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Terça-feira, 6 de março de 2018 II Série-D — Número 11

XIII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2017-2018)

S U M Á R I O

Delegações da Assembleia da República:

— Relatório da Participação da Assembleia da República na Reunião Interparlamentar “A Implementação do novo consenso europeu e os objetivos do desenvolvimento sustentável”, organizada pela Comissão de Desenvolvimento (DEVE), que teve lugar no Parlamento Europeu, em Bruxelas, no dia 21 de novembro de 2017.

— Relatório da participação da Assembleia da República na Conferência Interparlamentar sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação Económica (Conferência do artigo 13.º do Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária), que decorreu na Estónia, Tallinn, de 29 a 31 de outubro de 2017.

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DELEGAÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Relatório da Participação da Assembleia da República na Reunião Interparlamentar “A

Implementação do novo consenso europeu e os objetivos do desenvolvimento sustentável”,

organizada pela Comissão de Desenvolvimento (DEVE), que teve lugar no Parlamento Europeu, em

Bruxelas, no dia 21 de novembro de 2017

Composição da Delegação

A Delegação da Assembleia da República teve a seguinte composição:

- Deputado Pedro Alves (PSD), pela Comissão de Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades

Portuguesas;

- Deputada Maria Manuel Rola (BE), pela Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território,

Descentralização, Poder Local e Habitação.

O apoio técnico foi prestadopela Representante Permanente da Assembleia da República junto da União

Europeia, Cristina Neves Correia.

Síntese

A reunião, que decorreu entre as 9:30h e as 12:30h, inseriu-se na Semana Africana e nela participaram

membros do Parlamento Europeu (PE), dos Parlamentos nacionais da União Europeia (UE), do Parlamento pan-

africano, bem como convidados de outros Parlamentos e organizações internacionais. Estes parlamentares

debateram, em conjunto com os oradores, partilhando preocupações e boas práticas na implementação do Novo

Consenso Europeu e na Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)1.

Da Reunião

I - Notas Introdutórias

A Deputada ao PE (MEP) Linda Mc Avan (S§D), Presidente da Comissão para o Desenvolvimento (DEVE)

do PE, deu as boas-vindas aos participantes, dirigindo-se, especialmente, aos Deputados dos Parlamentos

nacionais (Pn), Parlamento pan-africano e restantes convidados.

De seguida, foi exibido um pequeno filme sobre a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável (ODS) e a importância de um envolvimento de todos os intervenientes nessa tarefa.

Barbara Pesce-Monteiro, Diretora do Gabinete das Nações Unidas/Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD) em Bruxelas, deu início à sua intervenção, salientando o papel e resposta da UE na

implementação da agenda para o desenvolvimento. Continuou, referindo que todos seriam necessários para

alcançar os objetivos da agenda 2030.

1 Documentação da reunião disponível em: http://www.europarl.europa.eu/relnatparl/en/meetings.html Vídeo em: http://www.europarl.europa.eu/ep-live/pt/committees/video?event=20171121-0900-COMMITTEE-DEVE

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Referiu, ainda, que a mudança de paradigma era essencial na abordagem dos ODS. Reiterou que os ODS

não podiam ser mais do mesmo, pois a nossa sociedade atual não era sustentável, nomeadamente quanto à

forma como vivemos, comemos e consumimos. Salientou que a nova abordagem implicava uma mudança na

forma de atuação no dia-a-dia e de como fazer e estar na política, sendo necessário mobilizar todos os

intervenientes, não deixando ninguém de fora e envolvendo as sociedades no seu todo. Sublinhou, que atingir

os ODS não era apenas uma questão de transferência de verbas ou de “doutrinar” terceiros, mas sim uma

mobilização das sociedades a todos os níveis, num verdadeiro espírito de parceria, envolvendo todos os atores,

entre os quais os Parlamentos nacionais.

Exemplificou este ponto de vista, recordando que a crise das migrações mais não era do que o resultado dos

problemas sérios existentes nos países de origem e que, se estes parceiros fossem ajudados e melhorassem

de vida, o benefício seria global.

Terminou a sua intervenção, recordando que, no fórum de alto nível, vários países haviam apresentado os

seus relatórios sobre o planeamento para a obtenção dos ODS2 e desejando que todos continuassem a trabalhar

neste desiderato comum.

Concluído o painel das notas introdutórias, a reunião continuou com o ponto II do presente relatório.

II- O Consenso Europeu para o Desenvolvimento: uma resposta europeia à implementação dos

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nos países em via de desenvolvimento

Este painel, moderado pela MEP Eleni Theocharous (GCRE), iniciou-se com as alocuções dos MEPs

Bogdan Brunon Wenta (PPE)e Norbert Neuser, (S§D), relatores do PE sobre o Consenso Europeu para o

Desenvolvimento.

O MEP Bogdan Brunon Wenta começou a sua intervenção, recordando que o Consenso Europeu era um

projeto conjunto e interinstitucional do PE/Comissão Europeia/ Conselho e Estados-membros, num processo

que havia culminado com a presidência maltesa e no qual ele, orador, tinha muito orgulho.

Continuou, explicando que o Consenso era necessário para se ter uma resposta coletiva e coordenada para

os “cinco Ps” - Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria”. Sublinhou que o novo Consenso alterava o

quadro de cooperação em que a UE se movia, pretendendo eliminar desigualdades, enumerando o contributo

da UE e dos EM para a educação, a boa governação, a justiça, o acesso à água e aos recursos naturais.

Prosseguiu, recordando um dos alicerces do Consenso, de acordo com o qual 0,7% do Rendimento Nacional

Bruto (RNB) deveria ser direcionado para aqueles objetivos. Referiu-se, ainda, à posição do PE, que sempre

defendeu a coerência entre a ação e responsabilização de todas as partes interessadas, envolvendo a

sociedade civil e e autoridades locais, com o apoio político e supervisão democrática, nos países desenvolvidos

e em desenvolvimento. Acrescentou que as parcerias público-privadas eram um elemento fundamental deste

Consenso. Salientou, igualmente, que as crises de migração tinham de se combater na fonte, melhorando as

condições de vida nos países de origem, defendendo, igualmente, a conexão entre a segurança, o ambiente e

o desenvolvimento.

Norbert Neuser, MEP (S§D) começou por salientar a importância da realização da reunião, nas vésperas

da Cimeira UE- África. Continuou, referindo que a erradicação da pobreza teria de ser uma prioridade para a

agenda 2030. Sublinhou, ainda, a importância da alocação da percentagem de 0,7% do RNB para a consecução

dos ODS, bem como a importância do respeito pelas vertentes ambientais e sociais, e o envolvimento de

entidades públicas e sociedade civil, na obtenção dos referidos ODS. Terminou a sua intervenção recordando

2 Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, que decorreu em Nova Iorque, de 10 a 19 de julho pp. Relatório de Portugal disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/14966Portugal(Portuguese)2.pdf

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que, no ano seguinte, haveria uma reunião similar, na qual esperava que os parlamentares presentes pudessem

partilhar os pontos de situação e as ações desenvolvidas nos seus parlamentos e países sobre os ODS.

