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Sexta-feira, 3 de dezembro de 2021 II Série-D — Número 9

XIV LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2021-2022)

S U M Á R I O

Delegação da Assembleia da República:

— Relatório sobre a participação da Assembleia da República na Reunião Interparlamentar promovida pela Comissão

Especial do Parlamento Europeu sobre a Ingerência Estrangeira em Todos os Processos Democráticos na União

Europeia, incluindo Desinformação (INGE) – Responder à

ingerência estrangeira em cooperação com democracias que partilham os mesmos princípios –, que teve lugar em Bruxelas, no passado dia 9 de novembro de 2021, por

videoconferência.

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DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NA REUNIÃO

INTERPARLAMENTAR PROMOVIDA PELA COMISSÃO ESPECIAL DO PARLAMENTO EUROPEU SOBRE

A INGERÊNCIA ESTRANGEIRA EM TODOS OS PROCESSOS DEMOCRÁTICOS NA UNIÃO EUROPEIA,

INCLUINDO DESINFORMAÇÃO (INGE) – RESPONDER À INGERÊNCIA ESTRANGEIRA EM

COOPERAÇÃO COM DEMOCRACIAS QUE PARTILHAM OS MESMOS PRINCÍPIOS –, QUE TEVE LUGAR

EM BRUXELAS, NO PASSADO DIA 9 DE NOVEMBRO DE 2021, POR VIDEOCONFERÊNCIA

Decorreu no passado dia 9 de novembro de 2021 a Reunião Interparlamentar dedicada ao tema responder

à ingerência estrangeira em cooperação com democracias que partilham os mesmos princípios, organizada pela

Comissão Especial do Parlamento Europeu sobre a Ingerência Estrangeira em Todos os Processos

Democráticos na União Europeia, incluindo Desinformação (INGE).

Dadas as restrições à circulação impostas pela pandemia COVID-19, o evento decorreu em ambiente virtual,

tendo as delegações e oradores participado por videoconferência.

A delegação da Assembleia da República integrou os seguintes Deputados:

• Deputado Eduardo Teixeira (PSD), Membro da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades

Portuguesas;

• Deputado Sérgio Marques (PSD), Membro da Comissão de Assuntos Europeus;

• Deputada Ilídia Quadrado (PSD), Membro da Comissão de Cultura e Comunicação;

• Deputado José Magalhães (PS), Membro da Comissão de Cultura e Comunicação;

A agenda da conferência é a constante do documento n.º 1, em anexo ao presente relatório.

A assessoria à delegação foi assegurada pelo assessor parlamentar da Comissão de Negócios Estrangeiros

e Comunidades Portuguesas, João Coelho, com contributos do assessor parlamentar da Comissão de Assuntos

Europeus, Gonçalo Pereira.

Sessão I

Ingerência externa nos processos democráticos da União Europeia

Esta sessão foi presidida pelo Presidente da Comissão Especial do Parlamento Europeu sobre a Ingerência

Estrangeira em Todos os Processos Democráticos na União Europeia, incluindo Desinformação, Raphaël

Glucksmann.

Intervieram, como oradores principais, o Secretário-Geral do Serviço de Europeu para a Ação Externa,

Stefano Sannino, e a Deputada ao Parlamento Europeu, Sandra Kalniete.

Stefado Sannino começou por afirmar que a União Europeia está permanentemente a ser confrontada com

novos tipos de ameaças, em particular ameaças híbridas e, em resposta, necessita adotar uma postura ágil,

capaz de reagir atempadamente no controlo e na atenuação destes fenómenos, frisando que o modelo europeu,

promotor da liberdade de expressão e aberto ao mundo, é particularmente vulnerável a influências externas.

