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Segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017 II Série-D — Número 8

XIII LEGISLATURA 2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2016-2017)

S U M Á R I O

Delegações da Assembleia da República:

— Relatório da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas relativo à deslocação de uma delegação parlamentar à República Islâmica do Irão que decorreu de 15 a 21 de dezembro.

— Relatório sobre a participação da Assembleia da República na Reunião de Presidentes da COSAC, que se realizou em Malta nos dias 22 e 23 de janeiro de 2017.

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DELEGAÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Relatório da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas relativo à deslocação

de uma delegação parlamentar à República Islâmica do Irão que decorreu de 15 a 21 de dezembro

1. Precedido de convite formal endereçado pelo Presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política

Externa do Parlamento do Irão, Sr. Alaeddin Boroujerdi, deslocou-se a Isfahan e Teerão, na República Islâmica

do Irão, no período compreendido entre 15 e 20 de dezembro passado, uma delegação parlamentar, composta

pelos seguintes Deputados da 2.ª Comissão:

 Sérgio Sousa Pinto, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

(CNECP);

 Adão Silva (PSD), também presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Irão;

 Joana Lima (PS);

 Filipe Lobo d’Ávila (CDS/PP);

 João Ramos (PCP).

Integrou a delegação, ainda, o assessor da Comissão, Raul Maia Oliveira.

2. Preliminarmente a esta deslocação, decorreram encontros preparatórios no Parlamento com o Sr.

Embaixador do Irão em Lisboa, Seyed Hossein Mirfakhar, e outros elementos da referida representação

diplomática, tendo por objetivo fundamental a elaboração da agenda de trabalhos, focada no estreitamento de

relações parlamentares e, em particular, num conjunto de matérias que vinham já sendo conjuntamente

discutidas, designadamente, na sequência da visita do Vice-Ministro Relações Exteriores Consulares,

Parlamentares e dos Assuntos Iranianos daquele país a Portugal — o Sr. Hassan Ghasghavi,1 ocorrida em maio

do ano passado.

De salientar o enorme interesse colocado pela Parte iraniana nesta deslocação, não se estranhando, aliás,

a criação, pela primeira vez, de um Grupo Parlamentar de Amizade entre os dois países.

Para os efeitos em presença, foi elaborado um dossiê técnico e informativo para cada Deputado.

Visita a Isfahan.

(Dias 16 e 17)

3. Por sugestão expressa do Sr. Presidente, prontamente acolhida pelas autoridades iranianas, a visita da

delegação parlamentar portuguesa iniciou-se por Isfahan, uma das antigas capitais do Império da Pérsia.

Efetivamente, ambas as partes partilhavam a ideia de que qualquer estreitamento de relações entre países,

deveria iniciar-se pela aproximação e intercâmbio cultural, privilegiando o conhecimento das raízes

civilizacionais e identitárias de cada povo.

Dia 16

4. As atividades iniciaram-se, pelas 10.30 horas com uma reunião com o Sr. Governador-geral da Província,

Dr. Rasoul Zargarpour. Além das tradicionais boas-vindas, houve oportunidade de troca para trocar impressões

acerca do relacionamento bilateral.

1 Visita à qual esta Comissão emprestou o maior cuidado, na perspetiva do aprofundamento das relações de estado entre Portugal e o

Irão. De resto, tratava-se de uma figura proeminente do governo iraniano, como tal referenciada, inclusive pela comunicação social portuguesa, conforme ficou patenteado no comentário dominical da responsabilidade de Nuno Rogeiro, na SIC, na véspera da visita.

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Foto 1: Encontro com o Sr. Governador provincial de Isfahan, Palácio do Governador.

4.1. O Sr. Governador realçou o historial de 500 anos de relações entre Portugal e a Pérsia, hoje Irão,

sublinhando a importância da diplomacia interparlamentar na aproximação e conhecimento entre os diferentes

povos, pois os parlamentos representam, precisamente, os respetivos povos.

4.2. Usando a palavra, o Sr. Presidente da CNECP sublinhou que a visita parlamentar portuguesa se insere

num esforço de aproximação e aprofundamento de relações entre ambos os países. Manifestou a sua

curiosidade e admiração pela cultura persa e iraniana, relembrando que os detalhes culturais e civilizacionais

bem patenteados em Isfahan, poderem servir de fonte ao incremento do turismo, relembrando a existência em

Portugal de cidades de acentuado valor histórico.

4.3. Retomando a palavra, referiu o Sr. Governador que a província possui como principais indústrias a

petroquímica, militar, e siderúrgica (ferro, essencialmente). E sugeriu, ainda, as seguintes áreas relevantes de

intercâmbio: indústria (designadamente, a construção e obras públicas), importante para a modernização do

Irão; turismo, tendo referido a possibilidade e disponibilidade de Isfahan para receber operadores e guias

turísticos interessados em conhecer a Província; cultura, tendo realçado que o atual Ministro da Cultura iraniano

se deslocou várias vezes a Portugal e de terem ocorrido semanas culturais recíprocas entre Lisboa e Isfahan.

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Foto 2: Cumprimentos de despedida, após o encontro no Palácio do Governador.

5. Pela tarde, a delegação portuguesa visitou monumentos existentes na cidade, sempre acompanhados

por uma guia para o efeito disponibilizada pelas autoridades provinciais, bem como um responsável do

Departamento Cultural do Governo Provincial de Isfahan, cujas preciosas explicações se mostraram

fundamentais para a compreensão de toda a envolvente cultural e civilizacional, tendo tornado possível a

apreensão de um conjunto de informações alusivas à riquíssima e ancestral história do país.

Foto 3: Aspeto da visita aos jardins do Palácio do Governador; os jardins, criação persa, constituem uma das heranças culturais

islâmicas com maior evidência, por exemplo, em Portugal.

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6. O dia 17 foi integralmente dedicado a visitas e contactos culturais com diversas entidades da Província

de Isfahan, tendo a delegação iniciado o transbordo por via aérea para Teerão, aonde chegaria pelas duas horas

da madrugada do dia 18.

Visita a Teerão.

(Dias 18 a 20)

Dia 18

7. A delegação parlamentar foi recebida no aeroporto pelo Sr. Encarregado de Negócios da Embaixada de

Portugal, em Teerão, Dr. João Martins Carvalho,2 tendo sido possível, desde logo, trocar algumas impressões

acerca da realidade presente do Irão, política e socialmente, sendo justo realçar o elevado nível de preparação

e conhecimentos demonstrado pelo Dr. João Carvalho.

8. Pela manhã e já na Assembleia iraniana,3 a delegação, integrando o Encarregado de Negócios de

Portugal em Teerão,4 foi conduzida à respetiva Câmara, onde assistiu a parte de uma sessão, na qual se discutia

o orçamento do Irão para o corrente ano, tendo sido saudada pelos Deputados ali presentes.5

Foto 4: A delegação portuguesa assiste a sessão do Parlamento do Irão.