A reunião continuou com uma intervenção de Gaspar Frontini, da Direção-Geral para o Desenvolvimento

da Comissão Europeia. O orador começou por recordar que o documento do Novo Consenso havia sido

assinado ao mais alto nível, envolvendo as instituições europeias e os seus EM, num quadro de cooperação

multinivelada, desde a UE/ONU até às cooperações bilaterais entre EM. Prosseguiu, sublinhando que o novo

Consenso se consubstanciava numa resposta à nova agenda internacional sobre o desenvolvimento, tendo a

parceria como um dos seus pilares fundamentais. Sublinhou a importância do alinhamento das vertentes

climatéricas e humanitárias, essenciais aos ODS. Referiu, ainda, que não podia haver paz sem desenvolvimento,

nem desenvolvimento sem paz.

Deixou, ainda, ideias quanto à forma de implementação e acompanhamento do novo Consenso, através de

uma ação coordenada entre a UE e os seus EM, salientando as programações comuns no terreno e a

mobilização de todas as fontes de financiamento, sendo ainda essencial o respeito pela fasquia dos 0,7% do

RNB. Salientou, por fim, a necessidade de mobilização de financiamento e de interesse no setor privado, bem

como a coordenação dos diversos programas de cooperação no âmbito do novo Quadro Financeiro Plurianual

(QFP).

Seguiu-se uma fase de debate, com intervenções de cerca de três minutos, no qual participaram MEPs,

Deputados dos Pns e do Parlamento pan-africano. Em síntese, foram abordadas as seguintes questões:

 A ideia de que Consenso não pode ser só europeu, mas sim global, numa parceria histórica que deve

ser renovada, num contexto de relações entre adultos. Sendo a cooperação essencial para África, ela

deverá, igualmente, ser importante para garantir a estabilidade europeia. A própria Europa também se

desenvolveu graças à ajuda externa, no final da 2.ª Guerra Mundial (Deputado Mohamed, do Parlamento

pan-africano);

 Nem sempre a ajuda ao desenvolvimento necessita de se materializar numa mera transferência de

fundos. Por vezes, é mais importante apoiar os países em vias de desenvolvimento a levar a cabo

reformas internas, por exemplo fiscais, para garantir igualdade na distribuição de rendimento. Como

resultado, o país poderá financiar as suas próprias escolas, saúde, etc. (Deputada norueguesa Anniken

Huitfeld). Esta ideia foi reiterada pelo Deputado britânico Lloyd Russel Moyle que recordou, no entanto,

que os maiores utilizadores dos paraísos fiscais são os países desenvolvidos, pelo que esta ação tem

de ser uma prioridade da UE e dos seus EM;

 A importância da coordenação das diversas políticas que fazem parte da agenda para o

desenvolvimento. Neste contexto, foram dados exemplos da Grécia (Dep.Dimitrios Emmanoulidis) e

Roménia (Deputada Rozália – Ibolya Biró), que têm entidades que que fazem a ligação entre as políticas

europeias e nacionais, para que elas sejam coordenadas e abarquem as três dimensões (social,

ambiental e económica);

 O progresso do novo Consenso, face ao de 2005, embora com alguns aspetos preocupantes, como um

afastamento do objetivo da erradicação da pobreza; os acordos de readmissão; os condicionalismos de

segurança; e a falta de supervisão e calendarização. (Deputado luxemburguês Marc Angel);

 A educação, sobretudo das mulheres e a segurança alimentar como elementos de alavancagem do

desenvolvimento e obrigação moral, bem como a erradicação da pobreza e a segurança alimentar

(Stella Bianchi, C. Deputados italiana);

 Foi ainda colocada uma questão, pela Deputada espanhola Ana Bélen Terrón Berbel, que pretendeu

saber qual o grau de apoio do Consenso no PE. A moderadora respondeu: 405 votos a favor, 70 contra

e 159 abstenções;

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 A ideia de que o Consenso não o seria verdadeiramente, na medida em que apenas teria obtido 54%

de votos dos MEP3, sendo um Consenso débil para um desenvolvimento débil. O Grupo Confederal da

Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GCEUE/ENV) apresentou um parecer alternativo,

discordando de vários pontos, nomeadamente: o nexo entre a ajuda e a segurança e o controlo de

fronteiras. Incluía, ainda, a necessidade do reforço da questão do género e dos mecanismos de

prestação de contas (MEP Lola Sanchez Caldentey, GCEUE/ENV);

 A ideia de que a UE tem de reforçar a sua preocupação e contributo face às alterações climáticas,

sobretudo atendendo ao facto de os EUA estarem a reduzir a sua colaboração nesse domínio (MEP

Heidi Hautala, Verdes/Aliança Livre Europeia).

Seguiu-se um breve encerramento dos oradores, após o que se passou ao painel subsequente.

III - Perspetivas de implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Este painel, moderado pela MEP Lola Sánchez Caldentey (GCEUE/ENV), teve início com uma intervenção

de Guido Schmidt -Traub, diretor executivo da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável/

Fundação Bertelsmann, que apresentou os índices e painéis de ODS em 150 países do Mundo,4 tabela essa

liderada pela Suécia, Dinamarca e Finlândia, com índices, respetivamente, de 85,6, 84,2 e 84. Conforme

explicado, o índice de ODS classifica os países em termos de sua situação inicial com relação aos 17 ODS,

considerando “inicial” os dados mais próximos de 2015 que estiverem disponíveis, tendo o orador referido que,

em muitos casos, a informação de partida tinha sido deficitária.

O orador deu alguns exemplos dos países analisados verificando-se, por exemplo, que os EUA não estão

tão bem classificados como seria de esperar, nomeadamente devido a problemas ambientais e de segurança.

Referiu que, em muitos casos, os dados da análise apresentada não eram utilizados no debate político

interno, sendo importante que assim fosse.

Seguiu-se uma alocução de Keit Pentus-Rosimannus, Vice-Presidente da Comissão de Assuntos Externos

do Riigikogu, Parlamento da Estónia, país detentor da Presidência rotativa do Conselho da UE no segundo

semestre de 2017.

A oradora começou por salientar a dificuldade dos EM explicarem, internamente, a lógica de despenderem

verbas para o desenvolvimento, havendo tantas necessidades internas a suprir. Continuou, sublinhando que o

desenvolvimento sustentável excedia as nossas fronteiras, prevendo-se que, nos 20 ou 30 anos seguintes os

problemas tendiam a aumentar, fruto das alterações, climáticas, demográficas e outras.

Continuou, referindo que todas as presidências da UE deveriam ter esta questão como prioridade na agenda,

atendendo à sua importância e transversalidade. A este propósito referiu, como exemplo, a indústria têxtil,

altamente poluente, uma vez que 80 % dos componentes do seu processo produtor são desperdiçados, sendo

este o maior setor exportador do Bangla Desh. Neste contexto, sublinhou ser fundamental promover práticas

sustentáveis e incorporação de produtos e tecnologias amigos do ambiente, em simultâneo com a luta contra a

pobreza.

