O debate referido no n.º 2 efetua-se nos termos fixados pela Conferência de Líderes, nos termos do
artigo 90.º.
DIVISÃO II
Contas de outras entidades públicas
Artigo 208.º
Apreciação de contas de outras entidades públicas
As disposições dos artigos anteriores referentes ao processo de apreciação da Conta Geral do Estado são
aplicáveis, com as devidas adaptações, à apreciação das contas das demais entidades públicas que, nos
termos da lei, as devam submeter à Assembleia da República.
DIVISÃO III
Planos nacionais
Artigo 209.º
Apresentação e apreciação
1 – As Grandes Opções do Plano são apresentadas pelo Governo à Assembleia da República nos prazos
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legalmente fixados.
2 – O Presidente da Assembleia da República remete o texto do relatório das Grandes Opções do Plano ao
Conselho Económico e Social, para os efeitos do disposto na respetiva lei.
3 – À apreciação das Grandes Opções do Plano são aplicáveis, com as devidas adaptações, as
disposições dos artigos anteriores.
DIVISÃO IV
Orçamento do Estado
Artigo 210.º
Discussão e votação na generalidade do Orçamento do Estado
1 – Terminado o prazo de apreciação pelas comissões parlamentares permanentes, a proposta de lei é
debatida e votada na generalidade em Plenário exclusivamente convocado para o efeito.
2 – O número de reuniões plenárias e o tempo global do debate bem como a sua distribuição são fixados
pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes.
3 – O debate na generalidade do Orçamento do Estado tem a duração mínima de dois dias e a máxima de
três.
4 – O debate inicia-se e encerra-se com uma intervenção do Governo.
5 – Antes do encerramento do debate, cada grupo parlamentar tem o direito de produzir uma declaração
sobre a proposta de lei.
6 – No termo do debate, a proposta de lei do Orçamento do Estado é votada na generalidade.
Artigo 211.º
Discussão e votação na especialidade do Orçamento do Estado
1 – A apreciação na especialidade do Orçamento do Estado tem a duração máxima de 30 dias, sendo
organizada e efetuada pela comissão parlamentar competente em razão da matéria, ouvida a Conferência dos
Presidentes das Comissões Parlamentares, de modo a discutir-se, sucessivamente, o orçamento de cada
ministério, nele intervindo os respetivos membros do Governo.
2 – A discussão do orçamento de cada ministério efetua-se numa reunião conjunta da comissão referida no
número anterior com a comissão ou as comissões parlamentares permanentes competentes em razão da
matéria.
3 – O debate na especialidade dos artigos da proposta de lei e das respetivas propostas de alteração
decorre no Plenário da Assembleia da República, tendo a duração máxima de cinco dias.
4 – A votação na especialidade dos artigos da proposta de lei e dos mapas orçamentais bem como das
respetivas propostas de alteração tem lugar na comissão parlamentar competente em razão da matéria.
5 – Concluído o debate e a votação na especialidade, cada grupo parlamentar, por ordem crescente de
representatividade, e o Governo, que encerra, têm direito a efetuar declarações que antecedem a votação final
global.
6 – Os tempos destinados a cada grupo parlamentar, observando a sua representatividade, e ao Governo
são fixados pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes.
7 – Os partidos podem propor a avocação pelo Plenário de artigos do Orçamento do Estado e de propostas
de alteração, ficando dispensada a aplicação do disposto no artigo 151.º até ao limite definido na grelha
constante do anexo II.
Artigo 212.º
Votação final global e redação final do Orçamento do Estado
1 – A proposta de lei é objeto de votação final global.
2 – A redação final incumbe à comissão parlamentar competente em razão da matéria, que dispõe, para o
efeito, de um prazo de 15 dias.
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SECÇÃO II
Outros debates sobre finanças públicas
Artigo 213.º
Debates sobre políticas de finanças públicas
1 – Os debates ocorrem em reuniões da comissão parlamentar competente em razão da matéria, salvo
quando a lei disponha em contrário, ou por decisão do Presidente da Assembleia da República, ouvida a
Conferência de Líderes.
2 – O debate é iniciado e encerrado com uma intervenção do Governo.
3 – O Governo apresenta à Assembleia, nos prazos fixados, os documentos de suporte ao debate.
CAPÍTULO VIII
Processos de orientação e fiscalização política
SECÇÃO I
Apreciação do programa do Governo
Artigo 214.º
Reunião para apresentação do programa do Governo
1 – A reunião da Assembleia para apresentação do programa do Governo, nos termos do artigo 192.º da
Constituição, é fixada pelo Presidente da Assembleia da República, de acordo com o Primeiro-Ministro.