9. Pelas 10.30 horas, a delegação foi recebida na Sala Nobre de encontros da Comissão de Segurança

Nacional e Política Externa, pelo Sr. Dr. Alaeddin Boroujerdi, Presidente da mesma, estando igualmente

presentes outros membros daquela Comissão, entre os quais o Presidente do subcomité de Negócios

Estrangeiros e Segurança Nacional e o Deputado responsável pela zona do Mar Cáspio, um antigo embaixador

do Irão.

2 Devido à rotação diplomática, o novo Embaixador português em Teerão encontrava-se a esta data em consultas junto do Ministério

dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, pelo que não pôde estar presente durante toda a visita. 3 No caso, a Majlis-e-Shura-ye-Eslami (Assembleia Consultiva Islâmica); 4 Procedimento que, com o consentimento do Sr. Presidente desta Comissão, se manteve durante todos os encontros oficiais ocorridos

em Teerão. 5 O Parlamento iraniano possui 290 Deputados.

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9.1. A reunião começou com uma declaração de boas vindas à delegação portuguesa, por parte do Sr.

Boroujerdi que apresentou os deputados iranianos presentes.

Fez notar a importância desta deslocação portuguesa, salientado a amplitude político-partidária da sua

composição, bem como a relevância que atribui à diplomacia parlamentar, cujos representantes, eleitos pelo

povo, possuem uma legitimidade e autonomia que deve ser aproveitada. Manifestou a preocupação da

Comissão em face de uma certa disrupção no comportamento norte-americano na cena internacional, passível

de piorar com o resultado conhecido das recentes eleições e com previsível incidência no abastecimento de gás

e petróleo, pois, segundo referiu, muito do que for a paz no futuro próximo dependerá do que for o concreto

relacionamento entre a China e os Estados Unidos.

Salientou a mudança positiva em curso nas relações comerciais entre Portugal e o Irão que começam a

fazer-se sentir, e as oportunidades existentes para novos investimentos privados. Enfatizou o problema dos

refugiados, tendo relembrado que o Irão tem vindo progressivamente a integrar muitos destes migrantes, sempre

no respeito das regras do direito humanitário.

9.2. Intervindo, o Sr. Presidente Sérgio Sousa Pinto que começou por apresentar os Srs. Deputados

portugueses que integraram a delegação parlamentar. Sublinhou depois a importância de apoiar o Irão no seu

esforço de integração no sistema internacional, vendo de forma positiva a inversão do clima de isolamento a

que o Irão tem vindo a se votado.

Referiu que tal inversão deve começar pelo aprofundamento das relações interculturais e pela progressiva

integração económica do Irão na comunidade internacional, de que esta nova fase de relacionamento fomentada

por ambos os países, constitui excelente exemplo.

Salientou a visita recente ao Irão do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, imediatamente antes

da assinatura do Acordo 5+1, relativo ao dossiê nuclear, sublinhando o comportamento e a visão do Irão nesta

matéria, atestando as suas intenções e responsabilidades no contexto internacional.

Terminou, fazendo votos de que a presente visita possa trazer um cada vez maior incremento na cooperação

bilateral.

Foto 5: Encontro entre presidentes de ambas as Comissões Parlamentares envolvidas.

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9.3. Retomando a palavra, o Sr. Boroujerdi agradeceu as palavras do Presidente Sérgio Sousa Pinto.

Relembrando o compromisso do Irão no concernente ao combate à criminalidade relacionada com o

narcotráfico, sinalizou o investimento do Irão nesse combate, mormente na sua fronteira oriental, aonde foram

alocados meios de policiamento e segurança que têm intercetado carregamentos vindos do oriente e destinados

à Europa.

Aludindo à situação internacional, mormente no respeitante ao Médio Oriente, criticou a intervenção da NATO

no Afeganistão, onde os Estados Unidos ajudaram a treinar e armaram os que hoje vêm desestabilizar a paz e

a segurança de toda a região. Frisou, ainda, que tanto os Estados Unidos como o Reino Unido continuam a

apoiar o regime saudita, com nefastas consequências para a região, tendo invocado o caso paradigmático do

Iémen com milhares de vítimas, mulheres e crianças, elegendo o combate ao terrorismo como um dos objetivos

essenciais da política externa e de segurança do Irão.

Terminou, manifestando grande preocupação com as consequências internacionais derivadas tanto da

eleição de Donald Trump, como do denominado BREXIT.

9.4. Interveio, ainda, o Sr. Presidente da CNECP, para agradecer o empenho e denodo colocados na receção

da delegação parlamentar portuguesa, aproveitando para convidar o Sr. Boroujerdi para visitar Portugal e o

Parlamento português, proximamente.

Foto 6: Panorâmica da sala onde decorreu o encontro.

10. Pelas 12.15 horas, iniciou-se um segundo encontro, no mesmo local, desta feita com Deputados

pertencentes ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal / Irão.

10.1. O respetivo Presidente, o Deputado Mostafa Kavakebian6 começou por dar as boas vindas à delegação

portuguesa, cumprimentando em especial o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, na qualidade de chefe da

delegação, bem como o Sr. Deputado Adão Silva (PSD) enquanto Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade

português.

De seguida, apresentou os restantes membros do Grupo Parlamentar de Amizade presentes, tendo

destacado a presença de Deputados das minorias assíria e cristã arménia.

6 Trata-se de um Deputado reformista iraniano, que já em 2012 se havia insurgido contra o teor desrespeitosos e ligeiro do discurso

proferido pelo então Presidente da República, Ahmadinejad. (consultável aqui)

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Na sua intervenção, frisou a ambiência de tolerância política e religiosa que é tradição do Irão, ilustrada pela

presença no corpo de Deputados de representantes de diversas minorias étnicas e religiosas, alguns presentes

no próprio encontro, tradição que possui respaldo constitucional expresso, através da consagração da proibição

da discriminação em função da raça e credo religioso.

Mais, considerou de extraordinária relevância o aprofundamento das relações bilaterais, começando pelos

aspetos culturais e sociológicos, suscetíveis de dar a conhecer a ambas as partes a realidade dos respetivos

países.

Foto 7: Encontro com o Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Irão — Portugal.

10.2. Da parte portuguesa, o Sr. Deputado Adão Silva entendeu dever ser o Sr. Presidente da Comissão a

usar da palavra em nome da delegação, tendo este agradecido a abertura e interesse demonstrados, salientando

o facto de ambos os países terem pela primeira vez encetado a criação, recíproca, de Grupos Parlamentares de

Amizade, postura que quis destacar, em nome do aprofundamento das relações políticas bilaterais e da própria

diplomacia parlamentar.

Terminou, estendendo ao Sr. Deputado Kavakebian o convite para visitar Portugal, integrado na delegação

iraniana que previsivelmente nos visitará durante 2017.

11. Durante a tarde, a delegação nacional cumpriu, ainda, uma visita ao Museu de Joalharia, do Banco Central

do Irão.

