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Quinta-feira, 23 de setembro de 2021 II Série-D — Número 2

XIV LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2021-2022)

S U M Á R I O

Delegações da Assembleia da República: — Relatório da participação de uma Delegação da Assembleia da República na 42.ª reunião do Bureau da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, que teve lugar, por videoconferência, no dia 2 de junho de 2021. — Relatório da participação de uma Delegação da Assembleia da República na 15.ª Sessão Plenária da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, que teve lugar, por videoconferência, nos dias 3 e 4 de junho de 2021.

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42.ª Reunião do Bureau da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo

Realizada virtualmente via Plataforma Zoom

RELATÓRIO

2 de junho de 2021

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RELATÓRIO

Introdução

A 2 de junho de 2021, teve lugar a 42.ª Reunião do Bureau da Assembleia Parlamentar do

Mediterrâneo (APM) que decorreu por videoconferência, devido às restrições impostas pela

pandemia da COVID-19.

Participaram no evento o Presidente da APM, o Deputado Karim Darwish (Egito), o

Presidente Emérito, o Senador Lhou Lmarbouh (Marrocos), os Vice-Presidentes da APM que, à

data, eram membros das delegações da Argélia, Egito, Israel, Itália, Jordânia, Palestina e Portugal,

bem como o Secretário-Geral da Organização, o Embaixador Sergio Piazzi.

De referir também que o Deputado Pedro Roque (PSD), Vice-Presidente da Delegação da

Assembleia da República à APM, participou enquanto Presidente Emérito e, igualmente, na

qualidade de Vice-Presidente por inerência, à data, do cargo de Presidente da Comissão de

Cooperação Económica, Social e Ambiental (II Comissão).

A reunião realizou-se cumprindo a Agenda de Trabalhos (Anexo I), iniciando-se com os

cumprimentos aos participantes pelo Secretário-Geral da APM que, de imediato, deu a palavra ao

Presidente da Organização.

Na abertura do evento o Presidente Karim Darwish destacou a excelente organização da

15.ª Sessão Plenária, nomeadamente a qualidade e a pertinência dos relatórios e recomendações

que seriam apresentados nas reuniões das Comissões Permanentes, referindo igualmente os

desafios políticos, económicos e sociais, resultantes da pandemia da COVID-19, na região

mediterrânica. Adicionalmente, alertou para últimos episódios violentos observados no Médio

Oriente, os quais já resultaram em mortes de civis e na destruição de infraestruturas, pelo que seria

urgente restabelecer a paz, travar o ciclo de violência e retomar o diálogo na implementação da

Solução dos Dois Estados, sendo este reconhecidamente o único caminho viável restabelecer o

diálogo e a paz entre os intervenientes no conflito.

Resultados das votações e últimas considerações para a 15.ª Sessão Plenária

No que se refere aos resultados das eleições para a Presidência da APM, o Secretário-

Geral mencionou que a empresa Civitas, responsável pelo processo de votação eletrónica e pelo

tratamento dos dados, enviou os resultados das votações no passado dia 31 de maio.

A Presidência foi disputada pela Deputada Sandrine Mörch (França) e pelo Deputado

Gennaro Migliore (Itália), cujos resultados foram, respetivamente, 9 votos (18%) e 40 votos (81%),

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apurados nas delegações dos países-membros do Grupo Geopolítico do Norte. Assim, o Deputado

Gennaro Migliore (Itália) foi eleito o próximo Presidente da APM para o biénio 2021-2022.

Foram também designados para o Bureau os seguintes Vice-Presidentes:

• Deputado Pedro Roque (PSD) (Portugal);

• Senador Lyes Achour (Argélia);

• Deputado Karim Darwish (Egito) – Presidente da II Comissão Permanente de

Cooperação Económica, Social e Ambiental;

• Deputada Sandrine Mörch (França) – Presidente da III Comissão Permanente dos

Direitos Humanos e Diálogo entre Civilizações;

• Deputado Yitzhak Pindros (Israel);

• Senadora Alia Bouran (Jordânia) – Presidente da I Comissão Permanente de

Cooperação Política e de Segurança;

• Deputado Belal Qasem (Palestina).

Quanto à alteração do Artigo 11, parágrafo 3, dos Estatutos1, proposta pela Delegação de

Itália, foi aprovada com 96% dos votos da totalidade das delegações dos países-membros. O

Presidente da APM referiu que estes resultados demonstram o sentimento unânime que existe na

Organização, felicitando este importante passo para a promoção da igualdade/paridade de género

na composição das delegações.

Relativamente à 15.ª Sessão Plenária, o Secretário-Geral da APM informou que foi atingido

um recorde de inscrições, certamente pelo facto de se realizar em formato virtual, uma vez que se

inscreveram neste evento 230 membros de delegações. Portanto, pela primeira vez todos os

países-membros estiveram representados numa Sessão Plenária. Dada esta ampla adesão, o

serviço de interpretação contemplará outros canais de interpretação além das línguas oficiais da

APM (inglês, francês e árabe), conforme solicitado por algumas delegações.

No que se refere aos relatórios apresentados no âmbito das reuniões das Comissões, o

Embaixador Sergio Piazzi informou que, diferente do que é habitual, não seriam acompanhados de

recomendações, mas sim de recomendações, uma vez que não seria possível propostas de

alteração aos documentos durante a Plenária. Todavia, as delegações que pretendessem

apresentar contributos às recomendações, poderiam enviá-los posteriormente ao Secretariado da

APM e seriam considerados para efeitos de relatório.

Para finalizar, o mesmo orador apresentou as informações técnicas, o painel de convidados,

o programa da 15.ª Sessão Plenária (Anexo II) e a lista de candidatos ao Prémio APM 2021.

1 Art.º 11, Parágrafo 3, dos Estatutos, «Os membros incluirão deputados e deputadas na sua delegação». Proposta de alteração: «Os membros devem incluir parlamentares masculinos e femininos na sua delegação. Se uma delegação

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Na edição deste ano do Prémio APM seriam reconhecidas as entidades e individualidades

cujas ações mais se destacaram nos domínios da cooperação e diálogo entre civilizações,

assistência humanitária/médica, gestão da migração, combate à violência doméstica, promoção da

igualdade de género, resposta a pandemias, proteção ambiental, e educação nas regiões euro-

mediterrânicas e do Golfo.

A Delegação da Assembleia da República à APM apresentou como candidata a Dr.ª

Andreia Castro, médica residente em Oeiras, Lisboa, que esteve em Beirute, entre os dias 8 a 15

de agosto, a prestar assistência médica voluntária. A médica portuguesa conseguiu angariar quase

15 mil euros e 300 quilos de material médico para os hospitais do Líbano, juntamente com a

Associação Romã Azul, com destino àquele país.

Os candidatos selecionados pelo Bureau a receber prémio, foram os seguintes:

– Fórum Árabe para o Ambiente e Desenvolvimento (AFED, sigla em inglês);

– A OMS e a sua resposta global à pandemia;

– Iniciativa COVAX;

– Iniciativa para a Educação Contínua dos Emiratos Árabes Unidos para o Mundo;

– Observatório TuttiMedia e Media Duemila (Itália);

– Dr.ª Andreia Castro (Portugal);

– Prémio conjunto da APM, que reconheceu as iniciativas dos Estados-Membros para

combater a violência doméstica, através do desenvolvimento de aplicações específicas para

smartphones: Argélia, Croácia, França, Grécia, Israel, Itália, Malta, Montenegro, Portugal, São

Marino e Turquia;

– Reino da Jordânia, um dos primeiros países a incluir os migrantes na sua campanha de

vacinação;

– Equipa HOPE (Líbano);

– Associação Mediterran: il nostro stile di vita (França e Itália);

– Dr. Néjib Belhadj Kacem (Tunísia);

– Dr. Kamal Hachkar (Marrocos);

– Dr.ª Sabrina Gahar (Argélia).

I Comissão – Comissão para a Cooperação Política e Segurança

A Presidente da I Comissão, a Senadora Alia Bouran (Jordânia), iniciou a sua apresentação

enaltecendo a excelente organização da APM na 15.ª Sessão Plenária e agradecendo o espaço de

debate mais prolongado que foi proporcionado à sua Comissão para abordar as suas temáticas

nacional não cumprir o disposto no Artigo 11, parágrafo 3, por ocasião da Sessão Plenária a delegação terá direito a apenas um voto».

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nessa Sessão. Ainda no mesmo âmbito, destacou o trabalho desenvolvido pelo Senador Lhou

Lmarbouh (Argélia) e pelo Deputado Gennaro Migliore (Itália), respetivamente Deputados Relatores

dos relatórios sobre segurança e terrorismo.

Quanto às questões abordadas pela I Comissão, a Senadora Alia Bouran elaborou um

resumo da política e da segurança a nível da região mediterrânica, destacando a conflitualidade no

Médio Oriente, a situação no Iémen, os desenvolvimentos políticos na região do Golfo e na Líbia,

os últimos resultados eleitorais na Síria e os conflitos locais no Sudeste Africano com implicações

regionais, especialmente a recente escalada de violência, levada a cabo por grupos rebeldes

armados, na região do Sahel e em Moçambique.

A situação do Médio Oriente foi o tema predominante nesta apresentação, cuja preletora

apelou à necessidade de se retomarem as negociações da Solução dos Dois Estados2, sendo

imperativo que, tanto Israel como a Palestina, respeitem e reconheçam que esta é a única opção

viável. Neste âmbito, a Senadora Alia Bouran salientou o papel importante desempenhado pelo

Egito como mediador e pacificador deste conflito, que trouxe preocupações adicionais para a

estabilidade e paz na região já tão fustigada com a pandemia da COVID-19.

Neste âmbito, o Deputado israelita Yitzhak Ze'ev Pindrus e o Deputado palestiniano Belal

Qasem tomaram a palavra reconhecendo a importância do Egipto na mediação do diálogo entre as

partes e, apesar da troca de acusações mútuas sobre a responsabilidade pelo início dos

confrontos, ambos concordaram na urgência de apaziguar as hostilidades.

Outros Deputados participaram na discussão, defendendo a importância de retomar o diálogo

e as negociações e que a Solução dos Dois Estados seria o melhor recurso para encontrar a paz

não só para o Médio Oriente, como para todo a região mediterrânica.