2 – Se a Assembleia da República não se encontrar em funcionamento efetivo, é obrigatoriamente
convocada pelo Presidente da Assembleia da República.
3 – O debate não pode exceder três dias de reuniões consecutivas.
Artigo 215.º
Apreciação do programa do Governo
1 – O programa do Governo é submetido à apreciação da Assembleia da República através de uma
declaração do Primeiro-Ministro.
2 – Finda a apresentação, há um período para pedidos de esclarecimento pelos Deputados.
Artigo 216.º
Debate sobre o programa do Governo
1 – O debate sobre o programa do Governo inicia-se findos os esclarecimentos previstos no artigo anterior
ou, a solicitação de qualquer Deputado, no prazo máximo de 48 horas após a distribuição do texto do
programa.
2 – O debate é organizado pela Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
3 – O debate termina com as intervenções dos Deputados únicos representantes de um partido, de um
Deputado de cada grupo parlamentar, e do Governo, que o encerra.
4 – A ordem do dia terá como ponto único o debate sobre o programa do Governo.
Artigo 217.º
Rejeição do programa do Governo e voto de confiança
1 – Até ao encerramento do debate, e sem prejuízo deste, pode qualquer grupo parlamentar propor a
rejeição do programa ou o Governo solicitar a aprovação de um voto de confiança.
2 – Encerrado o debate, procede-se, na mesma reunião e após o intervalo máximo de uma hora, se
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requerido por qualquer grupo parlamentar, à votação das moções de rejeição do programa e de confiança ao
Governo.
3 – Até à votação, as moções de rejeição ou de confiança podem ser retiradas.
4 – Se for apresentada mais de uma moção de rejeição do programa, a votação realizar-se-á pela ordem
da sua apresentação, sem prejuízo da eventual não aprovação de qualquer delas.
5 – A rejeição do programa do Governo exige maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções.
6 – O Presidente da Assembleia da República comunica ao Presidente da República, para os efeitos do
artigo 195.º da Constituição, a aprovação da ou das moções de rejeição ou a não aprovação da moção de
confiança.
SECÇÃO II
Moções de confiança
Artigo 218.º
Reunião da Assembleia para apreciação da moção de confiança
1 – Se o Governo, nos termos do artigo 193.º da Constituição, solicitar à Assembleia da República a
aprovação de um voto de confiança sobre uma declaração de política geral ou sobre qualquer assunto
relevante de interesse nacional, a discussão iniciar-se-á no terceiro dia parlamentar subsequente à
apresentação ao Presidente da Assembleia da República do requerimento do voto de confiança.
2 – Fora do funcionamento efetivo da Assembleia da República, o requerimento do Governo só determina a
convocação do Plenário mediante prévia deliberação da Comissão Permanente, nos termos do artigo 41.º.
Artigo 219.º
Debate da moção de confiança
1 – O debate não pode exceder três dias e a ordem do dia tem como ponto único o debate da moção de
confiança.
2 – São aplicáveis à discussão das moções de confiança as regras constantes do artigo 90.º.
3 – Aplicam-se ainda as regras constantes do artigo 215.º e do n.º 2 do artigo 216.º
4 – A moção de confiança pode ser retirada, no todo ou em parte, pelo Governo até ao fim do debate.
Artigo 220.º
Votação da moção de confiança
1 – Encerrado o debate, procede-se à votação da moção de confiança na mesma reunião e após intervalo
de uma hora, se requerido por qualquer grupo parlamentar.
2 – Se a moção de confiança não for aprovada, o facto é comunicado pelo Presidente da Assembleia da
República ao Presidente da República para efeitos do disposto no artigo 195.º da Constituição.
SECÇÃO III
Moções de censura
Artigo 221.º
Iniciativa de moção de censura
Podem apresentar moções de censura ao Governo, sobre a execução do seu programa ou assunto
relevante de interesse nacional, nos termos do artigo 194.º da Constituição, um quarto dos Deputados em
efetividade de funções ou qualquer grupo parlamentar.
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Artigo 222.º
Debate da moção de censura
1 – O debate inicia-se no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação da moção de censura, não
pode exceder três dias e a ordem do dia tem como ponto único o debate da moção de censura.
2 – O debate é aberto e encerrado pelo primeiro dos signatários da moção.
3 – O Primeiro-Ministro tem o direito de intervir imediatamente após e antes das intervenções previstas no
número anterior.
4 – O debate é organizado pela Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
5 – A moção de censura pode ser retirada até ao termo do debate, mas, neste caso, o debate conta para o
efeito previsto na alínea d) do n.º 2 do artigo 180.º da Constituição.
