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Sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015 II Série-D — Número 11

XII LEGISLATURA 4.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2014-2015)

S U M Á R I O

Delegações e Deputações da Assembleia da República:

— Relatório da participação do Deputado Vitalino Canas na Reunião informal de Presidentes das Comissões de Assuntos Europeus dos Parlamentos nacionais da União Europeia, que decorreu em Bruxelas, Bélgica, no dia 19 de janeiro de 2015. Grupos Parlamentares de Amizade: Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França:

— Relatório referente à Missão Oficial do Grupo Parlamentar de Amizade a Paris e Clermont-Ferrand, que teve lugar de 3 a 17 de outubro de 2014.

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DELEGAÇÕES E DEPUTAÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Relatório da participação do Deputado Vitalino Canas na Reunião informal de Presidentes das

Comissões de Assuntos Europeus dos Parlamentos nacionais da União Europeia, que decorreu em

Bruxelas, Bélgica, no dia 19 de janeiro de 2015

Delegação: Vice-Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Deputado Vitalino Canas (PS).

A delegação foi acompanhada pela Representante Permanente da Assembleia da República junto da

União Europeia, Maria João Costa.

1. Enquadramento

No seguimento do debate ocorrido na LII COSAC em Roma relativo ao papel dos Parlamentos nacionais, o

Deputado da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países Baixos, René

Leegte, em conjunto com os Presidentes das Comissões de Assuntos Europeus da House of Lords do

Parlamento do Reino Unido, Lord Boswell, e do Folketinget da Dinamarca, Eva Kjer Hansen, organizaram uma

reunião informal com vista a debater três temas: (1) o escrutínio do Programa Anual de Trabalho da Comissão

Europeia; (2) as melhorias no procedimento do “cartão amarelo” e (3) o “cartão verde”.

Estiveram presentes 16 presidentes e vice-presidentes de Comissões de Assuntos Europeus (CAE) dos

Parlamentos nacionais da União Europeia1.

2. Do escrutínio do Programa de Trabalho da Comissão Europeia2

Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, começou por referir que esta Câmara parlamentar tinha começado recentemente a analisar o Programa

de Trabalho da Comissão Europeia (PTCE), mas que considerava que o seu escrutínio e a seleção de

iniciativas deveriam ser efetuados o mais cedo possível para que pudesse ter atualidade. Sugeriu que os

Parlamentos nacionais poderiam tentar selecionar as iniciativas antes da reunião de Presidentes da COSAC, o

que permitiria um debate construtivo nessa altura.

Na primeira ronda, as intervenções centraram-se na troca de experiências sobre o procedimento de

escrutínio do Programa de Trabalho da Comissão Europeia em cada um dos Parlamentos.

Marc Angel, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus do Parlamento do

Luxemburgo, interveio explicando que o procedimento no Parlamento Luxemburguês envolve todas as

comissões e que posteriormente é preparado um texto que resume as prioridades. Este procedimento é

concluído até 1 de abril.

Tineke Strik, Presidente da CAE do Eerste Kamer do Parlamento dos Países Baixos, aludiu à importância

de, após selecionar as iniciativas, elencar as prioritárias. Aludindo ainda ao procedimento desta Câmara

parlamentar.

O Sr. Vice-Presidente da CAE, Deputado Vitalino Canas, explicou o procedimento de escrutínio do PTCE

na Assembleia da República, designadamente, a realização de reunião com a presença de um Comissário

Europeu, e o procedimento de seleção de iniciativas, que envolve todas as comissões permanentes. Concluiu

aludindo a que geralmente o procedimento é concluído no decurso do primeiro trimestre.

Dominic Hannigan. Presidente da CAE do Parlamento da Irlanda, após referir que o Parlamento irlandês

também escrutinava o PTCE, considerou que cada Parlamento deveria manter o seu procedimento. No

entanto, deveria ser estabelecido um momento posterior em que eram conjugadas as diferentes iniciativas

1 Anexo I - Lista de participantes. 2 Anexo II – Nota de enquadramento preparada pelo Deputado René Leegte

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selecionadas com vista a obter um conjunto mais pequeno de prioridades, consoante as opções de cada

Parlamento.

Lolita Cigane, Presidente da CAE do Saeima da Letónia, aludiu à experiência recente de terem diversos

Comissários se deslocado a Riga para apresentar o PTCE, no âmbito da dimensão parlamentar da

Presidência do Conselho da UE. Considerou ainda que a reunião de Presidentes da COSAC poderia debater

iniciativas selecionadas, mas não seria frutífero o debate do PTCE, por ter componentes muito técnicas.