II Comissão – Comissão para a Cooperação Económica, Social e Ambiental

Na apresentação das recentes atividades, o Presidente da II Comissão, o Deputado Pedro

Roque (PSD), observou que a crise, causada pela pandemia da COVID-19, perduraria há mais de

um ano e que a APM estaria empenhada em cooperar com parceiros estratégicos com o objetivo

de apoiar os Estados-Membros na implementação de medidas de recuperação socioeconómica

rápidas e sustentáveis. Neste âmbito, Comissão teve um papel fundamental e desde a última

reunião do Bureau desenvolveu iniciativas nas seguintes áreas estratégicas:

1. Estabelecimento de parcerias com atores regionais e mundiais: as iniciativas desenvolvidas

com a Assembleia Parlamentar dos Países de Língua Turca (TURKPA), para partilhar ideias

2 A Solução de Dois Estados é um projeto de criação e de coexistência pacífica dos Estados independentes de Israel e da Palestina que visa acabar com as disputas de soberania política, territorial e militar na região.

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sobre recuperação económica, e a participação da APM nas atividades do Banco Mundial e

do Fundo Monetário Internacional (FMI) são bons exemplos;

2. Promoção do relançamento do turismo, pois dado ser o setor económico mais atingido pela

crise da COVID-19 e ser fundamental para a recuperação da economia da região, são

necessárias medidas de assistência financeira e a coordenação entre países para retomar

viagens com segurança e garantir a recuperação da atividade turística;

3. Reforço do compromisso com a sustentabilidade, uma vez que a degradação ambiental

continua a afetar as economias nacionais e a alterar os modos de vida de forma irreversível.

Alguns setores vitais da economia, como a agricultura e as pescas, são os que mais têm

sentido as consequências nefastas das alterações climáticas, pelo que a APM e a

Organização para a Alimentação e Agricultura (OAA) desenvolveram um relatório específico

analisando esses efeitos na região do Mediterrâneo. Adicionalmente, como reconhecimento

da liderança da APM na promoção de políticas favoráveis à sustentabilidade, a Comissão das

Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Mediterrâneo nomeou a APM para

dinamizar a dimensão parlamentar da sua 19.ª Reunião e foi também assinado um programa

de cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/Plano de Ação

para o Mediterrâneo (PNUMA /PAM).

O Presidente da II Comissão também anunciou que nos meses seguintes a APM previa

colaborar com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) e a

COP mediterrânica (COP22), agendadas para o final do ano vigente, e com a Convenção-Quadro

das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) com o objetivo de organizar uma

conferência sobre a eliminação gradual dos combustíveis fósseis no Mediterrâneo.

Relativamente aos preparativos da 15.ª Sessão Plenária, Deputado Pedro Roque (PSD)

mencionou os relatórios preparados pela Deputada Ljubica Maksimcuk (Croácia) e pelo Deputado

Alain Perea (França), respetivamente sobre economia e ambiente, cujas contribuições

proporcionariam um terreno fértil para o debate parlamentar e para o alinhamento de estratégias de

recuperação após a pandemia.

III Comissão – Comissão sobre o Diálogo de Civilizações e os Direitos Humanos

A Deputada Yana Chiara Ehm (Itália), Presidente da Comissão sobre o Diálogo de

Civilizações e os Direitos Humanos (III Comissão), apresentou de forma abrangente as atividades

desenvolvidas por esta Comissão. Enalteceu, tal como os anteriores Presidentes das Comissões,

os relatórios desenvolvidos no âmbito da III Comissão e que seriam apresentados na 15.ª Sessão

Plenária. Os respetivos temas assentariam, no aumento da violência doméstica em contexto de

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pandemia e no impacto da inteligência artificial nos direitos humanos, elaborados, respetivamente,

pela Deputada Sandrine Mörch (França) e pela Deputada Marianne Amir Azer (Egipto).

Sobre a migração em contexto de pandemia, a Presidente da III Comissão referiu que o

medo de contágio do vírus da COVID-19 não travou o número de travessias de migrantes, que

continuaram a ser aos milhares e a resultar em várias mortes no mar Mediterrâneo. Neste contexto,

dada a urgência de estabelecer medidas para a criação de condições dignas de acolhimento

destas pessoas, as parcerias estabelecidas pela Plataforma Académica da APM com

universidades, organizações e outras entidades interessadas, seriam muito importantes para o

desenvolvimento e apresentação de soluções que visem prevenir, controlar, acolher e integrar os

migrantes.

A Deputada Yana Chiara Ehm manifestou igual apreensão com o aumento da violência

doméstica em contexto de pandemia da COVID-19, especialmente contra mulheres e crianças,

pelo que seria necessário criar novos e reforçar mecanismos de proteção às vítimas.

Para concluir, a Presidente da III Comissão congratulou a Delegação italiana, da qual faz

parte, pela aceitação da quase totalidade dos países-membros da sua proposta de alteração ao

Artigo 11, Parágrafo 3, dos Estatutos e felicitou a Delegação portuguesa por ter tomado a iniciativa

de criação do FMAPM. Para a Deputada Yana Chiara Ehm, estas ações reforçaram o compromisso

da APM na promoção da igualdade de género.

Dados financeiros e de gestão

O Secretário-Geral da APM agradeceu a participação das delegações às várias atividades

promovidas pela Organização, facto que lhe tem conferido maior visibilidade e credibilidade.

Relativamente às instalações, o Embaixador Sergio Piazzi referiu que a abertura do Centro

Internacional de Estudos da APM, cuja inauguração estava prevista para 1 de abril, seria adiada

para o início de setembro, após a 15.ª Sessão Plenária e o período de férias. Já a sede, acordo de

instalação com o Parlamento de Itália seria disponibilizado em breve, continuaria em Nápoles.

Sobre o Dia do Mediterrâneo, os membros da APM recordaram a celebração deste dia foi

estabelecida em 2008, por consenso, na 3.ª Sessão Plenária que ocorreu em Marrocos. Neste

sentido, os membros do Bureau manifestaram apreensão pelo facto de, há alguns meses e em

total opacidade, a União para o Mediterrâneo (UpM) ter estabelecido outra data, em novembro,

para assinalar o mesmo dia de forma a coincidir com a assinatura do Processo de Barcelona em

1995. Não obstante, a APM reafirmou a manutenção da data de 21 de março como o Dia do

Mediterrâneo, em conformidade com o que foi estipulado em 2008.

Em relação à execução orçamental referente a 2021, o Secretário-Geral informou que a

Organização manteve o orçamento do ano anterior e, até ao momento da 15.ª Sessão Plenária,

tinha recebido cerca de 729 mil euros (81% do orçamento), pelo que faltavam cerca de 151 mil

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euros, referentes a quotas em atraso. Ao nível da despesa, já totalizava cerca de 250 mil euros

(183 mil euros em custos com pessoal, 65 mil euros com despesas operacionais, incluindo

dispêndios inerentes às conferências, e cerca de 21 mil euros em missões). Referiu ainda que, de

um total de 73 conferências em 2021, apenas 3 destes eventos tiveram custos agregados (Anexo

III).

Encerramento

No encerramento da 42.ª Reunião do Bureau, o Presidente da APM, Karim Darwish, cujo

mandato à data do evento, estava a terminar, agradeceu à Organização toda a dedicação e

trabalho desenvolvido durante a sua Presidência.

Palácio de São Bento, 9 de julho de 2021.

A Assessora Parlamentar Nádia Loureiro.

*Relatório elaborado com base em anotações retiradas durante a referida reunião

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Anexos

Anexo I – Programa do 42.ª Reunião do Bureau

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Anexo II – Programa da 15.ª Sessão Plenária

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Anexo III – Gráfico da situação orçamental 2021 – Mid-Year Report (inglês)

Fonte: PAM’s Mid-Year Report

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15.ª Sessão Plenária da Assembleia Parlamentar doMediterrâneo

Virtualmente realizada via Plataforma Zoom

RELATÓRIO

3 e 4 de junho de 2021

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RELATÓRIO Introdução

A 3 e 4 de junho de 2021 realizou-se a 15.ª Sessão Plenária da Assembleia Parlamentar do

Mediterrâneo (APM), por videoconferência. A escolha deste formato, em detrimento da modalidade

presencial, deveu-se às limitações à circulação entre países impostas pela pandemia da COVID-

19.

Os objetivos desta Sessão Plenária foram analisar a conjuntura da região Euro-mediterrânica

e as atividades desenvolvidas desde a 14.ª Sessão Plenária, que teve lugar nos dias 20 e 21 de

fevereiro 2020, em Atenas.

A ordem do trabalho decorreu de acordo com o programa1. Para além da Assembleia

Plenária, reuniram as três Comissões Permanentes que discutiram os projetos de relatório e

recomendações elaborados pelos Deputados Relatores no âmbito das problemáticas mais

urgentes para a região, tais como: desafios à segurança, a evolução da ameaça terrorista, a

recuperação resiliente da economia após a pandemia da COVID-19, as alterações climáticas, a

violência doméstica e o impacto da inteligência artificial nos Direitos Humanos. De referir ainda que

o programa incluiu a realização da reunião preparatória do Fórum das Mulheres da APM (FMAPM),

o anúncio dos resultados das eleições para a Presidência 2e o Bureau para o biénio 2021-2022 eda votação à alteração do Art.º 11, parágrafo 3, dos Estatutos3. O processo de votação ocorreu em

formato virtual entre os dias 26 de 31 de maio de 2021.

A adesão ao evento registou o número mais elevado de sempre de participantes, mais de

230, incluindo membros das delegações nacionais dos 34 parlamentos que compõem a APM,

alguns participaram pela primeira vez, e representantes de organizações internacionais, da

sociedade civil, do sector privado e do meio académico.

A Delegação da Assembleia da República integrou a Deputada Joana Lima (PS), Presidente

da Delegação, o Deputado Pedro Roque (PSD), Vice-Presidente da Delegação e também

Presidente Emérito e Presidente da Comissão de Cooperação Económica, Social e Ambiental (II

Comissão) da APM, o Deputado Francisco Rocha (PSD) e a Deputada Emília Cerqueira (PSD),

membros da Delegação.

Dia 1: 3 de junho de 2021

Sessão de abertura

1 Anexo I – Programa da 15.ª Sessão Plenária. 2 De acordo com os Estatutos, que contemplam a rotatividade, o mandato da Presidência para o biénio 2021-2022, pertence a um parlamento do Grupo Geopolítico do Norte. 3 Art.º 11, Parágrafo 3, dos Estatutos, «Os membros incluirão deputados e deputadas na sua delegação». Proposta de alteração: «Os membros devem incluir parlamentares masculinos e femininos na sua delegação. Se uma delegação

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A sessão foi introduzida pelo Secretário-Geral da APM, Sergio Piazzi, que cedeu a palavra ao

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Presidente da Organização, o Deputado Karim Darwish (Egipto), que destacou os tempos difíceis

que se têm vivido com a pandemia da COVID-19, que agravou as crises humanitárias, o terrorismo,

os confrontos violentos e a degradação ambiental. Neste contexto, a diplomacia parlamentar e a

cooperação internacional continuam a ser fundamentais para ultrapassar as dificuldades, pelo que

a APM é fundamental enquanto plataforma de diálogo entre parlamentares e atores globais cujo

objetivo é encontrar soluções comuns com vista à paz e estabilidade na região mediterrânica.