Artigo 223.º
Votação de moção de censura
1 – Encerrado o debate, e após intervalo de uma hora, se requerido por qualquer grupo parlamentar,
procede-se à votação.
2 – A moção de censura só se considera aprovada quando tiver obtido os votos da maioria absoluta dos
Deputados em efetividade de funções.
3 – Se a moção de censura não for aprovada, os seus signatários não poderão apresentar outra durante a
mesma sessão legislativa.
4 – No caso de aprovação de uma moção de censura, o Presidente da Assembleia da República comunica
o facto ao Presidente da República, para efeitos do disposto no artigo 195.º da Constituição, e remete-a para
publicação no Diário da República.
SECÇÃO IV
Debates com o Governo
Artigo 224.º
Debates com o Governo
1 – O Governo comparece, pelo menos mensalmente, para debate em Plenário com os Deputados para
acompanhamento da atividade governativa.
2 – O debate desenvolve-se em dois formatos alternados a calendarizar pelo Presidente da Assembleia da
República em articulação com o Governo, ouvida a Conferência de Líderes, nos termos do n.º 4:
a) No primeiro, sobre política geral, com a presença do Primeiro-Ministro, desenvolvido em duas rondas, o
debate é aberto por uma intervenção de um dos partidos com representação parlamentar, em alternância, nos
termos da grelha referida no n.º 7 do artigo 225.º;
b) No segundo, sobre política setorial, o debate inicia-se com uma intervenção inicial do ministro com
responsabilidade pela área governativa sobre a qual incide o debate, tendo o Primeiro-Ministro a faculdade de
estar presente, a que se segue uma fase de perguntas dos Deputados desenvolvida em duas rondas, fazendo
o ministro acompanhar-se dos secretários e subsecretários de Estado que o coadjuvam no exercício das suas
funções.
3 – O Governo comparece ainda para debate em Plenário no quadro do acompanhamento de Portugal no
processo de construção europeia, ao abrigo do respetivo regime jurídico, e a agendar pelo Presidente da
Assembleia da República nos termos referidos no número anterior.
4 – O Presidente da Assembleia da República determina, no início de cada sessão legislativa e ouvida a
Conferência de Líderes na reunião a que se refere o n.º 3 do artigo 49.º, o calendário dos debates referidos
nos números anteriores, assegurando a alternância de áreas temáticas dos debates de política setorial e a sua
não repetição numa mesma sessão legislativa.
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5 – O mesmo ministro não pode ser indicado para comparecer na mesma sessão legislativa, nem em dois
debates sucessivos.
Artigo 225.º
Organização do debate
1 – Cada grupo parlamentar e os Deputados únicos representantes de um partido dispõem de um tempo
global para efetuar as suas perguntas, podendo utilizá-lo de uma só vez ou por diversas vezes em cada ronda,
através de um ou mais Deputados.
2 – Cada pergunta é seguida, de imediato, pela resposta do Governo.
3 – O Governo dispõe de um tempo global para as respostas igual ao de cada um dos grupos
parlamentares ou Deputados únicos representantes de um partido que o questiona.
4 – Na primeira ronda, os partidos não representados no Governo intervêm por ordem decrescente da sua
representatividade, a que se seguem aqueles representados no Governo por ordem crescente de
representatividade.
5 – Na segunda ronda, os partidos intervêm por ordem decrescente da sua representatividade, sendo,
porém, concedida prioridade alternadamente a diferentes partidos na primeira pergunta de acordo com a
grelha aprovada no início da legislatura, nos termos do n.º 7.
6 – O Primeiro-Ministro é responsável pelas respostas às perguntas formuladas no debate sobre política
geral, mas pode solicitar a um dos membros do Governo presentes que complete ou responda a determinada
pergunta.
7 – Os tempos globais dos debates e a ordem de colocação de perguntas constam das grelhas de tempos
aprovadas no início da legislatura, atendendo à representatividade de cada partido.
Artigo 226.º
Debate sobre o relatório de progresso de escrutínio da atividade do Governo
1 – No início de cada sessão legislativa, tem lugar um debate com o Governo para discussão do relatório
de progresso a que se refere a alínea c) do n.º 3 do artigo 21.º.
2 – O debate é organizado pela Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
SECÇÃO V
Interpelações ao Governo
Artigo 227.º
Interpelação ao Governo
1 – No caso do exercício do direito previsto na alínea d) do n.º 2 do artigo 180.º da Constituição, o debate
sobre política geral inicia-se até ao décimo dia posterior à publicação da interpelação no Diário ou à sua
distribuição em folhas avulsas.