Agnieszka Pomaska, Presidente da CAE do Sejm da Polónia, referiu que nesta Câmara Parlamentar não

se escrutina o PTCE com vista a selecionar iniciativas, porque o Sejm escrutina todas as iniciativas, que são

enviadas pela Comissão, ainda que apenas algumas sejam objeto de contributos ou pareceres

fundamentados.

Edmund Wittbrodt, Presidente da CAE do Senado da Polónia, aludiu ao procedimento nesta Câmara

parlamentar, referindo que envolve as comissões e o plenário, mas que se inicia com a presença de um

Comissário para apresentar o PTCE. Considerou muito interessante a proposta de selecionar um conjunto de

iniciativas prioritárias comuns a todos os Parlamentos, mas referiu que o seu número não deveria ultrapassar

4.

Václav Hampl, Presidente da CAE do Senado da República Checa, concordou que talvez não fosse de

debater o PTCE na reunião de Presidentes da COSAC, mas seria importante nessa altura trocar impressões

sobre as iniciativas selecionadas por cada Câmara.

Björn von Sydow, Presidente da CAE do Riksdag da Suécia, começou por questionar se se pretendia

selecionar iniciativas para escrutínio da subsidiariedade ou iniciativas que tivessem interesse político? Deu

conta do sistema vigente neste Parlamento e referiu que talvez fosse possível a partilha de ideias na reunião

de Presidentes da COSAC.

René Leegte, membro da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países

Baixos, explicou que se tratava de uma seleção com fundamento numa avaliação política.

Philip Cordery, Deputado da Assemblée Nationale de França, referiu que esta Câmara parlamentar

também escrutina o PTCE, mas que não se limita a selecionar iniciativas constantes nele. Demonstrou a sua

concordância com a troca de informações na reunião de Presidentes da COSAC e salientou que é importante

não existir um foco apenas na subsidiariedade, mas sobretudo na componente política.

Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, interveio para referir que era importante definir quatro momentos: 1) Método de triagem – em que cada

Parlamento seleciona as iniciativas consideradas prioritárias; 2) Quando um Parlamento (“champion”)

considerar que quer liderar o procedimento de escrutínio de uma iniciativa selecionada por vários Parlamentos,

promove a coordenação do escrutínio com os interessados; 3) caberia ao secretariado da COSAC manter os

restantes Parlamentos informados sobre este procedimento-

René Leegte, membro da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países

Baixos, concordou aludindo que caberia a cada Câmara selecionar as iniciativas de acordo com o

procedimento interno vigente e posteriormente seria efetuada uma compilação. Nesse sentido, sugeriu que

fosse criada uma tabela em que fosse evidente as iniciativas propostas pela Comissão Europeia e a que cada

Câmara parlamentar tinha selecionado. Essa tabela poderia ser compilada pelo secretariado da COSAC e

distribuída através da COSAC, do IPEX ou da rede de “Antenas”. Num segundo momento, poder-se-ia um

Parlamento “champion”, isto é, responsável por coordenar o escrutínio da iniciativa. Sugeriu que um critério

para a escolha das iniciativas prioritárias poderia ser aquelas que conseguissem atingir a “minoria de

bloqueio”. Suscitou a questão de saber se os presentes consideravam que deveria ser apenas com base no

PTCE ou se também deveriam ser tidos em consideração outras propostas entretanto apresentadas pela

Comissão e sugeriu que, numa primeira fase, deveria ser apenas com base no PTCE.

Björn von Sydow, Presidente da CAE do Riksdag da Suécia, não considerou uma boa ideia utilizar como

critério a minoria de bloqueio, nem que exista um número fixo de iniciativas a selecionar pelos Parlamentos

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nacionais. Considerou, ao invés, que este podia ser um procedimento ad hoc e que fosse sendo melhorado

com o decurso do tempo.

René Leegte, membro da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países

Baixos, considerou que a coordenação também podia ser feita ao nível das Monday Morning Meetings (MMM).

Dominic Hannigan. Presidente da CAE do Parlamento da Irlanda, considerou que seria preferível o

secretariado da COSAC monitorizar os contributos dos diferentes Parlamentos nacionais com vista a que a

informação não se perdesse.

