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Sábado, 11 de janeiro de 2014 II Série-D — Número 12

XII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2013-2014)

S U M Á R I O

Delegações e Deputações da Assembleia da República: — Relatório da participação da Comissão de Defesa Nacional na Reunião Interparlamentar de Comissões sobre o tema “O Futuro da Defesa Europeia: preparação do Conselho Europeu de Dezembro”, que se realizou em Bruxelas, a 5 de novembro de 2013. — Relatório referente à participação da Delegação da Assembleia da República nas reuniões do Bureau da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (AP OSCE) e no Conselho Ministerial da OSCE, que decorreu em Kiev de 4 a 6 de dezembro de 2013.

— Relatório da participação da Comissão de Economia e Obras Públicas na Reunião Interparlamentar sobre o tema “Em Direção ao Investimento Produtivo para o Crescimento e a Coesão, através de sinergias melhoradas entre os níveis local, nacional e europeu no Quadro de Estratégia EU 2020, que se realizou em Bruxelas, a 27 de novembro de 2013. Grupos Parlamentares de Amizade: Grupos Parlamentares de Amizade Portugal-Polónia, Portugal-EUA e Portugal-Estónia: — Comunicação relativa à integração da Deputada Paula Gonçalves, do PSD.

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DELEGAÇÕES E DEPUTAÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Relatório da participação da Assembleia da República na reunião interparlamentar de Comissões

sobre o tema “O futuro da Defesa europeia: preparação do Conselho Europeu de dezembro”

(Parlamento Europeu, Bruxelas, 5 de novembro de 2013)

Delegação da AR :

Deputado Júlio Miranda Calha (PS), Vice presidente da Comissão de Defesa Nacional

Deputada Maria Ester Vargas (PSD), membro da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades

Portuguesas (CNECP);

Deputado Paulo Pisco (PS), membro da CNECP.

Apoio Técnico:

Bruno Dias Pinheiro, Representante Permanente da AR em Bruxelas

A Subcomissão de Segurança e Defesa (SEDE1) da Comissão de Assuntos Externos do Parlamento

Europeu (PE) organizou, no dia 5 de novembro, uma reunião interparlamentar com as Comissões homólogas

dos Parlamentos nacionais (PN), para uma troca de impressões sobre "O futuro da Defesa europeia:

preparação do Conselho Europeu de dezembro".

O programa da reunião, a lista de participantes e diversa documentação de suporte encontram-se nos

seguintes sítios internet:

http://www.europarl.europa.eu/webnp/cms/pid/1964

e

http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/2009_2014/organes/sede/sede_20131105_0930.htm

O registo vídeo e áudio da reunião está igualmente disponível2.

Na sessão de abertura, o vice presidente da Comissão AFET, Andrey Kovatchev (Bulgária/PPE), em

representação do Presidente desta Comissão, deu as boas-vindas aos participantes.

Arnaud Deanjean (França, S&D), Presidente da Subcomissão SEDE, começou por identificar aquela que

considerou ser a questão central deste debate: onde está a UE no domínio da Defesa? Em seguida, realçou

que é muito importante que, mesmo antes da realização do Conselho Europeu de dezembro, a UE discuta

aquilo que pode fazer com os meios de que dispõe atualmente.

Com efeito, considerou que não devem ser esperados "resultados espetaculares" deste Conselho, pelo que

deve ser enfatizado o facto de existirem estruturas e operações que já estão no terreno e que funcionam.

Maciej Popowski, secretário geral adjunto do Serviço Europeu de ação Externa (SEAE), iniciou a sua

intervenção saudando a oportunidade deste debate com a presença dos Parlamentos nacionais, na medida

em que o conceito de soberania está sempre presente nas discussões sobre defesa e Política Comum de

Segurança e Defesa (PCSD). Prosseguiu, assinalando que existe uma grande expectativa em torno dos

eventuais progressos a registar no Conselho Europeu de dezembro, aludindo ao relatório apresentado pela

Alta Representante da UE para os negócios estrangeiros e a política de segurança de preparação do

Conselho, que se anexa3.

