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9 DE NOVEMBRO DE 2021

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Alimentação Saudável5 (PNPAS) que «tem como finalidade melhorar o estado nutricional da população,

incentivando a disponibilidade física e económica de alimentos constituintes de um padrão alimentar saudável

e criar condições para que a população os valorize, aprecie e consuma, integrando-os nas suas rotinas

diárias». O PNPAS é considerado um programa nacional de saúde prioritário desde 2012, publicado pela

Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os hábitos alimentares inadequados são um dos principais determinantes da perda de anos de vida

saudável pelos portugueses. De acordo com o estudo Global Burden of Disease (GBD), em 2017, «os hábitos

alimentares inadequados dos portugueses foram o terceiro fator de risco que mais contribuiu para a perda de

anos de vida saudável, nomeadamente devido a doenças metabólicas (67.931 DALYs; 2,2% do total), doenças

do aparelho circulatório (189.447 DALYs; 6,0% do total) e neoplasias (41.700 DALYs; 1,3% do total). Em

Portugal, cerca de 300.000 anos de vida saudável poderiam ser poupados se os portugueses melhorassem os

seus hábitos alimentares».

O consumo insuficiente de fruta, hortícolas, cereais integrais e frutos oleaginosos e, por outro lado, o

consumo excessivo de sal estão entre os principais comportamentos alimentares inadequados. «Em Portugal,

86% da carga da doença corresponde a doenças crónicas e mais de 50% dos adultos portugueses

apresentam excesso de peso, traduzindo-se esta prevalência em cerca de 1 milhão de obesos e 3,5 milhões

de pré-obesos».

Segundo os últimos dados do Inquérito Nacional de Saúde (2019)6, divulgados pelo Instituto Nacional de

Estatística, revelam que «mais de metade da população com 18 e mais anos (4,6 milhões) continuam a ter

excesso de peso (36,6%) ou obesidade (16,9%) em 2019, verificando-se um ligeiro aumento em relação a

2014 (36,4% de excesso de peso e 16,4% de obesidade)».

Também o Retório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, 20207, demonstra

«uma tendência crescente da proporção de utentes com registos de pré-obesidade e obesidade nos Cuidados

de Saúde Primários, atingindo os 16,7% e os 11,9% a nível nacional em 2019, respetivamente». Em

conformidade com este Relatório, «a COVID8 parece ter contribuído para uma alteração nos hábitos

alimentares de uma parte significativa da população nacional inquirida. Quase metade da população inquirida

(45,1%) reportou ter mudado os seus hábitos alimentares durante este período e 41,8% tem a perceção de

que mudou para pior».

A obesidade infantil é um problema que afeta cada vez mais crianças e jovens em Portugal,

comprometendo a saúde atual e futura. Há um trabalho conjunto a fazer com os pais, educadores e

profissionais de saúde, desde cedo ensinar e praticar bons hábitos alimentares e promover uma mudança de

comportamentos.

A obesidade infantil atinge uma dimensão tão grande que a Organização Mundial de Saúde9 o considera

como um dos mais sérios desafios de saúde pública do século XXI. As crianças com excesso de peso ou

obesidade têm maior probabilidade de permanecer obesas na idade adulta e de desenvolver diabetes ou

doenças cardiovasculares, numa idade jovem, sendo necessário tomar medidas de prevenção de forma a

combater os maus hábitos alimentares e o sedentarismo que são tidos como os principais responsáveis pelo

aumento crescente da obesidade infantil.

A OMS destaca que, embora ainda haja muito por fazer, para promover comportamentos saudáveis, as

medidas implementadas por Portugal são uma referência de boas práticas para conter a epidemia de

obesidade infantil10.

5 A importância da formulação de políticas alimentares e de nutrição no âmbito da promoção da saúde começou a ser expressa nos anos oitenta, sendo a alimentação e a nutrição consideradas como áreas prioritárias na construção de políticas de saúde pública. Portugal era um dos poucos países Europeus que, até 2012, não dispunha de um programa nacional de alimentação, ou seja, um conjunto concertado e transversal de ações destinadas a garantir e incentivar o acesso e o consumo de determinado tipo de alimentos tendo como objetivo a melhoria do estado nutricional e de saúde da sua população. 6 https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=414434213&DESTAQUESmodo=2 7 https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2020/11/Relato%CC%81rio-PNPAS-2020.pdf 8 Segundo o citado Relatório, as «razões para esta alteração parecem concentrar-se, em torno das medidas impostas pelo confinamento, que obrigaram a alteração no horário de trabalho (17,6%) e no modelo de compras dos alimentos (34,3%). Um segundo conjunto de razões parece associado ao stresse vivido (18,6%) e a mudanças no próprio apetite (19,3%) e, um terceiro eixo de explicação, aparece associado ao receio com a situação económica (10,3%). Um em cada três portugueses (33,2%) manifestou preocupação quanto a uma possível dificuldade no acesso aos alimentos e 8,0% indicou mesmo ter dificuldades económicas no acesso a alimentos. Estes valores são muito elevados e merecem uma análise aprofundada, mas revelam uma enorme preocupação face ao acesso a alimentos num grupo significativo da população». 9 https://www.who.int/news-room/q-a-detail/noncommunicable-diseases-childhood-overweight-and-obesity 10 Cfr. https://news.un.org/pt/story/2020/03/1706141

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