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3 DE MAIO DE 2014

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Nasceu no Porto em 1942. Licenciou-se em direito em Lisboa, exerceu advocacia até ao início da década

de 80. Filiou-se no PPD logo após o 25 de Abril e exerceu os cargos de Secretário de Estado da Segurança

Social (no IV Governo Provisório) e dos Retornados (no VI Governo Provisório).

Foi diretor da RTP2 (1978) e administrador da Imprensa Nacional — Casa da Moeda (1979-1989). Aqui,

Graça Moura deu um forte impulso à área editorial da Casa da Moeda. Recuperou a memória da literatura

portuguesa. Reeditou muitos dos clássicos, reavivando autores esquecidos ou proibidos pela ditadura,

publicando obras que já não se encontravam no mercado há décadas e até séculos. Deu voz a todas as

vertentes da cultura literária social e política.

Durante quase toda a década de 80, enveredou em exclusivo pela carreira literária, que o havia de

confirmar como nome maior da literatura portuguesa e europeia da segunda metade século XX.

Em 1988 tornou-se presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando

Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-

1995), diretor da revista Oceanos (1988-1995), diretor da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de

Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à

Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).

Foi deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, de 1999 a 2009.

Em janeiro de 2012, Vasco Graça Moura foi nomeado para a presidência do Centro Cultural de Belém pelo

Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho.

A obra literária iniciou-se em 1963, com o título Modo Mudado e, a partir daí, a sua atividade literária nunca

mais cessou, entre poemas, ensaios, prosa ou romance, Vasco Graça Moura atravessou os vários estilos.

Do seu trabalho como tradutor literário destacam-se as traduções de várias obras de Racine, a Divina

Comédia de Dante, o Cyrano de Bergerac de Edmond Rostand, o Misantropo de Moliére ou os Sonetos de

Shakespeare.(…)

Vasco Graça Moura foi consecutivamente premiado pela sua obra literária um pouco por todo o mundo, por

Governos e instituições dos mais diversos países, em especial na Europa, em Espanha, França, Alemanha, e

sobretudo em Itália que o considerou como o melhor tradutor mundial de obras em italiano.

Em Portugal recebeu as mais importantes distinções, como o Prémio Pessoa em 1995, o Prémio Vergílio

Ferreira em 2007 e em janeiro deste ano a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada, entregue por Sua

Excelência o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

Vasco Graça Moura foi um dos notáveis «camonianos», graças aos seus estudos hoje sabemos mais sobre

a vida e obra do nosso herói nacional, Luís Vaz de Camões.

No ano em que comemoramos os 40 anos do 25 de Abril, não podemos deixar de recordar Vasco Graça

Moura como verdadeiro exemplo de liberdade. Livre na opinião, mordaz na crítica, destemido no combate,

despojado de complexos, Vasco Graça Moura foi, para todos nós, um verdadeiro exemplo de convicção,

determinação e coragem.

Ao longo da sua vida um verdadeiro Embaixador de Portugal, da Cultura portuguesa e da nossa língua.

Nos 10 anos em que representou Portugal no Parlamento Europeu, foi também a referência principal da

cultura europeia em Bruxelas. Era um luxo e uma honra para Portugal, e também para o PSD e para o Partido

Popular Europeu, ter como Deputado um dos maiores rostos vivos da cultura europeia, o mais premiado

escritor português vivo.

Nestes 10 anos em que representou Portugal em Bruxelas, Vasco Graça Moura não foi apenas o defensor

da Língua Portuguesa. A sua ação ia para além disso! Programas como a Europeana que permitiu que obras,

arquivos, bibliotecas, imagens, se tornassem acessíveis a todos os europeus, o Programa Cultura 2000 ou

mesmo o Programa Erasmus Mundus, nasceram também graças à sua visão, ao seu empenho e à sua

genialidade.

Ao longo da sua passagem pelo Parlamento Europeu foi o principal defensor da força da diversidade

cultural europeia, as suas palavras marcam hoje de forma inequívoca o património cultural da União Europeia.

Mas não se refugiou pelas áreas da cultura como muitos pensariam à partida. Emprestou a sua inteligência

e acutilância a debates sobre temas tão diversos como as alterações climáticas, os direitos liberdades e

garantias, o comércio internacional, ou a política externa da União.

Raramente foi consensual, muitas vezes ficou isolado, quase a sós nas suas convicções, mas sempre

ouvido e respeitado por todas as bancadas, de todos os quadrantes políticos.