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Quinta-feira, 27 de maio de 2021 II Série-D — Número 19

XIV LEGISLATURA 2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2020-2021)

S U M Á R I O

Delegação da Assembleia da República:

— Relatório da participação da Assembleia da República na Conferência Interparlamentar dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu – «COVID-19: impacto na saúde e efeitos sociais», que teve lugar em Lisboa no dia 13 de abril de 2021, por videoconferência.

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DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO DA PARTICIPAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NA CONFERÊNCIA

INTERPARLAMENTAR DOS PARLAMENTOS NACIONAIS E DO PARLAMENTO EUROPEU – «COVID-19:

IMPACTO NA SAÚDE E EFEITOS SOCIAIS», QUE TEVE LUGAR EM LISBOA NO DIA 13 DE ABRIL DE

2021, POR VIDEOCONFERÊNCIA

Lisboa, 13 de abril de 2021

(videoconferência)

I. Enquadramento

A conferência interparlamentar sobre «COVID-19: impacto na saúde e efeitos sociais» realizou-se em Lisboa,

no dia 13 de abril de 2021, no âmbito da Dimensão Parlamentar da Presidência Portuguesa do Conselho da

União Europeia (ARPPUE), com o seguinte programa:

1. Sessão de abertura

2. Sessão I – O combate à pandemia de COVID-19 – Quais os contributos para

a definição de uma política de saúde europeia mais forte?

3. Sessão II: Impacto socio-laboral da pandemia no emprego

4. Sessão III: Pilar Europeu dos Direitos Sociais: implementação do Pilar e

reforço dos sistemas de saúde

Atendendo às circunstâncias excecionais impostas pela pandemia de COVID-19, o aludido evento assumiu

a forma de videoconferência, a partir da Assembleia da República, e contou com a participação de 22

parlamentos nacionais da UE e do Parlamento Europeu (PE).1

Integraram a delegação da Assembleia da República a Presidente da Comissão de Saúde, Deputada Maria

Antónia de Almeida Santos (PS), o Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social, Deputado Pedro

Roque (PSD), e os Deputados, membros das referidas Comissões, Ana Rita Bessa (CDS-PP), António Maló

de Abreu (PSD), Helga Correia (PSD), Hortense Martins (PS), João Paulo Pedrosa (PS) e Sónia

Fertuzinhos (PS).

A assessoria foi prestadapelo representante permanente da Assembleia da República junto da União

Europeia, Bruno Dias Pinheiro, pela equipa de coordenação da AR-PPUE e pelas equipas de apoio à Comissão

de Saúde e à Comissão de Trabalho e Segurança Social.

Na conferência foram debatidos quais os contributos que o combate à pandemia da COVID-19 trouxe, e

ainda pode trazer, para a definição de uma política de saúde europeia mais resiliente, o impacto socio-laboral

da crise da pandemia no emprego e a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, sendo feita também

uma reflexão sobre o papel da União Europeia.

II. Da conferência interparlamentar

1. Sessão de abertura

A sessão de abertura foi presidida por S. Ex.ª o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro

Rodrigues2, que deu as boas-vindas aos participantes e agradeceu a organização desta iniciativa, que visou

refletir sobre a pandemia provocada pela COVID-19, que assumiu um impacto substancial a nível global e

europeu, como pode ser confirmado pelos dados estatísticos disponíveis. Referiu as restrições à liberdade de

circulação e à fruição da vivência em sociedade a que a pandemia obrigou e a queda dos indicadores

económicos referentes ao produto interno bruto, atividade económica, emprego, consumo, comércio,

1 A lista de participantes está disponível nesta hiperligação. 2 Intervenção integral do Presidente da Assembleia da República nesta hiperligação.

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rendimentos, esperança média de vida e taxa de natalidade. Salientou que é necessário pensar em como nos

devemos preparar para futuras situações de pandemia, ponderar o que é adequado utilizar para o seu combate,

em termos dispositivos de defesa e proteção civil, e ainda como se poderão evitar sobrecargas nas unidades de

cuidados intensivos. Recordou que as instituições europeias não têm uma capacidade instalada, como têm os

Estados nacionais, e que o processo de vacinação na UE se iniciou antes disso acontecer em muitos outros

países. Refletiu ainda sobre o papel da medicina de reabilitação no tratamento dos danos provocados pelo vírus

em muitos dos que foram infetados, havendo que equacionar se estaremos perante uma doença crónica.

