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II SÉRIE-A — NÚMERO 15

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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 932/XV/2.ª

RECOMENDA AO GOVERNO QUE ADOTE UM CONJUNTO DE MEDIDAS QUE IMPACTAM OS

ATLETAS DE ALTA COMPETIÇÃO

Exposição de motivos

Num mundo cada vez mais em ebulição, fragmentado e repleto de diferenças, em que as opiniões são

censuradas por apenas irem em sentido contrário à norma instituída por determinadas agendas, o desporto

emerge como um dos escassos pilares unificadores capazes de ultrapassar fronteiras, línguas, diferenças

culturais e até antagonismos ideológicos. No entanto, é possível verificar que mesmo o desporto não está

imune. Os atletas são cada vez mais pressionados a assumir publicamente posições políticas ou sociais sob

pena de serem prejudicados ou mesmo excluídos. Veja-se o caso recente, em que vários jogadores da 1.ª e

2.ª Ligas francesas de futebol se recusaram a usar camisolas «especiais», com as cores arco-íris, numa

campanha alusiva à agenda e lobby «LGBT». Estes jogadores que livremente se recusaram a não apoiar esta

campanha, por razões religiosas ou de mera opinião, viram a própria ministra do desporto afirmar que

deveriam ser sancionados1. Ora, tal como referido, o desporto tem poder integrador e unificador, pelo que é

imperativo que se mantenha alheio e imune a influências políticas e ideológicas. Usar o desporto como peão

em jogos políticos ou como um meio de promoção de agendas, não só denigre a sua essência, mas também

pode causar divisões irreparáveis.

O desporto deve ser um refúgio, um espaço sagrado onde as contendas políticas não têm lugar, onde os

atletas e adeptos se concentram no esforço, na dedicação e devoção, nunca em agendas externas.

Preservar o desporto destas influências, não só é garantir que ele continue a ser uma força unificadora,

como também uma forma de proteger os atletas e a sua liberdade individual. O desporto, desde as suas raízes

mais profundas, sempre representou muito mais do que simples competições ou confrontos. É uma

manifestação pura e sincera da determinação e da superação. Pode unir povos e culturas, sem qualquer tipo

de influência externa, ideológica ou política. E, numa Nação, a prática desportiva torna-se não apenas um

reflexo da sua identidade, mas também do seu carácter e dos seus valores mais intrínsecos.

Quando um atleta de alta competição representa o seu país em competições internacionais, essa

representação é muito mais do que simbólica. Cada passo, cada gesto, cada vitória e cada derrota são vividos

em uníssono por milhões. Esta ligação tangível entre um atleta e o seu povo é o que torna o desporto um

fenómeno tão poderoso. Como tal, é primordial proteger os atletas de influências externas que possam limitar

ou prejudicar a sua performance, tal como a sua liberdade. Os atletas não podem estar reféns de chantagens

políticas.

Além disso, existem outros desafios na vida de um atleta, como é o caso do final de carreira. Muitos são os

atletas que depois de anos e anos de dedicação e sacrifícios, acabam num terreno incerto quando chega o

inevitável momento de «pendurar as botas». A transição da alta competição, onde tudo é meticulosamente

planeado e a rotina é rigorosa, para uma vida sem estrutura ou futuro planeado, pode ser extremamente

desafiadora e angustiante. É aqui que se torna também premente a necessidade de ferramentas robustas e

sistemas de apoio. O fim da carreira de um atleta de alta competição não pode, nem deve, significar o término

da sua contribuição para a sociedade ou para o desporto. Com recursos e apoios adequados, os atletas de

alta competição retirados podem ser reconvertidos em diferentes áreas, não só do mundo desportivo, mas

sobretudo fora dele. Falamos de indivíduos altamente competentes, disciplinados e responsáveis, que não

podem ser desaproveitados e sentirem o desespero de não conseguirem regressar a um percurso académico

ou laboral, ainda para mais depois de anos de dedicação, muitas vezes representando o nosso País. Assim, é

fundamental pensar em programas de mentoria, onde os atletas mais experientes possam orientar os mais

novos, assim como formações que capacitem os atletas a desempenharem funções administrativas, gestoras

ou técnicas em federações e associações desportivas, e ainda, fora do mundo desportivo, garantir que não

são prejudicados na sua integração e desenvolvimento profissional, seja no setor público ou privado.

A somar à questão profissional nos pós-carreira, um outro tema que não é de menor importância, bem pelo

contrário, é a relevância do bem-estar mental e emocional. Da mesma forma que existe preparação física e

1 Ministra francesa e a recusa de atletas em apoiar campanha LGBT: «Devem ser sancionados» :: zerozero.pt

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