1 Informação sobre a Comissão SEDE disponível em http://www.europarl.europa.eu/committees/pt/sede/home.html

2 Disponível em http://www.europarl.europa.eu/ep-live/pt/committees/video?event=20131105-0930-COMMITTEE-AFET-SEDE

3 Disponível em http://www.europarl.europa.eu/webnp/webdav/site/myjahiasite/shared/ICMs/2013/AFET-

SEDE%205%20November/HR-Head%20of%20EDA%20Final%20report%20on%20CSD%20Policy.pdf

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Por outro lado, sublinhou que é importante começar a olhar para o processo que se seguirá ao Conselho

Europeu, na medida em que, face às rápidas mudanças no contexto geostratégico, a UE deve estar preparada

para proteger os seus interesses e projetar a sua influência. Para tal, assinalou, é fundamental que se

construa uma narrativa positiva em torno da política de defesa, apresentando-a como um investimento e não

um luxo. Isto requer, relembrou, uma vontade política dos estados membros relativamente às capacidades,

bem como a utilização do potencial da indústria europeia de defesa.

Finalmente, fez menção do trabalho preparatório que ainda irá decorrer até dezembro, designadamente a

reunião de ministros da Defesa que terá lugar em Bruxelas, a 18 e 19 de novembro. Concluiu, afirmando que

não são de esperar desenvolvimentos extraordinários no Conselho de dezembro, mas que é fundamental

manter este tema na agenda.

A oradora seguinte foi Claude-France Arnould, diretora executiva da Agência Europeia de Defesa, que

começou por mencionar que as dificuldades do atual contexto orçamental obrigam a uma maximização do

esforço e do investimento no setor da defesa. Referiu que, no domínio da política externa da UE, é essencial

que a opção de ação militar esteja sempre presente, como fator de credibilização e de dissuasão para outros

atores. A prevenção é essencial, mas há situações em que o recurso à força deve estar em cima da mesa.

No que diz respeito às capacidades, notou que a Agência Europeia de Defesa tem como objetivo

maximizar as capacidades que existem, analisando as prioridades de curto, médio e longo prazo. Neste último

domínio, um dos projetos centrais é a geração futura de drones, ou os sistemas aéreos pilotados

remotamente.

Finalizou, considerando que, no domínio da defesa, é muito importante que os modelos de governação

possam proteger a soberania e o seu processo de decisão nacional, mas mantendo a agilidade da capacidade

de ação europeia.

Seguiu-se um período de debate, com intervenções dos deputados europeus e nacionais.

O Sr. Vice presidente da CDN, deputado Júlio Miranda Calha (PS) usou da palavra, começando por

assinalar a importância do debate e o facto de o PE ter convidado o seu Presidente e o Presidente do

Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, bem como o Presidente da Comissão AFET a estarem presentes.

Em seguida, e aludindo aos casos recentes de conflitos na Líbia, no Mali e na Síria, considerou que a UE

revelou falta de coordenação e fragmentação de posições em torno dos distintos interesses nacionais,

concluindo que é necessário que haja uma base mínima de coordenação para haver uma política comum.

Neste sentido, afirmou que é urgente rever a estratégia europeia de segurança, dotando a UE de um

conceito europeu estratégico e defesa.

No que diz respeito às indústrias de defesa, concordou que estas devem ser apoiadas, mas notou que é

necessário que sejam associados diversos setores, pois trata-se de uma área económica relevante. Sobre

esta matéria, destacou que o atual debate evidencia a existência de "duas Europas", uma centrada no

Eurogrupo com a enfâse na austeridade e na consolidação orçamental, e outra que apela ao reforço do

investimento na indústria de defesa. Deste modo, reiterou que é essencial que os diversos setores e indústrias

sejam associados e que haja concertação de prioridades, cabendo à Alta Representante o papel de promotora

dessa sinergia.