Lembrou os problemas na área da saúde mental provocados pela pandemia, o impacto que esta teve na

organização do trabalho e o crescimento dos casos de pessoas em situação de sem-abrigo. Disse considerar

que é preciso analisar quais as medidas de saúde pública adicionais que deverão ser adotadas a nível nacional,

europeu e multilateral e o que fazer para contrariar clivagens sociais e o agravamento de desigualdades.

Concluiu manifestando solidariedade para com todos quantos têm sido afetados pela pandemia, prestando

homenagem aos que perderam a vida, e convidando os presentes a assistir a um pequeno vídeo3, que constitui

um tributo simbólico da Assembleia da República às vítimas do novo coronavírus.

2. Sessão I – O combate à pandemia de COVID-19 – Quais os contributos para a definição de uma

política de saúde europeia mais forte?

Na primeira sessão, presidida pela Presidente da Comissão de Saúde, Deputada Maria Antónia de Almeida

Santos, sob o título «O combate à pandemia de COVID-19 – Quais os contributos para a definição de uma

política de saúde europeia mais forte?», foram discutidas as seguintes questões: Que lições devem ser extraídas

da pandemia de COVID-19 no que diz respeito às políticas de saúde da UE e dos seus Estados-Membros, e o

que pode ser melhorado para que a resposta a crises sanitárias futuras seja mais eficaz? Que medidas, em

particular, podem ser adotadas para melhorar a cooperação entre os Estados-Membros da UE em matéria de

saúde? Como podem a UE e os seus Estados-Membros melhorar o fornecimento dos principais medicamentos

de forma a tornarem-se, cada vez menos, dependentes das importações? Como podem as soluções digitais ser

aproveitadas, de forma mais eficaz, na gestão de crises?

A Presidente da Comissão de Saúde, após dar as boas vindas a todos os participantes, começou por referir

que é indubitável que a COVID-19 irá cunhar uma era. Deu nota da dura realidade da pandemia e da resposta

exigente que a mesma está a implicar, por vezes até ao extremo do trauma civilizacional. De um ponto de vista

organizacional e estrutural e no contexto da União Europeia, sublinhou a urgência do debate em torno do futuro.

Salientou que esta luta mundial tem realçado a importância da aposta numa relação cada vez mais recíproca e

sucessiva entre os Estados-Membros, privilegiando parcerias, modelos de cooperação, sinergias e alianças

estratégicas. Aludiu às diversas frentes, no campo da saúde, em que a UE tem combatido, tendo realçado o

«Programa da UE pela Saúde 2021-2027» e a vacinação contra a COVID-19, que tem acelerado em toda a

União Europeia, bem como a proposta de implementação do Certificado Verde Digital e a «Incubadora Hera».

Assim, lançou o mote para o debate sobre se a UE está a aproveitar esta pandemia para fortalecer os sistemas

de saúde dos Estados-Membros e a construir um sistema de saúde europeu mais resiliente. Agradeceu a

presença de todos e passou a palavra ao Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Dr. António Lacerda Sales,

que, face ao imprevisto de agenda, veio em substituição da Ministra da Saúde, Dr.ª Marta Temido.

António Lacerda Sales4, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde (SEAS), saudou o Parlamento português

que, tal como na generalidade dos Estados-Membros, se manteve sempre em funções durante a pandemia,

bem como a organização da Conferência Interparlamentar em curso, que reforça a importância do diálogo entre

os parlamentos. Agradeceu todo o trabalho parlamentar que tem sido desenvolvido, lembrando que ninguém

imaginou que fosse possível uma ameaça com esta dimensão, mas que a resposta será mantida com energia

e convicção. Disse que é necessário ter capacidade de olhar para o futuro e de antecipar respostas às

dificuldades que continuarão a surgir e que os impactos na saúde provocados pela COVID-19 têm colocado à

prova todas as estruturas de saúde, a capacidade de resposta dos sistemas de saúde e a capacidade de

reorganização de serviços e profissionais. Mas, por outro lado, entendeu que foi reforçada a importância das

3 Vídeo disponível nesta hiperligação. 4 Intervenção integral do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde nesta hiperligação.

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respostas intersectoriais, a capacidade de inovação e transformação e melhorou a capacidade de respostas em

saúde pública. No que respeita aos profissionais de saúde, o SEAS chamou a atenção para o esforço sem

limites que fizeram durante esta crise sanitária e para as marcas que este combate neles deixará. Lembrou a

necessidade de acompanhamento das pessoas que foram infetadas, por causa das sequelas, bem como das

que têm outras patologias e precisam de retomar os cuidados. Considerou que terão de se repensar os sistemas

de saúde e a medicina que se pratica, bem como reforçar a humanização dos cuidados. Salientou que a saúde

tem de estar em todas as políticas, porque todas as políticas setoriais atuam decisivamente sobre todos os seus

determinantes. Realçou que a pandemia atingiu com especial intensidade os mais vulneráveis, sendo necessário

colocar todo o empenho na sua proteção, o que este Governo está efetivamente a fazer, tal como o fez em

relação aos mais vulneráveis por razões de idade. Disse que combater a crise de saúde é também combater a

crise económica e social e que este trabalho continuará, para que seja possível responder aos inúmeros desafios

do futuro.