Sublinhou que o sucesso no combate à manipulação de informação e desinformação depende da colaboração

proativa entre as diferentes partes envolvidas, nomeadamente entre as instituições europeias, os Governos e

os Parlamentos nacionais, destacando o contributo do Parlamento Europeu no financiamento dos grupos de

trabalho StratCOM1 do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE). Sugeriu que a manipulação de informação

e desinformação devem figurar nas discussões em curso sobre a bússola estratégica da UE, dado tratar-se de

1 Comunicação estratégica.

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uma ameaça presente, permanente, bem financiada e de natureza complexa, com tendência de crescimento,

que visam áreas de interesse estratégico da União, como as alterações climáticas, o combate à pandemia

COVID-19, as migrações e asilo e os processos eleitorais. Constatou que estas temáticas têm adquirido mais

espaço na agenda europeia, em particular desde 2015, destacando medidas adotadas na promoção da narrativa

europeia em países pertencentes à periferia da UE, através de incentivos direcionados a apoiar o jornalismo

independente e crível, com particular destaque para a Geórgia e Ucrânia. Mencionou, também, o trabalho levado

a cabo pelo mecanismo de alerta criado pelo SEAE que, referiu, tem agilizado a cooperação interinstitucional no

contexto europeu. Na dimensão externa, informou que o SEAE colabora ativamente com o mecanismo de

resposta rápida do G7, permitindo um diálogo célere e eficaz com outras democracias similares, bem como

organizações internacionais, incluindo a OTAN. Em resposta às recomendações elencadas no projeto de

relatório em análise, informou que o SEAE tem disponível um conjunto de ferramentas direcionadas a prevenir

e combater este tipo de ameaças, sugerindo, contundo, que a União procure desenvolver novas políticas que

imponham um custo efetivo e real a quem promove desinformação e disseminação de informação falsa. Alertou

para um futuro caracterizado pela crescente complexidade das técnicas utilizadas por novos atores na produção

de desinformação em locais com pouca literacia tecnológica, como a África Subsariana, com impacto direto no

sucesso das missões PCSD presentes naquela região. Reiterou que a eficácia no combate a estes fenómenos

depende, em larga parte da cooperação internacional, instando à criação de um quadro regulatório único,

transnacional, que harmonize a resposta das democracias liberais.

Sandra Kalinete apresentou o projeto de relatório que culmina o trabalho da Comissão, elencando conclusões

e recomendações a apresentar às instituições europeias, Governos e Parlamentos dos Estados-Membros.

Começou por reportar que a ingerência estrangeira, a manipulação da informação e a desinformação constituem

uma violação das liberdades fundamentais de expressão e de informação, que coloca em perigo os processos

democráticos na UE e nos seus Estados-Membros, em particular no que respeita à realização de eleições livres

e justas. Referiu que o desenvolvimento de uma estratégia coordenada da UE contra a ingerência externa deve

ter por base o elevado risco que o fenómeno representa para a sociedade no seu todo, incentivando à

mobilização de todas as partes interessadas, incluindo das diferentes instituições europeias. Esta estratégia,

disse, representa uma oportunidade de excelência para potenciar a resiliência da União, sugerindo, em

complemento, a rápida implementação de melhorias no conhecimento situacional deste tipo de campanhas, em

particular através da monitorização, em tempo real, das atividades levadas a cabo por atores externos. Reiterou

que os Estados-Membros devem incluir programas de formação focados na literacia digital, a fim de combater

a falta de sensibilização que existe nesta área. Deu nota da crescente utilização de plataformas em linha para

fins de ingerência e de manipulação de informação, uma prática que só pode ser eliminada através da

implementação de um quadro regulatório robusto, do reforço das políticas de cibersegurança, da adoção de

medidas dissuasão e da aplicação de sanções coletivas. Instou as instituições da UE a continuarem a cooperar

com os grupos de trabalho StratCOM do Serviço Europeu para a Ação Externa, sugerindo a urgente

implementação de regras vinculativas que comprometam as plataformas em linha a identificar, avaliar e atenuar

as tentativas de manipulação da informação associadas à utilização dos seus serviços. Exortou a UE e os seus

Estados-Membros a adotarem medidas adicionais contra a desinformação, nomeadamente através da criação

de um regime de sanções no domínio da ingerência estrangeira, incluindo a desinformação, capaz de responder,

em tempo útil, a campanhas encetadas por atores externos. Afirmou que os sistemas democráticos plurais são

particularmente vulneráveis a este tipo de ameaça, propondo que, nesta temática, só é possível garantir um

sucesso sustentável quando as soluções adotadas visam as causas do problema e não o problema em si. Aludiu

à falta de resiliência no domínio das infraestruturas críticas, censurando a atual dependência de atores externos

nas cadeias de aprovisionamento tecnológico. Por fim, frisou que eventuais medidas a adotar em resposta a

esta nova tipologia de ameaça deve respeitar por completo os direitos, liberdades e garantias que caracterizam

a União Europeia, reiterando que este equilíbrio é essencial a fim de minorar eventuais limitações à liberdade

de expressão.