Edmund Wittbrodt, Presidente da CAE do Senado da Polónia, referiu que a coordenação deveria ser feita,

não apenas entre os Parlamentos nacionais, mas também entre estes e os respetivos Governos.

A Membro Permanente do Secretariado da COSAC, Christiana Fryda, considerou que se existisse uma

decisão política nesse sentido, tomada na COSAC, o secretariado teria condições para efetuar essa

monitorização.

3. Das melhorias no procedimento do “cartão amarelo”

René Leegte, membro da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países

Baixos, aludiu à necessidade sentida por muitas Câmaras parlamentares de melhorar o procedimento de

análise do princípio da subsidiariedade. Nesse sentido, considerou que seria importante para a melhoria da

qualidade do escrutínio que em vez de 8 semanas os Parlamentos nacionais pudessem ter 12 semanas.

O Sr. Vice-Presidente da CAE, Deputado Vitalino Canas, começou por ressalvar que esta questão não

tinha ainda sido debatida na Assembleia da República de forma a poder apresentar uma posição oficial,

contudo, considerou que esta é uma questão jurídica, pois os tratados expressamente referem o prazo de 8

semanas, pelo que dificilmente pode ser alterado esse prazo sem promover uma alteração dos tratados, o que

o Parlamento português tem considerado, até aqui, inoportuno. De igual modo, referiu que o prolongamento do

prazo de 8 para 12 semanas teria um impacto no processo legislativo europeu, que não pode ser considerado

rápido.

Marc Angel, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus do Parlamento do

Luxemburgo, considerou a ideia boa, mas concordou com Vitalino Canas.

Björn von Sydow, Presidente da CAE do Riksdag da Suécia, exprimiu a posição deste Parlamento, que

considera que o prazo deveria ser alterado para 12 semanas.

Lolita Cigane, Presidente da CAE do Saeima da Letónia, interveio para referir que concordava com Vitalino

Canas em que era impossível alterar o prazo sem alterar os Tratados e que também não considerava que era

oportuno iniciar um processo de revisão.

René Leegte, membro da Comissão de Assuntos Europeus do Tweede Kamer do Parlamento dos Países

Baixos, sugeriu que fosse criado um pequeno grupo de trabalho, formado por Deputados de Parlamentos que

estivessem interessados, para debater a introdução de melhorias no procedimento do “cartão amarelo”. Nesse

debate seria abordada a questão do prazo, mas também a melhoria da coordenação e outros aspetos. Propôs

ainda que as conclusões poderiam ser debatidas no plenário da COSAC em Riga.

Relativamente aos pontos 1 e 2, a organização da reunião elaborou um conjunto de conclusões3.

4. Do “cartão verde”4

Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, começou por referir que a proposta de introdução de um “cartão verde” não pretende retirar a iniciativa

legislativa da Comissão Europeia, não pretende invadir as competências das outras instituições europeias e

não pretende subverter nenhum dos procedimentos existentes. Explicitou que a ideia é criar um novo

3 Anexo III – Conclusões pontos 1 e 2. 4 Anexo IV – Nota de enquadramento preparada por Lord Boswell.

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instrumento, no âmbito do diálogo político com a Comissão Europeia, mas sem substituir o diálogo existente.

Pretende-se que seja mais do que uma carta assinada por vários Parlamentos/Câmaras, mas sim uma carta

com um intuito especial reconhecido informalmente tanto pela Comissão Europeia como pelos Parlamentos

nacionais. Nesse âmbito aludiu à disponibilidade demonstrada pelo Primeiro Vice-Presidente da Comissão

Europeia, Frans Timmermans, de aprofundar o diálogo com os Parlamentos nacionais e aprofundar a

participação destes no processo de decisão europeu.

Václav Hampl, Presidente da CAE do Senado da República Checa, considerou que esta era uma iniciativa

muito importante, mas considerou que as 8 semanas previstas na nota de enquadramento aproximava este

instrumento do “cartão amarelo” e não parecia ser essa a ideia, pelo que sugeriu um prazo mais alargado.

Edmund Wittbrodt, Presidente da CAE do Senado da Polónia, considerou também uma boa ideia, mas

questionou se a Comissão Europeia teria abertura para aceitar este instrumento. Concordou com o seu

antecessor no sentido de que o prazo não deveria ser tão curto e mostrou algumas reticências sobre a

fundamentação inerente á apresentação de um “cartão verde”.