O Sr. Deputado Paulo Pisco (PS),interveio igualmente no debate, para sublinhar que há algumas questões

que, no debate sobre a defesa europeia, não podem ser evitadas, designadamente o modo como a UE encara

os recentes desenvolvimentos informáticos e o seu impacto na defesa e nos equilíbrios geoestratégicos. Neste

contexto, questionou se a UE tem uma estratégia consistente no domínio da cibersegurança, que proteja os

seus cidadãos e instituições da "devassa de outros estados".

No período de resposta, Antonio Missiroli, diretor do Instituto de Altos Estudos de Segurança, afirmou que

aposta feita pelo Presidente do Conselho Europeu em inscrever este tema na agenda da reunião de dezembro

já foi ganha, pois este tipo de debates são fundamentais. Notou ainda que o facto de alguns Parlamentos

terem rejeitado recentemente a autorização de uma intervenção militar na Síria revela que os cidadãos não

estão desinteressados destas matérias, o que torna ainda mais premente uma discussão ampla sobre a

defesa europeia, com o envolvimento político dos chefes de estado e de governo.

Findo este debate, os trabalhos foram encerrados.

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Anexos: Os citados ao longo do relatório

Assembleia da República, 11 de novembro de 2013.

O Deputado do PS, Miranda Calha.

Nota: Os referidos anexos encontram-se disponíveis para consulta nos serviços de apoio.

—————

Relatório referente à participação da Delegação da Assembleia da República nas reuniões do

Bureau da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (AP

OSCE) e no Conselho Ministerial da OSCE, que decorreu em Kiev de 4 a 6 de dezembro de 2013

Os Deputados João Soares, PS (Representante Especial para o Cáucaso e Presidente da Comissão para o

Regimento), Isabel Santos, PS (Presidente da Comissão da Democracia, Direitos Humanos e Assuntos

Humanitários) e Nilza de Sena, PSD (Vice-Presidente da Comissão de Assuntos Económicos, Ciência,

Tecnologia e Ambiente) participam nas reuniões do Bureau da AP OSCE e no Conselho Ministerial da OSCE.

Estas duas reuniões decorrem em Kiev de 4 a 6 de dezembro.

Antes do início desta reunião a Deputada Isabel Santos reuniu com a filha da ex Primeira-ministra da

Ucrânia, Yulia Tymoshenko, que se encontra na prisão. Ficou acordado que iria ser solicitada, às autoridades

ucranianas, uma visita à Senhora Tymoshenko a qual é considerada por várias organizações internacionais e

ONG como uma prisioneira política.

A reunião contou com a presença do Presidente em Exercício da OSCE e Ministro dos Negócios

Estrangeiros da Ucrânia, Leonid Kozhara, que elogiou o papel da AP OSCE como fórum de diálogo

interparlamentar.

Elencou ainda as prioridades da presidência ucraniana em 2013:

Manter as prioridades equilibradas entre as três dimensões tradicionais da Organização, promover a

confiança e a reconciliação entre os Estados participantes e apoiar os princípios e objetivos da OSCE.

Iniciativa Helsínquia + 40.

Mecanismos de controlo de armas e medidas de construção de confiança e segurança: controlo de

armas convencionais no atual quadro de segurança europeia e atualização dos Princípios da OSCE de 1994

sobre não proliferação.

Conflitos congelados: soluções políticas, através dos mecanismos já existentes ou através de outras

possibilidades acordadas entre as partes. No que respeita ao conflito da Transdniestria, a Ucrânia continua a

defender o atual formato de negociações (5+2) e o aumento de contactos entre o governo moldavo e as

autoridades da Transdniestria. Sobre a Geórgia (Abkázia e Ossétia do Sul), a Presidência considera que as

negociações de Genebra continuam a ser uma plataforma importante para melhoria das condições de

humanitárias e de segurança. Relativamente ao Nagorno-Karabakh (Arménia e Azerbeijão) a Ucrânia continua

a apoiar os esforços do Grupo de Minsk.