12. Pelas 18 horas, a delegação parlamentar nacional regressou ao Parlamento do Irão para uma sessão de

apresentação de cumprimentos a S.ª Ex.ª, o Presidente do Parlamento iraniano, o Sr. Ali Larijani.7 Porém, o que

estava destinado a ser um breve encontro para apresentação de cumprimentos, acabou por transformar-se

numa interessante reunião de trabalho que se estendeu por duas horas, na presença de outros membros do

Parlamento iraniano. O encontro decorreu de forma franca e aberta, tendo sido possível abordar matérias muito

variadas.

7 Deputado conservador e figura proeminente do regime islâmico, foi reeleito em 2016 para o cargo que presentemente ocupa. É

conhecida a sua influência em questões de segurança nacional (foi Presidente do Conselho Supremo de Segurança Nacional, entre 2005 e 2007), designadamente, no que concerne ao dossiê da energia nuclear)

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12.1. Assim, e após a tradicional declaração de boas vindas à delegação portuguesa, o Sr. Presidente do

Parlamento do Irão, afirmou ter chegado a hora de reatar as ligações muito antigas entre ambos os países,

tendo registado com muito agrado, o facto de a deslocação portuguesa se ter iniciado, a pedido da Parte

portuguesa, por Isfahan, facto ilustrativo da relevância posta no conhecimento e valorização culturais e

civilizacionais, pressuposto fundamental para o desejado aprofundamento e florescimento das relações

bilaterais.

Prosseguiu, realçando existir enorme interesse da parte de empresários iranianos em estabelecer parcerias

com Portugal, à imagem do que já acontece com Itália, Alemanha e França, no domínio da cooperação industrial

e financeira.8

Foto 8: Trabalhos na Sala Nobre de reuniões do Presidente do Parlamento iraniano.

Foi transmitida a grande preocupação pelo isolamento a que o Irão tem vindo a ser votado no sistema

financeiro internacional, imposto pelas posições norte-americanas e seguido pela União Europeia,9

considerando fundamental o restabelecimento deste tipo de relações, mormente as de incidência bancária,

determinantes para o desenvolvimento do comércio e do turismo.

12.2. Usando da palavra, o Sr. Presidente da CNECP agradeceu as palavras e relembrou o empenho e apoio

de Portugal, cujo Ministro dos Negócios Estrangeiros visitou o Irão, momentos antes da assinatura do Acordo

5+1. Após ter realçado a composição politicamente abrangente da delegação parlamentar portuguesa,

sintomática do consenso existente no Parlamento português quanto à bondade do reforço das relações

bilaterais, concordou com a absoluta necessidade de trazer o Irão para os sistemas financeiro e bancário

internacionais e de comércio global.

Terminou, reconhecendo o empenho e o sentido de responsabilidade que o Irão tem vindo a colocar no

tratamento de dossiês de superior relevância internacional e para a região do globo onde se insere, de que é

exemplo o acordo sobre o dossiê nuclear.

8 A Renault e a Peugeout reabriram recentemente fábricas no Irão, produzindo, também, modelos de automóveis específicos para o

Irão, de resto, notoriamente predominantes nas vias públicas. 9 Não obstante esta posição institucional da União, o facto é que diversos países-membros, unilateralmente, têm vindo a praticar atos

tendentes a rever esta situação, nomeadamente a França e a Alemanha, de que constitui exemplo concreto a recente encomenda à Airbus de 100 aeronaves para a empresa de bandeira do Irão. Além destes dois países também a Itália estabeleceu já relações de garantia financeira entre Bancos Centrais, ao passo que a Espanha se apresta a fazê-lo.

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Foto 9: Aspeto da intervenção do Sr. Presidente da CNECP.

12.3. Retomando a palavra, referiu o Sr. Larijani que o Irão pretende cumprir escrupulosamente o Acordo

sobre o nuclear (5+1) e contribuir para a erradicação do terrorismo do DAESH, facto atestado pelo envolvimento

direto do país no problema sírio, no qual não poderia deixar de participar, dada a proximidade geográfica da

ameaça e a busca de condições para a paz regional.

Frisou mesmo que o Irão se defronta com o terrorismo em quase todos os países da região que o circundam,

tornando impreterível a manutenção de elevados padrões de segurança.

Sublinhou que a situação em Mossul, no Iraque, está a evoluir bastante favoravelmente e que o Irão

correspondeu a um pedido de assistência apresentado pelas autoridades iraquianas. Já na Síria, a situação é

muito mais complexa e sem perspetivas de resolução no médio prazo, havendo o receio de que possa

transformar-se numa nova Líbia. Imputou, ainda, à Arábia Saudita e ao Qatar a principal responsabilidade pelo

surto de terrorismo e radicalismo que assola a região.

Relembrou que todos os anos, cerca de 1 milhão de iranianos se deslocam à Turquia em Turismo, gerando

um volume de negócios de cerca de 20 milhões de euros para aquele país. Não obstante o relacionamento de

maior proximidade (sobretudo geográfica) com a Turquia, entende que Portugal tem muito mais a oferecer em

termos de desenvolvimento tecnológico.

Defendeu que, na perspetiva do Irão, interessa que a União Europeia assegure um papel mais forte no

desejável processo de normalização política e social do Iémen e da Síria, tendo salientado, neste último caso,

a dificuldade sentida pelo Irão em lidar sozinho com a situação, sendo partidário, para o efeito, da

institucionalização de uma coligação internacional com maior participação europeia.

E terminou, sublinhando o empenho do Parlamento iraniano no incremento da cooperação com Portugal.

13. De seguida, pelas 20 horas, nas instalações do Parlamento iraniano, decorreu um jantar oferecido pelo

Sr. Boroujerdi, em honra da delegação parlamentar portuguesa, oportunidade sempre interessante para

aproximações mais informais no relacionamento interpessoal.

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Dia 19

14. Neste último dia de visita, teve lugar, pelas 10.30 horas, um encontro de trabalho com o Vice-Ministro dos

Negócios Estrangeiros do Irão, com responsabilidade direta nos assuntos europeus e americanos, o Sr. Takht

Ravanchy.

Foto 10: Aspeto da tradicional troca de lembranças entre Presidentes de Comissões Parlamentares.

14.1. Começou o Sr. Ravanchy por apresentar desculpas em nome do Sr. Ministro, o qual se viu

impossibilitado de cumprir o encontro agendado, pelo facto de ter de se deslocar urgentemente a Moscovo.10

Seguidamente, enfatizou o histórico relacionamento bilateral, tendo salientado que o cabal cumprimento do

Acordo 5+1 pelo Irão, abrirá perspetivas de aprofundamento de relações com a Europa que Portugal deverá

saber aproveitar.