Seguiu-se uma fase de debate, na qual foram abordadas, em síntese, as seguintes ideias:

 O novo Consenso faz parte da ação externa da UE, tratando-se de uma plataforma de compromisso e

uma obrigação para com os nossos parceiros (MEP Enrique Guerrero Salom (S§D);

3 Esta ideia foi rebatida, na medida em que, só estando presentes, no dia da votação, 634 deputados, 405 votos a favor seria uma percentagem de 64% e os 70 votos contra apenas 11% dos votos expressos. 4 Versão portuguesa do relatório 2016 disponível em: http://www.sdgindex.org/assets/files/SDG-Index-PT-02.pdf. Portugal está em 34.º lugar com um índice de 71,5%..

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 A necessidade do acompanhamento parlamentar da matéria, tendo sido dados exemplos do Senado

espanhol, que prevê a realização de uma reunião com todas as comissões parlamentares e autonómicas

para analisar o plano diretor espanhol sobre esta matéria (Senador espanhol Rubio Mielgo), ou da

Assembleia Nacional francesa, (Deputado Damien Pichereau), que reportou a organização de uma

mesa redonda sobre o tema, bem com uma repartição horizontal dos ODS, em que cada comissão

segue os ODS da sua esfera de competência. Ou ainda o Parlamento sueco (Deputada Maria Andersson

Willner) que, regularmente, recolhe informação das ONGs que, no terreno, aplicam a ajuda ao

desenvolvimento;

 A necessidade de incorporar, no debate parlamentar interno, a responsabilidade das empresas em

assegurar standards obrigatórios que respeitem os ODS, questão abordada pela MEP Heidi Hautala

(Verdes), bem como por oradores dos Parlamentos do Reino Unido, Holanda, Dinamarca e Alemanha;

 A boa governança, luta contra a corrupção e educação feminina na aplicação dos programas de

desenvolvimento, prioridades assumidas pelo Parlamento nigeriano;

 A importância de um debate transversal, no qual possam ser partilhadas boas práticas para garantir

sustentabilidade às gerações futuras (Deputada húngara Monika Bartos, que salientou, ainda, a

experiência que a Hungria tem na gestão dos recursos hídricos, colocando esse know -how ao serviço

dos restantes);

 A urgência de se enfrentar a crise das migrações em conjunto e de forma realista e com uma política de

migração consistente (Senador italiano Gianpiero Dalla Zuanna), bem como o respeito pelo

Compromisso de Dublin em relação à recolocação e a incorporação da vertente de segurança na política

de cooperação (Senadora italiana Marietta Tidei);

 A necessidade de passar do papel à ação (Deputada espanhola Ana Belén Terrón).

Participou no debate a Deputada Maria Manuel Rola (BE) referindo que, da análise dos indicadores

apresentados, se notava claramente que a Europa se encontrava em situações diferenciadas. Continuou,

manifestando a sua preocupação face à externalização dos fatores negativos para outros continentes e

questionou de que forma isso estaria espelhado naquilo que são os planos dos ODS.

Pretendeu ainda saber de que forma os ODS 12, 13 e 14,5 eram medidos e apresentados e quais os fatores

que, para tal, eram tidos em conta. Salientou os números negativos e preocupantes dos países da OCDE nestes

três ODS relacionados com aspetos climáticos, sendo que os mesmos se refletiam, atualmente, de forma muito

negativa em Portugal e Espanha, nomeadamente através de uma seca severa e de uma vaga de incêndios.

Indagou, ainda, quando e como se começaria a trabalhar na não exploração recursos, em especial da água, por

exemplo através de transvases que levam a água de um local ou país para o outro para utilização na agricultura

intensiva.

Terminou, referindo que a escassez de recursos, nomeadamente hídricos, como a que já se sente na

Península Ibérica, se vai traduzir em mais migrações, possivelmente guerra, pelo que, apesar de problemas

locais, os mesmos iriam ter uma consequência global, exigindo, igualmente, uma resposta global.

A reunião foi encerrada pelo MEP Arne Lietz (S§D), remembro da Comissão DEVE e responsável pelas

relações com os PNs, que salientou a necessidade de se continuar o trabalho de implementação dos ODS de

forma otimista, num ambiente de parceria e de partilha de boas práticas, permitindo, assim, que, em 2019, se

pudessem reportar progressos efetivos às Nações Unidas.

Assembleia da República, 7 de dezembro de 2017.

Os Deputados da Assembleia da República, Pedro Alves (PSD) — Maria Manuel Rola (BE).

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5 ODS: 12- Produção e consumo sustentáveis; 13 - Ação climática; 13- Proteger a vida marinha.

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Relatório da participação da Assembleia da República na Conferência Interparlamentar sobre a

Estabilidade, Coordenação e Governação Económica (Conferência do artigo 13.º do Tratado sobre a

Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária), que decorreu na Estónia,

Taline, de 29 a 31 de outubro de 2017

No âmbito da dimensão parlamentar da Presidência Estónia do Conselho da União Europeia, realizou-se em

Taline a Conferência Interparlamentar sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação Económica, prevista

no artigo 13º do Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária

(UEM). A Assembleia da República aceitou o convite a participar dirigido a S.Ex.ª o PAR pelo Presidente do

Riigikogu, tendo designado uma delegação com a seguinte composição:

 pela Comissão de Orçamento Finanças e Modernização Administrativa (COFMA): Deputado Paulo Trigo

Pereira (PS), Vice-Presidente da COFMA e Chefe de Delegação; Deputado Duarte Pacheco (PSD),

Primeiro Secretário da Mesa da Assembleia da República;

 pela Comissão de Assuntos Europeus (CAE): Deputada Margarida Marques (PS), Vice-Presidente da

CAE; Deputado António Costa e Silva (PSD);

 pela Comissão de Trabalho e Segurança Social (CTSS): Deputada Carla Barros (PSD); Deputada Carla

Tavares (PS);

 em representação do Grupo Parlamentar do BE (designação rotativa de modo a assegurar a

participação dos Grupos Parlamentares de menor dimensão): Deputada Isabel Pires (BE).

O apoio técnico foi prestado pela Representante Permanente da Assembleia da República junto da União

Europeia, Cristina Correia, e pela Assessora Parlamentar da CAE, Catarina Ferreira Antunes.

Segunda-feira, 30 de novembro de 2017 – Sessão de Abertura

A Conferência iniciou com o discurso de abertura proferido pelo Senhor Presidente do Parlamento da Estónia,

o Riigikogu, Eiki Nestor, que apelou à necessidade de cooperação entre os Estados-membros, também na sua

dimensão parlamentar, para realizarem mais em conjunto, através da colaboração para alcançar interesses

comuns.