Deve ser reforçada a capacidade da OSCE para acompanhar todo o ciclo do conflito, com especial

ênfase para o sistema de alerta precoce e para a ação prévia.

Combate às ameaças transnacionais: terrorismo, crime organizado, tráfico de seres humanos, armas e

drogas.

Análise profunda das implicações de segurança da retirada das forças internacionais estacionadas no

Afeganistão e a possível resposta da OSCE a novos desafios que afetem a sua segurança.

Elaboração de medidas de confiança e segurança na área da cibersegurança.

No que respeita à área económica e ambiental, o Fórum Económico de 2013 foi dedicado ao tema

“Aumentar a estabilidade e segurança: melhorar a pegada ambiental de atividades ligadas à energia na região

OSCE”, com ênfase nos desafios ambientais à segurança, promoção da eficiência energética e cooperação

energética na área da OSCE.

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A dimensão humana permaneceu no centro do conceito de segurança alargada. As prioridades nesta

área passam pelo combate ao tráfico de seres humanos; liberdade dos média; educação para os direitos

humanos dos jovens nos princípios da tolerância e não discriminação; liberdade de circulação de pessoas;

liberdade de associação e de reunião; proteção dos direitos das minorias nacionais; igualdade entre géneros;

diálogo inter-religioso e promoção da liberdade de religião; e eleições democráticas e observação de eleições.

Durante o período de debate a Deputada Isabel Santos questionou o Ministro Kozhara:

“O Senhor Ministro referiu assuntos muito relevantes para a OSCE como a democracia e eleições;

liberdade dos meios de comunicação social; educação para os Direitos Humanos; liberdade de movimentos e

liberdade religiosa; ou os direitos das comunidades Roma e Sinti. Contudo não ouvimos uma palavra sua

acerca do Estado de Direitos, de processos judiciais justos, de presos políticos ou da proteção de jornalistas.

Gostaria de ouvir a sua opinião acerca destes assuntos, sobretudo em relação a membros do Parlamento (em

vários países da OSCE) que estão na prisão apenas por razões políticas.”

O Ministro Kozhara referiu que estas eram questões muito importantes mas que as decisões do Conselho

Ministerial refletem o consenso entre os Estados participantes.

Questionado acerca das razões da não assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia o

Ministro Khozara afirmou que o preço do gás russo foi fundamental na decisão do Presidente Yanukovitch já

que a Rússia ameaçava aumentar ainda mais a fatura a pagar por Kiev. Referiu ainda outras razões: qualquer

ajuda da U.E. seria insuficiente; a redução do comércio bilateral com a Rússia seria gravosa para a Ucrânia; a

falta de acordo com o FMI, que exigia um aumento de 80% em serviços essenciais como o gás e a diminuição

da despesa do Estado; a diminuição das taxas de apoio à agricultura; e a liberalização da taxa de câmbio da

moeda local o que iria originar um aumento de preços e da inflação.

Referiu ainda que o objetivo estratégico de aproximação à U.E. mantem-se inalterado e que o governo

procurará assinar rapidamente o Acordo de Associação.

O Deputado João Soares questionou o Ministro acerca do conflito entre a Arménia e o Azerbeijão sobre o

Nagorno-Karabakh (NK). Afirmou que, no decurso da sua última visita ao Cáucaso, tinha sentido menos

tensão da parte azeri; na Arménia a situação não é tão clara; na Turquia, país essencial na resolução do

conflito, também existe vontade de negociar uma solução pacífica. Referiu ainda que o Grupo de Minsk não

tem tido um papel útil nesta questão e que todas as suas declarações, ao longo de mais de 20 anos, não são

ouvidas nem relevantes.

