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27 DE NOVEMBRO DE 2020

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O Hospital Visconde de Salreu é uma unidade de extrema importância para o concelho de Estarreja,

servindo diretamente uma população de mais de trinta mil habitantes, quer do município de Estarreja, quer do

concelho da Murtosa e, indiretamente, muitas outras pessoas, se tivermos em conta que perto do hospital

existe um parque químico com inúmeras fábricas e trabalhadores e, igualmente perto, existem vias de

comunicação importantes.

Embora uma unidade de uma enorme importância para o concelho e para o Centro Hospitalar do Baixo

Vouga, vários têm sido os problemas assinalados nos últimos anos: falhas no aquecimento em várias salas da

unidade, condições precárias do edificado e, acima de tudo, encerramento de várias valências e

subaproveitamento das instalações.

Uma das valências encerradas, já desde 2008, é o Serviço de Urgência. À época a Administração Regional

de Saúde do Centro (ARSC) informava a população acerca do encerramento, salientando que este fazia parte

de uma reorganização com vista à criação de novas valências, consultas e remodelação do espaço.

Desde então que todos os casos urgentes e emergentes são reencaminhados para o Serviço de Urgência

Médica Cirúrgica do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, ou para o Hospital de S. Sebastião, de Santa Maria

da Feira, sendo este último uma unidade do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, localizado a mais de

30 km.

Já se passaram 12 anos desde que este Hospital sofreu um duro golpe na sua capacidade de resposta à

população e passaram-se quase 10 anos desde a criação do Centro Hospitalar do Baixo Vouga. O resultado

foi o mesmo que se verificou em todos os locais onde se encerraram valências e se concentraram unidades

em centros hospitalares: os hospitais de menores dimensões foram esvaziados, os cuidados ficaram mais

longe das populações e os hospitais de maiores dimensões ficaram sobrecarregados, com urgências lotadas,

com dificuldade em responder no internamento e nas consultas externas.

A valorização do Hospital Visconde de Salreu faz-se, não só recuperando uma resposta permanente à

população, encerrado em 2008, mas também através das intervenções necessárias para garantir que a

unidade presta um melhor serviço à população. Isso passa por ter mais valências, mais serviços, mais

capacidade de resposta e melhores condições infraestruturais e de equipamentos.

Persistem imensas necessidades de saúde no país: consultas de especialidade, meios complementares de

diagnóstico, áreas como as da saúde mental, visual ou oral, ou a necessidade de mais e melhores respostas

para cuidados continuados e reabilitação, por exemplo. É, por isso, incompreensível que não se invista nos

equipamentos existentes, requalificando-os, reequipando-os e aumentando a sua capacidade. Este é que deve

ser o caminho, não o do esvaziamento.

Em 2016, o então presidente do conselho de administração do Centro Hospital do Baixo Vouga dizia que o

processo de revitalização do Hospital de Estarreja era um «processo irreversível». Infelizmente, esse processo

irreversível parece estar parado, pois temos assistido a uma degradação da unidade que preocupa não só os

cidadãos de Estarreja, como, aliás, é descrito numa recente petição à Assembleia da República subscrita por

mais de 4000 cidadãos. Na mesma petição pode ler-se, com razão, que «o passar do tempo tem demonstrado

que o que e preciso e valorizar este Hospital, dando a população que reside, trabalha e visita o concelho de

Estarreja, acesso a cuidados de saúde públicos de qualidade, não remetendo os utentes para o sobrelotado

Hospital de Aveiro ou para unidades privadas».

Existe, de facto, um receio fundamentado por parte da população de que se esteja a preparar o seu

encerramento, situação que o Bloco de Esquerda repudia por completo.

É necessário lembrar que o encerramento de qualquer unidade de saúde, mesmo em alturas de

normalidade, é um golpe para as populações. Por isso, e perante o reforço do Serviço Nacional de Saúde que

deve existir a nível nacional, o investimento e a requalificação do Hospital de Estarreja deve ser uma

prioridade.

Ainda em junho de 2018, o Bloco visitou o Hospital Visconde de Salreu e apontou o subaproveitamento da

unidade, defendendo a necessidade de reabrir as urgências, garantir mais especialidades e consultas para

evitar as deslocações a Aveiro e de contratar mais profissionais para ser possível reforçar a resposta. Nessa

visita foi ainda possível constatar o subaproveitamento do edificado, as más condições existentes em algumas

zonas desse edificado e a possibilidade de ali serem instalados serviços importantes à população e que faltam

no SNS, como um melhor ginásio para medicina física e de reabilitação e a existência de mais meios

complementares de diagnóstico e terapêutica.

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