A abertura incluiu uma mensagem gravada do Secretário-Geral das Nações Unidas, António

Guterres, que destacou a dificuldade em estabelecer de forma efetiva a paz e a segurança nesta

região. Um exemplo disso são as constantes e perigosas travessias de migrantes no mar

Mediterrâneo, que já causaram milhares de mortes e que não cessaram apesar do surgimento da

pandemia. O Secretário-Geral das Nações Unidas enalteceu igualmente as ações desenvolvidas

pela APM, especialmente as que tiveram como tema a COVID-19, e relembrou aos parlamentares

o seu importante papel enquanto protetores dos Direitos Humanos e do Estado de Direito. Neste

sentido, instou os membros da Organização a colocarem as pessoas no centro das estratégias de

recuperação.

III Comissão – Comissão sobre o Diálogo de Civilizações e os Direitos Humanos, 3 de junho

Após a sessão de abertura, seguiu-se a reunião da Comissão sobre o Diálogo de Civilizações

e os Direitos Humanos (III Comissão). A Deputada Emília Cerqueira (PSD) e o Deputado Francisco

Rocha (PS), este último em substituição da Deputada Joana Sá Pereira (PS), representaram a

Delegação da Assembleia da República nesta ocasião.

Na nota introdutória, a Presidente da III Comissão, a Deputada Yana Chiara Ehm (Itália),

destacou a parceria da APM com a Organização Mundial de Saúde (OMS), especialmente no

desenvolvimento de estudos sobre o combate à pandemia, investigação e distribuição das vacinas.

Em linha com a mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, também sublinhou a situação

alarmante dos migrantes que atravessam de forma precária o Mediterrâneo, pelo que seria

necessário investir em operações de resgate e na criação de condições de assistência àquelas

pessoas. As parcerias estabelecidas pela APM com universidades, organizações e outras

entidades interessadas, seriam importantes na pesquisa e criação de estratégias para prevenir,

controlar, acolher e integrar estes migrantes.

A Deputada Yana Chiara Ehm destacou o combate à violência doméstica como um objetivo

prioritário para a APM. A pandemia veio agravar este flagelo, pelo que seria necessária uma ação

concertada para a criação e reforço dos mecanismos de proteção às vítimas. Referiu também a

nacional não cumprir o disposto no Artigo 11, parágrafo 3, por ocasião da Sessão Plenária a delegação terá direito a apenas um voto».

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igualdade de género como uma prioridade para a Organização, uma vez que, no último ano, foram

desenvolvidas iniciativas concretas neste sentido, tais como a alteração do Art.º 11, Parágrafo 3,

dos Estatutos4, proposta pela Delegação italiana e amplamente aprovada (96% de votos a favor)

pelas restantes delegações e a criação do FMAPM.

Posteriormente intervieram os convidados desta reunião: o Presidente do Congresso das

Autoridades Locais e Regionais do Conselho da Europa, Leedert Verbeek e o Presidente da

Fundação Assembleia de Cidadãos e Cidadãs do Mediterrâneo (FACCM)

Leedert Verbeek evidenciou o facto de a crise criada pela COVID-19 ter exigido mais

proteção na área Direitos Humanos, principalmente no acesso à saúde, pelo que seria necessário

restabelecer o diálogo e a solidariedade enquanto requisitos necessários para a construção da

democracia e da confiança dos cidadãos. Neste âmbito, por se encontrarem mais próximas da

população, as autoridades locais e regionais teriam a obrigação de garantir a plena salvaguarda

dos Direitos Humanos através da estabilidade, inclusão e coesão sociais a nível local, para desta

forma se alcançar num nível global.

Já Vicente Miguel Garcés Ramon, sublinhou que num mundo fustigado pela pandemia, seria

necessário que os legisladores priorizassem o desenvolvimento de políticas baseadas no respeito

pelo Estado de Direito, bem como o estabelecimento de protocolos de cooperação com vista à

estabilidade dos países das duas margens do Mediterrâneo.

Ambos os convidados foram unânimes na importância da criação de sinergias entre

parlamentares, governos locais e sociedade civil, como uma das principais vias para ultrapassar

desafios comuns.

Seguiram-se as apresentações dos relatórios e recomendações elaborados pelos Deputados

relatores da III Comissão. O primeiro relatório, elaborado Deputada Sandrine Mörch (França) era

dedicado ao tema «Resolver a violência doméstica no Mediterrâneo: oportunidade global para a

mudança local». Neste documento, a Deputada relatora procurou espelhar a preocupação da APM

relativamente aos casos de violência doméstica, que atingiu níveis nunca vistos durante a

pandemia, sendo que os principais afetados foram mulheres, raparigas, idosos e crianças. Nesta

exposição ficou evidente a necessidade de proteger as vítimas, através do reforço dos meios de

apoio, mecanismos de denúncia e dos instrumentos jurídicos, bem como a implementação e

sensibilização para este tema nos programas educativos.

Após esta apresentação do relatório, o Secretário-Geral da APM leu as respetivas

recomendações. As propostas de alteração às recomendações, ao contrário dos anos anteriores,

por ser uma sessão realizada por videoconferência, não seriam votadas no decorrer da mesma,

mas poderiam enviadas posteriormente ao secretariado da APM para efeitos de relatório.

4 Idem

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No debate que se seguiu, os participantes partilharam os cenários de violência doméstica dos

seus países, incluindo medidas criadas para minimizar os constrangimentos impostos pela

pandemia.

A Deputada Emília Cerqueira (PSD) participou na discussão5, apresentando os dados de

Portugal referindo ainda que, no seu país e na Europa, com a pandemia, observou-se o surgimento

de zonas cinzentas de casos de violência doméstica que não foram denunciados. Por isso os

números registados estariam aquém da realidade. Referiu também a práticas ilegais, como a

mutilação genital feminina, que continuariam a ser realizadas na clandestinidade.

Após as intervenções das delegações, a Presidente da III Comissão sugeriu que todos os

Estados-membros da APM deveriam aplicar e desenvolver a sua legislação com base instrumentos

legislativos internacionais como o Protocolo de Maputo e a Convenção de Istambul.

De seguida foi apresentado o relatório sobre o tema «Proteger os Direitos Humanos num

mundo cada vez mais automatizado: inteligência artificial, oportunidades para os parlamentares»,

elaborado pela Deputada Marianne Amir Azer (Egipto). Neste documento a autora apelou a uma

ação concertada no desenvolvimento de um enquadramento legislativo para a inteligência artificial

em que os seus beneficiários seriam efetivamente as pessoas, em linha com os princípios dos

Direitos Humanos.

Após a apresentação do relatório, o Secretário-Geral da APM enunciou as respetivas

recomendações.

De seguida ocorreu o debate sobre a temática, no qual o Deputado Francisco Rocha (PS)6

destacou o distanciamento social e o confinamento, impostos pela crise sanitária da COVID-19,

como fatores que demonstraram a dependência da sociedade relativamente às tecnologias, à

inteligência artificial e à ciência de dados. Não obstante, de terem sido fundamentais para ajudar a

comunidade a minimizar constrangimentos, os riscos agregados desta interação tiveram

implicações sociais, éticas e jurídicas, uma vez que tanto o indivíduo quanto a sociedade ficaram

mais expostos a crimes de violações do direito à privacidade e à proteção de dados. Uma

abordagem de due diligence em matéria de Direitos Humanos, em linha com os princípios

orientadores das Nações Unidas, e de natureza multissectorial, envolvendo o poder público, as

organizações, p sector privado, as universidades e a sociedade civil, seria fundamental para

ultrapassar futuros ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias.

Referindo-se à Presidência Portuguesa da União Europeia (PPUE), que terminaria no fim de

junho de 2021, o Deputado Francisco Rocha (PS) expôs as iniciativas desenvolvidas neste

mandato respeitantes às novas tecnologias e à inteligência artificial.

5 Anexo II – Talking Points da Deputada Emília Cerqueira (PSD) sobre violência doméstica (francês) 6 Anexo III – Intervenção do Deputado Francisco Rocha (PS) sobre inteligência artificial (inglês)

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Todos os intervenientes no debate foram unânimes na importância e na necessidade de ser

desenvolvida regulamentação sobre o desenvolvimento e utilização sobre novas tecnologias e da

inteligência artificial, que tenha por base fundamental o pleno respeito pelos Direitos Humanos.

Reunião preparatória do Fórum das Mulheres da APM

Após a reunião da III Comissão, pelas 11 horas e 30 minutos (GMT), teve lugar a reunião

preparatória do FMAPM, a Presidente desta Comissão, a Deputada Yana Chiara Ehm (Itália),

introduz a reunião preparatória do FMAPM, passando a palavra à Deputada Joana Lima (PS),

Presidente da Delegação portuguesa que presidiu os trabalhos desta reunião.

O FMAPM foi uma iniciativa da Delegação da Assembleia da República à APM apresentada a

25 de fevereiro de 2021, por ocasião da 41.ª Reunião do Bureau da APM. A Deputada Joana Lima

(PS), salientou que o Bureau assentiu na criação deste Fórum7 com o objetivo de proporcionar às

Deputadas das delegações a criação de uma plataforma de diálogo, estreitamento de laços, e de

análise às questões baseadas na discriminação de género, promovendo desta forma a participação

das mulheres nos processos de decisão e contribuição para a paz e a cooperação na região

mediterrânica.

Na apresentação FMAPM, a preletora expôs o projeto de Termos de Referência, que

serviriam de base para sua a composição e anunciou que a respetiva sessão inaugural seria

realizada, se a pandemia da COVID-19 assim o permitisse, no último trimestre do corrente ano. A

este respeito aproveitou a oportunidade para anunciar que a Delegação portuguesa estaria

disponível para acolher este evento em Lisboa.

Esta reunião contou igualmente com a participação de duas convidadas, a Presidente e

Fundadora das Mulheres Líderes Políticas (MLP), Silvana Koch-Mehrin e a Presidente do Bureau

do Fórum das Mulheres Parlamentares da União Interparlamentar (UIP), Lesia Vasylenko que

enviou mensagem de vídeo gravada.

A Presidente e Fundadora da MPL8 destacou a importância do envolvimento das mulheres

nos processos de implementação da paz e da segurança, pelo que a criação destes fóruns seriam

contributos importantes para a construção de uma sociedade mais forte, inclusiva e sustentável.