Sobre a Ucrânia afirmou que o papel da AP, e dos seus observadores, foi fundamental para a pacificação

da sociedade ucraniana após as eleições presidenciais de 2010. O governo ucraniano deve encontrar uma

solução política para libertar Yulia Tymoshenko já que esta situação mancha a imagem do país.

O Ministro Kozhara afirmou que a prisão da Senhora Tymoshenko não teve razões políticas, nem existe

uma solução política apesar de a U.E. ter exigido sempre a libertação como moeda de troca para a assinatura

do Acordo de Associação. Ninguém na Ucrânia “gosta de ter uma ex Primeira-ministra na prisão” mas, ao

contrário do que é exigido em Bruxelas, não pode ser libertada incondicionalmente.

Seguiu-se o relatório das atividades recentes do Presidente da AP, com destaque para a sua participação

no Conselho Permanente da OSCE e para a visita aos EUA.

O Tesoureiro da AP OSCE, Roberto Batelli, informou que o último exercício orçamental tinha ficado 0,6%

acima do previsto devido à profusão de missões de observação eleitoral nos últimos 12 meses. Para fazer face

a este acréscimo de despesas poderá ser necessário um aumento do orçamento mas a modalidade para este

acréscimo ainda não está definida.

Vários participantes salientaram a necessidade de ajustar a atual escala de contribuições à realidade

financeira de cada país participante.

Relativamente aos documentos que estavam em discussão para aprovação pelo Conselho Ministerial, o

Representante da AP em Viena, Andreas Nothelle, afirmou que existiam muitas dificuldades para fazer aprovar

as resoluções da Assembleia Parlamentar, já que a maioria dos governos não quer nenhuma referência ao

trabalho parlamentar.

Foram ainda apresentados os relatórios das mais recentes missões de observação eleitoral: o Deputado

João Soares apresentou as conclusões da missão de monitorização das eleições presidenciais na Geórgia,

que liderou. Disse que este ato eleitoral tinha sido “construtivo e transparentes. O povo da Geórgia confirmou a

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transferência pacífica de poder iniciada nas eleições do ano passado. Este ato eleitoral comprova que a

Geórgia está a atingir a maturidade democrática. A eleição foi gerida de forma eficiente e teve lugar num

ambiente tranquilo e construtivo. As liberdades de expressão, movimento e reunião foram respeitadas e os

candidatos puderam fazer campanha sem restrições.”

Antes do final desta reunião a Deputada Nilza de Sena propôs que o tema da próxima Sessão Anual

Plenária, em julho de 2014, seja “Desenvolvimento Sustentável e Agenda da OSCE” com o duplo objetivo de

aumentar o protagonismo da Organização nesta área e de criar novas pontes e entendimentos com a União

Europeia.

A Delegação da AP OSCE assistiu ainda aos trabalhos do Conselho Ministerial da OSCE donde saíram as

seguintes decisões:

Tráfico de Seres Humanos (a decisão salienta a importância da acusação, proteção, prevenção e

parcerias no combate a este tráfico);

Roma e Sinti (a decisão insta os Estados participantes a combaterem a discriminação e a intolerância

contra os membros destas comunidades);

Liberdade de Pensamento (decisão sobre a personalidade legal das comunidades religiosas, diálogo

inter-religioso, discriminação em instituições públicas e proteção de sítios religiosos);

Ambiente (reconhece o impacto transfronteiriço que a produção, transporte e consumo de energia tem

para o ambiente e encoraja o uso de energias renováveis, medidas de eficiência energética e inovação);

Cibersegurança (a declaração reconhece que as medidas de confiança reduzem a possibilidade de

conflito decorrente das tecnologias da informação e comunicação);

Segurança Energética (a decisão reforça o trabalho da OSCE na proteção de infraestruturas energéticas

vitais);

Transdniestria (as negociações no formato 5+2 são apoiadas ao mais alto nível, reafirmando-se a

integridade territorial da Moldávia).