De seguida, o Senhor Vice-Presidente da Comissão de Finanças do Riigikogu, Remo Holsmer, referiu as

regras para participação no debate e os procedimentos da Conferência, a sequência de sessões previstas e

convidados para os respetivos painéis.

Sessão 1 – Futuro da União Económica e Monetária (UEM)

O Comissário Europeu responsável pelo Euro e Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, deu início a esta

sessão com referência aos documentos de reflexão sobre o futuro da europa em geral e da UEM em particular,

reforçado no recente discurso sobre o Estado da União. Referiu as várias ferramentas que estariam à disposição

ao nível nacional e europeu para alcançar os objetivos desejados na UEM, referindo que a maioria dos

instrumentos disponíveis ainda se encontram no plano nacional. Referindo a recente retoma de crescimento

económico, alertou para a necessidade de melhorar a performance das economias, referindo que a UEM não é

um fim em si, mas um meio de atingir o bem-estar económico e social, a criação de empregos, etc. Indicou que

a União Bancária (UB) e a União do Mercado de Capitais (UMC) completas seriam necessárias para absorver

futuros choques e evitar que os contribuintes tenham de voltar a suportar os custos de uma má gestão bancária.

Passou então a palavra ao antigo Ministro das Finanças da Estónia, Jurgen Ligi, que partilhou a sua

experiência no cargo que tinha desempenhado no anterior governo, exercido durante o período da crise

financeira e da estratégia seguida para minorar o impacto desse evento na economia do seu país.

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No debate que se seguiu, foi passada a palavra aos Deputados reunidos que solicitaram intervenção,

nomeadamente:

- Pervenche Berès do Parlamento Europeu (PE), que referiu o artigo 4º do Tratado sobre a Estabilidade

(relação entre a dívida pública e o PIB e o procedimento por défice excessivo) e a necessidade de

acompanhamento das evoluções na implementação de reformas nacionais; e

- Paolo Guerrieri Paleotti (IT) referiu a necessidade de completar a UEM, a resiliência da área euro e

capacidade de absorção de choques, completando a UB (compromisso reduzir e partilhar riscos) – para além

das reformas estruturais, seria necessário ir mais além na intervenção para aprofundamento para desafios

futuros.

A palavra regressou à mesa para Roberto Gualtieri, o Presidente da Comissão ECON do Parlamento

Europeu (PE) realizar a sua apresentação, tendo referido o contexto atual em que a recuperação económica

ocorre em simultâneo com a pesada herança da crise económica: desemprego elevado, baixos salários e

desigualdade social. Da necessidade de gerir as crises indicou como prioritário a constituição de um “Fundo

Monetário Europeu” para responder a situações de modo autónomo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e

da incorporação dos mecanismos de estabilização do Pacto de Estabilidade no enquadramento legal

comunitário, de modo a melhorar a transparência e escrutínio desses fundos, reformar os instrumentos do “two

pack” (pacote legislativo para a estabilidade orçamental) e conseguir a estabilização através do investimento

público. Indicou que o PE apoia a incorporação de uma função de convergência nas políticas e instrumentos da

União, tendo ainda referido a questão da transposição do Tratado para o ordenamento jurídico europeu (uma

vez que o Tratado foi celebrado ao nível multilateral entre os Estados-membros signatários, não tendo existido

unanimidade para permitir a sua adoção ao nível da UE), e da redundância de transposição do título III do

Tratado (relativo ao pacto orçamental) a partir do momento em que for realizada a transposição do título IV

(sobre a convergência e coordenação das políticas económicas). Referiu ainda a redundância da integração das

disposições orçamentais na legislação europeia a partir do momento em que todos os Estados-membros já

realizaram as necessárias adaptações nas legislações nacionais para se conformarem com as disposições do

Tratado, o que já teria sido realizado. Referiu ainda a questão de um “Ministro das Finanças Europeu” e do seu

interesse, entre outras áreas, da perspetiva de transparência e responsabilização.

De regresso às intervenções dos Senhores Parlamentares, pediram a palavra:

- Pedro Saura (ES) que salientou a questão da produtividade (na sua opinião medíocre) e competitividade,

bem como da estabilização da procura e da economia através de uma função orçamental, concordando com a

inclusão de uma função orçamental ao nível europeu;

- Maria João Rodrigues (PE) que sublinhou o momento oportuno de realização da conferência face a

decisões prestes a serem tomadas ao nível do PE e Conselho, os desafios da convergência e da coesão social,

considerando que a capacidade orçamental deveria ser incluída na discussão do orçamento da CE, bem assim

como a capacidade própria;

- Dimitros Mardas (EL) interveio destacando a importância do respeito pelas regras do Tratado, incluindo os

limites aos défices. Aludiu à contradição entre a necessidade de baixar as despesas e importações, de modo a

controlar o orçamento, conjugada com a necessidade de aumentar o consumo de modo a incentivar o

crescimento. Considerou que a questão das decisões ao nível europeu serem tomadas por maioria qualificada

poderia criar contradições entre setores e regiões;

- Norbert Brackmann (DE) considerou necessário existirem cautelas relativamente ao atual período de

crescimento;

- Aivar Soerd (EE) sublinhou a importância de aproveitar o ambiente económico favorável para melhorar as

regras existentes e torná-las mais eficazes para fazer face a futuras crises;

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- Christos Staikouras (EL) aludiu ao fortalecimento da UEM e aumento da transparência, reformas

coerentes para melhorar capacidade administrativa, mecanismos macroeconómicos para responder a

“investment gaps” e solidariedade. Aumentar o capital disponível para incentivar o investimento privado e

mecanismo de estabilização económica, incluindo de um “FME”;

- Udo Bullmann (PE) considerou que se deveria evitar a renacionalização dos instrumentos económicos,

referindo a esse propósito um valor acrescentado “funcional” na atuação ao nível europeu, impossível de

alcançar na colaboração intergovernamental, com a agravante de existir menos transparência e controlo nesse

nível, dando a esse respeito o exemplo da falta de controlo nos processos da Troika e na ausência de supervisão

parlamentar;

- Lord Desai (UK) iniciou a sua intervenção por agradecer à Estónia ter assumido a presidência do Conselho

na vez do Reino Unido, tendo de seguida referido que ao nível europeu haveria pouco mais a fazer, exceto ao

nível de criar condições para reformas estruturais e criação de mecanismos fiscais para coordenar melhor as

políticas entre Estados-Membros. Considerou ainda que o crescimento atualmente alcançado foi conseguido

com base nas medidas tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE);

- Paulo Trigo Pereira (PT): referiu que se as decisões certas forem tomadas tarde demais deixam de ser as

decisões certas. Aludiu à existência de muitas regras ao nível de cada país para questões orçamentais (Pacto

de Estabilidade, Tratado Orçamental, etc.) embora faltasse um mecanismo ao nível europeu para responder aos

desequilíbrios externos. Finalizou por sublinhar a importância de uma convergência económica real entre os

países da EU, em particular da zona euro.