Lolita Cigane, Presidente da CAE do Saeima da Letónia, apoiou a iniciativa, mas questionou se a ideia

seria apenas de propor à Comissão uma nova iniciativa ou se poderia ser, ao invés, propor à Comissão

Europeia que não revogasse uma iniciativa ou que alterasse uma iniciativa já existente. Considerou ainda que

nada obstava a que o Parlamento Europeu fosse também incluído neste procedimento.

Philip Cordery, Deputado da Assemblée Nationale de França, demonstrou também concordância com a

ideia e considerou que deveria ser efetuado um contacto informal com a Comissão Europeia para aferir da sua

disponibilidade. Concordou com a existência de um período de tempo para os Parlamentos nacionais

aderirem, mas também considerou que 8 semanas poderia ser curto. Concordou ainda com a inclusão do

Parlamento Europeu.

Em representação da Presidente da CAE do Folketinget da Dinamarca, a Diretora dos Assuntos Europeus

tomou a palavra para referir que este parlamento apoio a criação do “cartão verde” e que deveria ser feita um

teste para ver se é realizável. De igual modo, informou que o parlamento dinamarquês estaria disponível para

apresentar uma proposta que pudesse reunir o consenso dos Parlamentos nacionais.

Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, afirmou que o “cartão verde” podia implica a alteração ou revogação de um ato já existente. Considerou

que se pretendia reforçar o diálogo político e que o prazo podia ser alargado, mas que deveria existir um

prazo. Concluiu ainda que os Deputados querem participar e querem promover a mudança e não apenas

bloquear.

Björn von Sydow, Presidente da CAE do Riksdag da Suécia, referiu que esta pode ser uma boa ideia, mas

partilhou a sua preocupação com a falta de relacionamento entre as comissões setoriais dos diferentes

Parlamentos nacionais.

Dominic Hannigan, Presidente da CAE do Parlamento da Irlanda, referiu que sendo uma boa ideia, a

proposta inicial pode ser melhorada não apenas relativamente ao prazo, mas também relativamente ao

número de Parlamentos nacionais necessários para que se trate de um “cartão verde”.

O Sr. Vice-Presidente da CAE, Deputado Vitalino Canas, começou por ressalvar que o Parlamento

português ainda não tinha debatido esta questão, pelo que das suas palavras não se poderia retirar a posição

oficial deste Parlamento. No entanto, referiu que o Parlamento português é tradicionalmente a favor do

fortalecimento da intervenção dos Parlamentos nacionais no escrutínio dos assuntos europeus, desde que tal

não implique alterações aos tratados. Neste sentido, é provável que o Parlamento português possa concordar

com o reforço do diálogo político, nomeadamente, através da criação do “cartão verde”. Relativamente ao

período de tempo, considerou que, até para não existirem confusões com o “cartão amarelo”, este deveria ser

alargado. No entanto, considerou que mais importante do que debater o tempo é debater como é que a

coordenação será feita, até porque dizer que “sim” pode ser mais difícil que concordar num “não”.

Agnieszka Pomaska, Presidente da CAE do Sejm da Polónia, suscitou a questão linguística, referindo que

um “cartão verde” deveria ser apresentado em todas as línguas dos signatários.

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Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, concordou com a sua antecessora e referiu que parece existir um consenso em torno deste

instrumento, mas que alguns componentes do procedimento podem ser melhorados. Considerou ainda que o

“cartão verde” terá de ter um mínimo de Parlamentos nacionais a assinarem para ser consistente ou, caso

contrário, será mais uma carta assinada por vários Parlamentos nacionais. Relativamente à abertura da

Comissão Europeia, sugeriu que os Parlamentos nacionais preparassem uma carta a enviar ao Primeiro Vice-

Presidente da Comissão Europeia convidando a Comissão Europeia a estabelecer este procedimento. Nesse

sentido, considerou que, em Riga, poderia ser debatida essa carta e debatidos os melhoramentos a introduzir

à proposta inicial.

Danuta Hübner, Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu, referiu que

devem ser exploradas todas as possibilidades conferidas pelo Tratado de Lisboa e que os Governos devem

ser incluídos no procedimento. Referiu-se à COSAC para referir que esta é atualmente uma Conferência

credível e importante e que isso deve ser sublinhado.