Tal como aconteceu nos últimos anos não existiu uma Declaração Final. Duas razões impediram este

consenso: referências concretas a determinados “conflitos congelados” (sobretudo o Nagorno-Karabakh,

Ossétia do Sul e Abkázia) e linguagem específica relativa à dimensão humana.

Assembleia da República, 23 de dezembro de 2013.

O Assessor Parlamentar, Nuno Paixão.

—————

Relatório da participação da Comissão de Economia e Obras Públicas na Reunião Interparlamentar

sobre o tema “Em Direção ao Investimento Produtivo para o Crescimento e a Coesão, através de

sinergias melhoradas entre os níveis local, nacional e europeu no Quadro de Estratégia EU 2020”, que

se realizou em Bruxelas, a 27 de novembro de 2013

Delegação da AR :

Deputado Carlos Costa Neves (PSD), membro da Comissão de Assuntos Europeus;

Deputada Helena Pinto (BE), membro da Comissão de Economia e Obras Públicas.

Apoio Técnico:

Bruno Dias Pinheiro, Representante Permanente da AR em Bruxelas

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A Comissão de Desenvolvimento Regional (REGI4) do Parlamento Europeu (PE) organizou, no dia 27 de

novembro, uma reunião interparlamentar com as Comissões homólogas dos Parlamentos nacionais (PN), para

uma troca de impressões sobre o tema "Em direção ao investimento produtivo para o crescimento e a

coesão, através de sinergias melhoradas entre os níveis local, nacional e europeu no quadro da

Estratégia UE2020".

O programa da reunião, a lista de participantes e diversa documentação de suporte encontram-se nos

seguintes sítios internet:

http://www.europarl.europa.eu/webnp/cms/pid/1962

O registo vídeo e áudio da reunião está igualmente disponível5.

Na sessão de abertura, a Presidente da Comissão REGI, Danuta Hubner (Polónia/PPE), deu as boas

vindas aos participantes e destacou a importância destas reuniões conjuntas, que se comprova pelo facto de

estar ser já a sua 5ª edição. Realçou, de seguida, que o desafio principal que a UE enfrenta neste momento é

o do crescimento económico e, neste contexto, a política de coesão terá um papel decisivo. Destacou,

igualmente, a ação do PE durante a negociação, tendo contribuído, na sua qualidade de (pela primeira vez)

co-legislador, para um resultado final mais equilibrado, designadamente no que diz respeito ao princípio de

que a condicionalidade ex-ante deverá ser limitada aos critérios e requisitos da política de coesão. Apelou,

deste modo, aos Parlamentos nacionais que concedam prioridade à análise desta condicionalidade, de modo

a que os investimentos possam continuar.

Sessão 1 - A futura política de coesão - uma política modernizada e baseada em resultados para o

crescimento sustentável e o emprego na UE

Esta sessão teve como primeiro interveniente o Embaixador Raimundas Karoblis, Representante

Permanente da Lituânia junto da UE, Presidência em exercício do Conselho da UE, que destacou a

importância da aprovação do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2014-2020 e de que todos os novos

regulamentos estejam em vigor a 1 de janeiro de 2014. Neste contexto, sublinhou e agradeceu a posição

construtiva do PE durante as negociações. No que diz respeito à política de coesão, salientou que a

concentração temática permitirá acrescentar valor aos indicadores da Estratégia UE2020, e que os acordos de

parceria asseguram uma melhor coordenação entre a UE e os Estados-Membros. Além disso, assinalou, é

importante que cada programa seja constantemente avaliado em função da respetiva performance,

destacando também a necessidade de respeitar a condicionalidade ex-ante para que todo o potencial da

política possa ser utilizado.

Seguiu-se uma intervenção do Embaixador Theodorou Sotiroupoulos, Representante Permanente da

Grécia junto da UE, e que exercerá a presidência do Conselho a partir de 1 de janeiro de 2014. No seu

discurso, enfatizou que a política de coesão deverá ser orientada para o emprego e o crescimento, em ações

destinadas às pessoas. Assinalou que, tratando-se do instrumento de investimento mais importante na UE, é

essencial criar massa crítica para alcançar resultados importantes até 2020.