2 – O debate é aberto com as intervenções de um Deputado do grupo parlamentar interpelante e de um
membro do Governo.
3 – O debate é organizado pela Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
SECÇÃO VI
Debate sobre o estado da Nação
Artigo 228.º
Reunião para o debate sobre o estado da Nação
1 – Em cada sessão legislativa tem lugar, em data a fixar por acordo entre o Presidente da Assembleia da
República e o Governo, numa das últimas 10 reuniões da sessão legislativa, um debate de política geral,
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iniciado com uma intervenção do Primeiro-Ministro sobre o estado da Nação, sujeito a perguntas dos grupos
parlamentares e dos Deputados únicos representantes de um partido, seguindo-se o debate generalizado que
é encerrado pelo Governo.
2 – O debate é organizado pela Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
SECÇÃO VII
Perguntas e requerimentos
Artigo 229.º
Apresentação e tratamento das perguntas e requerimentos
1 – As perguntas e os requerimentos apresentados ao abrigo das alíneas d) e e) do artigo 156.º da
Constituição são numerados, publicados e remetidos pelo Presidente da Assembleia da República à entidade
competente.
2 – As perguntas e os requerimentos devem identificar claramente o destinatário competente para prestar
os esclarecimentos.
3 – O Governo e a Administração Pública devem responder com a urgência que a questão justificar, não
devendo a resposta exceder os 30 dias.
4 – Sempre que o Governo ou a Administração Pública não possam responder no prazo fixado, devem
comunicar este facto por escrito ao Presidente da Assembleia da República, apresentando a respetiva
fundamentação também por escrito.
5 – As perguntas, os requerimentos e as respostas, bem como as respetivas datas e prazos regimentais,
devem constar do portal da Assembleia na Internet.
Artigo 230.º
Perguntas e requerimentos não respondidos
1 – Na primeira semana de cada mês são publicados no Diário e no portal da Assembleia da República na
Internet, por ordem cronológica, as perguntas e os requerimentos não respondidos no prazo previsto no n.º 3
do artigo anterior.
2 – A publicação deve distinguir os casos que se integram no n.º 4 do artigo anterior, fazendo-os
acompanhar da respetiva fundamentação, bem como dos que foram respondidos fora do prazo.
SECÇÃO VIII
Audições aos indigitados para altos cargos do Estado
Artigo 231.º
Realização de audições aos indigitados para altos cargos do Estado
A audição dos indigitados dirigentes das autoridades reguladoras independentes e titulares de altos cargos
do Estado que, nos termos da lei, compete à Assembleia da República, é realizada na comissão parlamentar
competente em razão da matéria.
SECÇÃO IX
Petições
Artigo 232.º
Exercício do direito de petição
1 – O direito de petição, previsto no artigo 52.º da Constituição, exerce-se perante a Assembleia da
República nos termos da lei.
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2 – A Assembleia da República aprecia e elabora relatório final sobre as petições nos termos do respetivo
regime jurídico, sendo aplicável o disposto no artigo 137.º com as necessárias adaptações.
3 – Quando, nos termos da lei, a petição deva ser apreciada pelo Plenário, intervêm os representantes de
cada partido de acordo com a grelha padrão de tempos de debate fixada pela Conferência de Líderes no início
da legislatura, nos termos do artigo 145.º.
SECÇÃO X
Inquéritos parlamentares
Artigo 233.º
Objeto dos inquéritos parlamentares
1 – Os inquéritos parlamentares destinam-se a averiguar do cumprimento da Constituição e das leis e a
apreciar os atos do Governo e da Administração.
2 – Qualquer requerimento ou projeto tendente à realização de um inquérito deve indicar os seus
fundamentos e delimitar o seu âmbito, sob pena de rejeição liminar pelo Presidente da Assembleia da
República.
Artigo 234.º
Constituição da comissão, iniciativa e realização do inquérito
1 – A constituição das comissões parlamentares de inquérito, a iniciativa do inquérito e a sua realização
processam-se nos termos previstos na lei.
2 – A prestação de depoimentos perante as comissões parlamentares de inquérito tem lugar na Assembleia
da República, em salas devidamente preparadas para o efeito, em que o depoente e seus eventuais
acompanhantes estão colocados perante os Deputados, em mesa própria.
Artigo 235.º
Apreciação dos inquéritos parlamentares
1 – A Assembleia pronuncia-se sobre o requerimento ou o projeto até ao décimo quinto dia posterior ao da
sua publicação no Diário ou à sua distribuição em folhas avulsas aos grupos parlamentares.