Já Lesia Vasylenko, na sua mensagem, apontou os efeitos nefastos da pandemia que

afetaram de forma distinta homens e mulheres. Assim, numa fase de recuperação pós-COVID-19,

seria necessário construir um mundo mais resiliente e inclusivo, sensível às questões de género.

Neste contexto, os parlamentos serviriam de modelo, desenvolvendo medidas legislativas onde não

é esquecida a perspetiva de género. Para concluir, referiu que Fórum das Mulheres Parlamentares

7 Anexo IV – Apresentação do Fórum das Mulheres da APM (inglês) 8 A MPL, é uma organização internacional que promove ativamente a participação das mulheres em órgãos de decisão e convidou o FMAPM a participar nas suas iniciativas e a desenvolver atividades conjuntas.

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da UIP estaria disponível para apoiar o FMAPM tanto na sua implementação e como nas atividades

futuras.

Seguiu-se um espaço de discussão sobre os termos de referência do FMAPM, que foi muito

participado.

Em representação da Delegação portuguesa, a Deputada Emília Cerqueira (PSD) defendeu a

importância da criação do Fórum e apresentou os dados nacionais em matéria de igualdade de

género, com especial destaque para a evolução da Lei da Paridade, aprovada a 7 de agosto de

2006 e a atual composição do Plenário da Assembleia da República.

No final do debate, a importância da criação do FMAPM foi unânime para as delegações da

APM. Neste sentido, a Deputada Joana Lima (PS) informou que o Secretariado APM iria recolher

as sugestões sob a forma de questionário sugerindo alguns tópicos que poderiam vir a ser

abordados pelo Fórum, tais como: a pobreza e a vulnerabilidade feminina, a violência doméstica, a

situação das mulheres refugiadas e a defesa dos direitos das mulheres como Direitos Humanos

fundamentais, na região mediterrânica.

II Comissão – Comissão para a Cooperação Económica, Social e Ambiental

No primeiro dia, pelas 14 horas (GMT), ocorreu ainda a reunião da II Comissão. O Deputado

Pedro Roque (PSD), também Presidente da II Comissão, o Deputado Francisco Rocha (PS) e a

Deputada Emília Cerqueira (PSD) representaram a Delegação portuguesa na reunião desta

Comissão.

Na abertura da sessão, o Deputado Pedro Roque (PSD) destacou os esforços da APM na

promoção de estratégias de recuperação inclusivas e sustentáveis, bem como na criação de

simbioses entre a política e a ciência com o objetivo de alcançar uma transição para energias

verdes baseadas na inovação e na descarbonização.

Previamente à análise e debates dos relatórios e recomendações desenvolvidas no âmbito

desta Comissão, intervieram o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Renovável,

Francesco de la Camera, o Copresidente do Painel da APM sobre Comércio e Investimento, o

Deputado Giulio Centemero (Itália) e o Presidente do Grupo Sectorial de Promoção do Turismo do

Painel da APM sobre Comércio e Investimentos, o Deputado Dragan Krapovic (Montenegro).

O Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Renovável referiu que a região

mediterrânica seria abundante em fontes renováveis de energia, que poderiam impulsionar a

diversificação económica, aliviando assim a dependência dos combustíveis fósseis.

Já o Deputado Giulio Centemero observou o turismo como uma componente vital na

recuperação económica, pelo que aproveitou a ocasião para anunciar a criação de um grupo de

trabalho dedicado ao turismo no âmbito do Painel da APM sobre Comércio e Investimento, Grupo

Sectorial de Promoção do Turismo. Este grupo seria presidido pelo Deputado Dragan Krapovic cujo

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parlamento demonstrou disponibilidade ser o anfitrião da sessão inaugural, logo que estivessem

reunidas as condições necessárias.

Seguiu-se a apresentação dos relatórios e recomendações preparados para a reunião desta

Comissão. A Deputada Ljubica Maksimcuk (Croácia) apresentou o relatório que desenvolveu na

área da economia com o tema: «O impacto económico da COVID-19 nas regiões Euro-

mediterrânicas e do Golfo em 2020: a resposta política para uma recuperação eficaz». Neste

estudo, a Deputada Relatora solicitou aos legisladores o desenvolvimento de mecanismos de apoio

fiscal dirigidos aos segmentos económicos mais afetados pela crise pandémica. Nesta linha de

pensamento, convidou os Parlamentos-membros da APM a produzirem estratégias de recuperação

que promovam investimentos no sector privado e em parcerias público-privadas, ao mesmo tempo

que incrementam a transição para soluções digitais e mais amigas do ambiente.

Após esta apresentação, o Secretário-Geral da APM expôs as recomendações relativas a

este relatório, ao que se seguiu o debate.

Na ronda intervenções, a Deputada Emília Cerqueira (PSD)9 evidenciou o impacto negativo

da pandemia na economia mundial, que não foi sentido da mesma forma entre países. A

desigualdade tornou-se ainda mais profunda e o acesso a mecanismos de recuperação económica

também não foi uniforme. Neste contexto, a cooperação entre países e o acesso equilibrado aos

instrumentos existentes revestir-se-iam de suma importância.

O segundo relatório apresentado, dedicado às questões ambientais debruçou-se sobre o

tema: «As alterações climáticas e ambientais na região mediterrânica: um apelo urgente à

cooperação». Este documento, elaborado pelo Deputado Alain Perea (França), alertou para a

urgência climática e para a escassez de medidas que minimizem os seus efeitos, pelo que

somente uma abordagem integrada para a ação climática, em que são efetivamente considerados

os riscos para segurança resultantes da instabilidade climática poderiam reduzir o impacto do atual

estado de emergência ambiental.

Interruptamente, o Secretário-Geral da APM leu as recomendações sobre o tema elaboradas

pelo mesmo Deputado relator, a que se seguiu o debate.

A participação portuguesa na discussão foi efetuada pelo Deputado Francisco Rocha (PS)10

que apelou ao pleno respeito pelos acordos internacionais, como a Agenda 2030 e os Acordos de

Paris, que seriam instrumentos fundamentais para travar as alterações climáticas e a degradação

ambiental causados pela atividade e consumo humanos. Assim, apresentou os objetivos de

Portugal para 2030, que estabeleceu uma redução das emissões de gases na ordem dos 55%,

com a ambição de zero emissões de gases com efeito de estufa até 2050 (neutralidade de

carbono), em linha com o Acordo Verde Europeu.

9 Anexo VI – Intervenção da Deputada Emília Cerqueira (PSD) sobre economia (em inglês). 10 Anexo VII – Intervenção do Deputado Francisco Rocha (PS) sobre ambiente (em inglês).

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No final da reunião da II Comissão, os participantes foram unânimes que o caminho a seguir,

com vista ao reinício da atividade económica, incluindo viagens e turismo, deveria incluir políticas

que promovam a transição para fontes energéticas mais sustentáveis e campanhas de vacinação

contra a COVID-19 eficazes e coordenadas.

Dia 2: 4 de junho de 2021

I Comissão – Comissão para a Cooperação Política e Segurança

O segundo dia da referida Sessão Plenária iniciou-se com a reunião da Comissão para a

Cooperação Política e Segurança (I Comissão), cuja Presidente é a Senadora Alia Bouran

(Jordânia).

Participaram nos trabalhos desta Comissão a Deputada Joana Lima (PS) e o Deputado

Pedro Roque (PSD), enquanto representantes da Delegação portuguesa.

Na abertura da sessão, a Senadora Alia Bouran referiu que região abrangida pela APM

enfrentou, desde sempre, vários desafios que afetariam de forma constante a sua estabilidade com

impacto direto na vida das populações. O Médio Oriente e o Norte de África (MENA), foram

referenciados por esta locutora como devastados por constantes conflitos que teriam gerado

desigualdades e desequilíbrios profundos que se agravaram com o surgimento da pandemia.

Apesar dos apelos do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para o reforço

cessar-fogo global e a união de esforços para o combater o Coronavírus, a conflitualidade não

abrandou, muito pelo contrário, agravou-se.

Neste contexto, considerando a conjuntura de então do Médio Oriente, a Presidente da I

Comissão manifestou a sua preocupação pela instabilidade que se sentia na região mediterrânica e

apelou à APM para reafirmar o seu apoio à Solução dos Dois estados11, como mecanismo único

para alcançar para uma paz sustentável e justa.

Antes da apresentação dos relatórios e recomendações desta Comissão, teve lugar uma

mensagem do Enviado Especial das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel, Annadif

Khatir Mahamat Saleh, que destacou que a segurança não pode ser dissociada do

desenvolvimento, acrescentando que a mobilização de recursos através da cooperação

internacional é fundamental para garantir a paz e a segurança na região.

O relatório e recomendações sobre segurança, «As questões de segurança que afetam a

região da APM», foram elaborados pela Senador Lhou Lmarbouth (Marrocos), que apresentou as

suas conclusões sobre várias zonas e questões problemáticas ao nível securitário, nomeadamente:

os progressos alcançados na Líbia, a situação volátil na Síria, a violência alarmante no Sahel e na

11 A Solução dos Dois Estados é um projeto de criação e de coexistência pacífica dos Estados independentes de Israel e da Palestina que visa acabar com as disputas de soberania política, territorial e militar na região.

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África Subsaariana e o agravamento da situação humanitária no Iémen. Neste âmbito, exortou aos

membros das Delegações da APM a adoção de uma abordagem mais proativa do processo de paz

no Médio Oriente, com uma posição definida, firme e orientada para resultados concretos.

Após a apresentação do relatório, o Secretário-Geral da APM, Sergio Piazzi, leu as

respetivas recomendações, ao que se seguiu o debate.

A discussão foi marcada pelas posições apresentadas pelos intervenientes, principalmente os

membros das Delegações de Israel e Palestina, que trocaram argumentos mútuos relativamente

aos mais recentes confrontos que ocorreram nos seus territórios.

A Presidente da Delegação portuguesa interveio neste debate12 para apelar à recuperação

das negociações da Solução dos Dois estados, Israel e Palestina, em linha com as resoluções das

Nações Unidas, que configurariam a única opção viável para a paz sustentável na região. Expôs

igualmente a situação de segurança e humanitária que, à data, assolava Cabo Delgado,

Moçambique, em que os ataques de grupos terroristas teriam já provocado mais de 2000 mortos e

700 000 deslocados, pelo que seria essencial uma ação concertada para combater e impedir a

entrada de redes terroristas também na África Austral.