De seguida, Stella Kyriakides5, Comissária Europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, referiu que a

pandemia provocada pela COVID-19 desafiou a Europa de uma forma sem precedentes e notou os esforços

desenvolvidos para que fosse dada uma resposta resiliente, coordenada e unida, virada igualmente para a

construção de um sistema de saúde mais forte e preparado para o futuro. Salientou a estratégia de vacinação

da UE como um exemplo da colaboração e solidariedade em ação, destacando a produção e entrega em tempo

recorde de vacinas seguras e eficazes, lembrando que sai reforçada a convicção de que se precisa de mais

Europa na saúde. Daí as propostas da Comissão, que dotarão a UE de mecanismos que permitam aumentar o

grau de preparação, prevenção e resposta a ameaças futuras, como o reforço da Agência Europeia do

Medicamento e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo e a proposta de criação de uma autoridade de

resposta a emergências sanitárias (HERA), pedra de toque da resposta da UE a estas ameaças, antecipando-

as e identificando as soluções adequadas a permitir uma resposta rápida e eficaz a emergências sanitárias

futuras. Referiu também que uma UE mais saudável, resiliente e igualitária representa um desafio complexo,

mas exequível, através de medidas com impacto concreto na saúde dos europeus, como o Plano Europeu de

Combate ao Cancro e a nova Estratégia Farmacêutica Europeia. Lembrou ainda que a COVID-19 implicou

profundas mudanças e chamou igualmente a atenção para áreas em que se pode e se deve melhorar, para a

proteção de todos os cidadãos europeus, revelando desafios que só poderão ser enfrentados através da

cooperação e da união de esforços.

No período de debate que se seguiu, intervieram Deputados das delegações dos parlamentos nacionais e

do Parlamento Europeu, que referiram algumas das lições que podem ser aprendidas com a pandemia de

COVID-19, salientando a necessidade de cooperação e coordenação da resposta europeia à pandemia, bem

como de garantir medicamentos e vacinas e promover a investigação científica, investindo mais na pesquisa e

estudos de forma coordenada e na telemedicina. Uma vacinação rápida foi entendida como fundamental, sendo

preciso igualmente assegurar a prevenção e ter uma estratégia de longo prazo, que permita um acesso

equitativo e universal a todos. Foram manifestadas preocupações sobre como irão os sistemas de saúde

recuperar após a pandemia, sobre a necessidade de alinhamento dos Estados-Membros com as agências

europeias, que têm de ser reforçadas, e da consciencialização de todos de que, nesta era de globalização, uma

pandemia não afeta os países a nível individual. A transparência no processo de negociação das vacinas foi

também referida como necessária, sendo importante criar mecanismos de articulação entre os Estados-

Membros, pois a saúde pública não será mais um assunto de fronteiras. A solidariedade foi entendida como um

aspeto muito relevante, quer a nível interno, quer a nível mundial, designadamente com os países mais

vulneráveis. Salientou-se ainda a grande dedicação dos profissionais de saúde e a importância de investir na

sua formação profissional. Em suma, foi entendido que a pandemia mostrou como a saúde pode ser

determinante para a economia e para a sociedade.

Hortense Martins, Deputada à Assembleia da República, fez a sua intervenção nos termos que se seguem:

«Em Portugal superamos muitas vezes as nossas capacidades: reforçamos os orçamentos para salvar vidas,

agilizámos procedimentos e o nosso SNS e sistema de saúde enfrentou esse desafio ao serviço dos

portugueses, com uma enorme dedicação dos nossos profissionais de saúde. Todos queremos aumentar o