No debate que se seguiu os Deputados ao Parlamento Europeu e dos Parlamentos nacionais sublinharam a

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urgência na adoção de uma estratégia coordenada a nível europeu, na criação de mecanismos de gestão de

crise focados em ingerências externas, na implementação de sistemas de controlo e monitorização de

financiamento externo à União e na adoção de um quadro de sanções flexível, direcionado a responder a este

novo tipo de ameaça.

A Deputada Ilídia Quadrado (PSD) usou da palavra para sublinhar a pertinência do tema e referir que os

avanços digitais globalizados exigem dos países um equilíbrio entre a proteção das liberdades civis e a

segurança nacional. Mais disse que as próprias liberdades que caracterizam as democracias liberais facilitam a

proliferação da desinformação, dando nota de que a perceção de um processo eleitoral comprometido prejudica

a vitalidade do modelo democrático. Salientou o impacto das informações falsas na segurança nacional e na

integridade dos vetores tradicionais de disseminação de notícias, instando as redes sociais a aumentarem a

monitorização e o escrutínio de atores que ativamente propagam falsa informação. Considerou que a literacia

mediática e educativa são fatores essenciais no que respeita à resiliência europeia, frisando que eventuais

respostas a esta ameaça devem provir de um diálogo coordenado e amplo com outras democracias liberais.

Concluiu reiterando o papel da cooperação na resolução destas temáticas, agradecendo à autora do relatório o

trabalho desenvolvido.

Sessão II

Resposta à ingerência externa em cooperação com outras democracias

Esta sessão foi presidida pelo Presidente da Comissão Especial do Parlamento Europeu sobre a Ingerência

Estrangeira em Todos os Processos Democráticos na União Europeia, incluindo Desinformação, Raphaël

Glucksmann. Teve como oradores Laurynas Kasciunas, Presidente da Comissão de Segurança e Defesa do

Siesmas lituano, Lia Quartapelle Procopio, membro da Comissão de Negócios Estrangeiros e Assuntos

Europeus do Parlamento italiano, bem como uma mensagem vídeo de James Paterson, Presidente da Comissão

Conjunta sobre Informações e Segurança do Parlamento australiano.

James Paterson, na mensagem de vídeo transmitida, começou por informar que em 2017, um estudo

promovido pelos serviços de segurança identificou a China como o principal ator responsável pela disseminação

de informação falsa em território australiano. Em resposta, o executivo de Camberra desenvolveu uma estratégia

interna transversal a todas as dimensões do Estado, a fim de combater este fenómeno. No que toca a

aprovisionamento tecnológico, informou que o Governo australiano baniu a Huawei, bem como outras empresas

com ligação ao Partido Comunista Chinês, de competir em contratos relacionados com a expansão da rede 5G,

por forma a garantir que as infraestruturas classificadas como críticas não fiquem dependentes da bonomia de

atores externos. Também no que respeita ao financiamento dos partidos políticos, informou que foram

implementadas restrições a apoios financeiros providenciados por entidades estrangeiras. No referente à

academia, deu nota de nova legislação, entretanto aprovada, que obriga as universidades e os centros de

desenvolvimento tecnológico a informarem o Governo sobre parcerias e programas de cooperação com

organismos sediados em países terceiros. No plano legislativo, salientou a introdução de iniciativas que visam

criminalizar a desinformação, em particular quando promovida por outros Estados. Na dimensão externa, referiu

que a Austrália tem procurado aumentar a consciencialização desta problemática no contexto regional,

promovendo iniciativas que visam capacitar os países do Sudeste Asiático e do Sudoeste do Pacífico para

melhor gerir interferências externas e campanhas de desinformação. Para o efeito, desenvolveu uma nova

abordagem: A Estratégia Internacional para o Diálogo sobre Tecnologias Críticas e Ciber, um documento que

apresenta a visão da Austrália para um Indo-Pacífico resiliente e próspero, capacitado na defesa do seu

ciberespaço e de tecnologias críticas, através de programas e ações de formação direcionadas a proteger e

promover os interesses das democracias regionais.