O Comissário Europeu Johannes Hanh, responsável pela política regional, começou por referir-se à

participação ativa dos Parlamentos nacionais ao longo de todo o processo, desde a apresentação das

propostas legislativas iniciais até à adoção final. Considerou, também, que a política regional é um elemento

decisivo para o desenvolvimento económico e que é fundamental que a UE e os Estados-Membros sejam

capazes de identificar os setores estratégicos onde concentrar os investimentos.

Neste contexto, aludiu a um dos elementos inovadores da atual política de coesão, que são os Acordos de

Parceria entre a Comissão Europeia e os Estados-membros, nos quais ficam estabelecidos os compromissos

com ações concretas para atingir os objetivos da Estratégia UE-2020. Através destes Acordos, a Comissão e o

Estado-Membro determinam alocações mínimas de financiamento obrigatórias para um determinado número

de prioridades (e.g. eficiência energética e energias renováveis).

Para tal, a Comissão tem exortado os Estados-Membros a serem pró-ativos na preparação destes Acordos

4 Informação sobre a Comissão REGI disponível em http://www.europarl.europa.eu/committees/pt/regi/home.html

5 Disponível em http://www.europarl.europa.eu/ep-live/en/committees/video?event=20131127-1500-COMMITTEE-REGI

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de Parceria, mesmo antes da entrada em vigor dos regulamentos, tendo publicado, no outono de 2012,

documentos de orientação para esta negociação, identificando os principais desafios e as áreas prioritárias de

investimento para cada Estado-Membro no período 2014-2020. Com efeito, assinalou, quanto mais célere for a

celebração deste Acordo de Parceria com cada Estado-Membro, mais rápido será o início do investimento.

O documento relativo a Portugal está anexo a este relatório6. O Comissário finalizou a sua intervenção,

assinalando que os Parlamentos nacionais terão um papel decisivo na verificação de que estes Acordos são

bem implementados a nível nacional.

O deputado ao PE, Lambert Van Nistelrooij (Países Baixos/PPE), um dos relatores do PE para este pacote

legislativo, destacou o debate que o PE promoveu, ao longo dos cinco últimos anos, sobre a continuidade da

política de coesão e o seu enfoque. Neste contexto, considerou que o acordo alcançado é positivo,

destacando os acordos de parceria, a concentração temática e a condicionalidade ex-ante como os aspetos

mais relevantes da nova política de coesão.

Jan Olbrycht (Polónia/PPE), que foi igualmente relator do PE neste domínio, chamou a atenção para os

critérios de elegibilidade para a alocação dos fundos, pois muitas vezes os erros de interpretação geram

problemas na aplicação dos instrumentos de investimento.

Seguiu-se um período de debate entre os deputados nacionais e os deputados ao PE. O deputado

austríaco Wolfgang PIRKLHUBER (Verdes), na sua intervenção, considerou que teria sido importante que

estivesse previsto que os Acordos de Parceria seja debatidos e, eventualmente, até aprovados pelos

Parlamentos nacionais.

O Sr. Deputado Carlos Costa Neves (PSD) usou da palavra, começando por assinalar a atenção com que a

Assembleia da República de Portugal acompanhou todo o processo negocial do QFP 2014/2020, tendo

inclusive nomeado dois relatores permanentes para este domínio. Prosseguiu, considerando que é muito

importante que o QFP 2014-2020 possa ser operacionalizado rapidamente, pois as crescentes situações de

desemprego jovem e de pobreza não são compatíveis com o ideal da UE.

Neste contexto, referiu que deve ser ultrapassada com celeridade a fase de aprovação dos programas de

financiamento individuais, não deixando esgotar todos os prazos previstos, pois não é admissível que os

programas operacionais apenas se iniciem em 2015. Finalizou, considerando que os investimentos devem

iniciar-se já em 2014, de modo a irem ao encontro das expectativas dos cidadãos.

