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Sábado, 30 de maio de 2014 II Série-D — Número 26
XII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2013-2014)
S U M Á R I O
Delegações e Deputações da Assembleia da República:
— Relatório elaborado pelo Deputado João Amaral, do PSD, relativo à sua participação na reunião da Comissão de Assuntos Políticos e da Democracia da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que decorreu, em Atenas, no dia 7 de maio de 2014.
— Relatório elaborado pelo Deputado João Amaral, do PSD, relativo à sua participação nos trabalhos da Comissão de Acompanhamento das Obrigações dos Estados-Membros da assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que decorreu, em Paris, no dia 16 de maio de 2014.
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II SÉRIE-D — NÚMERO 26
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DELEGAÇÕES E DEPUTAÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Relatório elaborado pelo Deputado João Amaral, do PSD, relativo à sua participação na reunião da
Comissão de Assuntos Políticos e da Democracia da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa,
que decorreu em Atenas no dia 7 de maio de 2014
1. Participei nos trabalhos da Comissão dos Assuntos Políticos e da Democracia da Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa, em Atenas, no dia 7 de Maio.
2. A reunião foi precedida por uma conferência organizada pela Comissão, sobre “Liberdade de religião ou
crença no Médio Oriente e no Mediterrâneo Sul; a situação e segurança das comunidades cristãs”. Nela
participaram dirigentes de várias comunidades, com destaque para o Patriarca ortodoxo Teodoro II de
Alexandria. A razão da conferência é a drástica redução, nos últimos anos, do número de cristãos nos países
do Médio Oriente, por serem perseguidos e até mortos.
3. Na minha intervenção, lembrei que o tema da liberdade religiosa está desde sempre na agenda da
nossa Assembleia porque se trata de direito humano fundamental. Agora, estamos preocupados com os actos
de violência contra certas comunidades cristãs no Médio Oriente, mas há fenómenos análogos noutras partes
do Mundo, como na Nigéria, onde centenas de raparigas foram raptadas por extremistas muçulmanos para as
casar à força e vender como escravas — e que bem merecem a solidariedade das nossas Comissão e
Assembleia. A liberdade religiosa é um direito da pessoa humana e deriva da sua eminente dignidade. O
Estado deve garanti-la como uma expressão de cidadania, igual para todos. No convívio entre diferentes
religiões é preciso respeitar o direito das pessoas de mudar de religião ou de não professar qualquer religião.
Mesmo quando em ambiente de convivência inter-religiosa, onde os casamentos mistos não são frequentes,
por causa do estatuto da mulher e do problema da educação dos filhos. É fundamental uma visão secular da
organização da sociedade e do Estado para respeitar os direitos humanos dos cidadãos e das cidadãs. O
Conselho da Europa não tem de intervir em defesa de quaisquer comunidades e para as proteger; tem de
apresentar um modelo-farol proposto a quem o quiser seguir. E as autoridades da religião islâmica têm de
rejeitar a invocação do Islão por grupos extremistas, que afinal se movem por objetivos políticos.
4. A Comissão discutiu e aprovou uma resolução sobre o federalismo na Europa, que eu apoiei por excluir
expressamente a transformação da União Europeia num estado federal, mas propor antes a aplicação do
princípio da subsidiariedade, dando poder efetivo às várias entidades, corrigindo o défice democrático
atualmente existente.
5. Uma outra resolução foi aprovada sobre a contribuição parlamentar para a resolução do problema do
Sahara Ocidental.
Lisboa, 15 de Maio de 2014.
O Deputado do PSD, João Bosco Mota Amaral.
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Relatório elaborado pelo Deputado João Amaral, do PSD, relativo à sua participação nos trabalhos
da Comissão de Acompanhamento das Obrigações dos Estados-Membros da assembleia Parlamentar
do Conselho da Europa, que decorreu, em Paris, no dia 16 de maio de 2014
1. Participei na reunião da Comissão de Acompanhamento das Obrigações dos Estados-Membros da
Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Paris, no dia 16 de Maio.
2. No início da reunião a Presidente da Assembleia apresentou um relato da sua participação no Conselho de
Ministros, que teve lugar em Viena. É lamentável que os Ministros dos Negócios Estrangeiros de França e
da Alemanha não tenham comparecido; mais ainda que este último tenha ido depois ao aeroporto de Viena
encontrar-se com o seu homólogo russo. Perguntei, durante o debate, se na troca de impressões com o
ministro russo, a Presidente tinha pressionado pelo regresso da delegação russa aos trabalhos da
Assembleia, uma vez que as credenciais respetivas não foram revogadas, mas apenas se aprovou a
suspensão do direito de voto dos membros — o que ela de facto fez, mas sem resultado.
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3. Na discussão sobre a Rússia, chamei a atenção para a decisão que nos foi comunicada de não aceitar a
visita dos relatores da Assembleia, o que me parece incluir os relatores da Comissão, para a realização do
seu trabalho de “monitoring”. O isolamento está a ser adotado pelos russos e não por nós. Uma decisão de
tal natureza tem de ter consequências. A nossa Comissão quer diálogo com a delegação russa, mas é
preciso que eles também queiram dialogar connosco. O relator assinalou que a aceitação do trabalho dos
relatores de “monitoring” é uma obrigação específica dos estados-membros, cuja violação pode levar à
retirada das credenciais das respetivas delegações parlamentares.
4. Votei a favor da proposta, que foi aprovada, do Presidente da Comissão de instituir uma subcomissão ad
hoc para analisar a política de vizinhança da Rússia — a qual, acrescento eu, não terá certamente qualquer
participação da delegação russa, ao contrário do que é desejado.
Lisboa, 27 de Maio de 2014.
O Deputado do PSD, João Bosco Mota Amaral.
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