Lia Quartapelle Procopio reiterou a necessidade de lidar com esta temática de uma forma coordenada.

Aludindo à experiência italiana durante as primeiras semanas da pandemia, referiu que a Itália também sofreu

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uma infopandemia, espoletada pela propagação de informação falsa, promovida por atores internos e externos.

Mais disse que inquéritos e outros mecanismos de monitorização de informação permitiram analisar o impacto

desta infopandemia, destacando-se a mudança na perceção do público sobre a perigosidade da doença e sobre

a atuação do Estado italiano na respetiva resposta, fruto da rápida disseminação de notícias falsas. Salientou

que a narrativa promovida culpava os alemães pela ausência de material medico-sanitário (máscaras e

respiradores), apresentando a China, em contraponto, como um benevolente benemérito. Referiu que a China

capitalizou sobre esta perceção enviando um avião com material medico-sanitário, numa aparente ação

propagandística, que denotava uma estratégia de comunicação concertada, não-orgânica, articulada e

promovida por Pequim. Esta interpretação, referiu, foi habilmente reforçada nas redes sociais, com a

interposição de imagens relativas à entrega do referido material no aeroporto, com imagens de cidadãos italianos

a aplaudirem o trabalho dos profissionais médicos à janela de suas casas, procurando transmitir uma ligação

entre os dois momentos. O impacto destas atividades fez-se sentir nas sondagens do Eurobarómetro, como

apoio à União Europeia a cair em toda a Itália. Fora do contexto da pandemia, sublinhou a fraca resposta ao

financiamento externo de partidos políticos, referindo que se trata de uma prática comum em Itália, que não

provoca uma condenação generalizada por parte da opinião pública. Prosseguiu, propondo que a identificação

de soluções nestas matérias só é viável se existir um largo consenso nacional sobre a tipificação e classificação

conceptual de notícias falsas e desinformação, aludindo ao atual bloqueio no parlamento italiano, que não tem

conseguido aprovar legislação sobre a matéria. Referiu que o programa NextGenerationEU é uma oportunidade

de excelência para promover a literacia tecnológica e desenvolver infraestruturas críticas, áreas chave no

combate a estas novas ameaças. Por fim, mencionou as interdependências complexas que caracterizam os

fluxos de aprovisionamento à escala global para frisar a urgência da Europa desenvolver capacidades próprias

nesta dimensão, reduzindo a sua dependência em setores estratégicos.

Laurynas Kasciunas começou por afirmar que o Século XXI configura-se num momento de afirmação de

poder da China, com impacto nas dinâmicas securitárias que caracterizam as relações entre blocos e entre as

principais potências. Neste quadro, referiu, urge decidir como melhor proteger a segurança comum da UE, tanto

a nível internacional como a nível nacional. Considerou que o ocidente tende a observar o mundo através de

uma lente neoliberal, enquanto a China tem vindo a promover políticas protecionistas, procurando reduzir as

suas importações ao mínimo. Neste contexto, disse, a indústria avançada da União Europeia não consegue

assegurar a sua produção sem recurso a matéria prima e produtos intermédios de origem chinesa, limitando

significativamente a autonomia da União em setores tecnológicos de natureza estratégica, como a indústria da

defesa. Reiterou que o projeto chinês procura maximizar o protecionismo e capitalizar sobre a abertura dos

mercados internacionais para captar fluxos financeiros e tecnologias, notando que este esforço é efetuado a

nível bilateral e, dada a diferenciação de poder entre as partes, alguns países não demonstram grande

capacidade de resistência à pressão de Pequim. Sublinhou que o plano económico chinês para o horizonte

2020-2025 tem como propósito assegurar a integração vertical da indústria chinesa, com vista à produção de

bens de valor acrescentado, que resultam, em parte, da captura de tecnologias desenvolvidas no ocidente.