2 – No debate intervêm um dos requerentes ou proponentes do inquérito, o Primeiro-Ministro ou outro
membro do Governo e um representante de cada grupo parlamentar.
Artigo 236.º
Deliberação sobre a realização do inquérito e relatório
1 – Deliberada a realização do inquérito, quando aquela for exigível, é constituída, nos termos da lei, uma
comissão parlamentar eventual para o efeito.
2 – O Plenário fixa a data, nos termos e limites previstos na lei, até à qual a comissão parlamentar deve
apresentar o relatório.
3 – Se o relatório não for apresentado no prazo fixado, a comissão parlamentar deve justificar a falta e
solicitar ao Plenário a prorrogação do prazo, nos termos e limites previstos na lei.
Artigo 237.º
Poderes das comissões parlamentares de inquérito
As comissões parlamentares de inquérito gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei.
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SECÇÃO XI
Relatórios e recomendações do Provedor de Justiça
Artigo 238.º
Relatório anual do Provedor de Justiça
1 – O relatório anual do Provedor de Justiça, depois de recebido, é remetido à comissão parlamentar
competente em razão da matéria.
2 – A comissão parlamentar procede ao exame do relatório até 60 dias após a respetiva receção, devendo
requerer as informações complementares e os esclarecimentos que entenda necessários.
3 – Para os efeitos do número anterior, pode a comissão parlamentar solicitar a comparência do Provedor
de Justiça.
Artigo 239.º
Apreciação pelo Plenário do relatório anual do Provedor de Justiça
1 – A comissão parlamentar emite parecer fundamentado que remete ao Presidente da Assembleia da
República, a fim de ser publicado no Diário.
2 – Até ao 30.º dia posterior à receção do parecer, o Presidente da Assembleia da República inclui na
ordem do dia a apreciação do relatório do Provedor de Justiça.
3 – O debate é generalizado, nos termos do n.º 2 do artigo 145.º.
Artigo 240.º
Relatórios especiais do Provedor de Justiça
Quando o Provedor de Justiça se dirija à Assembleia por a Administração não atuar de acordo com as
recomendações ou se recusar a prestar a colaboração pedida, o Presidente da Assembleia da República envia
a respetiva comunicação bem como os documentos que a acompanhem à comissão parlamentar competente
em razão da matéria e aos grupos parlamentares e determina a sua publicação no Diário.
Artigo 241.º
Recomendações do Provedor de Justiça
Quando o Provedor de Justiça dirija recomendações legislativas à Assembleia, são estas remetidas, com
os documentos que as acompanhem, aos grupos parlamentares para os fins que estes entendam
convenientes, e são publicadas no Diário.
SECÇÃO XII
Relatórios de outras entidades
Artigo 242.º
Apreciação de outros relatórios
1 – Quando a lei determinar a apresentação de um relatório à Assembleia da República, a comissão
parlamentar competente em razão da matéria promove a audição do seu autor nos casos expressamente
previstos na lei, sem prejuízo de deliberação nesse sentido sempre que a comissão entenda que a diligência é
indispensável para a recolha de elementos para o seu parecer.
2 – A comissão parlamentar competente emite parecer sobre o relatório nos casos em que a lei o
determinar expressamente, sendo aplicável o disposto no artigo 137.º, com as necessárias adaptações.
3 – Quando a lei o determinar, o relatório é agendado para apreciação em Plenário, organizando-se o
debate de acordo com a escolha de uma das grelhas de tempos definidas nos termos do artigo 145.º.
4 – Nos demais casos, a comissão competente pode realizar um debate sobre o conteúdo do relatório, que
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deve ter lugar no âmbito da discussão do parecer respetivo, quando haja lugar à sua emissão.
CAPÍTULO IX
Processos relativos a outros órgãos
SECÇÃO I
Processos relativos ao Presidente da República
DIVISÃO I
Posse do Presidente da República
Artigo 243.º
Reunião da Assembleia para a posse do Presidente da República
1 – A Assembleia da República reúne especialmente para a posse do Presidente da República, nos termos
do artigo 127.º da Constituição.
2 – Se a Assembleia não estiver em funcionamento efetivo, reúne-se por iniciativa da Comissão
Permanente ou, na impossibilidade desta e em caso de grave emergência, por iniciativa de mais de metade
dos Deputados.
Artigo 244.º
Formalidades da posse do Presidente da República
1 – Aberta a reunião, o Presidente da Assembleia da República suspende-a para receber o Presidente da
República eleito e os convidados.