5 Intervenção integral da Comissária Europeia para a Saúde e Segurança Alimentar nesta hiperligação.

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acesso, diminuir as desigualdades para os nossos concidadãos e humanizar as nossas instituições. Com mais

união, coordenação, inovação e solidariedade enfrentaremos melhor os desafios. Mas precisamos de aprofundar

as respostas ao nível da concertação, reforçando as instituições (por ex. a EMA); acelerar o processo de

vacinação, que neste trimestre entrará numa fase importante, com mais disponibilidade de vacinas; continuar a

garantir a segurança das vacinas e o acesso universal, a melhoria dos processos e sua simplificação evitando

redundâncias, ao nível das várias agências. E ainda diminuir a dependência de elementos básicos, aumentando

a produção em proximidade, com a tão falada reindustrialização; temos de ter maior capacidade de negociação

de preços, quanto aos medicamentos e, em particular, no respeitante a medicamentos inovadores, aumentando

a rapidez do acesso, a quem deles necessite; investir na inovação e digitalização, como aspetos críticos para a

prestação de melhores e mais eficientes, cuidados de saúde. Por último, todos temos a responsabilidade de

reforçar os nossos sistemas de saúde, e em Portugal, em particular o SNS, para também assim estarmos mais

bem preparados para enfrentar as próximas pandemias. Estou certa de que venceremos esses desafios.»

Em resposta às considerações feitas e às questões colocadas, a Comissária Stella Kyriakides concordou

ser fulcral aproveitar todas as oportunidades dadas pela pandemia para ser pensado o trabalho futuro na área

da saúde, relembrando que foram apresentadas propostas para uma União Europeia da saúde mais robusta, de

modo a responder aos problemas apontados e às expetativas dos cidadãos europeus, salientando igualmente

a importância do Certificado Verde Digital, que permitirá a abertura de fronteiras e a circulação de pessoas de

modo mais seguro e eficiente, bem como a estreita cooperação que tem sido desenvolvida com a OMS, pois a

pandemia tem de ser enfrentada de modo global. Salientou ainda a coordenação e a colaboração entre a UE e

os Estados-Membros, agradecendo o apoio dado aos programas de saúde europeus e dando ainda destaque

ao reforço dos mandatos da EMA e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo.

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde chamou a atenção para o momento marcante que se vive, em

Portugal e na Europa, com o combate à pandemia provocada pela COVID-19, que constitui um grande desafio

político, sanitário, económico e social, considerando que este combate contribuiu para a construção do projeto

europeu e reforço da solidariedade entre os Estados-Membros. Destacou a importância da intervenção europeia

no âmbito da testagem, aquisição de equipamentos de proteção individual, máscaras e ventiladores,

colaboração entre profissionais e vacinação e que são importantes as respostas conjuntas, lembrando, por

exemplo, o programa europeu «EU4Health». No plano nacional português, o Programa de Governo assentou

nos desafios estratégicos das alterações climáticas, da demografia, das desigualdades e da sociedade digital,

tendo a pandemia aprofundado a importância de cada um deles, tendo aumentado a pressão sobre a transição

demográfica, a transição de morbilidade, com preponderância de doenças crónicas, a aceleração do progresso

tecnológico e a debilitação da capacidade de financiamento. Daí a importância do Pilar Europeu dos Direitos

Sociais, assumido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, bem como do reforço da

cooperação entre os Estados-Membros na área da saúde, com vista a aumentar a capacidade de resposta dos

serviços às ameaças de saúde pública. Durante esta crise, Portugal tem dado as respostas que foram exigidas

em cada momento, considerando que, não obstante os impactos negativos resultantes da pandemia, esta

restituiu a esperança numa Europa mais forte e mais coesa.

Nas suas observações finais, a Presidente da Comissão de Saúde sublinhou que as intervenções haviam

espelhado, de forma muito lúcida, as preocupações dos europeus e destacou, como conclusões gerais, o

impacto brutal na vida de todos, os efeitos na saúde física e mental de um grande número de cidadãos e o

aumento das desigualdades sociais; os fortes impactos no mundo do trabalho, com uma alteração profunda na

sua organização, passando o trabalho online a ser uma realidade constante; a necessidade de se ter uma

perspetiva de futuro, mostrar resiliência e capacidade para articular de forma eficaz os sistemas de saúde

europeus; a importância de se aumentar a vacinação e reforçar o papel da UE no processo de negociação das

vacinas; que os sistemas de saúde foram colocados à prova e que os profissionais estão a fazer um esforço

sem limites para responder às necessidades criadas pela pandemia; que os mais vulneráveis são os que mais

têm sido atingidos, sendo imprescindível reforçar mecanismos de solidariedade e criar instrumentos que

permitam ajudar os que mais sofrem.

3. Sessão II: Impacto socio-laboral da pandemia no emprego

Na segunda sessão, presidida pelo Deputado PedroRoque, dedicada à análise dos impactos socio-laborais

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da pandemia no emprego, foram abordadas as seguintes questões-chave: Que medidas adicionais podem ser

implementadas a nível da União com vista à diminuição da taxa de desemprego nos jovens? De que forma

podem os Estados-Membros melhorar o acesso ao emprego, a condições de trabalho justas e à proteção social?

O Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social começou por dar as boas-vindas aos

participantes, enquadrando a conferência no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia

e sublinhando que o surto do vírus SARS-CoV-2 acentuou as desigualdades pré-existentes entre países com

realidades socioeconómicas distintas, entre trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria, entre

homens e mulheres e entre jovens e menos jovens. Nesta ótica, considerou ser importante realçar que o relatório

da Comissão Europeia sobre a avaliação preliminar do impacto do programa SURE, publicado em 22 de março

de 2021, apresentou uma conclusão positiva: Foi possível atenuar as graves consequências socioeconómicas

da crise da COVID-19, contendo o aumento do desemprego nos 18 Estados-Membros beneficiários deste

programa. Por outro lado, assinalou que questões como a igualdade de género e de transparência salarial, bem

como a forma de participação no mercado de trabalho, os rendimentos e a conciliação da vida profissional e

familiar não poderiam ser minoradas. Enfatizou ainda que o desafio da Europa, naquele momento, se cingia, por

um lado, a dar resposta aos problemas imediatos e, por outro, a promover uma recuperação pós-pandemia que

não deixasse ninguém para trás. Antevendo um mundo laboral pós-pandemia, o Presidente da Comissão de

Trabalho e Segurança Social sublinhou que os novos desafios como o teletrabalho, as plataformas de trabalho

e a automatização obrigariam os Estados-Membros a repensar a proteção social. Terminou a sua alocução

fazendo uma breve antevisão do tema previsto para a reunião em curso, cumprimentando e apresentando os

oradores da segunda sessão.

Ana Mendes Godinho6, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), principiou por

mencionar que, numa Europa profundamente abalada por uma pandemia imprevisível, foi o Estado Social que

garantiu uma resposta adequada às famílias, trabalhadores e empresas. Enalteceu ainda a importância da

resposta europeia coordenada e realçou a criação de programas como: o instrumento europeu de apoio

temporário para atenuar os riscos de desemprego numa emergência (SURE) ou a iniciativa para Assistência de

Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REact-EU). Segundo a MTSSS, sem uma coordenação

ao nível Europeu, países como Portugal teriam uma dificuldade acrescida em responder à pandemia. Anteviu

ainda que esta coordenação seria fundamental na fase de recuperação económica que se avizinhava. Ao nível

das políticas nacionais adotadas, sublinhou que a prioridade do Governo português incidiu no reforço da

qualificação e capacitação dos jovens, referindo o desiderato de, até 2023, todos os desempregados terem uma

oferta de formação na área digital, adequada ao seu nível de qualificação e perfil de competências. Mencionou

ainda a preconizada elaboração de um Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho como forma de promoção de

uma agenda de trabalho digno, mediante: a regulamentação de novas formas de trabalho conexas com as

transformações no trabalho e na economia digital (plataformas digitais, teletrabalho, nómadas digitais, entre

outras); o reforço das áreas estratégicas e com potencial de crescimento ao nível do emprego; e a criação de

programas de requalificação e reconversão no mercado de trabalho.

O orador seguinte, Nicolas Schmidt, Comissário Europeu para o Emprego e os Direitos Sociais, referiu que

a perspetiva económica atual era positiva, ainda que fosse necessário relançar a economia europeia muito

rapidamente. A propósito do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, e recordando as palavras do Primeiro-Ministro

português, António Costa, manifestou a sua concordância com a opinião de que o Pilar Europeu dos Direitos

Sociais refletia a marca europeia e o modelo social da Europa. Declarou que, em consequência da situação

pandémica em que vivemos, a União Europeia perdeu seis milhões de postos de trabalho, sendo fulcral criar

mais programas de apoio que permitam, não só a manutenção dos postos de trabalho existentes, como a criação

de emprego. Nas suas palavras, «os jovens são as primeiras vítimas da crise», pelo que uma das prioridades

da Europa deveria residir na sua formação, de modo a permitir que os que estão desempregados ou à procura

de emprego logrem encontrar trabalho. Denunciou que existia uma desadequação entre os trabalhos que estão

disponíveis e os trabalhadores com formação adequada para os executar, opinando que deveria existir maior

mobilidade de trabalhadores para os setores em declínio. Referindo-se à pobreza na Europa, sinalizou que a

União Europeia criou a Garantia para a Infância para proteger as crianças da pobreza extrema, e também que

em 21 de junho seria discutida uma nova proposta para apoiar cidadãos europeus que não tenham casa, e por

6 Intervenção integral da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social nesta hiperligação.

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último que continuaria a ser discutida a criação de um salário mínimo para os Estados-Membros que ainda não

tivessem adotado esse limiar.