Opinou que a China pretende ser um ator de relevo nos mercados europeus através do controlo indireto de

setores estratégicos, e assim assegurar o seu acesso a infraestruturas críticas, um vetor de vulnerabilidades

para a maioria dos Estados-Membros. Sobre a situação na Lituânia, deu nota do trabalho já desenvolvido com

vista a garantir a independência tecnológica do país, em particular no que se refere ao aprovisionamento de

infraestruturas críticas. Informou que a Lituânia dá primazia a tecnologias desenvolvidas pelos seus parceiros

estratégicos no ocidente, criticando as regras da contratação pública de outros Estados-Membros por serem

demasiado permissivas a influências externas. Sublinhou que a Lituânia foi dos primeiros países da União

Europeia a adotar um mecanismo de triagem de países terceiros, importante na monitorização do financiamento

de empresas estratégicas e na filtragem de fornecedores de tecnologias críticas. Em resultado, a Lituânia limitou

o acesso ao mercado 5G a empresas da União Europeia, considerando impensável que países membros da

OTAN ficassem dependentes de material chinês para manter as suas redes de comunicação. Mais disse que,

em resultado desta decisão, o país está a ser processado por violação das regras de contratação pública da

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União Europeia. Referiu, a título de exemplo, a recente decisão por parte da Comissão responsável pela

avaliação de fornecedores na Lituânia, de bloquear a compra de material chinês para controlo de bagagens em

aeroportos. Face ao que precede, preconizou uma revisão da relação entre a União Europeia e a República

Popular da China, com vista a assegurar autonomia dos Estados no tocante a decisões sobre aprovisionamento

de materiais estratégicos.

Findas as intervenções iniciais, o debate focou-se na urgência em densificar o diálogo com os principais

parceiros estratégicos da União, partilhando informação e boas práticas. Foi reconhecido o crescente papel da

China nestas temáticas, tendo sido sugerido que a União desenvolva mecanismos de comunicação dedicados

a contrapor narrativas externas. Destacou-se a importância de garantir a resiliência dos sistemas eleitorais

europeus, das cadeias de aprovisionamento de infraestruturas críticas, com prioridade a fornecedores sediados

em democracias similares, bem como da literacia tecnológica da população europeia, em particular através da

criação de programas de formação específicos, integrados no projeto NextGenerationEU.

O Deputado José Magalhães (PS) usou da palavra para felicitar o trabalho realizado, classificando o relatório

como sólido, com propostas concretas, um verdadeiro grito de alarme para uma temática que urge responder.

Notou que o relatório peca por ser tardio, pois a celeridade da evolução tecnológica coloca desafios que a União

Europeia não está preparada para lidar. Salientou o rigor técnico do relatório, reconhecendo que também em

Portugal persistem lacunas nestas matérias, existindo, contudo, um consenso generalizado na sociedade

portuguesa sobre a necessidade de definir e implementar uma estratégia focada na desinformação e na

disseminação de notícias falsas. Informou que, embora Portugal tenha tido êxito no combate à desinformação

sobre a pandemia COVID-19, não está preparado para monitorizar e combater campanhas de desinformação

focadas em processos eleitorais, tanto mais que as plataformas utilizadas nestas práticas não estão sediadas

na União Europeia. Referiu que Portugal cumpre com as recomendações contidas nos pontos 42 e 45 do

relatório, tendo o Parlamento português aprovado, por unanimidade, uma lei que confere direitos a utilizadores

das plataformas em linha à defesa face abusos e à obtenção de informação que contrarie notícias falsas. Em

relação à dependência da União Europeia de fornecedores de tecnologia não europeus, concordou que se

tratava de um desafio de difícil resposta, notando algum trabalho feito na matéria, nomeadamente a diretiva

europeia sobre microcircuitos digitais e a rede europeia Gaia-x. Não obstante a utilidade destas iniciativas,

considerou que a cooperação entre os Parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu era absolutamente

essencial na procura de soluções duradoras, instando a uma maior cooperação entre as partes.

Palácio de São Bento, 17 de novembro de 2021.

(Eduardo Teixeira)

Membro da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Seguem, em anexo os seguintes documentos:

▪ Documento n.º 1: Programa dos trabalhos;

▪ Documento n.º 2: Lista de participantes

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With the support of the Directorate for Relations with

National Parliaments

FOREIGN INTERFERENCE In all Democratic Processes in The European Union, including Disinformation

TUESDAY, 9 NOVEMBER 2021

13.45 TO 15.45AND 16.15 TO 18.15 ROOM Spaak 1A002

EUROPEAN PARLIAMENT, BRUSSELS

& REMOTE PARTICIPATION

AGENDA

EUROPEAN PARLIAMENT - NATIONAL PARLIAMENTS

INGEInter-parliamentary

Committee Meeting Special Committee on Foreign Interference in all Democratic

Processes in the European Union, including Disinformation

ANEXOSANEXO 1

PROGRAMA

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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Order of Business