Relembrou estar em curso um roadshow iraniano pela Europa, o qual integrou, em 2016, uma visita a Portugal

do Sr. Vice-Ministro da Economia do Irão, tendo evidenciado conhecimento bastante concreto das vantagens

que poderão advir de um aprofundamento de relações com Portugal, tendo referido como áreas de superior

interesse para o Irão:

— Construção e obras públicas, área onde Portugal possui enorme experiência e empresas capazes de

poder participar no esforço de fornecimento de infraestruturas de que o Irão está necessitado;

— Turismo;

— Energias renováveis;

— Refinação e distribuição petrolífera (atenta a capacidade existente em Sines);

— Shipping facilities, designadamente na construção e reparação naval (tanto civil como militar);

— Agricultura;

— Cultura e ensino superior, também, ao nível da docência.

Na cena internacional, lamentou o retrocesso que poderá advir da eleição de Donald Trump nos Estados

Unidos, cuja campanha se baseou em abordagens muito básicas e slogans de matriz fortemente populista.

Entende que a Europa deve perguntar a si mesma o que é que aconteceu para que tantos jovens muçulmanos,

ali nascidos e falantes de diversos idiomas europeus, sejam tão facilmente atraídos pelo radicalismo,

10 Na verdade o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, que tinha agendado um encontro com a delegação parlamentar portuguesa,

deslocou-se urgentemente a Moscovo na noite do dia 18, para avistamento político na sequência do assassinato do Embaixador russo na Turquia.

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defendendo, neste campo, a absoluta necessidade de envolve-los e inseri-los corretamente nas sociedades

locais, cujas famílias ali se encontram, nalguns casos, há mais de três gerações.

14.2. Tomando a palavra, o Sr. Presidente da CNECP agradeceu a possibilidade deste encontro, reiterando

o interesse e dinamismo que as autoridades de ambos os países estão a colocar no relacionamento bilateral,

confirmando a apetência e experiência de Portugal nos diversos campos de intercâmbio económico

identificados.

No plano da política internacional, sublinhou, com bastante agrado, a posição tomada pelo Irão no combate

ao jihadismo do DAESH, tendo manifestado a esperança de que o sistema político americanos e as suas

instituições possam fazer emergir, com responsabilidade, os valores que têm pautado a diplomacia externa

americana, nomeadamente com a administração Obama.

15. Durante a tarde do dia 19, a delegação cumpriu algumas visitas de cariz cultural, designadamente, ao

Palácio-Museu Golestan e à Torre Milad. A convite da Embaixada portuguesa, a delegação nacional jantou com

o Dr. João Carvalho e esposa.

16. O regresso a Portugal ocorreu na madrugada do dia 20.

Conclusões:

I. É de salientar, em primeira linha, o empenho e o superior interesse colocados pelas autoridades iranianas

na receção a esta delegação parlamentar, reflexo do bom relacionamento que, entretanto, tem vindo a ser

cultivado com a Embaixada do Irão, em Lisboa.

II. A delegação cumpriu um programa de trabalho bastante ambicioso e preenchido, tendo beneficiado de

um excelente acompanhamento proporcionado pela Embaixada portuguesa em Teerão, na pessoa do Dr. João

Carvalho, Encarregado de Negócios, que evidenciou capacidades diplomáticas que muito ajudaram ao êxito

desta deslocação e com o qual se deve contar no quadro do aprofundamento de relações com o Irão.

III. Ao contrário de algumas ideias feitas, foi possível constatar que a população iraniana possui uma matriz

civilizacionalmente cosmopolita, recetiva e aberta a diferentes culturas, designadamente à europeia. Embora

com lacunas e ainda sofrendo com condicionamentos à liberdade de publicação, consegue-se já em Teerão

encontrar bastantes livrarias, algumas com publicações em língua inglesa e francesa. Afigurou-se à delegação

parlamentar que a população iraniana possui um nível de instrução acima da média da região geográfica onde

se insere.

IV. Politicamente, foi possível observar um Parlamento iraniano muito ativo (discutia-se o Orçamento iraniano

para 2017), com uma razoável presença de mulheres e participado por diversas minorias étnicas e religiosas,

dando a entender uma certa tradição e importância reconhecidas ao trabalho e debate parlamentar.

V. Os responsáveis políticos iranianos estão fortemente apostados em por fim ao isolamento internacional

do Irão, tendo sucessivamente aludido à herança civilizacional persa, à sua cultura e à tolerância politica e

religiosa do Irão xiita.11 Este isolamento, fruto da aplicação de sanções económicas e financeiras impostas

pela comunidade internacional, a propósito do programa nuclear iraniano, vieram agravar um clima que já

existia desde o início do corrente século, pautado pelo controlo de fluxos financeiros e bancários,

alegadamente, no âmbito do combate ao terrorismo.

VI. O sistema bancário iraniano, embora estruturado, está “desligado” do sistema financeiro internacional, o

que condiciona fortemente as trocas comerciais. Embora possuindo inúmeros pontos de dispensa de

numerário (ATM), os cartões europeus não são utilizáveis, sendo impossível, igualmente, recorrer a

pagamentos a crédito, tudo aspetos essenciais que as autoridades locais pretendem reverter.

VII. As relações bilaterais entre Portugal e o Irão, tanto quanto os sinais trazidos desta deslocação deixaram

evidenciar, atravessam, quiçá, o seu melhor momento de sempre, não sendo despiciendo sublinhar o impacto

de potenciais investimentos iranianos em Portugal, atento o valor absoluto do PIB nacional.

VIII. O Irão está, assumidamente, a colocar o maior empenho no cumprimento dos Acordos sobre o seu

programa nuclear, facto comprovado, até, pelas declarações publicamente prestadas em Teerão, no momento

11 À luz desta herança, foram bem vincados como grandes males da Humanidade, a seca, a mentira e a guerra.

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em que a delegação nacional se encontrava naquela capital, pelo Diretor-Geral da Agência Internacional de

Energia Atómica, o Sr. Yukiya Amano.

IX. Olhando a geografia da zona e o passado mais recente da participação do Irão na cena internacional,

constata-se uma certa evolução na postura e interesses das autoridades iranianas, capitalizando o facto,

consciente e reservadamente assumido, de se tratar de uma potência regional, politicamente estável e com

objetivos permanentes bem definidos, em claro contraste com a volatilidade e insegurança políticas que

proliferam naquela zona do globo. De notar que, do ponto de vista estratégico, o Irão se encontra rodeado de

diversas fontes que considera ameaças à sua segurança e integridade territoriais, que motivam grande parte

das suas opções políticas no domínio internacional.12

X. As tendências tradicionalmente adotadas pela política externa norte-americana face ao Irão — que a nova

administração de Trump parece querer agravar —, e que em muito tem condicionado a própria abordagem da

Europa relativamente ao Irão, podem abrir portas a uma maior participação de empresas europeias (e

portuguesas…) na economia iraniana, abrindo algumas possibilidades concretas, identificadas pelos próprios

iranianos, que não devem ser negligenciadas.

XI. Neste sentido, mostra-se de enorme relevância que o Parlamento português possa receber proximamente

uma delegação parlamentar do Irão, dando seguimento ao curso, muito interessante, que pode seguramente

augurar-se ao relacionamento bilateral.

O Presidente da Comissão, Sérgio Sousa Pinto.

PROGRAMA

Dia 15 de Dezembro:

Saída de Lisboa pelas 11.30 horas: Lisboa — Istambul — Isfahan

Dias 16 de Dezembro:

Chegada a Isfahan pelas 03.10 horas (Hotel Grand Abassi)

10 horas -Visita à cidade histórica

Dia 17 de Dezembro:

10 horas -Visita à cidade histórica

Tarde (a confirmar) Encontro com o Governador Provincial

Voo Isfahan — Teerão pelas 21.55 horas, com chegada pelas 22.55 horas (Hotel Espinas)

Dia 18 de Dezembro:

Manhã

10 horas — Início da visita à Assembleia Consultiva Islâmica

10.30 horas — Reunião com o Presidente da Comissão de Política Externa, da Assembleia Consultiva, Sr.

Borujerdi

11.30 horas — -Reunião com o Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Irão-Portugal, Sr. Kavakebian

13 horas — Almoço no Hotel

Tarde:

16.30 horas — Visita ao Museu de Joalheria do Banco Central do Irão

18 horas — Audiência com o Presidente da Assembleia Consultiva Islâmica, Sr. Larijani

19 horas — Jantar oficial oferecido pelo Sr. Borujaerdi

12 Na verdade, as autoridades iranianas assumiram em conversas mais informais, o facto de se encontrarem cercados por ameaças de

tipologias diferenciadas, que vão do Wahbismo saudita, a sudoeste; a leste e sudeste, onde a situação no Afeganistão e na fronteira com o Paquistão são igualmente preocupantes; e a oeste e a norte, com a instabilidade no Iraque e na Síria, contando ainda com a forte presença militar norte-americana que circunda completamente o território do Irão: a norte (Turquia, Turquemenistão, Tajiquistão e Uzbequistão), a oeste (Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes), a leste (Afeganistão e Paquistão) e, claro, a sul, em toda a zona do Golfo Pérsico, essencial ao escoamento dos hidrocarbonetos iranianos.

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Dia 19 de Dezembro:

Manhã (horário a designar):

10.30 horas — Audiência com o Vice-Ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros para a Europa e América,

Sr. Ravanchi

11.30 horas — Visita ao Palácio-Museu Golestan

13 horas — Almoço tradicional

Tarde:

18 horas — Visita à torre Milad

20 horas — Jantar na Embaixada de Portugal

Dia 20 de dezembro:

Partida de Teerão pelas 07.40 horas (saída do Hotel pelas 06 horas)

Chegada a Lisboa pelas 15.30 horas

ANEXOS

I —Convite formal endereçado pelas Autoridades da República Islâmica do Irão.

II —Programa da visita e trabalhos previstos para Isfahan.

III —Programa da visita e trabalhos planeados para Teerão.

IV —Convite formal para jantar em honra do Sr. Presidente da CNECP, Deputado Sérgio Sousa Pinto.

V —Dossiê técnico e informativo previamente distribuído a cada Deputado.

Nota: Os documentos referidos em Anexo encontram-se disponíveis para consulta nos serviços de apoio.

—————

Relatório sobre a participação da Assembleia da República na Reunião de Presidentes da COSAC,

que se realizou em Malta nos dias 22 e 23 de janeiro de 2017

Composição da Delegação

Integrou a Delegação da Assembleia da República a Sra. Presidente da Comissão de Assuntos Europeus,

Deputada Regina Bastos (PSD).

O apoio técnico foi prestadopela Representante Permanente da Assembleia da República junto da União

Europeia, Maria João Costa.

Enquadramento

O Parlamento de Malta, no âmbito da dimensão parlamentar da respetiva Presidência do Conselho da União

Europeia (UE), organizou, em Rabat, nos dias 22 e 23 de janeiro de 2017, a Reunião de Presidentes da COSAC.

Esta reunião contou com a participação dos Parlamentos nacionais, do Parlamento Europeu, dos Parlamentos

dos países candidatos e, com o estatuto de observadores, os Parlamentos da Suíça, Geórgia e Noruega,

conforme consta da lista de participantes1.

11 A Lista de participantes está disponível em: http://www.cosac.eu/57-malta-2017/meeting-of-the-cosac-chairpersons-22-23-january-

2017-vallett/c1-9%20Draft%20list%20of%20participants.pdf

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Da Reunião dos Presidentes da COSAC

Do Programa da Reunião de Presidentes da COSAC2 constavam os pontos que seguidamente se

apresentam:

 Sessão de Abertura

O Presidente do Parlamento de Malta, Angelo Farrugia, deu as boas-vindas aos participantes, tendo

começado por aludir a esta ser a primeira presidência de Malta do Conselho da União Europeia e à localização

geográfica de Malta: a meio caminho entre a Europa e África. Recordou a importância do Mediterrâneo,

sublinhando que a paz na Europa sempre dependeu de paz no Mediterrâneo e que Malta tentará durante a

presidência fazer jus à sua índole euro-mediterrânica. Aludiu, de seguida, às seis prioridades da presidência:

Migrações; Mercado Único; Segurança; Inclusão Social; Vizinhança Europeia; e Mar. Manifestou o desejo de

que a dimensão parlamentar possa fomentar o diálogo entre os Parlamentos nacionais, mas também com os

vizinhos da Europa, designadamente, a Sul, tendo enfatizado a importância da diplomacia parlamentar. No

âmbito da dimensão parlamentar, aludiu aos temas que constam dos programas das diversas reuniões, referindo

que se pretende estabelecer um equilíbrio entre as questões que estão em cima da mesa, mas também permitir

a troca de melhores práticas entre as Câmaras Paramentares. Acredita que temos de caminhar para uma frente

unida, respeitando as opiniões distintas. Terminou a sua intervenção, recordando que o Secretário-Geral da

Organização das Nações Unidas desejou que 2017 fosse um ano de paz, mas, nos seus votos, 2017 deveria

ser na Europa um ano de solidariedade e de paz.

O Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Luciano Busuttil, começou por aludir a esta ser a primeira

reunião da dimensão parlamentar da Presidência de Malta do Conselho da União Europeia e aos desafios que

se colocam à União Europeia, concluindo que cabe a todos assegurar que as futuras gerações encontrem no

projeto europeu um futuro. Nesta breve intervenção, saudou a nova Presidente da Comissão de Assuntos

Europeus do Senado da Roménia, Gabriela Creƫu.

 Adoção da agenda da Reunião de Presidentes da COSAC

A agenda da reunião de Presidentes da COSAC foi apresentada e submetida à aprovação, tendo sido

acolhida por consenso sem comentários ou alterações.

 As Prioridades da Presidência de Malta do Conselho da União Europeia

O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Assuntos Europeus e Implementação do Programa Eleitoral, Louis

Grech, começou por aludir aos desafios que se colocam à União Europeia, nomeadamente, à saída do Reino

Unido da União Europeia, ao terrorismo e às migrações. Em especial, relativamente às negociações de saída

do Reino Unido da União Europeia demonstrou a expectativa de se conseguir um resultado equilibrado e que

Malta tentará contribuir para tal. No âmbito das ameaças que se colocam à União Europeia, referiu que apesar

da paz e do progresso económico, tal não tem impedido o surgimento de novas formas de populismo,

protecionismo e xenofobismo, que concluiu só poderão ser erradicadas se a União mudar e se adaptar às novas

realidades — neste quadro fez uma breve alusão às eleições que decorrerão em 2017. Relativamente à

vizinhança, referiu que as incertezas têm de ser encaradas como um desafio e a União tem de ter a capacidade

para assumir o seu papel como ator global. Considerou que este é um momento extraordinário, que exige

medidas extraordinárias e não o status quo. Impeliu os Estados-Membros a serem solidários uns com os outros

e a União Europeia a olhar para os desejos e necessidades dos cidadãos, dado que considerou que existem

aqueles que continuam a acreditar no projeto europeu, mas há cada vez mais cidadãos que desconfiam e que

deixaram de acreditar, sendo importante perceber porquê e alterar as coisas. Reiterou a importância de colocar

2 O programa pode ser consultado em http://www.cosac.eu/57-malta-2017/meeting-of-the-cosac-chairpersons-22-23-january-2017-

vallett/b1-9%20Draft%20LVII%20COSAC%20Programme%20-%20EN.pdf

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os cidadãos no centro do processo de decisão europeu. Aludiu às 6 prioridades da Presidência maltesa:

Migrações; Mercado Único; Segurança; Inclusão Social; Vizinhança Europeia; e Mar, referindo que pretendem

ir de encontro às expectativas dos cidadãos. Finalmente, deixou uma mensagem de esperança, referindo que a

União conseguirá superar a crise se conseguir passar a mensagem aos cidadãos e estes acharem que a União

Europeia, enquanto projeto de paz, continua a fazer sentido.

De seguida, o Ministro do Turismo, Edward Zammit Lewis, desenvolveu as prioridades e explicitou algumas

medidas que constam do programa da presidência, aludindo designadamente, no âmbito do Mercado Único, à

importância do financiamento das Pequenas e Médias Empresas e à digitalização da economia. No âmbito da

segurança, aludiu ao objetivo da presidência de prosseguir a ação em matéria de luta contra o financiamento do

terrorismo através de vários processos legislativos, incluindo um acordo político sobre a quarta diretiva relativa

à luta contra o branqueamento de capitais, bem como o progresso do processo legislativo relativo ao

estabelecimento de um sistema da UE para registo da entrada e da saída de nacionais de países terceiros e de

um Sistema Europeu de Informação e de Autorização de Viagem (ETIAS). Finalmente, referiu a importância de

continuar a implementar as conclusões da Cimeira de Valetta de 11 e 12 de novembro de 2015, no âmbito das

migrações. A terminar a sua intervenção, apelou a todos para que os interesses nacionais não prejudicassem a

obtenção de soluções e que a COSAC devia ser um local, por excelência, para estabelecer pontes.

No debate que se seguiu, intervieram diversos parlamentares, que, em geral, concordaram com as

prioridades apresentadas pela Presidência de Malta (nesse sentido, designadamente, Václav Hampl — Senado

da República Checa, Jaak Madison — Riigikogu da Estónia, Terry Leyden — Oireachtas da Irlanda e Domagoj

Ivan Milošević Sabor da Croácia) e que demonstraram confiança no sucesso da Presidência de Malta (neste

sentido, Gabriela Creƫu — Senado da Roménia e Danuta Hübner do Parlamento Europeu).

Entre os vários temas abordados, as migrações foram o tema objeto de mais intervenções, que interligaram

a necessidade de segurança na Líbia e no Norte de África com a redução dos fluxos migratórios (Vannino Chiti

— Senado Itália, Edgar Mayer — Bundesrat da Áustria, Domagoj Ivan Milošević Sabor da Croácia, Nicos

Tornaritis — Vuoli ton Antiprosopon de Chipre e Jaak Madison — Riigikogu da Estónia), enquanto Anne Mulder

(Tweede Kamer dos Países Baixos) interpelou o governo de Malta a concretizar as medidas que permitiriam a

redução do número de migrantes. Em especial relativamente aos refugiados, Vannino Chiti (Senado Itália), Nicos

Tornaritis (Vuoli ton Antiprosopon de Chipre) e Anastasios Kourakis (Vuoli ton Ellinon da Grécia) aludiram à não

implementação da decisão de recolocação de refugiados e à importância da reforma do sistema comum de asilo,

que garanta soluções solidárias e equilibradas. Danielle Auroi (Assembleia Nacional de França) aludiu aos

futuros refugiados climáticos, sublinhando a importância do combate às alterações climáticas.

No âmbito das prioridades da Presidência, a segurança foi sublinhada por Václav Hampl (Senado da

República Checa), Richárd Hörcsik (Parlamento da Hungria) e por Jean Bizet (Senado de França), tendo este

último aludido especialmente à urgência da conclusão de processos legislativos a decorrerem nesta área, bem

como a concretização de um quadro jurídico que permita a investigação e a vigilância dos denominados

“combatentes estrangeiros”.

Lubos Blaha (Národná Rada da Eslováquia) sublinhou a importância que a Presidência conferiu à inclusão

social, defendendo a existência de políticas sociais a nível europeu, que possam colaborar para retirar os

trabalhadores da esfera do populismo. Domagoj Ivan Milošević (Sabor da Croácia) considerou, por sua vez, que

a melhor forma de combater os populismos passa pelo aprofundamento do mercado interno, por mais

crescimento e por mais emprego. Acrescentou ainda na sua intervenção a importância do Mercado Único Digital.

À margem das prioridades da presidência, Jean Bizet (Senado de França) e Terry Leiden (Oireachtas da

Irlanda) abordaram o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, sendo que o Presidente da

Comissão de Assuntos Europeus do Senado de França considerou que o Reino Unido deve assumir as suas

opções, enquanto o Vice-Presidente da Comissão conjunta de assuntos europeus do Oireachtas da Irlanda

sublinhou que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia, mas que continuará a fazer parte da Europa e a

ser um parceiro.

Ainda no período de debate, Adrijan Vuksanovic (Parlamento do Montenegro) referiu as eleições legislativas

em 2016 no Montenegro e a evolução das negociações dos capítulos da adesão, referindo o esforço do país

com vista à futura adesão. Elvira Kovacs (Parlamento da Sérvia) deu conta da evolução das negociações para

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adesão da Sérvia, sublinhando que a avaliação deve ser efetuada de acordo com os critérios existentes e

demonstrando a esperança de poderem ser abertos dois novos capítulos na Presidência de Malta. Ambas as

intervenções referiram a importância dos processos de adesão para a estabilidade da região.