Nesse momento, o Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social agradeceu as intervenções

dos oradores e abriu as inscrições para os delegados que desejassem formular questões ou comentários ao

que foi discorrido.

Na discussão, os oradores trocaram pontos de vista sobre a necessidade de garantir os direitos dos

trabalhadores e evitar a desregulação do mercado, melhorar o rendimento dos trabalhadores mais vulneráveis,

em paralelo com o necessário reforço da capacidade dos sistemas de saúde. Foi ainda abordada a necessidade

de encontrar respostas comuns de combate às desigualdades.

Helga Correia, Deputada à Assembleia da República, mencionou que a crise de saúde pública provocada

pela COVID-19 se transformou numa crise económica e social, com impacto no mercado de trabalho e nas

empresas. Portugal, que desde 2014, registava uma trajetória de crescimento e recuperação da crise anterior,

viu a recuperação do país inverter-se. Destacou igualmente que a massificação do teletrabalho trouxe novos

desafios ao Estado português, e que durante aquele período se criaram apoios às empresas com vista à

manutenção de postos de trabalho. Por outro lado, denunciou que o agravamento da crise viera demonstrar que

os apoios eram, em muitos casos, insuficientes, pelo que importava garantir uma continuidade das medidas de

apoio social. Salientou que esta crise veio acentuar as desigualdades entre jovens e menos jovens e entre

homens e mulheres. Concluiu resumindo que importava assim perceber qual o papel da UE na contenção dos

níveis de desemprego e em que medida deveriam ser reforçados os apoios já existentes.

Em resposta às considerações feitas e às questões colocadas, a Ministra do Trabalho, Solidariedade e

Segurança Social, depois de agradecer os contributos de todos os participantes, reiterou o consenso verificado

quanto à necessidade de reforçar o papel do Pilar Europeu como instrumento fundamental para a recuperação

económica e social. Assim, sinalizou que se vivia uma fase crítica na afirmação da Europa social, frisando,

quanto aos dossiers em análise, a diretiva europeia relativa aos salários mínimos na UE, mas também a Garantia

para a Infância e o lançamento da plataforma dedicada às pessoas em situação de sem-abrigo, tendo em vista

a assunção de respostas comuns. Por outro lado, realçou que todos se haviam referido à importância da adoção

de mecanismos ágeis para a criação de emprego e para a proteção das pessoas mais vulneráveis, através da

mobilização de recursos financeiros, no âmbito dos Planos Nacionais de Recuperação e Resiliência. Destarte,

vincou o significado do plano de ação de concretização do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, e o momento

único que teria lugar na Cimeira Social do Porto de maio, deixando o convite e o repto para que aí se definissem

de forma clara e inequívoca as prioridades europeias. Aproveitou ainda para aludir aos objetivos traçados, no

que concerne à criação de emprego, maxime jovem, à igualdade entre homens e mulheres, às qualificações e

ao combate à pobreza, que no seu entender deveriam integrar o Semestre Europeu, a fim de criar os

instrumentos necessários para alavancar a ambição enunciada, almejando-se sempre uma solução comum para

as dificuldades enfrentadas.

Por seu turno, o Comissário Nicolas Schmidt, começou por agradecer a participação e o empenho

demonstrado por uma Europa social, argumentando que a crise havia demonstrado que investir em

equipamentos e serviços de qualidade reforçava a resiliência das sociedades e economias, acrescentando que

a Cimeira Social do Porto, de maio, poderia deixar uma mensagem forte, de maior convergência social na

Europa. Por conseguinte, previu que a agenda do Porto orientaria as políticas dos próximos anos, com uma

economia ao serviço de todos, tal como afirmado pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.

