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Sexta-feira, 4 de março de 2022 II Série-D — Número 21

XIV LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2021-2022)

S U M Á R I O

Delegação da Assembleia da República:

— Relatório da participação de uma Delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (APOSCE) – 21.ª Sessão de Inverno da APOSCE –, que ocorreu em Viena nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2022, em formato híbrido.

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21.ª Sessão de Inverno da APOSCE

Viena, 24 e 25 de fevereiro de 2022

Relatório

A 21.ª Sessão da APOSCE decorreu em Viena a 24 e 25 de fevereiro de 2022, e foi realizada em formato híbrido (presencial e online).

A delegação portuguesa esteve representada presencialmente pelo Deputado Luís Graça (PS, Presidente

da Delegação).

Os Deputados André Coelho Lima (PSD, Vice-Presidente da Delegação), Isabel Alves Moreira (PS),

António Maló de Abreu (PSD), Filipe Neto Brandão (PS) e Alexandra Tavares de Moura (PS), participaram

remotamente nos trabalhos.

A reunião da Comissão Permanente contou com a presença do Deputado Luís Graça.

A agenda da Comissão Permanente foi alterada perante a Invasão da Federação Russa na Ucrânia, nessa

noite, sendo adotada por todos.

A Presidente da APOSCE fez uma breve introdução dando as

boas-vindas aos presentes e aos parlamentares que estavam

online e passou a palavra à Secretária-Geral da Organização

para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Helga

Schmidt, que referiu que nessa madrugada a Rússia tinha

invadido e lançado a guerra sobre a Ucrânia, salientando que

já havia muitos mortos e que estaria para muito breve uma

crise humanitária de larga escala e destacou a escolha da

Rússia que foi a da guerra em vez da diplomacia. Evidenciou

que a OSCE tem como prioridades, nesta guerra, a segurança do pessoal da OSCE destacado na Ucrânia

e a coordenação de esforços com a União Europeia (UE), Nações Unidas (UN) e com a Organização do

Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Após a intervenção da Secretária-Geral da OSCE seguiram-se intervenções de 30 países – Holanda,

Letónia, Itália, Eslováquia, Estados Unidos da América, Andorra, Noruega, Geórgia, Polónia, Irlanda,

Ucrânia, Espanha, Canadá, Finlândia, Chipre, França, Albânia, Estónia, Grécia, Portugal, Turquia,

Lichtenstein, Islândia, Roménia, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Suíça, Federação Russa e Bielorrússia.

O Deputado Luís Graça disse:

Este é infelizmente um dia negro para pessoas livres e para os democratas.

Quero manifestar, em nome da delegação portuguesa, a nossa total condenação da ação militar russa

contra a Ucrânia.

O caminho da guerra não leva a outro lugar senão ao sofrimento humano e à pobreza e pensávamos que

esse caminho para lugar nenhum havia sido abandonado há muito tempo na Europa, a terra da

fraternidade.

Queremos manifestar a nossa solidariedade com o povo da Ucrânia e subscrever a posição firme que esta

manhã foi assumida pela senhora presidente e sublinhar a importância da unidade entre a Europa e os

estados-membros da OSCE na defesa da democracia, da liberdade e dos direitos humanos.

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Precisamos dar uma nova oportunidade à paz, e prosseguir os

esforços diplomáticos, esse é o objetivo da OSCE, mas para

isso é urgente parar a agressão militar. Citando o secretário-

geral da ONU, o português António Guterres,

Sr. Putin Pare a guerra! Pare, agora!

De destacar também a intervenção do Parlamentar da Ucrânia

que disse que «o mundo como o conhecemos morreu hoje às

05:00 horas a Bielorrússia é aliada da Rússia na invasão à

Ucrânia e que desejam a ocupação de todo o território

ucraniano e necessitamos de todo o apoio consolidado dos países ocidentais e acreditamos que não

estamos sozinhos. Achamos que a Rússia não tem lugar em nenhuma organização europeia ou

internacional».