O Ministro do Turismo, Edward Zammit Lewis, teceu alguns comentários às intervenções efetuadas, tendo

concordado com uma abordagem holística que envolva as migrações, a política de vizinhança e as questões de

segurança. Em espacial, relativamente aos processos em curso de adesão, considerou que o alargamento não

é uma prioridade da Presidência Maltesa, mas referiu que não será um obstáculo à abertura de novos capítulos.

Aludiu ainda à saída do Reino Unido, referindo que a Presidência irá no quadro do Conselho assumir as suas

responsabilidades.

 Questões procedimentais e outros assuntos

O Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Parlamento de Malta, Luciano Busuttil, apresentou os

principais resultados da reunião da tróica presidencial da COSAC, realizada na véspera, informando que tinha

sido dado acordo à proposta de programa da COSAC e à proposta de Questionário.

De seguida, apresentou o programa provisório da reunião da LVII COSAC, que terá lugar nos dias 28 a 30

de maio de 2017 e terá os seguintes temas: I — Reflexão sobre a Presidência de Malta do Conselho da UE; II

— O papel dos Parlamentos nacionais na UE; III — O resultado do referendo no Reino Unido — ponto de

situação; IV — A caminho de uma Política Marítima da União Europeia integrada; V — Migrações — combater

o tráfico e contrabando de seres humanos e estabelecer uma política de regresso e readmissão humana e eficaz.

De seguida foram apresentados sucintamente os três capítulos do sumário do relatório bianual3: Controlo do

governo pelos Parlamentos nacionais no âmbito das propostas e relatórios da União Europeia e no âmbito da

implementação da legislação europeia (procedimentos e práticas que permitem aos Parlamentos controlar o

governo durante a fase legislativa europeia e procedimentos e práticas utilizados pelos Parlamentos nacionais

para controlarem a implementação da legislação europeia); O resultado do referendo do Reino Unido e o futuro

da União Europeia (opções dos Parlamentos nacionais relativamente ao acompanhamento do resultado do

referendo no Reino Unido e recolha de informação sobre o trabalho desenvolvido pelos Parlamentos nacionais

relativamente ao futuro da União Europeia); Migrações — combater o tráfico e contrabando de seres humanos

e estabelecer uma política de regresso e readmissão humana e eficaz (escrutínio parlamentar relativamente ao

plano de Ação contra o contrabando de seres humanos e a Estratégia da UE para erradicar o tráfico de seres

humanos e escrutínio parlamentar sobre propostas de regresso e readmissão de migrantes).

Este sumário foi aprovado por consenso, e o respetivo questionário será enviado até 14 de fevereiro, sendo

o prazo final para o envio de respostas 15 de março de 2017.

Finalmente, a Presidência aludiu às cartas recebidas do Presidente do Parlamento da Noruega, do

Presidente da delegação parlamentar EFTA/UE da Suíça e do Presidente da Comissão de Integração Europeia

do Parlamento da Geórgia, todas solicitando a possibilidade de participarem na COSAC de Presidentes e na

LVII COSAC com o estatuto de observadores. Aludiu ainda à carta recebida do Presidente da Comissão de

Assuntos Europeus do Senado de Itália, na qual é reiterado o pedido de ser efetuada uma visita a um campo de

migrantes no quadro da COSAC. Relativamente a esta última carta, o Presidente da Comissão de Assuntos

Europeus do Parlamento de Malta informou que iria ter um encontro bilateral com o homólogo do Senado de

Itália e que daria conta dos desenvolvimentos no final da reunião.

 Debate sobre o Programa de Trabalho da Comissão Europeia para 2017

O 1.º Vice-Presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, começou por reiterar o princípio de que a

União Europeia só deve fazer aquilo em que acarreta uma mais-valia se for efetuado ao nível da União, deixando

o resto para ser feito ao nível dos Estados-Membros. No entanto, referiu que os Estados-Membros não podem

exigir da União, em público, ações e depois, no Conselho, bloquearem-nas. Relativamente à saída do Reino

3 Pode ser consultado em http://www.cosac.eu/57-malta-2017/meeting-of-the-cosac-chairpersons-22-23-january-2017-vallett/d1-

9%20Draft%20outline%20of%20the%2027%20COSAC%20bi-annual%20report%20-%20EN.pdf

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Unido da União Europeia, defendeu que é preciso respeitar a decisão e tentar obter o melhor acordo para todos.

Reiterou que a União iria negociar em boa-fé, respeitando o interesse dos 27 Estados-Membros, mas apenas

após o Reino Unido apresentar ao Conselho a notificação ao abrigo do artigo 50.º do Tratado da União Europeia.

De seguida aludiu ao crescimento do populismo na Europa, defendendo que é necessário reganhar a confiança

da classe média europeia para o projeto europeu e criticando os que defendem o protecionismo económico

como forma de resposta. No que diz respeito às migrações, considerou que é um desafio que não irá

desaparecer e que o único caminho para diminuir os fluxos migratórios é apostar no desenvolvimento de África,

até porque defendeu que migrantes podem ser positivos para a União, mas não é aceitável que abusem do

regime de asilo. Concluiu referindo que existe uma responsabilidade conjunta entre a União Europeia e os

Estados-Membros.

A Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais (AFCO) do Parlamento Europeu, Danuta Maria

Hübner, referiu a importância do diálogo entre o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia para encontrar as

melhores soluções e assegurou que o Parlamento Europeu continuará a ser um parceiro responsável. Defendeu

que os Parlamentos nacionais se encontram numa posição única para pressionar os governos e a Comissão

Europeia para empreender mais. Refletiu sobre a importância do acompanhamento da aplicação da legislação

europeia, bem como da transparência dos Parlamentos nacionais e Europeu, que considerou contribuir para

aproximar o projeto europeu dos cidadãos europeus.

O Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Eerste Kamer dos Países Baixos, Bastiaan van

Apeldoorn, aludiu ao procedimento parlamentar de escrutínio do Parlamento dos Países Baixos, que tem na

seleção das prioridades anuais com base no Programa de Trabalho da Comissão Europeia um momento

essencial. Considerou que a seleção de iniciativas prioritárias colabora para que as comissões permanentes

possam preparar melhor o seu trabalho e possa existir um trabalho preparatório desde uma fase muito inicial.

Realçou que a preparação de uma lista conjunta de prioridades por um grande número de Parlamentos nacionais

colabora também para uma melhor e mais eficiente cooperação interparlamentar. Neste âmbito aludiu ao IPEX,

à rede de representantes em Bruxelas e às reuniões interparlamentares como forma de aprofundar a partilha de

informações.