2 – Reaberta a reunião, o Presidente da Assembleia da República manda ler a ata de apuramento geral da
eleição por um dos Secretários da Mesa.
3 – O Presidente da República eleito presta a declaração de compromisso estabelecida no n.º 3 do artigo
127.º da Constituição, sendo em seguida executado o Hino Nacional.
4 – O auto de posse é assinado pelo Presidente da República e pelo Presidente da Assembleia da
República.
Artigo 245.º
Atos subsequentes à posse do Presidente da República
1 – Após a assinatura do auto de posse, o Presidente da Assembleia da República saúda o novo
Presidente da República.
2 – Querendo, o Presidente da República responde, em mensagem dirigida à Assembleia, nos termos da
alínea d) do artigo 133.º da Constituição.
3 – Após as palavras do Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República declara
encerrada a reunião, sendo de novo executado o Hino Nacional.
DIVISÃO II
Assentimento para a ausência do Presidente da República do território nacional
Artigo 246.º
Assentimento à ausência
1 – O Presidente da República solicita o assentimento da Assembleia da República para se ausentar do
território nacional, por meio de mensagem a ela dirigida, nos termos do artigo 129.º e da alínea d) do artigo
133.º da Constituição.
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2 – Se a Assembleia não se encontrar em funcionamento, o assentimento é dado pela Comissão
Permanente, nos termos da alínea e) do n.º 3 do artigo 179.º da Constituição.
3 – A mensagem é publicada no Diário.
Artigo 247.º
Exame em comissão parlamentar sobre o assentimento à ausência
Logo que recebida a mensagem do Presidente da República, e no caso de a Assembleia se encontrar em
funcionamento efetivo, o Presidente da Assembleia da República promove a convocação da comissão
parlamentar competente em razão da matéria, assinando-lhe um prazo para emitir parecer.
Artigo 248.º
Discussão sobre o assentimento à ausência
Caso seja requerida a realização de debate por um grupo parlamentar ou por 10 Deputados, a discussão
em reunião plenária tem por base a mensagem do Presidente da República e nela têm direito a intervir um
Deputado por cada grupo parlamentar e o Governo.
Artigo 249.º
Forma do ato de assentimento à ausência
A deliberação da Assembleia toma a forma de resolução.
DIVISÃO III
Renúncia do Presidente da República
Artigo 250.º
Reunião da Assembleia em caso de renúncia do Presidente da República
1 – No caso de renúncia do Presidente da República, a Assembleia reúne-se para tomar conhecimento da
mensagem prevista no artigo 131.º da Constituição, no prazo de 48 horas após a receção.
2 – Não há debate.
DIVISÃO IV
Acusação do Presidente da República
Artigo 251.º
Reunião da Assembleia para acusação do Presidente da República
Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 130.º da Constituição, a Assembleia reúne nas 48 horas
subsequentes à apresentação de proposta subscrita por um quinto dos Deputados em efetividade de funções.
Artigo 252.º
Constituição de comissão parlamentar especial
A Assembleia deve constituir uma comissão parlamentar especial a fim de elaborar relatório no prazo que
lhe for assinado.
Artigo 253.º
Discussão e votação
1 – Recebido o relatório da comissão parlamentar, o Presidente da Assembleia da República marca, dentro
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das 48 horas subsequentes, uma reunião plenária para dele se ocupar.
2 – No termo do debate, o Presidente da Assembleia da República põe à votação a questão da iniciativa do
processo, a qual depende de deliberação aprovada por maioria de dois terços dos Deputados em efetividade
de funções.
SECÇÃO II
Processos relativos aos membros do Governo
Artigo 254.º
Discussão e votação sobre suspensão dos membros do Governo
1 – Movido procedimento criminal contra algum membro do Governo e indiciado este definitivamente por
despacho de pronúncia ou equivalente, salvo no caso de crime punível com pena de prisão cujo limite máximo
seja superior a três anos, a Assembleia decide se o membro do Governo em causa deve ou não ser suspenso,
para efeito do seguimento do processo.
2 – A deliberação prevista no presente artigo é tomada por escrutínio secreto e maioria absoluta dos
Deputados presentes, precedendo parecer de comissão parlamentar especialmente constituída para o efeito.
SECÇÃO III
Designação de titulares de cargos exteriores à Assembleia
Artigo 255.º
Eleição dos titulares de cargos exteriores à Assembleia
A Assembleia da República elege, nos termos estabelecidos na Constituição ou na lei, os titulares dos
cargos exteriores à Assembleia cuja designação lhe compete.
Artigo 256.º
Apresentação de candidaturas
1 – As candidaturas são apresentadas por um mínimo de 10 Deputados e um máximo de 30 Deputados.