Garantiu ainda o empenho na transparência salarial e na luta pela igualdade de género, já que as mulheres têm

vindo a pagar um preço superior durante esta crise, não só as que se encontravam na linha da frente, mas

também as que haviam perdido os seus postos de trabalho. Posto isto, fez referência à proposta sobre os

salários mínimos europeus, que reputou de necessária para enfrentar crises como esta, procurando evitar que

as pessoas caíssem numa situação de pobreza. Prosseguiu aludindo às transições verde e digital, e bem assim

aos seus impactos no mercado de trabalho, recordando que os Estados-Membros haviam sido convidados a

investir nas suas infraestruturas sociais, mas também na requalificação dos mais afetados pela pandemia. Notou

que a Comissão aumentou o financiamento dos apoios aos mais desfavorecidos, tal como exprimiu que a

Garantia para a Infância seria a melhor ferramenta para assegurar o futuro das crianças que não tinham os

meios adequados, sobretudo em tempos de aprendizagem à distância, ressalvando que todas as crianças

deveriam beneficiar das mesmas oportunidades. Por último, assinalou que a Comissão apresentaria um plano

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de ação para a recuperação da economia social, ajudando as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, a

encontrar emprego, e promovendo outras medidas no âmbito da economia circular.

Nas suas observações finais, o Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social manifestou a

sua concordância quanto ao referido pelos intervenientes, sublinhando que a dimensão social fora

particularmente afetada pela pandemia de COVID-19. Assinalou ainda que, no decurso das intervenções, foi

possível registar uma convergência de opiniões no sentido de que as soluções passariam necessariamente pela

implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, garantindo igualdade de oportunidades no acesso ao

mercado de trabalho, condições de trabalho justas, proteção social e inclusão. Alegou que o empreendedorismo

e o trabalho por conta própria deveriam ser reforçados, uma vez que promovem a criação de empresas por

desempregados e pessoas de grupos vulneráveis, o apoio aos empresários sociais e o microfinanciamento. Na

sua ótica, o foco deveria incidir igualmente sobre a melhoria das competências para os empregos já existentes,

de requalificação profissional e de aprendizagem ao longo da vida, conforme consagrado no Pilar Europeu dos

Direitos Sociais. Por fim, defendeu que o apoio ao emprego jovem deveria estar no centro da agenda europeia,

contribuindo para fomentar as medidas de apoio a jovens que não estudam e não trabalham, ou estão em

situação de desemprego.

4. Sessão III – Pilar Europeu dos Direitos Sociais: Implementação do Pilar e reforço dos sistemas de

saúde

Na terceira sessão, presidida pela Deputada Maria Antónia de Almeida Santos e pelo Deputado Pedro

Roque, subordinada ao tema «Pilar Europeu dos Direitos Sociais: implementação do Pilar e reforço dos sistemas

de saúde», foi discutida a seguinte questão: Quais as medidas-chave que podem ser tomadas ao nível da UE

com vista à redução da pobreza no trabalho?

A Presidente da Comissão de Saúde abriu a última sessão, sublinhando que a crise provocada pela

COVID-19 tem assumido uma gravidade sem precedentes, não só ao nível da saúde pública, como também ao

nível laboral e social. Tendo em consideração que a agenda social é uma das grandes prioridades da

Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, deu especial destaque à já referida Cimeira Social, a

realizar em maio, na cidade do Porto, com a presença dos parceiros sociais europeus, representantes de

entidades da sociedade civil, líderes políticos dos Estados-Membros e responsáveis das instituições

comunitárias, para assinarem uma declaração sobre o desenvolvimento do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

Deu nota, ainda, que, no dia seguinte, teria lugar o Conselho Europeu informal, onde seria aprovada a

Declaração do Porto sobre o Pilar Social. Recordou o reconhecimento generalizado de que é fundamental

alcançar um funcionamento mais justo e eficaz dos mercados de trabalho e dos sistemas de proteção social ao

nível da igualdade de oportunidades, do acesso ao mercado de trabalho, da proteção social, dos cuidados de

saúde, da aprendizagem ao longo da vida, do equilíbrio entre vida profissional e familiar e da igualdade salarial

entre homens e mulheres. Aludiu ao objetivo de aprovar um programa com medidas concretas para executar o

Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Passou, de seguida, a palavra ao orador convidado para esta sessão, o

Presidente do Conselho Económico e Social português, Dr. Francisco Assis, a quem agradeceu a presença.

Francisco Assis trouxe uma reflexão que ligou as questões da saúde ao processo de construção europeia,

começando por lembrar o projeto de criação, ainda numa fase embrionária do projeto europeu, de uma Comissão

Europeia da saúde, que visava a promoção do projeto europeu em torno de questões caras aos cidadãos

europeus, visando a harmonização e cooperação a diversos níveis, mas que não singrou. Destacou ainda a

importância da resposta económica e financeira dada pela Europa às necessidades trazidas pela pandemia,

nomeadamente a política de aquisição de vacinas em bloco e a sua distribuição pelos Estados-Membros, e

salientou que esta crise mostrou bem a importância da dimensão social da política europeia, descrevendo a