No período de debate, Richárd Hörcsik (Parlamento da Hungria) e Jean Bizet (Senado de França) referiram

positivamente o esforço de redução de legislação da União Europeia. Domagoj Ivan Milošević (Sabor da Croácia) e

Anastasios Kourakis (Vuoli ton Ellinon da Grécia) aludiram à importância de encontrar soluções para os fluxos migratórios.

Marc Angel (Parlamento do Luxemburgo) defendeu a importância de tornar a Europa um forte ator global

(neste sentido, também Jean Bizet — Senado de França), contudo criticou que o Plano de Ação para a Defesa

da Comissão Europeia possibilite que as despesas militares sejam uma exceção para as regras do défice e da

dívida, enquanto o mesmo caráter excecional é considerado um tabu em outras áreas. Criticou, de igual modo,

que o Banco Europeu de Investimento possa passar a investir na área da Defesa.

Domagoj Ivan Milošević (Sabor da Croácia) e Jean Bizet (Senado de França) aludiram à importância da

concretização da União da Energia, enquanto Danielle Auroi (Assembleia Nacional de França) e Marc Angel

(Parlamento do Luxemburgo) referiram a importância de uma Europa solidária e social, considerando o Pilar

Europeu dos Direitos Sociais uma boa iniciativa.

Lord Boswell (Câmara dos Lordes do Reino Unido) considerou que a saída do Reino Unido da União Europeia

não diminui o interesse partilhado num futuro do continente, apenas com uma relação distinta. Neste contexto,

Jaak Madisson (Riigikogu da Estónia) questionou a Comissão Europeia se existia algum estudo que analisasse

os resultados do referendo no Reino Unido e colaborasse na perceção real das razões que estiveram na génese

da decisão de saída da União Europeia.

No âmbito do debate, a Sra. Presidente da Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República,

Deputada Regina Bastos (PSD), proferiu a seguinte intervenção:

“A participação dos Parlamentos nacionais na definição das políticas da União e no processo decisório

europeu é condição sem a qual não se concretizarão os propósitos enunciados no Programa de Trabalho da

Comissão Europeia.

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A Assembleia da República tem tido a preocupação de promover a audição com entidades diversas para o

diálogo e discussão pública e abrangente das prioridades do Programa de Trabalho. São convidados à

discussão na Assembleia da República um Comissário Europeu, Deputados de todas as Comissões

Parlamentares, Deputados portugueses ao Parlamento Europeu, Deputados das Assembleias Legislativas das

Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, membros do Governo de Portugal, numa discussão aberta

também à sociedade civil e à comunicação social.

Face aos atuais desafios da União, o Parlamento português procura aprofundar a reflexão e o diálogo político

através do acompanhamento de dossiers prioritários, nomeando relatores permanentes que dão voz às

questões europeias mais prementes.

Exemplo disso são as prioridades relativas à política de migrações, ao mercado único digital e ao aprofundamento

da união económica e monetária, com destaque para o novo Pilar Europeu dos Direitos Sociais, foco de uma Europa

que procura proteger as economias, os cidadãos e os seus direitos, mas também dotá-los de poder de intervenção.

Os cidadãos europeus querem respostas para as suas preocupações e para os desafios europeus de hoje.

Sem respostas justas, os movimentos populistas ficarão no epicentro da Europa.

Só uma Europa Unida será capaz de os enfrentar.

A hora é de reforçar a voz dos Parlamentos nacionais e aproximar desta forma a Europa e os seus cidadãos.”

Nos comentários finais, a Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais (AFCO) do Parlamento

Europeu aludiu ao debate sobre o Acordo sobre a Transparência nas instituições europeias, que se irá iniciar

em breve, bem como ao Relatório sobre os Parlamentos nacionais. Considerou ainda importante um maior

intercâmbio entre comissões competentes dos Parlamentos nacionais e Parlamento Europeu.

O 1.º Vice-Presidente da Comissão Europeia sublinhou que o equilíbrio institucional é aquele que resulta dos

Tratados, que fornecem o enquadramento constitucional, tendo recusado quaisquer iniciativas que criem

prerrogativas ou mecanismos para lá dos Tratados. Considerou que o mercado interno ainda tem aspetos que

devem ser melhorados (no entanto, afastou qualquer deriva protecionista) e defendeu a política de concorrência

como elemento que colabora na melhoria do funcionamento do mercado. Relativamente a iniciativas no âmbito

social, recordou que as competências da Comissão Europeia são limitadas, mas prometeu que a Comissão iria

tentar fazer mais. Aludiu ao comentário à Constituição dos Estados Unidos efetuado por James Madison4, no

qual é efetuada uma reflexão sobre as maiorias poderem divergir do objetivo de uma maior união e comentou

as possíveis razões que estiveram na origem da decisão do Reino Unido. Terminou a intervenção, apelando a

todos para contribuírem para a construção de um destino comum a 27.

 Sessão de Encerramento

O Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Parlamento de Malta antes de terminar a reunião referiu

que, tendo presente a carta do Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Senado de Itália, foi acordada

uma possível visita à Sicília, eventualmente a 6 de maio de 2017, em moldes a acordar e a comunicar

futuramente.

Concluiu a reunião, agradecendo a presença de todos e informando que o plenário da COSAC realizar-se-á

entre 28 e 30 de maio de 2017.

Notas Finais

Além dos documentos citados e referenciados em nota de rodapé e anexados ao presente relatório, toda a

documentação referente à reunião de Presidentes da COSAC pode ser encontrada em:

http://www.cosac.eu/57-malta-2017/meeting-of-the-cosac-chairpersons-22-23-january-2017-vallett/

4 Referência aos ”Federalist papers”, nos quais Alexander Hamilton, James Madison e John Jay explicam fundamentadamente as opções

tomadas no texto constitucional dos Estados Unidos da América.

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Concluída a reunião de Presidentes da COSAC, importa reter que o Questionário prévio à elaboração do 27.º

Relatório Bianual da COSAC será enviado aos Parlamentos nacionais até 14 de fevereiro, sendo a data de limite

para a resposta: 15 de março de 2017. Este Questionário abordará os seguintes temas: Controlo do governo

pelos Parlamentos nacionais no âmbito das propostas e relatórios da União Europeia e no âmbito da

implementação da legislação europeia; O resultado do referendo do Reino Unido e o futuro da União Europeia;

Migrações — combater o tráfico e contrabando de seres humanos e estabelecer uma política de regresso e

readmissão humana e eficaz.

O plenário da COSAC realizar-se-á entre 28 e 30 de maio de 2017 com os seguintes temas:

Reflexão sobre a Presidência de Malta do Conselho da UE; O papel dos Parlamentos nacionais na UE; O

resultado do referendo no Reino Unido — ponto de situação; A caminho de uma Política Marítima da União

Europeia integrada; Migrações — combater o tráfico e contrabando de seres humanos e estabelecer uma política

de regresso e readmissão humana e eficaz.

Assembleia da República, 14 de fevereiro de 2017.

A Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Regina Bastos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

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