13.45 -

13.50

Introductory remarks by Mr Raphaël GLUCKSMANN Chair of the Special Committee on Foreign Interference in all Democratic Processes in the European Union, including Disinformation (INGE), European Parliament

Session 1:Foreign Interference in Democratic Processes in the EU

13.50 - 14.00

14.00 - 14.15

14.15 - 14.35

14.35 - 15.35

15.35 - 15.45

Introduction by Mr Stefano SANNINO Secretary-General of the European External Action Service

Presentation of the INGE draft report by Ms Sandra KALNIETEEPP, LV and INGE Rapporteur

Initial comments by the INGE Shadow Rapporteurs

Exchange of views with INGE MEPs and national MPs

Closing remarks by Ms Sandra KALNIETE EPP, LV and INGE Rapporteur

Session 2:Responding to Foreign Interference in Cooperation with Like-Minded Democracies

16.15 - 16.45

16.45 - 18.05

18.05 - 18.15

Video message by Senator James PATERSON Chair of the Australian Parliament’s Joint Committee on Intelligence and Security

Keynote speech by Mr Laurynas KASČIŪNAS Chair of the Lithuanian Seimas Committee on National Security and Defence

Keynote speech by Ms Lia QUARTAPELLE PROCOPIO Member of the Italian Parliament’s Committee on Foreign and European Community Affairs

Exchange of views with INGE MEPs and national MPs

Closing remarks by Mr Raphaël GLUCKSMANN Chair of INGE

* * *

The event will be webstreamed on the European Parliament website.

You can follow INGE on Twitter.

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With the support of the Directorate for Relations with

National Parliaments

FOREIGN INTERFERENCE In all Democratic Processes in The European Union, including Disinformation

TUESDAY, 9 NOVEMBER 2021

13.45 TO 15.45AND 16.15 TO 18.15 ROOM Spaak 1A002

EUROPEAN PARLIAMENT, BRUSSELS

& REMOTE PARTICIPATION

List of participants from national Parliaments EUROPEAN PARLIAMENT - NATIONAL PARLIAMENTS

INGEInter-parliamentary

Committee Meeting Special Committee on Foreign Interference in all Democratic

Processes in the European Union, including Disinformation

ANEXO 2LISTA DE PARTICIPANTESNTES

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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BELGIQUE/ BELGIË/ BELGIUM

Chambre des représentants / Kamer van volksvertegenwoordigers / House of Representatives

Members:

Ms Els VAN HOOF Chair - Committee on Foreign Relations

CD&VD / EPP

Mr Roberto D'AMICO Member - Committee on the Economy, Consumer Protection and the Digital Agenda

PVDA-PTB / The Left

Official:

Mr Liêm DANG-DUY Official of national Parliament

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ČESKO / CZECHIA

Senát / Senate

Member:

Mr DavidSMOLJAK Vice-Chair - Committee on EU Affairs

STAN (Mayors and Independents) / EPP

Official:

MsKateřina KRAMEŠOVÁ Official of national Parliament

DEUTSCHLAND / GERMANY

Bundesrat / Federal Parliament of the Federal Republic of Germany

Member:

Ms Heike RAAB Member - Committee on European Union Questions of the Bundesrat

SPD / S&D

Official:

Mr Michel REINOLD Official of national Parliament

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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EIRE / IRELAND

Dáil Éireann / House of Representatives

Members:

Ms Niamh SMYTH Chair - Joint Committee on Tourism, Culture, Arts, Sport and Media

Fianna Fáil / Renew

Mr Johnny MYTHEM Member - Joint Committee on Tourism, Culture, Arts, Sport and Media

Sinn Féin / The Left

Official:

Mr Calum FABB Official of national Parliament

Oireachtas

Members:

Mr Malcolm BYRNE Member - Joint Committee on Tourism, Culture, Arts, Sport and Media

Fianna Fáil / Renew

Ms Mary FITZPATRICK Member - Committee on Housing, Local Government and Heritage

Fianna Fáil / Renew

Official:

Ms Laura PATHE Official of national Parliament

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

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ΕΛΛΑΔΑ / GREECE

Βουλή των Ελλήνων / Hellenic Parliament

Members:

Mr Georgios KATROUGALOS Member - Committee on National Defence and Foreign Affairs

SYRIZA / The Left

Officials:

Mr Athanasios LIOUTAS Member - Committee on National Defence and Foreign Affairs

ND / EPP

Mr Andreas NIKOLAKOPOULOS Member - Committee on National Defence and Foreign Affairs

ND / EPP

Ms Peggy SMYRNIOTI Official of national Parliament

Ms Eleni SIANNA National Parliament representative (based in Brussels)

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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ESPAÑA / SPAIN

Congreso de los Diputados / Congress of Deputies

Member:

Mr Juan CUATRECASAS ASUA Head of Delegation Member - Joint Committee for National Security

PSOE / S&D

Official:

Ms SANCHEZ-ABARCA GORNALS National Parliament representative (based in Brussels)

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

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ITALIA / ITALY

Camera dei Deputati / Chamber of Deputies

Members:

Ms Sabrina DE CARLO Member - Committee on Constitutional, Presidency of the Council of Ministers and Interior Affairs

M5S / No Group Affiliation in the EP

Ms Lia QUARTAPELLE PROCOPIO Member - Committee on Foreign and European Community Affairs

PD / S&D

Officials:

Mr Stefano CICCOGNANI Mr Massimiliano ELEONORI Mr Sebastiano FIUME GARELLI Ms Francesca PIAZZA Officials of national Parliament

Ms Maria SCHININÀ National Parliament representative (based in Brussels)

Senato della Repubblica / Senate

Member:

Mr Enrico AIMI Head of Delegation Member - Committee on Foreign Affairs and Emigration

Forza Italia / EPP

Official:

Ms Viviana DI FELICE Official of national Parliament

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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LATVIJA / LATVIA

Saeima / Parliament of the Republic of Latvia

Members:

Ms Vita Anda TĒRAUDA Chair - Committee on European Affairs

Attīstībai/Par! / Renew

Ms Dagmāra BEITNERE-LE GALLA Member - Committee on European Affairs

Jaunā konservatīvā partija / No Group Affiliation in the EP

Mr Boriss CILEVIČS Member - Committee on European Affairs

"Saskaņa" sociāldemokrātiskā partija / S&D

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

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LIETUVA / LITHUANIA

Seimas / Parliament of the Republic of Lithuania

Members:

Mr Laurynas KASČIŪNAS Chair - Committee on National Security and Defence

Homeland Union - Lithuanian Christian Democrat Political Group / EPP

Mr Arminas LYDEKA Vice Chair - Committee on European Affairs

Liberals Movement Political Group / Renew

Mr Andriius MAZURONIS Member - Committee on European Affairs

Labour Party Political Group / No Group Affiliation in the EP

Mr Emanuelis ZINGERIS Member - Committee on Foreign Affairs

Homeland Union - Lithuanian Christian Democrats / EPP

Officials:

Ms Wilma GRECKAITĖ Ms Simona JANKAUSKAITĖ Officials of national Parliament

Ms Rūta BUNEVIČIŪTĖ National Parliament representative (based in Brussels)

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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MAGYARORSZÁG / HUNGARY

Magyar Országgyűlés / National Assembly

Member:

Mr Barna ZSIGMOND Member Committee on Foreign Affairs

Fidesz / No Group Affiliation in the EP

Officials:

Ms Peggy MYRNIOTIOfficial of National Parliament

Ms Eleni SIANNANational parliament representative (based in Brussels)

Ms Adrienn ZSIGMOND-VARGA Official of national Parliament

Mr Csaba HUSZÁR National Parliament representative (based in Brussels)

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NEDERLAND / THE NETHERLANDS

Tweede Kamer / House of Representatives

Members:

Mr Laurens DASSEN Member - Committee on European Affairs

Volt / Greens/EFA

Ms Salima BELHAJ Member - Committee on Defence

D66 / Renew

Official:

Mr Louis MIDDELKOOP Official of national Parliament

Eerste Kamer / Senate

Members:

Ms Farah KARIMI Member - Committee on Foreign Affairs, Defence and Development Cooperation

GroenLinks / Greens/EFA

Mr Ruud KOOLE Member - Committee on Foreign Affairs, Defence and Development Cooperation