Na temática do terrorismo, foi elaborado um relatório pelo Deputado Gennaro Migliore (Itália),

Presidente do Comité Especial de Contraterrorismo da APM, sobre o tema: «Combater a evolução

da ameaça do terrorismo na região euro-mediterrânica». Neste estudo, este Deputado relator

informou os participantes da sessão que, entre 2020 e 2021, partes do continente africano tinham-

se convertido em núcleos de atividade terrorista internacional e existido uma expansão das filiais

do Autoproclamado Estado Islâmico, especialmente na região ocidental do Sahel, Bacia do Lago

Chade, África Oriental e Moçambique. Estas células terroristas aproveitaram-se da vulnerabilidade

da população deste continente para perpetrar e expandir a sua atividade, que se tornou cada vez

mais forte e influente.

A leitura das recomendações respeitantes a este terrorismo foi efetuada pelos Secretário-

Geral da APM, à qual se seguiu o respetivo debate.

O Deputado Pedro Roque (PSD) participou na discussão13, evidenciando os novos

instrumentos adotados pelos grupos terroristas para difundirem a sua propaganda no contexto

pandémico, como a darknet e as redes sociais. Nesta sequência, salientou que só uma ação

concertada, baseada no diálogo e na partilha sobre melhores práticas legislativas e lições

aprendidas, poderia combater eficazmente esta ameaça em constante evolução e expansão.

No final da reunião da I Comissão, foi indiscutível a preocupação da APM com a situação

precária dos combatentes e respetivas famílias do Autoproclamado Estado Islâmico que se

encontram detidos na Síria e no Iraque, bem como com os riscos agregados à sua libertação para

os respetivos países de origem.

12 Anexo VIII – Intervenção da Deputada Joana Lima (PS) sobre segurança. 13 Anexo XIX – Intervenção do Deputado Pedro Roque (PSD) sobre terrorismo.

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Para concluir, a Presidente desta Comissão, a Senadora Alia Bouran, encorajou os

Parlamentos-membros da APM a empenharem-se num diálogo construtivo, que contemple opções

legislativas concretas para levar os terroristas à justiça e anteveja futuras ameaças terroristas.

Destacou igualmente a importância da localização do novo Escritório das Nações Unidas de

Contraterrorismo dedicado à ação parlamentar, em Doha, no Qatar.

Entrega dos Prémios APM 2021

O Prémio APM, entregue anualmente, tem como objetivo reconhecer os vários indivíduos e

entidades que, pelas suas contribuições excecionais nas várias áreas, promovem o

desenvolvimento e cooperação das regiões euro-mediterrânicas e do Golfo. Previamente a cada

Sessão Plenária, as Delegações são convidadas a apresentar candidatos que se destacaram nas

questões que mais afetaram a região no ano transato.

Na edição deste ano, os candidatos selecionados e vencedores do prémio foram aqueles que

mais se destacaram nos domínios da cooperação e diálogo entre civilizações, assistência

humanitária/médica, gestão da migração, combate à violência doméstica, promoção da igualdade

de género, resposta a pandemias, proteção ambiental, e educação.

A Delegação da Assembleia da República à APM apresentou como candidata a Dr.ª Andreia

Castro, Médica Residente em Oeiras, Lisboa, que esteve em Beirute, entre os dias 8 a 15 de

agosto, a prestar assistência médica voluntária. A médica portuguesa conseguiu angariar quase 15

mil euros e 300 quilos de material médico para os hospitais do Líbano, juntamente com a

Associação Romã Azul, com destino àquele país.

A convite da Presidente da Delegação, Deputada Joana Lima (PS), a Dr.ª Andreia Castro

esteve presente na Assembleia da República, para ao anúncio dos vencedores do Prémio,

sagrando-se uma das escolhidas para integrar a lista de laureados.

Uma vez que não foi possível a realização de cerimónia de entrega, a mesma seria

provisoriamente reagendada para o último trimestre de 2021, a ocorrer em formato presencial, em

Itália.

Por conseguinte, manifestando o reconhecimento e apreço da APM por todos os candidatos,

o Secretário-Geral da Organização anunciou a seguinte lista de galardoados com o prémio APM

2021:

– Fórum Árabe para o Ambiente e Desenvolvimento (FAAD);

– A OMS e a sua resposta global à pandemia;

– Iniciativa COVAX;

– Iniciativa para a Educação Contínua dos Emiratos Árabes Unidos para o Mundo;

– Observatório TuttiMedia e Media Duemila (Itália);

– Dr.ª Andreia Castro (Portugal);

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– Prémio conjunto da APM que reconheceu as iniciativas dos Estados-membros para

combater a violência doméstica através do desenvolvimento de aplicações específicas para

smartphones: Argélia, Croácia, França, Grécia, Israel, Itália, Malta, Montenegro, Portugal, São

Marino e Turquia;

– Reino da Jordânia, um dos primeiros países a incluir os migrantes na sua campanha de

vacinação;

– Equipa HOPE (Líbano);

– Associação Mediterran: il nostro stile di vita (França e Itália);

– Dr. Néjib Belhadj Kacem (Tunísia);

– Dr. Kamal Hachkar (Marrocos);

– Dr.ª Sabrina Gahar (Argélia).

Apresentação do Relatório de Gestão e Finanças

No seguimento do programa, o Secretário-Geral da APM, apresentou o relatório

administrativo e orçamental, referindo que desde o início da pandemia, a estrutura da Organização

adaptou a sua atividade às medidas de combate à pandemia, adotando a modalidade de

teletrabalho para a maioria dos seus colaboradores. No momento da 15.ª Sessão Plenária, a APM

já tinha adotado a modalidade de trabalho em formato misto, ou seja, combinava teletrabalho com

trabalho presencial, de forma a reduzir substancialmente o número de pessoas a laborar

simultaneamente no mesmo espaço.

Apesar deste contexto, todos os objetivos estratégicos da Organização adotados na 14.ª

Sessão Plenária foram cumpridos, incluindo a instalação do novo Centro de Estudos, que teve

lugar em San Marino em fevereiro deste ano.

Sobre o Dia do Mediterrâneo, os membros da APM recordaram que a data de celebração a

21 de março foi estabelecida por consenso na 3.ª Sessão Plenária que se realizou em 2008, em

Marrocos. Assim, foi com preocupação que a organização tomou conhecimento que, há alguns

meses e em total opacidade, a União para o Mediterrâneo (UpM) estabeleceu outra data,

coincidente com a comemoração da assinatura do Processo de Barcelona em 1995, para celebrar

o mesmo dia. Em todo o caso, a APM iria manter a celebração do Dia do Mediterrâneo no dia 21

de março, conforme estipulado em 2008.

Quanto a atividades futuras, o Secretário-Geral informou as Delegações que a APM já teria

convidada para participar inúmeras iniciativas, com destaque para as reuniões do G20, da 22.ª

Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas

(COP22), da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP26), as

reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e a inauguração do Centro

Regional das Nações Unidas de Contraterrorismo.

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Neste domínio, o mesmo locutor apresentou a proposta de livre-trânsito, que seria aprovado

em breve, para facilitar as viagens realizadas no âmbito da participação nas atividades da APM14.

Este documento seria dirigido a membros das delegações e respetivo staff. O Secretário-Geral da

APM aproveitou para agradecer a ajuda dos Parlamentos da Romélia e Itália como facilitadores da

conceção deste documento, uma vez que a sua intervenção neste processo permitiu uma redução

substancial dos seus custos.

Relativamente a 2020, a APM teve uma dotação orçamental na ordem dos 850 mil euros,

referente às quotas e outras contribuições de Estados-Membros e associados. Deste montante,

foram gastos, no total, 713 mil euros referente a despesas com pessoal, custos operacionais e

missões.

Quanto a 2021, a Organização manteve o orçamento de 2020 e, até ao momento da 15.ª

Sessão Plenária, a APM tinha recebido cerca de 729 mil euros (81% do orçamento) e

encontravam-se em falta cerca de 151 mil euros, referentes a quotas em atraso. Ao nível dos

gastos, já foram gastos 183 mil euros em custos com pessoal, 65 mil euros com despesas

operacionais e cerca de 21 mil euros em missões. Os valores gastos com conferências em 2021,

estariam incluídos nas despesas operacionais pelo que, de um total de 73 conferências, apenas 3

tiveram custos agregados15.

O Presidente Karim Darwish, interveio para concluir este módulo, apresentando a alteração

do nome em árabe da APM, que passou a denominar-se nesta língua como Parlamento

mediterrânico – المتوسطي barlaman al mutawassiti), procurando espelhar a verdadeira) البرلمان

natureza da organização.

Anúncio dos resultados eleitorais

De acordo com os Estatutos16, compete ao Grupo Geopolítico do Norte eleger o Presidente

para o biénio 2021-2022. A Presidência foi disputada pela Deputada Sandrine Mörch (França) e

pelo Deputado Gennaro Migliore (Itália), sendo que este último foi quem venceu as eleições com

81% dos votos de apoio.

Os cargos de Vice-Presidentes e de Presidentes das três Comissões Permanentes, foram

igualmente sujeitas a escrutínio e de acordo com uma distribuição geográfica equilibrada tal como

indicado nos Estatutos (3 do Grupo Norte e 4 do Grupo Sul, para um total de 8 membros, incluindo

a Presidência), como parte da estrutura da APM que assegura a igualdade entre as duas margens

do Mediterrâneo.

14 Anexo X – Proposta de documento Laisser-Passer da APM. 15 Anexo XI – Gráfico da situação orçamental 2021 – Mid-Year Report (inglês). 16 Artigo 12.º dos Estatutos da APM: 1. «A Assembleia elege um Presidente e quatro Vice-Presidentes para um mandato de dois anos. 2. A Assembleia elege igualmente um Presidente para cada uma das três Comissões Permanentes por um mandato de dois anos. Os Presidentes das Comissões Permanentes têm também o título de Vice-Presidente do PAM».

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Assim, além do Presidente, compõem o Bureau os seguintes Vice-Presidentes:

• Deputado Pedro Roque (PSD) (Portugal);

• Senador Lyes Achour (Argélia);

• Deputado Karim Darwish (Egito), Presidente da II Comissão Permanente – Cooperação

Económica, Social e Ambiental;

• Deputada Sandrine Mörch (França), Presidente da III Comissão Permanente – Direitos

Humanos e Diálogo entre Civilizações;

• Deputado Yitzhak Pindros (Israel);

• Senadora Alia Bouran (Jordânia) – Presidente da I Comissão Permanente – Cooperação

Política e de Segurança;

• Deputado Belal Qasem (Palestina).

Discursos de encerramento

Após o anúncio dos resultados, o Presidente cessante, Deputado Karim Darwish (Egito), fez

um pequeno resumo dos tópicos abordados durante a 15.ª Sessão Plenária e felicitou o novo

Presidente, reconhecendo o trabalho pelo Deputado Gennaro Migliore enquanto Presidente do

Comité Especial da APM sobre Contraterrorismo. Através do trabalho que este Comité desenvolveu

durante a sua liderança, a APM conseguiu fortalecer o reconhecimento como plataforma

interparlamentar na abordagem ao contraterrorismo. Neste âmbito, foram assinados acordos de

cooperação importantes como, por exemplo, com o Gabinete das Nações Unidas de

Contraterrorismo. Também os relatórios produzidos por este Comité são levados ao conhecimento

do Conselho de Segurança das Nações.

O Presidente empossado enalteceu a notável liderança do Presidente anterior durante um

período tão crítico como o da pandemia da COVID-19. Apresentou também a sua visão e

comprometimento no reforço dos Estatutos da APM, em linha com algumas das propostas

apresentadas e aprovadas durante esta 15.ª Sessão Plenária. O reforço da diplomacia parlamentar

para fazer face aos desafios da região, em continuidade com o trabalho da anterior Presidência,

seria o objetivo primordial do seu mandato.

Palácio de São Bento, 24 de junho de 2021.

A Assessora Parlamentar Nádia Loureiro.

*Relatório elaborado com base na gravação áudio e em anotações retiradas durante a reunião

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Anexos

Anexo I – Programa

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Anexo II – Talking Points da Deputada Emília Cerqueira (PSD) sobre violência doméstica (francês)

Sessão da 3.ª Comissão Permanente: Diálogo entre Civilizações e Direitos Humanos

Relatório e Recomendação sobre «Resolver a violência doméstica no Mediterrâneo: oportunidade global para a mudança local» e a respetiva recomendação com o tema

«Membros da APM para o fim da violência doméstica», Deputada Sandrine Mörch (França)

Deputada Emília Cerqueira (PSD)

Points de discussion

• Je propose que l'intervention commence par applaudissement du travail de recherche et de

diagnostic approfondi de la situation dans la région méditerranéenne et la cartographie des

réponses et solutions innovantes dans chaque État membre, qui constituent un outil pour les

législateurs;

• La violence domestique est un phénomène transversal. Les statistiques montrent que ce

sont les femmes qui sont les principales victimes de ces comportements. Alors il est

important de souligner que la violence domestique n'existe pas seulement entre conjoints de

sexes opposés, mais aussi dans les couples homosexuels, et qu'elle ne s'exerce pas

uniquement à l'encontre des femmes, puisqu'il existe déjà des cas de violence dont les

victimes sont des hommes, des enfants ou des personnes âgées;

• L'Organisation Mondiale de la Santé affirme qu'un tiers des femmes dans le monde, soit 736

millions, ont déjà subi des violences physiques ou sexuelles de la part d'un partenaire ou

d'une personne de leur entourage;

• Au Portugal, le crime de violence domestique est qualifié de crime public selon l'article 152

du code pénal. Cela signifie que la procédure pénale ne dépend pas d'une plainte de la

victime: une dénonciation ou la connaissance du crime aux autorités sont suffisantes;

• Le contexte de risque soulevé par la COVID-19 a imposé l'isolement social et l'enfermement

sous le slogan #stayhomesavelifes qui appelle à rester chez soi comme une icône de la

sécurité personnelle. Cependant, la violence domestique met en évidence que les

géographies sociales de la peur des femmes sont souvent déplacées de l'espace public, où

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la violence est perpétrée par des étrangers, vers l'espace privé, où dans l'intimité du foyer, la

victime est attaquée;

• Pendant la première période d'enfermement décrétée par le gouvernement portugais – entre

le 22 mars et le 3 mai 2020 – un total de 683 cas de violence ont été analysés et signalés à

l'Association portugaise d'aide aux victimes par le biais d'un soutien à distance (c'est-à-dire

par téléphone et en ligne) et d'un soutien face à face. En général, la violence signalée est

représentée par: 1) 589 cas (86%) de violence domestique et 2) 94 cas (14%) de formes de

violence dans d'autres contextes (par exemple, des crimes sexuels), dont 65 sont des

femmes et 29 des hommes;

• En 2020, l'Association Portugaise d'Aide aux Victimes a répondu à 66 408 appels de

citoyens, victimes ou non de crimes, pour l’obtention d’informations et pour d’autres

questions. Cette Association a soutenu un total de 13 093 victimes directes, qui ont été la

cible de plus de 19 000 crimes et autres formes de violence;

• Dans les crimes contre les personnes (95,1%), il faut souligner les crimes de violence

domestique (75,4%). Plus de 70% des victimes sont des femmes (70,4%), avec un âge

moyen de 40 ans. Sur un total de 13.133 auteurs référencés, environ 56% étaient des

hommes et étaient âgés de 35 à 54 ans (21,1%). En ce qui concerne la relation entre la

victime et le délinquant, (44,2%) sont des personnes proches;

• Il convient également de noter que la violence continue de sévir et que les lieux du crime les

plus cités pour sa survenue sont: la résidence commune (54,1%) et la résidence de la

victime (16%). Dans environ 46% des situations, une plainte a été déposée auprès d'au

moins une entité policière, ce qui représente une augmentation de 4% par rapport aux

enregistrements de 2019;

• Il y a eu 32 victimes mortelles de violences domestiques au Portugal en 2020. La plupart des

victimes (27) étaient des femmes, trois hommes et deux enfants étant également déplorées;

• Le contexte de la pandémie peut encore plus limiter la dénonciation du délit de violence

domestique : le contrôle exercé par l'agresseur augmente, les réseaux de soutien informels

(famille, amis, collègues) et/ou institutionnels (enseignants, professionnels de la santé,

travailleurs sociaux) les plus courants sont plus éloignés, et l'attention de la communauté

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pour ces cas est affaiblie par la peur de la maladie et/ou la perturbation de leur vie

quotidienne;

• La pandémie peut également contribuer à la production de nouvelles formes de violence

telles que celles signalées par certaines organisations internationales. Par exemple,

menacer d'exposer la victime, ainsi que les personnes à sa charge et les parents âgés au

risque, à des scénarios et/ou des objets contaminés par la COVID-19; ne pas lui permettre

d'accéder à un ordinateur pour effectuer son travail à domicile; empêcher ses enfants

d'utiliser l'ordinateur ou de faire le travail nécessaire au développement de leurs études; ne

pas lui permettre de porter un masque; la mettre à l'extérieur de la maison et menacer de ne

pas la laisser entrer. Un contexte qui est également propice, notamment pour les femmes

victimes de violences dans les fréquentations, aux cyberviolences, comme la menace de

publier des photos intimes dans l’internet;

• Les femmes âgées, les femmes des classes sociales inférieures, les immigrantes, les

réfugiées et les femmes appartenant à des minorités ethniques et culturelles et beaucoup

d'autres, sont en marge de la société et donc plus éloignées des mécanismes de soutien, de

protection et d'autonomisation contre la violence;

• Dans le contexte économique, la pandémie a principalement touché les femmes. La

pandémie a renforcé un contexte déjà marqué par la précarité, par la forte demande de

conciliation entre la vie familiale et la vie professionnelle, une répartition stéréotypée et

asymétrique des rôles, des tâches et des fonctions masculines et féminines;

• Les données d'une étude de l'Institut Européen pour l'égalité de Genre, montrent que ce

sont les femmes qui ont connu les plus fortes réductions du temps de travail, des heures

non rémunérées et qui sont également majoritaires au travail. Si nous parlons de la prise en

charge des personnes dépendantes, ce sont aussi les femmes qui renoncent le plus à

travailler;

• Selon le tableau de l'Union européenne, le Portugal est le cinquième pays où la pandémie a

eu le plus grand impact sur le marché du travail et les femmes ont été les plus touchées;

• Le cadre juridique applicable à la prévention de la violence domestique, à la protection et à

l'assistance aux victimes vise à promouvoir la création de réponses intégrées, non

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seulement du point de vue judiciaire, mais aussi dans le domaine du travail et de l'accès aux

soins de santé, ainsi qu'à répondre aux besoins de prévention et de sensibilisation à la

violence domestique;

• L'APPoio Contra a Violência Doméstica (AppVD) est une application mobile qui permet de

protéger et de concentrer toutes les informations relatives aux services d'aide aux victimes

de violences domestiques et de genre. L'application existe depuis le 9 mars 2017 et permet

à la victime d'accéder aux services et ressources disponibles et les plus proches, ainsi

qu'aux contacts nécessaires pour déposer une plainte, demander des informations ou

trouver des entités pouvant apporter un soutien aux victimes de violence domestique. La

demande d'aide, la dénonciation, peut être faite immédiatement, soit par la personne victime

de violence, soit par une personne qui a connaissance d'une situation ou un voisin d'une

personne agressée;

• Dans ce contexte, le législateur doit considérer qu'il a affaire à des personnes

particulièrement vulnérables, victimes directes et indirectes d'actes et de situations de

violence;

• C’est du devoir des législateurs de créer des mesures qui protègent efficacement les

victimes de la violence domestique et des mécanismes de suivi et de contrôle de ce type de

crime;

• Il est important de maintenir l'engagement de tous les pays dans le cadre d'instruments

juridiques internationaux, tels que la Convention d'Istanbul, en augmentant et non en

réduisant le nombre d'États qui y adhèrent;

• L'APM servira de plateforme de dialogue entre les parlementaires, pour la promotion d'une

législation harmonisée avec le droit international et les accords consacrés sur cette

question.

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Anexo III – Intervenção do Deputado Francisco Rocha (PS) sobre inteligência artificial (inglês)

Draft speech for Hon. Francisco Rocha

Member of the Delegation of the Assembleia da República to PAM

Session of the 3rd Standing Committee on Dialogue among Civilisations and Human Rights

Report and Recommendation on «Protecting Human Rights in an increasingly automatised world:

Artificial Intelligence, opportunities for parliamentarians», presented by Hon. Marianne Amir Azer

(Egypt)

Dear colleagues,

I am taking part in this debate in place of my colleague, Hon. Joana Sá Pereira, who is unable to

attend this meeting, but has asked me to take the floor in her place to make some notes on this

matter.

I would like to start by congratulating Hon. Marianne Amir Azer for this excellent Report addressing

the delegates’ call for action on this important topic at the 14th PAM Plenary Session held in Athens

last year.

In a pandemic like COVID-19, technology, artificial intelligence, and data-based science became

critical in helping societies deal with the outbreak.

Teleworking, communications, apps, testing, vaccine development, hospital equipment and even

street disinfection and monitoring with drones have shown the enormous potential and development

of technological means, but also humanity’s great deal of dependence on technology today.

But what is the price to pay?

Artificial intelligence has been developed in all areas: applications, advertisements, social networks,

virtual assistants and even smart cars that interact with us by tracking information to become more

appealing. This type of interaction can pose risks to human rights for its social, ethical, and legal

implications, not only for individuals but also for society and democracies.

Technologies are built by organisations, such as specific companies, which replicate social patterns

and influence society in that sense. For all this, one of the biggest risks posed is the violation of

privacy and data protection.

Sensitive information about race, religion, sexual orientation, or political positioning can be

processed in a discriminatory way, promoting criminality, terrorism, and excluding groups from

society.

Freedom of expression can be highly affected when social media content is automatically removed

and subject to «super blocking» systems. Democratic acts, such as elections, may no longer be

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transparent due to the misuse of artificial intelligence in manipulating opinions, leaking information

and disseminating false information.

A multi-sectoral human rights due diligence approach is needed, in line with the UN Guiding

Principles on Business and Human Rights and involving public authorities (legislative, executive and

judicial branches), organisations, the private sector, academia and civil society.

As legislators, we have a duty to continue promoting initiatives involving this issue, sharing ideas,

cooperating, and reflecting on new forms of regulation involving ethical guidelines that allow a

«trustworthy artificial intelligence», that safeguards full respect for the fundamental principles that

will ensure people can benefit from the full potential of artificial intelligence, without prejudice to

human rights, democracy and the rule of law.

We count on PAM to be, also on this theme, a platform for dialogue and mutual help among all of

us.

Thank you all.

Anexo IV – Apresentação do Fórum das Mulheres da APM (inglês)

Background

According to the United Nations, «women and girls represent half of the world’s population and,

therefore, also half of its potential. Gender equality, besides being a fundamental human right, is essential to

achieve peaceful societies, with full human potential and sustainable development».

However, there is a long way to go to achieve gender equality. In general, throughout the world and

also in Europe and the Mediterranean region, women face discrimination in access to education, employment

and health services, and they are the victims of violence.

The under-representation of women in political and economic decision-making positions is a reality. In

this context, Members of Parliament – both men and women – have the responsibility to adopt decisions to

change these scenarios. Specifically, decisions guaranteeing the conditions for increasing the

representativeness of women in politics in general and in parliaments in particular, and even that gender

issues are duly taken into account in decisions taken in all areas.

It was in this sense that, on 8 March 2021, on the occasion of International Women’s Day, the idea of

establishing the Women Parliamentary Forum was launched as «a unique platform where to foster gender

equality and highlight the outstanding contribution of women to [...] cooperation», giving shape to the wishes

of women PAM MPs.

The Forum will provide an opportunity for everyone to contribute actively to the promotion of peace,

security and stability in the Euro-Mediterranean region by addressing gender inequality in the various aspects

in which it manifests itself. It will promote the knowledge, discussion and dissemination of gender issues in

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this region, strengthening bonds between women parliamentarians and promoting their participation in

decision-making.

Mission

The PAM Women Parliamentary Forum has as its mission establishing a platform for dialogue involving

parliamentarians from the delegations of PAM Member Parliaments.

In this way, a formal space is set up within the Organisation, in which the approach to issues involving

gender equality is consolidated, with the aim of influencing policies, working methods and decisions, thus

contributing to the active participation of women in parliamentary diplomacy.

Men MPs are invited to contribute to the work of the Forum.

Draft Terms of Reference

PAM Women Parliamentary Forum (FMAPM)

Rule 1 – Objective

The Forum shall have the following objectives:

● To advance democracy by promoting women’s rights as fundamental human rights;

● To foster contacts and coordination among (women) parliamentarians on all topics of common

interest in order to ensure gender mainstreaming in all policy areas of PAM’s mandate;

● To encourage the participation of women parliamentarians in PAM’s work and to promote their

equitable representation at all levels of responsibility within the Organisation;

● To conduct studies on issues of common interest and, as appropriate, to prepare reports and

recommendations.

Rule 2 – Membership ● Option A: Women MPs of PAM delegations are members of the FMAPM, in order to allow a

dedicated only-for-women space. All of them are de facto members of the FMAPM;

● Option B: MPs of both genders are members of the FMAPM. The purpose is to integrate everyone in building a gender-equal future. The number of FMAPM members is limited to XX per national delegation or

cannot exceed the number of members of each delegation;

● Finally, the Forum is open to former PAM MPs as well as representatives of civil society and partner

organisations.

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Rule 3 – Chairperson ● Option A: One Chairperson (rotating presidency).

➢ The Chairperson is elected from among members of the FMAPM for a fixed-term

mandate of XX years.

➢ The Chair alternately rotates between the northern and southern geopolitical groups.

➢ For the duration of the mandate, a Vice-Chair is elected from the other geopolitical

group or two Vice-Chairs are elected, one from each geopolitical group.

● Option B: A Co-Chairperson system.

➢ The FMAPM is composed of one Chairperson representing the northern geopolitical

group and one Co-Chairperson from the southern geopolitical group.

● In addition, the Forum shall nominate the Session/Meeting Chairperson from among the women

members of the host Parliament.

Rule 4 – Sessions

Frequency:

● Option A: One meeting per year, on the margins of the Plenary Session; ● Option B: One meeting per year, for example, on 8 March, International Women’s Day; ● Option C: Two meetings per year, one on the margins of the Plenary Session, one approximately six

months prior.

Format:

● The convocation of the FMAPM, together with the provisional agenda, shall be sent to all PAM

Members and Associate Members at least three weeks before it is due to take place;

● The following may be invited to the sessions of the FMAPM in order to provide quality contributions

on issues of concern to the Forum: International and regional organisations, NGOs, other members of

National Parliaments, academics, representatives from the business sector;

● The FMAPM Sessions are public but can be held in camera following a 2/3 majority vote;

● The FMAPM Sessions shall be held in person but may be held virtually or be blended according to

circumstances.

Rule 5 – Agenda ● The FMAPM shall adopt its own agenda;

● Any Member of the Forum may present an item for further discussion, debate or reporting;

● The PAM Bureau may propose items to be debated by the FMAPM;

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● The agenda shall include no more than XXX items for debate. The agenda is voted on by a simple

majority;

● Any participant may ask for the insertion of supplementary items in the agenda. The FMAPM shall

decide on such requests by a majority of the votes cast.

Rule 6 – Decisions ● The FMAPM produces studies, reports and recommendations;

● Draft documents shall be circulated among the FMAPM members no later than three weeks prior to

each Session;

● Any member of the FMAPM may present amendments to such a document orally or in writing;

● The PAM shall take a decision on motions, draft recommendations, amendments and sub-

amendments by a majority of the votes cast;

● The FMAPM Chairperson shall keep the PAM Bureau abreast of the work conducted by the Forum.

This can be done in writing or orally during PAM Bureau meetings.

● The FMAPM Chairperson shall keep the President of the 3rd Standing Committee abreast of the work

conducted by the WFP. This can be done in writing or orally during a Plenary Session.

Rule 7 – Budgetary Management

In compliance with Rule 4.9 on Appropriations, included in the Financial Regulations section of the PAM

Statutes, «[i]n line with the decision adopted by the 3rd PAM Annual Session in 2008, the costs relative to the

organization of PAM meetings shall be borne by the country hosting the event, with the exception of

extraordinary annual sessions (Rule 8.2 of the Rules of Procedure)». This rule being valid for all PAM

activities, the Women Parliamentary Forum should conform to it. Therefore,

● The Member Parliament hosting an annual event of the FMAPM will support the budgetary and

management costs;

● All MPs and participants will support their travel costs to the host country;

● The PAM Secretariat will support the costs of an official dinner and the coffee breaks.

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Anexo V – Apresentação do Fórum das Mulheres da APM (PowerPoint)

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Anexo VI – Intervenção da Deputada Emília Cerqueira (PSD) sobre economia (em inglês)

1st draft speech for Hon. Francisco Rocha

Member of the Delegation of the Assembleia da República to PAM

Session of the 2nd Standing Committee on Economic, Social and Environmental

Cooperation

Report and Recommendation on the «Economic impact of COVID-19 in the Mediterranean

and Gulf regions in 2020: the policy response for an effective recovery» – prepared by Hon.

Ljubica Maksimčuk (Croatia).

Excellencies,

Ladies and Gentlemen,

Dear colleagues,

I would like to begin by congratulating Honourable Ljubica Maksimčuk for her excellent work on this

Report and Recommendation, which I endorse.

I also wish to express my appreciation to PAM for the valuable initiatives and partnerships with key

stakeholders that have been established, which will be fundamental in the recovery stages.

The world we live in today is significantly different from the one in which last year’s Plenary Session

took place. The damaging effects of the disease on economic sectors and our living standards are

unprecedented and will have long-lasting effects.

And yet, we must consider that the economic impact of COVID-19 is not the same among the

Mediterranean countries. Countries that were already in weaker economic conditions are now in

even more fragile circumstances.

Several companies, in all sectors, have already gone bankrupt; others risk the same fate, which has

already resulted and will result in job and income losses, that will mainly affect women and young

people.

Attention must also be paid to access to new information and communication technologies (ICT).

COVID-19 pushed the need for digitisation of the economy and services to the top of the priorities of

the Euro-Mediterranean agenda. And yet again, access to these tools is not equitable and hinders

the development of the most fragile.

The pandemic has brought «temporary» benefits to the environment, such as reduced gas

emissions. But the pressure on land and marine biodiversity remains, and we cannot ignore it.

The post-pandemic should be accompanied by a repositioning of societies regarding their mode of

organisation, behaviours and lifestyles, and by economic transformation, evolving towards a fairer,

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more prosperous and efficient growth model through the regenerative use of resources within the

limits of natural systems.

We need the active involvement of all parliaments in addressing the issues of the 2030 Agenda and

the Sustainable Development Goals.

Allow me to share some words about Portugal. The COVID-19 pandemic led to a significant

decrease in industry turnover, which fell by 8.7% in April 2020. In what concerns services, the most

affected sector was undoubtedly tourism. All this was accompanied by the deterioration of the

labour market with a rise in unemployment and in the number of workers on lay-off.

To face this scenario, a 10-year economic recovery plan (2020-2030) is currently underway. This

plan defines guidelines for public policies, involving the different economic sectors, listing ideas and

structuring projects to rebuild the country.

Allow me to stress this word – cooperation. Cooperation instead of individualism, multilateralism

instead of unilateralism, and solidarity over cooperation are key to winning the battle against

COVID-19. We need to cooperate to make vaccines equitably accessible around the world, we must

make regional agreements work to improve the funding of recovery plans and promote rational

decision-making by global trade agencies, and we need to strengthen coordination between

Member States on issues such as health and the movement of people, especially in areas that have

an impact on the tourism industry and related sectors.

We must rebuild a stable economy, a recovery model that fosters more resilient, inclusive and

sustainable trade between countries, as well as new forms of economic cooperation.

Thank you all.

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Anexo VII – Intervenção do Deputado Francisco Rocha (PS) sobre ambiente (em inglês)

2nd draft speech for Hon. Francisco Rocha

Member of the Delegation of the Assembleia da República to PAM

Session of the 2nd Standing Committee on Economic, Social and Environmental Cooperation

Report and Recommendation on «Climate and environmental changes in the Mediterranean region:

an urgent call for cooperation» presented by Hon. Alain Perea (France)

Excellencies,

Ladies and Gentlemen,

Dear colleagues,

I would like to begin by congratulating Honourable Alain Perea for his excellent work on this Report

and Recommendation, which I endorse.

Climate change and environmental degradation have posed an existential threat to the

Mediterranean region and the world for the last few decades.

Population growth and unsustainable patterns of production and consumption have led to

environmental degradation.

For the Mediterranean, now is the time to act.

Our common framework for action is the United Nations 2030 Agenda and its Sustainable

Development Goals. They can only be reached with the active involvement of local and regional

authorities.

We need to develop coordinated national and Mediterranean wide environmental management and

infrastructure development plans focusing on coastal areas. There is an urgent need to introduce

effective measures to protect the environment from threats arising from maritime transport, coastal

works, maritime and agricultural exploitation, wastewater discharges, industrial and oil pollution.

Governments, like my own in Portugal, have recognised this urgency and put climate change at the

top of their priorities. The 1st strategic challenge in the Portuguese Government’s Programme is,

precisely, «Climate change – tackling climate change ensuring a just transition». As

parliamentarians, we must hold governments accountable and ensure that these commitments are

not mere rhetoric.

Portugal has defended greater ambition in the goals for 2030, establishing a reduction of gas

emissions in the order of 55%, with the ambition of zero greenhouse gas emissions by 2050 (carbon

neutrality).

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The Portuguese Presidency of the European Union, which ends this month, has aimed to mobilise

Member States around the European Green Deal. Supporting decarbonisation, energy efficiency,

circular economy, sustainable mobility, and the conservation and recovery of ecosystems and

biodiversity are some of the objectives.

Allow me to draw attention to the importance of the circular economy as a generator of wealth and

jobs. As a member of the Committee on Agriculture and the Sea of the Assembleia da República,

the environmental impact of farming and fishing activities, the management of land and marine

resources and the preservation of ecosystems are our main concerns. Only with full respect for the

planet can we guarantee a future for the next generations.

The environment needs all of us and affects everyone. It is up to us, legislators, to develop national

policies in close cooperation that combat and adapt to climate change. We need to act locally and

regionally so that the impact will be global.

Thank you all.

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Anexo VIII – Intervenção da Deputada Joana Lima (PS) sobre segurança

Proposta para 1.ª intervenção, Deputada Joana Lima

Presidente da Delegação da Assembleia da República à APM

Sessão da Comissão para a Cooperação Política e Segurança (1.ª Comissão)

Relatório e Recomendação sobre «As questões de segurança que afetam a região da APM»,

Senador Lhou Lmarbouh (Marrocos)

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Caros Colegas,

Tenho a honra de participar nesta sessão, representando a Delegação portuguesa à Assembleia

Parlamentar do Mediterrâneo nesta Comissão.

Ao longo das últimas décadas, a região do Mediterrâneo enfrentou crescentes desafios à sua

estabilidade e segurança. Isto deveu-se à persistência de velhos conflitos que até hoje não estão

resolvidos e ao surgimento de novos, compostos por crescentes desequilíbrios e desigualdades,

que se tornaram ainda mais ostensivos com a pandemia da COVID-19.

Estas ameaças físicas e virtuais, que existem por toda a região, têm um impacto direto nas

populações, obrigando milhares de pessoas a arriscarem as suas vidas em travessias perigosas do

Mar Mediterrâneo ou a entregarem-se voluntariamente a redes de tráfico de seres humanos.

De acordo com o Banco Mundial, no Médio Oriente e no Norte de África, uma em cada cinco

pessoas vive em contexto de conflito. Apesar dos apelos do Secretário-Geral das Nações Unidas

para o reforço do cessar-fogo global e a união dos esforços para combater o coronavírus, a

conflitualidade não abrandou, pelo contrário, agravou-se.

Manifestamos especial preocupação com a situação no Médio Oriente e o impasse nas

negociações da Solução dos Dois Estados, Israel e Palestina, em linha com as resoluções das

Nações Unidas, que configuram a única opção viável para uma paz sustentável na região. É

necessário retomar estas negociações e reagendar as eleições palestinianas, enquanto marco para

o reconhecimento das instituições palestinianas.

Também queria aproveitar esta oportunidade para também destacar, até pela ligação fraterna com

o meu país, a situação de segurança e humanitária em Cabo Delgado, Moçambique, em que os

ataques de grupos terroristas provocaram já mais de 2000 mortos e 700 000 deslocados.

É fundamental ajudar os milhares de moçambicanos que tiveram de fugir à violência na província

de Cabo Delgado e ajudar as suas instituições nas tarefas de salvaguarda da segurança dos seus

cidadãos e dos bens da população moçambicana. Só com cooperação é possível combater e

impedir que as redes terroristas internacionais penetrem também na África Austral.

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A Presidência Portuguesa do Conselho da UE espera aprovar formalmente em junho a missão

militar europeia em Moçambique, destinada ao treino de forças especiais moçambicanas para a

contenção da violência no Norte daquele país. Uma equipa técnica da União Europeia está já no

terreno para identificar os parâmetros e mandato exatos da missão.

Também a Comunidade de Países de Língua Portuguesa se encontra a preparar o envio de uma

delegação com a missão de acompanhar a situação militar e humanitária na região de Cabo

Delgado.

Já no plano bilateral, Portugal destacou para Moçambique militares para dar formação de tropas

especiais moçambicanas, ao abrigo da cooperação técnico-militar.

Só com a ajuda de todos é possível encontrar uma paz estável e duradoura.

Como legisladores, temos o dever de promover medidas que promovam a paz e a segurança, em

linha com as normas, tratados e acordos internacionais. Ninguém está seguro sozinho, por isso,

contamos com plataformas de diálogo, como a Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, para a

promoção da diplomacia parlamentar que promova a segurança e a estabilidade na região Euro-

mediterrânica.

Obrigada a todos.

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Anexo XIX – Intervenção do Deputado Pedro Roque (PSD) sobre terrorismo

Proposta para 1.ª intervenção, Deputado Pedro Roque

Vice-Presidente da Delegação da Assembleia da República à APM

Sessão da Comissão para a Cooperação Política e Segurança (1.ª Comissão)

Relatório e Recomendação sobre «Combater a evolução da ameaça do terrorismo na região Euro-

mediterrânica», Deputado Gennaro Migliore (Itália).

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Caros Colegas,

Infelizmente a pandemia da COVID-19 abrandou as nossas vidas, mas não abrandou os problemas

que já nos assombravam no passado.

Os grupos terroristas têm usado a sua influência sobre a população para reforçar o seu poder ou

influência e até para obter recursos financeiros externos. De acordo com as Nações Unidas, a

pandemia levou o mundo a uma nova fase volátil e instável, em que os terroristas estão a explorar

as dificuldades sociais e económicas causadas pelo vírus para radicalizar e recrutar novos

seguidores.

A dark net facilita aos terroristas e extremistas violentos a difusão da sua ideologia destrutiva e

promove novas formas de radicalização nas nossas sociedades.

Também o desafio colocado pelo regresso dos ex-combatentes terrorista estrangeiro tem afetado

as relações estatais, produzindo efeitos dramáticos nas suas políticas internas e por ser uma

problemática global, só pode ser combatida à luz da cooperação internacional.

É necessário um quadro legislativo claro que considere os vários fatores que estão em causa na

detenção e libertação de combatentes capturados no campo de batalha, bem como o

acompanhamento e reinserção na sociedade.

Há, portanto, uma necessidade urgente de avaliar a eficácia das leis e programas de

desradicalização existentes e de desenvolver e implementar medidas que tenham sucesso efetivo,

incluindo a criação de programas para controlar o repatriamento de combatentes terroristas e das

pessoas a seu cargo para os seus países de origem.

Não menos importante é o reconhecimento e a ação sobre as causas profundas do terrorismo,

como os problemas económicos, a falta de oportunidades para os jovens, os conflitos locais e o

baixo grau de desenvolvimento das instituições do Estado.

Neste contexto, é com muita expectativa que aguardo pela abertura dentro de dias da nova agência

para o envolvimento parlamentar do Escritório das Nações Unidas para o Combate ao Terrorismo,

no Qatar, que espero se venha a tornar num centro de investigação, produção de conhecimento e

formação para apoiar os parlamentares de todo o mundo neste domínio.

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Em Portugal, na sequência da Estratégia Antiterrorista da União Europeia, foi criada em 2015 a

Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo, enquanto instrumento primordial da luta contra um

fenómeno de extrema gravidade para o Estado de Direito democrático.

Neste âmbito, foi criada uma Unidade de Coordenação Antiterrorismo, que está na dependência da

Segurança Interna e desde 2017, que está em marcha o «Plano de Ação para a Prevenção da

Radicalização, dos Extremismos Violentos e do Recrutamento para o Terrorismo».

A Presidência Portuguesa da União Europeia tem atribuído particular importância à prevenção e

combate ao terrorismo. Sendo este um fenómeno transversal, que a todos afeta e põe em causa

valores fundamentais, o mandato português tem procurado levar a cabo diversas iniciativas

europeias de combate ao terrorismo, nas suas várias vertentes, incluindo a avaliação da ameaça

terrorista e extremista.

Para terminar, não quero deixar de salientar o quanto é necessária a promoção de uma ação

concertada, baseada no diálogo e na partilha sobre melhores práticas legislativas e lições

aprendidas, entre especialistas neste campo e legisladores, que permita uma ação eficaz contra

esta ameaça em constante evolução e expansão.

Obrigada a todos.

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Anexo X – Proposta de documento Laisser-Passer da APM

Fonte: Apresentado na 15.ª Sessão Plenária

Anexo XI – Gráfico da situação orçamental 2021 – Mid-Year Report (inglês)

Fonte: PAM’s Mid-Year Report

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A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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