- Igor Pimenov (LV) referiu o aumento do intervalo para correção de desequilíbrios macroeconómicos; aludiu

ainda à importância do investimento público para criação de incentivos ao investimento privado;

- Marios Mavrides (CY) aludiu às diferenças entre os países europeus e as suas prioridades, bem como à

necessidade de exigir reformas socioeconómicas ao nível europeu. Na sua opinião seria possível proporcionar

mais crescimento com menos despesa;

- Eric Woerth (FR) referiu a importância do problema das dívidas excessivas e da necessidade de tempo

para implementação de uma convergência orçamental;

- Skevi Koutra-Koukoma (CY) indicou que os cenários apresentados para aprofundamento do mercado

interno não tinham bases de solidariedade para coordenação das políticas entre os Estados Membros, sendo

necessário, depois da saída dos programas de ajustamento, resolver os problemas deixados pela crise, tais

como a exclusão social, redução dos salários médios, etc.;

- Margarida Marques (PT) considerou que a integração do Tratado no ordenamento jurídico nacional deveria

ser precedido de uma avaliação rigorosa, não sendo suficiente a experiência atual para permitir essa avaliação,

que seria necessário introduzir mecanismos de flexibilização das regras para facilitar a aplicação do Tratado,

devendo o caso de Portugal ser considerado como exemplar. À coordenação e governação económica deveria

ser acrescida a dimensão democrática, não apenas de estabilização mas também de convergência no

crescimento, com metas económicas mas também sociais. Finalizou por aludir ao rigor orçamental e à

necessidade de estar associado à capacidade orçamental da zona euro no seu todo.

- Stefan-Radu Oprea (RO) mencionou a necessidade de uma abordagem inclusiva para os vários Estados-

Membros (E-M), quer estivessem dentro ou fora da zona euro, discordando de orçamentos separados, uma vez

que isso aumentaria a divergência entre E-M; e

- Jorgen Andersson (SE) que considerou que a federalização não seria solução, não sendo a supervisão

orçamental na zona euro sinónimo de pleno emprego e crescimento (conforme exemplificado pelo caso do seu

país, que manteve o crescimento e nível de emprego embora sem aderir ao euro).

Sessão 2 – Reformas nacionais

A sessão teve início com o discurso de abertura de Ardo Hansson, Governador do Eesti Pank (Banco Central

da Estónia), o qual fez referência à característica pró-europeísta do seu país e do forte desempenho de

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crescimento e resistência a choques, demonstrando políticas robustas ao nível fiscal e monetário; países

europeus a operar no atual ambiente da União conseguiram atingir o topo da lista de rankings internacionais

económicos e sociais, prova de que é um ambiente benéfico e propício ao crescimento e desenvolvimento.

Advertiu no entanto para os desafios de abrandamento de crescimento e da necessidade de absorver choques

para fazer face a futuras crises, para os quais seria necessário uma melhor utilização dos recursos existentes

de modo a fortalecer a capacidade orçamental. Referiu a questão da quantidade de regras para utilização dos

instrumentos existentes e do ciclo de investimento próprio, que pode ser demorado e pode não acompanhar o

ciclo de crescimento do país. Salientou a importância do apoio às reformas estruturais, apesar do incentivo a

essas reformas através de uma ligação ao financiamento comunitário poder ser difícil de operacionalizar. Referiu

ainda a necessidade das Uniões Bancária e do Mercado de Capitais serem realizadas ao nível europeu.

A oradora convidada Mari Kiviniemi, Vice-Secretária da OCDE, apresentou as perspetivas desse organismo

sobre a questão dos programas de investimento e assistência financeira, em especial do ritmo de implementação

de reformas estruturais e da sua correlação com o desempenho económico. Considerou os resultados mais

recentes otimistas quanto ao impacto positivo das políticas para recuperação da crise, verificando-se um

crescimento consistente e crescente desde 2010. Alertou no entanto para a manutenção dos problemas de

crédito malparado e da fraca recuperação do investimento privado, agravado pelo decréscimo do investimento

público, produtividade e salários, especialmente em empresas “tradicionais” (non-frontier). Referiu o

aprofundamento das divergências regionais entre países da OCDE e, dentro de alguns países, entre regiões.

Indicou que nos países mais afetados pela crise houve um abrandamento das reformas estruturais e

recomendou que se “empacotasse” as reformas, i.e., que se fizesse a implementação simultânea em mais de

uma área de modo a coordenar reformas complementares em áreas conectadas. Indicou a energia e o digital

como áreas prioritárias para investimento publico-privado na UE. Considerou que deveria ser reforçada a área

financeira da União, nomeadamente completar a UB e a UMC. Aludiu ainda ao apoio aos cidadãos da UE para

enfrentar a globalização (upskilling e retraining). Fez referência à importância dos fundos estratégicos europeus

para apoiar o crescimento e aliviar os efeitos da crise, embora considerasse necessário serem apoiados por

reformas, com as regiões a participarem ativamente na identificação dos seus próprios problemas (apresentação

em power point disponível para consulta em: https://www.parleu2017.ee/sites/default/files/inline-files/II%20Session%20-

%20Kiviniemi%202017.10.30%20Slides%20DSG%20Tallinn.pdf).

Foi passada a palavra aos Senhores Parlamentares reunidos para intervenções no debate, registando-se

questões colocadas por:

- Maria Plass (SE), que questionou qual a melhor forma de conseguir bons resultados na combinação de

reformas estruturais;

- Janis Vucans (LV) considerou que seria difícil implementar reformas estruturais com efeitos a longo prazo

com base em medidas com impacto orçamental imediato, obrigando a um esforço fiscal maior. Manifestou-se

cético em relação à possibilidade de suspender os fundos caso as reformas não fossem implementadas,

nomeadamente sobre o impacto que essa medida teria, podendo eventualmente agravar divergências. Referiu

a questão da equidade entre contribuintes líquidos e beneficiários líquidos do financiamento europeu;

- Lord Desai (UK), que declarou que o problema do declínio de crescimento não é apenas europeu, tendo

questionado se estaríamos a medir (o crescimento de produtividade) de forma errada, considerando a mudança

de criação de valor da indústria para os serviços e, dentro dos serviços, para o digital. Perguntou ainda se seria

razoável continuar a esperar aumento de produtividade nesses contextos;

- Dimitrios Mardas (EL) referiu os instrumentos financeiros como incentivo ao crescimento num contexto

global; alertou para a necessidade de financiamento da educação e saúde no quadro europeu;

- Peter Boehringer (DE), que aludiu à aliança de países europeus e da contribuição do BCE, alertando para

a falta de supervisão da sua atuação;

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- Carla Barros (PT), que solicitou a palavra para partilhar a necessidade de conseguir convergência e

coerência nas medidas de assistência financeira da UE, de continuar a fazer “mais e melhor” em conjunto,

praticamente com os mesmos recursos disponíveis. Apesar dos resultados alcançados com as políticas de

coesão, referiu a importância que continuam a ter o emprego, a inclusão social, o desenvolvimento de

competências, a investigação e a inovação. Alertou para os conflitos que poderiam advir de diferenças ao nível

social e económico e da obrigação de reformas ao nível da UE para as corrigir, de modo a alcançar o melhor

cenário em conjunto.