Lord Boswell, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da House of Lords do Parlamento do Reino

Unido, agradeceu a presença de todos e os comentários efetuados, que irão contribuir para a melhoria do

texto proposto.

Bruxelas, 19 de janeiro de 2015.

Vice-Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Vitalino Canas.

Nota: Os documentos em anexo encontram-se disponíveis para consulta nos serviços de apoio.

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GRUPO PARLAMENTAR DE AMIZADE PORTUGAL — FRANÇA

Relatório referente à Missão Oficial do Grupo Parlamentar de Amizade a Paris e Clermont-Ferrand,

que teve lugar de 3 a 17 de outubro de 2014

A Assembleia da República, através do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França (GPA) deslocou-

se em Missão Oficial a França, entre os dias 13 e 17 de outubro de 2014.

O GPA esteve representado pela seguinte Delegação: Carlos Alberto Gonçalves (PSD), Presidente do

GPA, Inês de Medeiros (PS), Vice-Presidente do GPA, Telmo Correia (CDS-PP), Vice-Presidente do GPA,

Sérgio Sousa Pinto (PS), Maria Manuela Tender (PSD), Amadeu Albergaria (PSD), Teresa Costa Santos

(PSD) e João Ramos (PCP).

Esta Missão Oficial, a convite da Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade homólogo da Assembleia

Nacional francesa, teve por objetivo o aprofundamento das relações bilaterais, bem como a retribuição da

visita efetuada por uma Delegação de sete Deputados pertencentes ao Grupo de Amizade homólogo dessa

Assembleia, em maio de 2008, reforçando a imagem deste Parlamento junto das entidades francesas e

consolidando as boas práticas da diplomacia parlamentar. O programa desta visita, organizado pela

Assembleia Nacional francesa, permitiu aos Deputados portugueses terem encontros com os seus

interlocutores nas áreas da economia, turismo e cultura, tendo como temas principais a economia e a língua.

Além de reuniões e encontros em Paris, a visita incluiu ainda uma deslocação a Clermont-Ferrand, círculo

eleitoral a que pertence a Presidente do GPA França-Portugal, Deputada lusodescendente Christine Pires

Beaune. Refira-se que os encargos financeiros com esta missão durante toda a estadia da delegação em

França foram suportados pela Assembleia Nacional.

O programa da missão incluiu as seguintes reuniões e visitas:

 Conselheiro da “Mairie” de Paris, Hermano Sanches Ruivo;

 Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, Carlos Vinhas Pereira;

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 Presidente da Assembleia Nacional Francesa, Claude Bartolone;

 Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Danielle Auroi;

 Vice-Presidente da Delegação dos Direitos das Mulheres da Assembleia Nacional, Maud Olivier;

 Visita ao Liceu Montaigne (secção internacional portuguesa);

 Grupo de Amizade França-Portugal do Senado;

 Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Senado, Jean Bizet;

 Embaixador de Portugal em França, José Filipe Moraes Cabral;

 Maire de Clermont-Ferrand, Olivier Bianchi ;

 Encontro com a Comunidade portuguesa, na Casa de Portugal de Clermont-Ferrand;

 Encontro com o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Clermont-Ferrand e Cônsul

honorário de Portugal para a região de Auvergne, Isidoro Fartaria.

Os principais temas discutidos durante esta missão foram:

 As relações bilaterais entre Portugal e a França;

 O ensino da língua portuguesa em França e da língua francesa em Portugal;

 A situação económica em Portugal;

 As relações económicas e os projetos de apoio empresarial à Comunidade portuguesa instalada

em França, bem como aos recém-chegados;

 As relações com a União Europeia.

Paris – 2ª feira, 13 de outubro de 2014

Na visita à “Mairie” de Paris, o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França foi recebido pelo

Conselheiro da “Mairie” de Paris, Hermano Sanches Ruivo, e pelo Deputado e Conselheiro da “Mairie”, Pascal

Cherki.

O tema abordado foi a língua portuguesa:

 O português como língua associada a uma geração de emigração;

 Na segunda geração verifica-se uma integração ‘à francesa’, com a anulação da origem,

contrariamente ao que se passa nos Estados Unidos da América;

 Portugal também tem responsabilidades nesta matéria, devido ao facto de ter esquecido estes

emigrantes e permitido a anulação da segunda e terceira gerações;

 Atualmente há uma mudança de imagem, através de uma emigração com um nível cultural mais

elevado, mais qualificada;

 Há ainda a salientar o mérito das próprias Comunidades na organização de eventos e apoios aos

recém-chegados.