2 – A apresentação é feita perante o Presidente da Assembleia da República até 10 dias antes da data da
eleição, acompanhada do curriculum vitae do candidato e da declaração de aceitação de candidatura.
3 – Durante o período que decorre entre a apresentação das candidaturas referidas no número anterior e a
data das eleições, a Assembleia, através da comissão parlamentar competente, procede à audição de cada
um dos candidatos.
Artigo 257.º
Audição dos candidatos a titulares de cargos exteriores à Assembleia
Sem prejuízo das demais audições que resultem da lei, de decisão do Presidente da Assembleia da
República ou de deliberação da comissão parlamentar competente em razão da matéria, a Assembleia da
República promove a audição prévia dos candidatos a titulares dos seguintes cargos exteriores à Assembleia
cuja designação lhe compete, designadamente:
a) Os juízes do Tribunal Constitucional;
b) O Provedor de Justiça;
c) O Presidente do Conselho Económico e Social;
d) Os vogais do Conselho Superior da Magistratura;
e) Os membros do Conselho Superior do Ministério Público;
f) Os membros da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social;
g) Os membros da Comissão Nacional de Eleições, da Comissão Nacional de Proteção de Dados e da
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Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos;
h) Os membros dos Conselhos Superiores de Defesa Nacional, de Segurança Interna, de Informações e
de Segurança do Ciberespaço;
i) Os membros da Entidade Fiscalizadora do Segredo de Estado e do Conselho de Fiscalização do
Sistema de Informações da República Portuguesa;
j) Os membros do Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal, do Conselho
de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN e da Comissão para a Coordenação da Gestão dos
Dados referentes ao sistema judicial;
k) Os membros do Conselho dos Julgados de Paz;
l) Os membros da Comissão de Fiscalização dos Centros Educativos;
m) Os membros do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e do Conselho Nacional de
Procriação Medicamente Assistida;
n) Os membros do Conselho Nacional de Educação;
o) Os membros da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial;
p) Os membros do Conselho Geral e do Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários;
q) Os membros do Conselho de Opinião da Rádio e Televisão de Portugal, S.A..
Artigo 258.º
Sufrágio na eleição de titulares de cargos exteriores à Assembleia
1 – Sem prejuízo do disposto na Constituição, considera-se eleito o candidato que obtiver mais de metade
dos votos validamente expressos.
2 – Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de votos, procede-se a segundo sufrágio, ao qual
concorrem apenas os dois candidatos mais votados cuja candidatura não tenha sido retirada.
Artigo 259.º
Sistema de representação proporcional
1 – Sempre que se aplique o sistema de representação proporcional, a eleição é por lista completa,
adotando-se o método da média mais alta de Hondt.
2 – Quando seja eleito um candidato que já pertença, ou venha a pertencer, por inerência ao órgão a que
se refere a eleição, é chamado à efetividade de funções o primeiro candidato não eleito da respetiva lista.
Artigo 260.º
Reabertura do processo
No caso de não eleição de candidatos, o processo é reaberto em relação aos lugares ainda não
preenchidos com a maior brevidade possível.
CAPÍTULO X
Processo relativo ao acompanhamento, apreciação e pronúncia no âmbito do processo de
construção europeia
Artigo 261.º
Participação de Portugal no processo de integração europeia
1 – A lei define as competências da Assembleia da República no que se refere ao acompanhamento,
apreciação e pronúncia sobre a participação portuguesa no processo de construção da União Europeia e ao
exercício dos poderes dos parlamentos nacionais enunciados nos tratados que regem a União Europeia.
2 – Para o efeito do desempenho das suas funções, é estabelecido um processo regular de consulta entre
a Assembleia da República e o Governo.
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Artigo 262.º
Pronúncia em matéria europeia
1 – A Assembleia da República emite, nos termos da lei, pareceres sobre matérias da sua competência
legislativa reservada pendentes de decisão em órgãos da União Europeia e sobre as demais iniciativas das
instituições europeias, assegurando a análise do seu conteúdo e, quando aplicável, o respeito pelos princípios
da subsidiariedade e da proporcionalidade.
2 – É aplicável aos pareceres em matéria europeia o disposto no artigo 137.º.
CAPÍTULO XI
Processo de urgência
Artigo 263.º
Objeto do processo de urgência
Pode ser objeto de processo de urgência qualquer projeto ou proposta de lei ou de resolução.
Artigo 264.º
Deliberação da urgência
1 – A iniciativa da adoção de processo de urgência compete a qualquer Deputado ou grupo parlamentar, ao
Governo e, em relação a qualquer proposta de lei da sua iniciativa, às Assembleias Legislativas das Regiões
Autónomas.