- Christian Petry (DE) referiu as reformas estruturais e o risco de aumento da precaridade, motivo pelo qual

considerou importante a inclusão de medidas sociais;

- Christos Staikouras (EL), que questionou se os multiplicadores fiscais seriam suficientes, mesmo

utilizados corretamente, como base para relançar programas de crescimento;

- Paolo Guerrieiri Paleotti (IT) aludiu à diferença entre reformas que incentivam a procura e as que a

desencorajam ou até destroem, podendo prejudicar o crescimento económico num momento de crise. Alertou

para as necessárias cautelas de efetuar a reforma do mercado laboral, podendo ser bastante prejudicial num

contexto de contração fiscal.

- Margarida Marques (PT) centrou as suas questões no modelo de supervisão democrático de modo a

reforçar o papel do Parlamento Europeu e dos Parlamentos nacionais, salvaguardando o respeito pelos modelos

democráticos de cada Estado-Membro. Referiu que se deveria avançar de um Mecanismos Europeu de

Supervisão para um Fundo Monetário Europeu, num contexto de governação económica global e afastando o

modelo intergovernamental de governação. Finalmente agradeceu as intervenções da representante da OCDE,

sublinhando a recuperação do setor financeiro e a necessidade de completar a União Bancária de modo a

melhorar o apoio aos cidadãos num contexto de globalização.

- Eric Woerth (FR) perguntou à mesa qual a sua posição sobre a manutenção do papel da UE enquanto

investidor.

- Paulo Trigo Pereira (PT): comentou a evolução dos países com programas de ajustamento e a passagem

de um modelo de “ajustamento” para um modelo de normalização numa perspetiva de política orçamental, com

utilização dos fundos europeus em contraciclo de modo a corrigir os constrangimentos (“bottlenecks”)

identificados no desenvolvimento, incluindo assimetrias regionais. Aludiu ainda à necessidade de transparência

na utilização de fundos, referindo o exemplo dos incêndios recentes em Portugal como um caso em que os

mesmos não foram aproveitados para os fins a que se destinavam, com consequências trágicas para os que

sofreram com a falta de preparação.

- Marios Mavrides (CY) referiu que, ao contrário da demolição de edifícios realizada quando os mesmos

sofrem de fragilidades na sua estrutura, não se poderia deitar abaixo os países para resolver os seus problemas

estruturais.

A mesa e oradores responderam às questões colocadas, com particular destaque par a resposta de Ardo

Hansson quanto à possibilidade de utilizar os vários níveis de decisão e financiamento – local, central/nacional

e europeu – para lançar projetos em ciclos diferentes mas complementares que estabilizem a economia e a

tornem mais resistente aos choques externos.

Terça-feira, 31 de novembro de 2017 – Sessão 3 – Fiscalidade eficiente

Deu início a esta sessão o “keynote speaker” Dmitri Jegorov Secretário-Geral delegado de Política Fiscal e

Aduaneira do Ministério das Finanças da Estónia, que começou por dar um enquadramento da experiência da

administração fiscal do seu país no processo de implementação de um sistema eletrónico de submissão de

declarações fiscais e de transição para um sistema digital no relacionamento com os contribuintes, iniciado em

2000, desde necessidades de recursos humanos às exigências tecnológicas, princípios de auditoria e de

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avaliação de desempenho, datamining para avaliação de riscos e seleção de contribuintes para inspeção (não

realizam auditorias aleatórias, antes selecionam com base em indícios de risco de incumprimento), com redução

da percentagem de impostos não cobrados (estimado para o IVA em 5%) e melhoria da gestão de receitas –

maior eficiência na redução do período entre a contração da dívida fiscal e a sua cobrança, incluindo métodos

tais como a publicação de lista de devedores e rapidez no levantamento de processos logo que a dívida esteja

regularizada (apresentação para consulta em: https://www.parleu2017.ee/sites/default/files/inline-

files/Efficient%20tax%20administration%20InterParlConf%20Oct%202017%20Jegorov.pdf).

A segunda apresentação no painel foi realizada por Maria Teresa Fábregas, Diretora da Administração

Fiscal e Fiscalidade Indireta na DG União Alfandegária e Fiscalidade da Comissão Europeia. Referiu a questão

da perda de receitas entre os montantes devidos e os efetivamente recebidos, estimado em milhões de euros,

bem como as soluções propostas para aumentar a transparência e simplicidade do sistema, incluindo desafios

lançados pelo comércio eletrónico, modernização e eficiência dos métodos de coleta, assente no princípio da

entrega voluntária, facilitando as vias que permitam aos contribuintes pagarem os seus impostos, reduzindo os

custos e obstáculos ao cumprimento das obrigações (colocar o contribuinte no centro do sistema, com sistemas

de apoio, informação e facilitação). Concluiu que o objetivo principal de uma administração fiscal deve ser facilitar

o processo de cobrança e melhoria do relacionamento com o contribuinte.

Como membro da mesa, Philippe Dallier, Vice-Preisdente do Senat, referiu a experiência de reforma do

sistema fiscal em França, incluindo as dificuldades encontradas, algumas das quais devido à complexidade do

sistema de apuramento de receitas fiscal, que inclui deduções à coleta e diferenças de taxa em função da

composição familiar e outros fatores que poderão nem ser do conhecimento do empregador (nem têm de o ser).

Em relação à economia colaborativa (Uber, AirBn’B), referiu a experiência de implementação de um sistema

automático de identificação e cobrança de receita, numa base voluntária, distinguindo os contribuintes

profissionais dos pequenos contribuintes (de acordo com limites de receita anual). Referiu a questão dos grandes

operadores como Amazon e eBay e do facto de uma parte substancial das suas receitas não serem taxadas.

No debate que se seguiu, solicitaram a palavra para intervir e solicitar esclarecimentos os seguintes Senhores

e Senhoras Deputados:

- Pedro Saura (ES) manifestou o seu interesse pela questão da análise de informação tributária, sobretudo

da perspetiva da equidade do sistema, perguntando por eventuais avaliações da sua utilização para eventuais

isenções ou reduções automáticas;

- Christos Staikouras (EL) centrou as suas questões na evasão fiscal e nos mecanismos para evitar a fraude

e facilitar o processo de cobrança;

- Emanuel Mallia (MT) levantou a questão dos procedimentos de cobrança ao nível da União e dos incentivos

a uma maior colaboração, da ameaça à soberania fiscal, e dos perigos de perda de receita, um risco especial

para os pequenos estados como o caso do seu país. Apelou ao ajustamento das propostas existentes ou

planeadas na área da colaboração fiscal de modo a salvaguardar essa soberania;

Duarte Pacheco (PT) referiu o investimento realizado em Portugal para modernização do sistema fiscal e

melhoria do processo de declaração. Sublinhou o facto de esse assunto ser debatido anualmente no parlamento,

por ocasião do escrutínio parlamentar do relatório sobre a fraude fiscal elaborado pelo Governo. Quanto à

questão da transparência e da perceção dos contribuintes sobre a justiça fiscal, considerou importante não

deixar de fora os grandes contribuintes, e que ao nível Europeu é fundamental apostar na harmonização fiscal

no combate global a offshores, evitando-se distorções fiscais no espaço da União;

Aivar Soerd (EE) solicitou a palavra para referir a questão do equilíbrio entre o controlo da fraude e de um

sistema fiscal que não penalize os pequenos contribuintes;

Dimitros Mardas (EL) referiu as faturas proforma e a periodicidade de cobrança e informação, enquanto

mecanismos para evitar a evasão fiscal;

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Igor Pimenov (LV) colocou uma questão específica sobre o sistema fiscal da Estónia, nomeadamente em

relação a cidadãos que estejam destacados, e das soluções tecnológicas para gestão da base de dados fiscal;

Ralph Briknkhaus (DE) referiu os exemplos dados como boas práticas na eficiência fiscal, alertando para

os problemas de dívidas fiscais, tax dumping e práticas desleais ao nível fiscal entre E-M, apelando a uma base

comum para a fiscalidade de corporações, pedindo informação sobre o sistema reverse-charge e quanto à

intenção da Comissão o implementar ou não;

Pervenche Beres (PE) referiu os riscos da tecnologia e das oportunidades, entre a otimização da cobrança

e a possibilidade de ser explorado para fraudes e fuga fiscal, num contexto de restrições orçamentais;

Antonio Misiani (IT) referiu a questão dos grandes contribuintes e a automação dos procedimentos,

incluindo as entregas voluntárias, tem do considerado que, num país como o seu, com uma grande tradição de

fuga e evasão fiscal, foram visíveis e muito positivos os resultados. Referiu a tentativa de introdução de uma

webtax com uma flat-rate para plataformas colaborativas. Apoiou as iniciativas comunitárias para taxar a

economia digital e capturar valor de grandes operadores;

Martti Talja (FI) aludiu à flexibilidade de novos modelos de criação de valor e da cobrança de impostos, de

modo a incentivar o investimento e desenvolvimento de negócios sem prejudicar a receita fiscal;

Marios Mavrides (CY) declarou que seria possível melhorar os sistemas pela redução do nível de impostos,

considerando que um sistema eficiente seria um sistema mínimo, referindo outros fatores a ter em conta para a

avaliação dos mesmos;

Eric Woerth (FR) considerou que a complexidade de um sistema pode influenciar a facilidade da sua

automação, incluindo sistemas de controlo e apoio que devem ir além das iniciativas europeias, referindo a

BEPS (base erosion and profit shifting) e a concorrência fiscal;

Kai Jan Krainer (AT) referiu que o nível da fiscalidade ótimo deve ser determinado pelas tarefas a realizar,

considerando o nível europeu como o mais eficiente para um certo nível de harmonização entre E-M para evitar

distorções.

A palavra regressou à mesa e aos oradores convidados para resposta às questões levantadas.

Sessão IV – Desafios para o orçamento da UE

Deu início à última sessão o Comissário Gunther Oettinger, responsável pelos Recursos Humanos e

Orçamento, anteriormente também pelo Mercado Único Digital, que referiu o planeamento do próximo quadro

financeiro multianual, onde se identificaram duas questões, nomeadamente a falta do Reino Unido na

contribuição para o orçamento e por outro lado a insuficiência da despesa dos programas para promover a

resolução de problemas sociais. Indicou que a resolução desses gaps simultâneos de receita e despesa seriam

o principal desafio orçamental do próximo programa quadro pós-2020. Explicitou a sua posição de que deveria

ser proposto uma participação dos Estados membros para o orçamento comunitário na ordem dos 1.23%.

Referiu a maior eficiência orçamental da execução de certas despesas ao nível da UE, com economias de escala

e eliminação de duplicação, destacando exemplos de infraestruturas transfronteiriças, incluindo no domínio

digital, que possam ser melhor executadas e geridas à escala europeia, em especial em situações que possa

ser demonstrado o “valor acrescentado europeu”, em especial na convergência de regiões desfavorecidas,

referindo o exemplo da rede ferroviária de alta velocidade, aludindo à transparência de despesa e da aceitação

pelos contribuintes europeus das justificações apresentadas. Na questão das isenções de contribuições e do

período de vigência das mesmas, indicou que o Reino Unido seria o principal beneficiário desses mecanismos,

pelo que a saída da mother of all reabates poderia sinalizar o fim de todas as isenções e reduções semelhantes.

Referiu o do atraso na implementação do anterior programa quadro devido a dificuldades de acordo quanto às

regras para a sua execução, havendo por isso a oportunidade de desde já fixar as regras de modo a evitar os

problemas de transição em 2020. Na utilização de fundos ao nível europeu, considerou existirem benefícios

comuns superiores ao montante líquido do financiamento recebido por cada país. Finalizou por indicar que, sem

compromisso e perspetiva do bem comum, não seria possível haver progresso ao nível europeu.

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A oradora seguinte, Isabelle Thomas da Comissão de Orçamento do Parlamento Europeu e relatora do

documento de reflexão sobre o futuro das finanças da UE, referiu os desequilíbrios entre os objetivos que o

orçamento da União pretende alcançar e a sua dimensão, redução constante ou estagnação, não sendo essa

situação compatível com a crescente ambição dos objetivos para a União. Deste modo, seria necessário reforçar

o orçamento para responder a novos desafios de migração, coesão social, etc. A saída do Reino Unido teria que

ser compensada por novas medidas para reforçar as receitas, aumentando simultaneamente a transparência,

referindo ainda a questão das receitas próprias. Considerou perversa a perspetiva de orçamento nacional versus

europeu, num confronto anual entre os E-M nas negociações em Conselho, que a perspetiva terá de ser de

colaboração, atendendo às vantagens que todos retiram do valor acrescentado europeu. Referiu os mecanismos

de controlo do orçamento disponíveis para o PE, e da opacidade de uma parte da “constelação” de fontes de

financiamento do orçamento, uma parte substancial dos quais fora do controlo e fiscalização parlamentar. A

esse propósito referiu a importância do escrutínio parlamentar, da dupla exigência de flexibilidade e visibilidade,

que não seria possível novas prioridades sem novos meios orçamentais. Desafiou os colegas parlamentares

reunidos a efetuar essa reflexão, sobre o papel a desempenhar pelos Parlamentos nacionais, considerando que

um bom orçamento deve também reunir os contributos políticos quanto a prioridades referendadas pelos

cidadãos nas suas escolhas eleitorais.