Hermano Sanches Ruivo, de origem portuguesa, referiu que a comunidade portuguesa encontra-se bem

estruturada, mas a França dá mais atenção ao Brasil do que a Portugal. O ensino do espanhol encontra-se

bastante desenvolvido. Haveria todo o interesse em reunir Portugal, Brasil e Angola, como uma forma de

incentivar o ensino da língua portuguesa.

Paris – 3ª feira, 14 de outubro de 2014

Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), Carlos Vinhas Pereira

O Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, Carlos Vinhas Pereira, o seu Diretor

Executivo, Ricardo Simões, bem como alguns empresários portugueses instalados em França, nas áreas da

construção civil e do ramo automóvel, receberam a delegação nas instalações da CCIFP. Carlos Vinhas

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Pereira deu uma breve explicação sobre a missão e objetivos da Câmara, criada há cerca de oito anos, com o

incentivo e apoio, do então Embaixador de Portugal em Paris, António Monteiro. A CCIFP é uma estrutura de

apoio e promoção das trocas bilaterais e de representação das empresas portuguesas e francesas. A sua

missão é colocar-se ao serviço das empresas implicadas nos fluxos comerciais entre os dois países. Funciona

como promotora da ação empresarial entre Portugal e França, apoiando as empresas interessadas no

comércio bilateral, a aceder às práticas, conselhos e contactos ajustados às suas necessidades.

Neste momento a Câmara está a dar início a um novo projeto denominado “incubadora de empresas”,

alugando pequenos gabinetes em “open-space”, equipados com telefone, acesso à internet e um operador

para atendimento telefónico. Este projeto permite apoiar a instalação de pequenos e médios empresários que

ao chegar a França têm assim uma forma pouco dispendiosa de ter um escritório, e lhes permite ter acesso ao

mercado francês, obter informações relevantes para o seu negócio e sondar o mercado.

Carlos Vinhas Pereira frisou o peso do tecido empresarial português em França, lamentando a

impossibilidade de a CCIFP se candidatar a apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)

para projetos de promoção de empresas portuguesas em França e apelou aos Deputados para que debatam a

possibilidade de considerar a CCIFP como "Instituição Estrangeira de Utilidade Pública".

Existe em França, uma rede empresarial de cerca de 45.000 empresas portuguesas, que representam

entre 3% a 4% do PIB, o que demonstra a sua enorme importância na economia francesa. Outro dos temas

abordados foi a importância do setor do Turismo, dado que sem uma boa promoção do país, não é possível

captar investimento francês em Portugal.

A CCIFP edita ainda o LusoJornal, o jornal das Comunidades lusófonas de França, distribuído

quinzenalmente em França e mensalmente na Bélgica.

Presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone

O Presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, recebeu a Delegação portuguesa durante uma

pequena receção na Residência Oficial, (Hôtel de Lassay), e no seu discurso de boas-vindas manifestou o seu

enorme regozijo por acolher a Delegação portuguesa, tendo referido o seu apreço pela Comunidade

portuguesa residente em França, bem como a relevância que a mesma representa para o país. Salientou

ainda a importância deste tipo de iniciativas, que permitem o convívio e a troca de ideias entre os

Parlamentares, como forma de estreitar as boas relações entre os países. O Presidente da Assembleia

Nacional mencionou ainda a identidade cultural comum dos países do sul da Europa, incluindo a França,

cabendo aos Deputados incrementar as boas relações entre os vários Parlamentos.

Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal

Uma delegação de Deputados do Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal, presidido pela

Deputada Christine Pires Beaune, recebeu a delegação portuguesa, num almoço de confraternização.

Seguiu-se a assistência à Sessão Plenária de Perguntas ao Governo, no início da qual, o Presidente da

Assembleia Nacional, Claude Bartolone, saudou perante a Assembleia, a delegação da Assembleia da

República de Portugal, chefiada pelo Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França,

Deputado Carlos Alberto Gonçalves.

Teve ainda lugar uma Visita ao Palácio Bourbon, sede da Assembleia Nacional.

Encontro com jornalistas (Radio Alpha)

O Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França, Deputado Carlos Alberto Gonçalves,

bem como outros Deputados da Delegação, prestaram declarações à Rádio Alpha, sobre a razão e o objetivo

desta deslocação da Delegação portuguesa a França, que teve como como temas principais a economia e a

língua:

 O sentido da visita bilateral entre dois países amigos, em especial, num país como a França, com

uma forte componente portuguesa, e que acolhe uma Comunidade estimada em três milhões;

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 Retribuição da visita do Grupo homólogo a Portugal, em 2008, e na sequência da visita oficial do

Presidente Jaime Gama em 2010, cuja delegação o Presidente do Grupo Parlamentar de

Amizade Portugal-França, Deputado Carlos Alberto Gonçalves integrou;

 O ensino da língua portuguesa em França e da língua francesa em Portugal, considerando-se que

o português não é apenas uma língua da emigração e dos lusodescendentes, mas uma língua

viva e de trabalho. A defesa das duas línguas é defender a identidade europeia;

 Deslocação a Clermont-Ferrand sem objetivos políticos. A preocupação das entidades

portuguesas com o fenómeno migratório devido à crise existente em Portugal;

 A importância da Comunidade portuguesa, cada vez mais ativa, e interveniente na vida política

francesa.

 O Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França destacou ainda a calorosa

receção à delegação portuguesa por parte de todos os Deputados e entidades francesas e

portuguesas.

Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Danielle Auroi, Deputada pelo Puy-de-Dôme (Ecolo)

No encontro que se seguiu, com a Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Danielle Auroi, foram

debatidos os seguintes assuntos:

 Estabelecimento de contactos com a Assembleia da República portuguesa;

 As diferenças existentes entre a Europa do Norte e do Sul, países com especificidades e

realidades muito diferentes;

 O papel da França como defensora da Europa do Sul pela sua maior representatividade a nível

europeu;

 As dificuldades económicas e sociais da França;

 O problema dos países periféricos – noção de periferia tem de acabar;

 O papel dos Parlamentos Nacionais na União Europeia — a defesa das respetivas realidades.

Paris – 4ª feira, 15 de outubro de 2014

Vice-Presidente da Delegação dos Direitos das Mulheres da Assembleia Nacional, Maud Olivier, Deputada

por Essone (SRC)

Nesta reunião, a Vice-Presidente da Delegação dos Direitos das Mulheres da Assembleia Nacional, Maud

Olivier, deu a conhecer o papel da Delegação a que preside, que assegura que a Assembleia Nacional

respeita os Direitos das Mulheres, concedendo-lhes os mesmos direitos e oportunidades.

Foram abordados os seguintes assuntos:

 A importância desta Delegação no âmbito do Processo Legislativo;

 Iniciativas legislativas sobre violência doméstica; igualdade do direito a tratamentos médicos

urgentes; igualdade na reforma;

 O Tratado de Istambul;

 A realidade portuguesa e a comparação com o modelo português – A Subcomissão de Igualdade

do Parlamento português.

Visita à secção internacional portuguesa do Liceu Montaigne

A Delegação foi recebida pelo Inspetor-Geral de estudos portugueses, Michel Perez, pelo Inspetor-Geral

das secções internacionais, Tristan Lecoq, pela Inspetora Dominique Valières, e pela coordenadora do ensino

do português em França, Adelaide Cristovão.

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Foi feita uma breve exposição sobre as atividades do liceu ao nível do estudo do português, bem como os

incentivos à continuidade destes estudos:

 Organiza a semana do português em França;

 Oferece aos seus alunos, estudos de português desde o 6º ano até ao “baccalauréat”, podendo

prosseguir se o desejarem;

 Ensino de Literatura, História e Geografia portuguesas.

O elevado número de alunos de várias faixas etárias, presente, bem como a Presidente da Associação de

Pais, colocaram várias questões aos Deputados portugueses, nomeadamente, sobre qual a função do

Deputado e sobre o sistema político português e a sua comparação entre o sistema político francês.

Seguiram-se os esclarecimentos por parte dos membros da delegação portuguesa, e também da Deputada

Christine Pires Beaune, Presidente do Grupo de Amizade França-Portugal e do Deputado francês Pascal

Cherky.

Deste encontro com os alunos, surgiu a ideia do Programa “Parlamento dos Jovens” poder ser estendido

aos alunos das Secções Internacionais de Português em França.

Grupo de Amizade França-Portugal do Senado

Uma delegação de Deputados do Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal do Senado, presidido

pelo Senador Alain Néri, Puy-de-Dôme (SRC), recebeu a delegação do Grupo homólogo, num almoço de

trabalho.