Europa como uma região que motiva a democracia pluralista, que valoriza a economia de mercado e que

promove o Estado social, por todos reconhecido como garante fundamental da dignidade do ser humano, sendo

por isso essencial reforçar o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

Seguiu-se um período de debate, em que intervieram Deputados de diversas delegações, que sublinharam

a importância da definição de medidas concretas com vista à redução da pobreza no trabalho, bem como à

promoção da justiça e igualdade no trabalho, tendo sido manifestada uma grande expetativa quanto à Cimeira

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27 DE MAIO DE 2021

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Social do Porto, porquanto sendo uma cimeira centrada no plano de ação para a aplicação do Pilar Europeu dos

Direitos Sociais, foi reconhecida como tendo uma importância vital e decisiva na concretização daquele objetivo.

Ana Rita Bessa, Deputada à Assembleia da República, enfatizou que, numa perspetiva global, todas as

delegações reconheciam existir uma forte relação entre sistemas de proteção social e sistemas de saúde.

Recordando a intervenção do Dr. Francisco Assis, admitiu existir uma miríade de modelos nos vários países da

UE relativamente a estes dois sistemas. No que se refere ao Pilar Europeu dos Direitos Sociais, declarou que

os 20 princípios nele previstos emanavam uma forte mensagem, não só no seio da Europa, mas também no

exterior. Afirmou que o verdadeiro desafio residia na existência de realidades sociais, económicas, institucionais

e de políticas públicas díspares em toda a Europa e na necessidade de as mesmas convergirem nas metas e

objetivos do Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Partilhou o seu entendimento de que, na aplicação deste Pilar,

fosse atendido o facto de a Europa ser uma nação envelhecida e que, por essa razão, deveria ter particular

enfoque nos cuidados e apoios sociais a uma camada da população mais idosa, que demonstrou particular

fragilidade durante a pandemia COVID-19.

Francisco Assis referiu ser imperioso resolver de modo articulado os problemas de saúde, sendo igualmente

fundamental avançar mais na dimensão social, reforçando-a e adequando-a às exigências orçamentais, frisando

ainda a articulação que deve existir entre a segurança social e a saúde, no que concerne à questão do

envelhecimento. Referiu que a presente crise veio chamar a atenção para as novas formas de organização do

trabalho, que se mostra necessário regular e para os trabalhadores em situação de pobreza, problema

gravíssimo que reclama uma discussão séria. Por fim, destacou a importância do diálogo entre os diversos

parlamentos nacionais como complemento da atividade do Parlamento Europeu.

Nas suas observações finais, o Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social refletiu sobre o

impacto da crise provocada pela COVID-19, sublinhando que seria certamente a crise mais grave e profunda

que a União Europeia conheceu desde a sua fundação, tanto em termos sanitários como em termos laborais e

sociais. Referiu, a este respeito, que a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, ciente dessa

realidade, incluiu no seu programa objetivos atinentes ao emprego, política social e saúde, pretendendo

promover a inclusão da dimensão social na formulação da política económica, industrial e digital e na

implementação dos Planos Nacionais de Recuperação e Resiliência. Por outro lado, mencionou que a resposta

da União Europeia à pandemia resultou na adoção de medidas em várias áreas, de modo a enfrentar a crise e

a reduzir o seu impacto social e económico, a promover a solidariedade e a reforçar o setor da saúde nos

Estados-Membros. A propósito do importante papel da União Europeia neste domínio, sublinhou a vacinação

contra a COVID-19, a avaliação e criação do Certificado Verde Digital, e o lançamento da «Incubadora Hera»,

a qual contribuirá para munir a Europa de ferramentas importantes para enfrentar as variantes do vírus SARS-

COV-2. Concluiu manifestando confiança que a Cimeira Social de alto nível, centrada no plano de ação para a

aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e seguida de uma reunião informal dos chefes de Estado e de

Governo, a 7 e 8 de maio, na cidade do Porto, contribuiria para um forte e decisivo impulso na concretização e

cumprimento das metas propostas no Plano de Ação para o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

III. Notas finais

Para além dos documentos citados e mencionados em nota de rodapé, toda a documentação referente à

Conferência Interparlamentar coorganizada pela Comissão de Saúde e pela Comissão de Trabalho e Segurança

Social: «COVID-19: Impacto na saúde e efeitos sociais» podem ser consultados nesta hiperligação.

Palácio de São Bento, 13 de maio de 2021.

A Presidente da Comissão de Saúde, Maria Antónia de Almeida Santos — O Presidente da Comissão de

Trabalho e Segurança Social, Pedro Roque.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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