- Olle Felten (SE) afirmou que mais dinheiro não seria a solução, que o orçamento atual deveria ser utilizado

de modo mais eficiente, com mais qualidade, não concordando com o lançamento de novos impostos ao nível

europeu;

- Maria del Mar Angulo (ES) recordou o repto demográfico e dos desafios colocados a alguns E-M que têm

de enfrentar uma população crescentemente envelhecida, bem como das soluções fiscais para uma sociedade

onde os beneficiários tenderão a exceder os contribuintes. A esse propósito referiu a questão dos serviços a

disponibilizar e da sua qualidade, da luta contra a desertificação, entre outras questões;

- António Costa Silva (PT) referiu que as prioridades da União Europeia têm de ser apoiadas pelo

crescimento económico, devendo as mesmas estar centradas nas pessoas, sendo esse o seu fator distintivo em

relação a outras regiões. Considerou absurdo lançar novos impostos ou aumentar a carga fiscal sobre os

cidadãos ou sobre as empresas, devendo a Europa crescer e exportar mais, de modo a gerar mais riqueza,

conseguindo em simultâneo responder aos desafios crescentes, desde as alterações climatéricas às mudanças

no mercado de trabalho. A Europa deverá manter-se centrada, mantendo a competitividade, inovação e

conhecimento, defendendo o espaço de valores europeus, reforçando a coesão econômica, social e territorial,

promovendo a educação e sistemas sociais equitativos. Questionou então se o próximo programa quadro, bem

como o pós 2027, estaria em condições de responder a todos os desafios colocados pelo futuro e se seria

suficientemente flexível para incorporar as mudanças necessárias.

- Norberto Brackman (DE) inquiriu pelo motivo das instituições europeias terem de ser financiadas, qual o

valor acrescentado que trariam e que justificariam os avultados custos administrativos da União, exigindo que

os mesmos fossem explicados a e validados por os cidadãos.

- Dimitrios Mardas (EL) referiu o orçamento comum para a defesa como exemplo de valor acrescentado de

realização de despesas ao nível europeu na racionalização de recursos mas sem perder de vista que os E-M

têm de manter a sua capacidade para responder a desafios individuais;

- Antonio Misiani (IT) aludiu à questão da gestão de fronteiras e de infraestruturas comunitárias. Afirmou

que sem decisões arrojadas não seria possível lançar projetos ambiciosos, que as iniciativas ao nível europeu

tenderiam a estagnar caso não existisse uma gestão da relação entre o nível europeu e nacional;

- Margarida Marques (PT) referiu as intervenções da sessão como um exemplo do diálogo entre o nível

nacional e comunitário, agradecendo as intervenções realizadas pelos representantes da Comissão Europeia.

Aludiu à complexidade da calendarização — Brexit, eleições europeias, — bem como aos desafios do contexto

atual identificados no Livro Branco sobre o Futuro da Europa, incluindo o Brexit. Colocou algumas questões

sobre os recursos próprios, da necessidade de novos meios para atingir novos desafios, dando o exemplo do

orçamento para a defesa. Referiu o valor acrescentado da coesão para a promoção de emprego, articulado com

um aumento de competitividade, de modo a promover a convergência europeia;

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- Ivan Bartolo (MT) mencionou a experiência do seu país e dos benefícios colhidos do financiamento

comunitário, que excedem avaliações economicistas e que seriam impossíveis de alcançar de modo isolado.

Deste modo, urgiu a que fosse reforçada a solidariedade e colaboração entre os E-M, aumentando todos as

suas contribuições;

- Jorgen Andersson (SE) sublinhou a perspetiva do seu país, enquanto contribuinte líquido, de reforma e

maior eficiência de utilização de fundos. Considerou que menos protecionismo e mais comércio seriam formas

de alcançar os mesmos objetivos sem aumentar as contribuições;

- Skevi Koutra-Koukouma (CY) recordou o aumento de movimentos populistas e xenófobos, que a

Comissão aparentava ignorar mas às quais deveria responder, melhorando a qualidade de vida. Inquiriu qual a

resposta prevista para a retirada dos EUA do acordo de Paris sobre o clima, bem como a outros desafios

comuns, incluindo na educação;

- Joel Giraud (FR) inquiriu sobre as soluções previstas pela CE para o Brexit e que visão teria para o futuro

do IVA, questionando quer os cenários minimalistas quer os maximalistas propostos;

- Paulo Trigo Pereira (PT) referiu os objetivos de um orçamento da UE e da necessidade de incorporar a

função de estabilização, o que exige uma dimensão superior ao atual e que tenha incorporado “estabilizadores

automáticos”, como seja um esquema de seguro de desemprego á escala da União (unemplyment insurance

scheme) . Questionou a separação entre meios e objetivos, e que o equilíbrio orçamental não deve ser tido como

um objetivo em si, mas como um meio. Sublinhou que é necessário distinguir, de acordo com a melhor teoria do

“federalismo orçamental, as despesas e receitas que devem ser promovidas a um nível comunitário, incluindo

nelas certamente a defesa — que têm a ver com “bens públicos europeus” — ou a agricultura, numa ótica mais

redistributiva — daquelas receitas e despesas que deverão ser descentralizadas nos Estados nacionais ou a

nível sub-nacional.

- Momodou Jallow (SE) aludiu ao impacto social da utilização de fundos, contribuições e transparência de

alocação, discordando da utilização de fundos para a militarização europeia ou para E-M que realizam uma má

gestão e alocação de fundos;

- Paolo Guerrieiri Paleotti (IT) referiu o que considerou ser uma relação clara entre valor acrescentado

europeu e utilização de fundos, que em articulação com a subsidiariedade seriam a base da construção do

projeto europeu. Aludiu à questão de aos fundos europeus serem adicionados os fundos nacionais, não devendo

os primeiros substituir os segundos, uma vez que nesse caso estariam a ser empregues para realizar objetivos

políticos de nível nacional e não de nível europeu.

Para terminar os trabalhos, após resposta às questões colocadas na última ronda da Conferência, Remo

Holsmer agradeceu a presença dos Senhores e Senhoras parlamentares reunidos, indicando que a próxima

reunião realizar-se-ia em Bruxelas no 1.º semestre de 2018, conforme previsto nos procedimentos da

Conferência do artigo 13.º, coincidindo com a semana parlamentar europeia e a Conferência sobre o Semestre

Europeu.

Palácio de São Bento, 12 de dezembro de 2017.

O Chefe de Delegação, Paulo Trigo Pereira.

Nota: A documentação disponibilizada, bem como um resumo das gravações realizadas nos dois dias desta

Conferência, estão disponíveis para consulta em: https://www.parleu2017.ee/en/events/interparliamentary-conference-

stability-economic-coordination-and-governance-european-union

Foi elaborada em inglês um resumo da reunião, com especial destaque para as intervenções dos oradores

convidados: https://www.parleu2017.ee/sites/default/files/2017-11/Presidency%20Summary%20SECG%20EN.pdf

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

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