Seguiu-se a assistência à Sessão Plenária, no início da qual, o Presidente do Senado, Gérard Larcher,

saudou a delegação da Assembleia da República de Portugal, chefiada pelo Presidente do Grupo Parlamentar

de Amizade Portugal-França, Deputado Carlos Alberto Gonçalves.

Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Senado, Jean Bizet, Senador de “La Manche” (UMP)

O Senador Jean Bizet, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Senado, recebeu a Delegação

portuguesa, tendo sido abordados os seguintes temas:

 Os problemas da Europa e a crise europeia;

 A importância de um debate sobre a Europa – solidariedade com os países do Sul;

 As dificuldades económicas que afetam todos os países, tornam necessário que os parlamentares

sejam solidários; os países têm de unir-se na defesa dos interesses comuns;

 Uma Europa solidária é uma Europa de consensos;

 A parceria franco-alemã;

 A evolução de Portugal nos últimos vinte anos.

Seguiu-se uma visita ao Palácio do Luxemburgo, Sede do Senado.

O Embaixador de Portugal em França, José Filipe Moraes Cabral, ofereceu um jantar na Residência Oficial,

à Delegação portuguesa, onde estiveram presentes Deputados franceses e onde foram abordados os

principais temas da visita, a vertente económica e cultural.

Clermont-Ferrand – 5ª feira, 16 de outubro de 2014

 Almoço oferecido pelo Maire de Clermont-Ferrand, Olivier Bianchi.

 A Comunidade portuguesa de Clermont-Ferrand, (segunda maior de França);

 A Comunidade portuguesa está cada vez mais ativa e integrada na sociedade francesa;

 A importância do ensino da Língua portuguesa em França;

 O atual fluxo da emigração.

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13 DE FEVEREIRO DE 2015

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Encontro na Casa de Portugal, sede da associação “Os Camponeses Minhotos”

A Delegação foi recebida pelo Presidente da associação “Os Camponeses Minhotos”, João Velosa, e por

um grande número de portugueses de várias gerações, alguns dos quais já se encontram estabelecidos em

França há mais de quarenta anos. Este encontro permitiu um momento de convívio informal entre os

Deputados portugueses e a Comunidade. Os Deputados portugueses procuraram inteirar-se da situação dos

portugueses residentes em Clermont-Ferrand, prestando também esclarecimentos sobre a atual a situação

económica portuguesa, que também preocupa os portugueses emigrados.

Clermont-Ferrand – 6ª feira, 17 de outubro de 2014

Encontro com o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Clermont-Ferrand (CCI) e Cônsul

honorário de Portugal para a região de Auvergne, Isidoro Fartaria

A Delegação portuguesa foi recebida pelo Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Clermont-

Ferrand e Cônsul honorário de Portugal para a região de Auvergne, Isidoro Fartaria, por membros do

Conselho de Administração e empresários locais.

O Presidente da CCI expôs o funcionamento, missão e objetivos da Câmara, que tem como principais

desafios a fusão de todas as Câmaras de Comércio da região, a chegada do TGV, o apoio ao aeroporto e à

Escola Superior de Comércio. Abordou ainda as boas relações económicas existentes entre Portugal e a

França e referiu ainda a grande importância e o prestígio que a imensa Comunidade portuguesa instalada em

Clermont-Ferrand, capital da Auvergne, tem na economia local.

Considerações Finais

A Delegação portuguesa deixou claro em todos os encontros, o seu desejo de aprofundar as relações entre

os dois Grupos de Amizade, os dois Parlamentos e de uma forma mais alargada, entre a França e Portugal,

países muito próximos em termos culturais e de tradição.

A finalizar, cumpre assinalar a enorme gentileza e disponibilidade demonstradas pela Senhora Presidente

do Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal, Deputada Christine Pires Beaune, e por todos os seus

colaboradores envolvidos na organização desta visita.

Destaca-se ainda a calorosa receção à Delegação portuguesa por parte de todos os Deputados e

entidades francesas e portuguesas.

Assembleia da República, 17 de novembro de 2014.

A Assessora da Divisão de Relações Internacionais, Ana Maria Guapo

ANEXO: Programa da visita oficial do GPA Portugal-França a Paris e Clermont-Ferrand

Nota: O documento em Anexo encontra-se disponível para consulta nos serviços de apoio.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

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