2 – O Presidente da Assembleia da República envia o pedido de urgência à comissão parlamentar
competente, que o aprecia e elabora um parecer fundamentado no prazo de 48 horas.
3 – Elaborado o parecer, o Plenário pronuncia-se sobre a urgência, sendo o debate organizado pela
Conferência de Líderes, nos termos do n.º 2 do artigo 145.º.
Artigo 265.º
Parecer da comissão parlamentar sobre a urgência
1 – Do parecer da comissão parlamentar consta a organização do processo legislativo do projeto ou
proposta de lei ou de resolução para a qual tenha sido pedida a urgência, podendo propor:
a) A dispensa do exame em comissão parlamentar ou a redução do respetivo prazo;
b) A redução do número de intervenções e de duração do uso da palavra dos Deputados e do Governo;
c) A dispensa do envio à comissão parlamentar para a redação final ou a redução do respetivo prazo.
2 – Se a comissão parlamentar não apresentar nenhuma proposta de organização do processo legislativo,
este terá a tramitação que for definida na Conferência de Líderes, nos termos do artigo 90.º.
Artigo 266.º
Regra supletiva em caso de declaração de urgência
Declarada a urgência, se nada tiver sido determinado nos termos do artigo anterior, o processo legislativo
tem a tramitação seguinte:
a) O prazo para exame em comissão parlamentar é, no máximo, de quatro dias:
b) O prazo para a redação final é de dois dias, podendo ser reduzido para um dia em caso de especial
urgência.
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TÍTULO V
Disposições relativas ao Regimento
Artigo 267.º
Interpretação e integração de lacunas do Regimento
1 – Compete à Mesa, com recurso para o Plenário, interpretar o presente Regimento e integrar as lacunas,
ouvindo a comissão parlamentar competente sempre que o julgue necessário.
2 – As decisões da Mesa sobre interpretação e integração de lacunas do Regimento, quando escritas, são
publicadas no Diário.
Artigo 268.º
Alterações ao Regimento
1 – O Regimento pode ser alterado pela Assembleia da República, por iniciativa de qualquer Deputado ou
grupo parlamentar.
2 – Os projetos de regimento devem observar as regras do n.º 1 do artigo 120.º e dos artigos 124.º e
seguintes.
3 – Admitido qualquer projeto de regimento, o Presidente da Assembleia da República envia-o à comissão
parlamentar competente para discussão e votação, que fixa um prazo razoável para a apresentação de outros
projetos de regimento ou propostas de alteração a apreciar no âmbito do mesmo procedimento de revisão.
4 – O texto final aprovado em comissão parlamentar é sujeito a votação final global em Plenário.
ANEXO I
Grelhas de direitos potestativos por sessão legislativa:
Interpelações ao Governo:
Cada grupo parlamentar – 2 interpelações;
Debates de atualidade:
Até 15 Deputados – 1 debate;
Até um décimo do número de Deputados – 2 debates;
Por cada décimo do número de Deputados – mais 2 debates;
Direito à fixação da ordem do dia:
Grupos parlamentares representados no Governo:
Por cada décimo do número de Deputados – 1 reunião;
Grupos parlamentares não representados no Governo:
Até 10 Deputados – 1 reunião;
Até 15 Deputados – 2 reuniões;
Até um quinto do número de Deputados – 4 reuniões;
Por cada décimo do número de Deputados – mais 2 reuniões;
Deputados únicos representantes de um partido – 2 reuniões por legislatura
Debates de urgência:
Até 5 Deputados – 1 debate;
Até 10 Deputados – 2 debates;
Até 15 Deputados – 3 debates;
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Até um quinto do número de Deputados – 4 debates;
Mais de um quinto do número de Deputados – 5 debates;
Direitos potestativos nas comissões parlamentares:
Até 5 Deputados – 1;
Até 10 Deputados – 2;
Até 15 Deputados – 3;
Até um quinto do número de Deputados – 4;
Mais de um quinto do número de Deputados – 5.
Nota. – Esta distribuição de direitos potestativos corresponde a uma série que se repete ao longo da
legislatura.
ANEXO II
(a que se refere o n.º 7 do artigo 211.º do Regimento)
Avocações em matéria de Orçamento do Estado:
Até 5 Deputados – 2 avocações;
Até 10 Deputados – 5 avocações;
Até 15 Deputados – 7 avocações;
Até um quinto do número de Deputados – 10 avocações;
Mais de um quinto do número de Deputados – 12 avocações.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO.