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2 DE DEZEMBRO DE 2022

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Clarisse Campos — Gilberto Anjos — Eunice Pratas — Paulo Araújo Correia — Ricardo Pinheiro — António

Sales — Jorge Gabriel Martins — Sara Velez — Francisco Rocha — Tiago Estevão Martins — Sérgio Monte

— Ana Isabel Santos — Ana Bernardo — Paula Reis — Nathalie Oliveira — Fátima Correia Pinto — José Rui

Cruz — Rita Borges Madeira — Isabel Guerreiro — Hugo Oliveira — André Pinotes Batista — Anabela Real —

Carlos Brás — Nuno Fazenda — Fernando José — Cristina Sousa — Pedro do Carmo — Salvador Formiga —

Raquel Ferreira — Irene Costa — Joaquim Barreto — Jorge Botelho — José Carlos Barbosa — Pedro

Coimbra — José Carlos Alexandrino — Francisco Pereira de Oliveira — Luís Graça — João Azevedo —

Miguel Iglésias — João Azevedo Castro — Vera Braz — Tiago Barbosa Ribeiro — Tiago Brandão Rodrigues

— António Monteirinho — Norberto Patinho — João Miguel Nicolau — Luís Capoulas Santos — Susana

Amador — Eduardo Alves — Romualda Nunes Fernandes — João Paulo Rebelo — Marta Freitas — Nelson

Brito — Pompeu Martins.

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PROJETO DE VOTO N.º 199/XV/1.ª

DE SAUDAÇÃO PELO CENTENÁRIO DE JOSÉ SARAMAGO

No dia 16 de novembro de 2022, celebrou-se o centenário de José Saramago, ocasião para saudar e

evocar a memória de um dos maiores escritores da língua portuguesa, o único, até hoje, a quem foi atribuído o

Nobel da Literatura.

Nesse 16 de novembro de 1922, José Saramago nascia na aldeia da Azinhaga, na Golegã, Ribatejo, onde

cresceu, rodeado pelos olivais que marcariam a paisagem da sua infância. Ainda criança, a família mudou-se

para Lisboa, onde Saramago concluiu o curso técnico, pois tivera de abandonar os estudos secundários por

dificuldades financeiras. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico. Em casa, não havia livros,

tendo adquirido o seu primeiro livro aos 19 anos, com dinheiro emprestado de um amigo. Na Biblioteca

Municipal de Lisboa, que começara a frequentar no horário noturno, alimentava o seu desejo de saber e de

instrução literária.

Tinha 25 anos quando publicou o seu primeiro romance, Terra do Pecado. Nas décadas seguintes, foi

funcionário público, tradutor e crítico literário na Seara Nova, publicou poemas e foi jornalista, no Diário de

Lisboa e Diário de Notícias, onde exerceu as funções de diretor adjunto.

Em 1977, José Saramago publicaria o romance Manual da Pintura e da Caligrafia. A partir de aí, seguiu-se

uma impressionante produção literária que viria abrir horizontes para a compreensão do nosso país e do seu

povo. Tornando-se escritor a tempo inteiro, publicou, em 1980, Levantado do Chão; em 1982, Memorial do

Convento, obra que deu a Saramago uma projeção internacional; em 1984, o Ano da Morte de Ricardo Reis,

e, dois anos mais tarde, Jangada de Pedra; em 1989, publicou História do Cerco de Lisboa, e, em 1991, o

Evangelho Segundo Jesus Cristo, obra que foi incompreensivelmente excluída do Prémio Literário Europeu

pelas autoridades, motivando o protesto magoado de Saramago, que mudou de residência para Lanzarote, em

Espanha. Em 1995, Saramago dá à estampa uma das suas obras-primas, Ensaio Sobre a Cegueira,

ampliando o universo efabulatório e reflexivo do autor. Todos os Nomes (1997), A Caverna (2000), O Homem

Duplicado (2002), Ensaio Sobre a Lucidez (2004), As Intermitências da Morte (2005), A Viagem do Elefante

(2008) e Caim (2009) completam a lista de romances publicados pelo autor.

A sua obra, que inclui também ensaio, como Viagem a Portugal (1984), peças de teatro, como In Nomine

Dei (1993), ou diarística, como os cinco volumes dos Cadernos de Lanzarote (1994-1998), espelha algumas

características da sua biografia, como as suas convicções e militância política, como membro do Partido

Comunista Português desde antes do 25 de Abril. Não por acaso, são centrais em Saramago o tratamento das

pessoas comuns como sujeitos, assim como um questionamento da religião, da nossa cultura e da própria

história, bem como da forma como o indivíduo se relaciona com a sociedade. Esta capacidade de questionar,

invertendo os termos, contrariando os pressupostos, é essencial na leitura da obra saramaguiana.

José Saramago recebeu múltiplas distinções ao longo da vida, em Portugal e no estrangeiro, denotando o

reconhecimento que a sua obra de cariz universalista mereceu, destacando-se entre aqueles a atribuição, em

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