PvdA / S&D

Official:

Ms Anne-Mirthe DIEUDONNE Official of national Parliament

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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POLSKA / POLAND

Sejm

Members:

Mr Krzysztof GAWKOWSKI Member - Committee on Digitalisation, Innovation and Modern Technologies

The Left / S&D

Mr Daniel MILEWSKI Member - Committee on European Affairs Committee

Law & Justice (PiS) / ECR

Official:

Ms Anna MARCINIAK Official of national Parliament

Senat / Senate

Member:

Ms Danuta JAZLOWIECKA Vice Chair - Committee of the European Union and Foreign Affairs

Civic Platform / EPP

Officials:

Ms Magdalena SŁOK-WÓDKOWSKA Official of national Parliament

Mr Wojciech KUŹMA National Parliament representative (based in Brussels)

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PORTUGAL

Assembleia da República / Assembly of the Republic

Members:

Mr Nuno Miguel CARVALHO Member - Committee on Foreign Affairs and Portuguese Communities

Social Democrats / EPP

Ms Isabel MEIRELLES Member - Committee on European Affairs

Social Democrats / EPP

Ms Ilídia QUADRADO Member - Committee Culture and Media

Social Democrats / EPP

Officials:

Mr João de CAMPOS COELHO Official of national Parliament

Mr Bruno DIAS PINHEIRO National Parliament representative (based in Brussels)

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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SVERIGE / SWEDEN

Riksdagen / Swedish Parliament

Members:

Mr Daniel ANDERSSON Member - Committee on the Constitution

The Social Democratic Party / S&D

Ms Camilla HANSÉN Member - Committee on Foreign Affairs

The Green Party / Greens/EFA

Mr Erik OTTOSON Member - Committee on the Constitution

The Moderate Party / EPP

Mr Hans ROTHENBERG Member - Committee on Foreign Affairs

The Moderate Party / EPP

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

22

Página 23

OFFICIALS

БЪЛГАРИЯ / BULGARIA

Народно събрание / National Assembly

Official:

Mr Vladimir BERON National Parliament representative based in Brussels

ČESKO / CZECHIA

Poslanecká sněmovna / House of Representatives

Officials:

MrFilip FICNER Official of national Parliament

Ms Simona SPISAROVÁ Ms Eva TETOUROVÁ National Parliament representatives based in Brussels

DEUTSCHLAND / GERMANY

Bundestag / National Parliament of the Federal Republic of Germany

Officials:

Mr Reiner HAUNREITER Consultant

Ms Gabriela SIERCK National Parliament representative (based in Brussels)

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

23

Página 24

FRANCE

Assemblée nationale / National Assembly

Official:

Mr Pierre BOSSE National Parliament representative (based in Brussels)

HRVATSKA / CROATIA

Hrvatski Sabor / Croatian Parliament

Official:

Ms Tanja BABIC National Parliament representative (based in Brussels)

ΚΥΠΡΟΣ / CYPRUS

Βουλή των Αντιπροσώπων / House of Representatives

Official:

Ms Maria SOTIRIOU GEORGIOU National Parliament representative (based in Brussels)

MALTA

Kamra tad-Deputati / House of Representatives

Official:

Mr Ian Paul BAJADA National Parliament representative (based in Brussels)

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

24

Página 25

ÖSTERREICH / AUSTRIA

Nationalrat / National Council

Official:

Ms Katharina WÜRZNER Official of national Parliament

ROMÂNIA / ROMANIA

Camera Deputatilor / Chamber of Deputies

Official:

Ms Cristina SAVA National Parliament representative (based in Brussels)

Senat / Senate

Official:

Ms Izabella MOLDOVAN National Parliament representative (based in Brussels)

SLOVENIJA / SLOVENIA

Državni Zbor / National Assembly

Official:

Mr Zvonko BERGANT National Parliament representative (based in Brussels)

SLOVENSKO / SLOVAKIA

Národná Rada / National Parliament

Official:

Mr Peter DAUBNER Official of national Parliament

3 DE DEZEMBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________________

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Página 26

SPECIAL GUESTS

NORWAY

Stortinget / Parliament of Norway

Official:

Mr Per NESTANDE National Parliament representative (based in Brussels)

II SÉRIE-D — NÚMERO 9 ______________________________________________________________________________________________________________

26

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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