Seguiram-se várias intervenções de outros deputados, tendo alguns dos parlamentares nacionais insistido

na ideia de que os Acordos de Parceria negociados entre a Comissão e os Estados-Membros sejam debatidos

nos Parlamentos nacionais.

Sessão 2 - A implementação da nova política nos Estados-Membros: que desafios?

A segunda sessão teve como primeiro orador Normunds Popens, diretor-geral adjunto para a

implementação na Direção-Geral para a política regional da Comissão Europeia, que começou por referir o

trabalho preparatório bilateral que tem decorrido com vários Estados-Membros, tendo a Comissão exortado os

países a assumirem uma postura pró-activa de identificação de prioridades, mesmo antes de a negociação

sobre os montantes estar terminada. Revelou, em seguida, que a maioria dos Estados-Membros levou este

diálogo informal a sério, na sequência dos position papers elaborados pela Comissão (v. supra). Este trabalho

preparatório informal deverá possibilitar uma conclusão mais célere dos Acordos de Parceria, naqueles

Estados-Membros que tenham assumido essa postura pró-activa.

Seguiu-se uma intervenção de Virginija Baltraitiené, Presidente da Comissão para a Administração do

Estado e Poder Local do parlamento lituano, que começou por referir que a correta implementação da política

de coesão exige vontade política e determinação, considerando que os benefícios para as populações são

muito importantes. Assinalou ainda que será importante desenvolver sistemas de monitorização, com

indicadores fiáveis sobre o efeito e os resultados dos vários programas.

O deputado grego Ioannis Kefalogiannis, membro da Comissão Especial para as regiões do Parlamento

helénico, afirmou que a Grécia tem envidado intensos esforços para se preparar para a implementação da

política de coesão, de modo a suprir as lacunas e os problemas acumulados. Com efeito, assinalou que, no

6 O position paper relativo a Portugal está disponível em

http://ec.europa.eu/regional_policy/what/future/pdf/partnership/pt_position_paper_pt.pdf

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atual contexto, esta política representa uma oportunidade que não pode ser desperdiçada.

Rainer Robra, deputado ao Bundesrat alemão, aludiu à importância de compensar os desequilíbrios

regionais através da política de coesão, assinalando que devem ser respeitadas as competências verticais e

horizontais próprias de cada Estado-Membro. Por fim, notou que é importante calibrar a abordagem, de modo

a buscar um equilíbrio óptimo entre sustentabilidade, competitividade e coesão social.

A deputada dinamarquesa H. Dencker apresentou o exemplo da implementação de fundos de coesão

numa pequena comunidade daquele Estado-Membro, enfatizando a importância de "pensar local" na gestão

desta política e o sentimento de pertença a uma comunidade.

Seguiu-se um breve período de debate entre os deputados aos Parlamentos nacionais e europeu, findo o

qual, foram encerrados os trabalhos.

Anexos: Os citados ao longo do relatório.

Assembleia da República, 11 de dezembro de 2013.

Nota: Os referidos anexos encontram-se disponíveis para consulta nos serviços de apoio.

—————

GRUPOS PARLAMENTARES DE AMIZADE

GRUPOS PARLAMENTARES DE AMIZADE PORTUGAL-POLÓNIA, PORTUGAL-EUA E PORTUGAL-

ESTÓNIA

Comunicação relativa à integração da Deputada Paula Gonçalves, do PSD

Lisboa, 10 de Janeiro de 2014

Exm.ª Sr.ª

Encarrega-me o Sr. Presidente do Grupo Parlamentar de comunicar a V. Ex.ª que a Sr.ª Deputada Paula

Gonçalves passa a integrar os Grupos Parlamentares de Amizade:

— Portugal – Polónia

— Portugal – EUA

— Portugal – Estónia

O Chefe de Gabinete, António Luís Romano de Castro.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

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