A Bielorrússia disse «estamos convencidos que as ações da Rússia foram para acabar com a morte de civis

pelos ucranianos».

A Rússia disse «as operações foram para assegurar o bem-estar de civis na Ucrânia e durante 8 anos

tentámos que houvesse diálogo. O discurso agressivo dos países que intervieram deveriam ser refreados

porque atacam a Rússia e o nosso Presidente. garantimos que a Rússia não está a atacar alvos civis,

estamos a garantir a vida através da desmilitarização da Ucrânia.»

Com exceção da Bielorrússia e da Rússia todos os países que intervieram condenaram veementemente a

invasão da Ucrânia e expressaram preocupação pelos desenvolvimentos e ocupações da Rússia que se

podem alargar à Eslováquia, Estónia, Letónia e Lituânia, bem assim como ao Ártico.

Ficou para ser discutido na Sessão Plenária Anual as alterações às Regras e Procedimentos.

Os Relatórios que habitualmente são apresentados na Comissão Permanente – Presidente1, Secretário-

Geral2, Tesoureiro, Comissões, Comissões Ad Hoc3 4, Call for Action – Helsinki +50 Process5 6 7 8 9 10,

1 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4327-president-cederfelt-s-report- to-the-standing-committee/file 2 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4325-secretary-general-montella-s- report-to-the-standing-committee-2/file 3 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4333-report-by-the-chair-of-the-ad- hoc-committee-on-countering-terrorism-reinhold-lopatka/file 4 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4334-report-by-the-chair-of-the-ad- hoc-committee-on-migration-kristian-vigenin/file 5 https://www.oscepa.org/en/news-a-media/press-releases/press-2021/accountability-and-transparency-needed-to-

build-the-osce-s-human-dimension-participants-say-at-parliamentary-assembly-event 6 https://www.oscepa.org/en/news-a-media/press-releases/press-2021/osce-parliamentarians-discuss-enhancing- the-role-of-women-in-peace-and-security 7 https://www.oscepa.org/en/news-a-media/press-releases/2021/importance-of-involving-youth-in-decision-making-in- focus-at-osce-parliamentary-assembly-event 8 https://www.oscepa.org/news-a-media/press-releases/2021/effective-osce-dialogue-requires-respect-for-shared- values-participants-say-at-parliamentary-assembly-event 9 https://www.oscepa.org/news-a-media/press-releases/2021/to-realize-its-mission-the-osce-must-have-access-to-its- full-toolbox-participants-say-in-discussion-of-consensus-rule 10 https://www.oscepa.org/news-a-media/press-releases/2021/parliamentary-assembly-s-virtual-roundtable-seeks-to- reaffirm-osce-s-common-purpose-ahead-of-50th-anniversary

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Representantes Especiais11 12 13 14 15 e Missões de Observação Eleitoral, entre outros, foram remetidos para

leitura dos parlamentares.

Todos os Deputados da Delegação da AR à APOSCE participaram remotamente na Reunião Conjunta das

três Comissões / Plenária desta Sessão de Inverno, com exceção do

Deputado Luís Graça que participou presencialmente. Esta reunião

contou com a alocução do Presidente do Parlamento Austríaco,

Wolfgang Sobotka e da Presidente da APOSCE, Margareta Cederfelt

e do Presidente em exercício da OSCE e Ministro dos Negócios

Estrangeiros da Polónia, Zbigniew Rau.

O Presidente do Parlamento Austríaco, Wolfgang Sobotka,

considerou que os acontecimentos deste dia devem estar na agenda

de hoje da APOSCE. Disse que a Áustria é um Estado neutral e que

sofreu muito com a segunda Guerra Mundial e que condenam

veementemente a invasão da Rússia. Relembrou que o mundo tem

tido sinais desde 2007 que isto poderia acontecer e relembrou também o que se passou em 2008 na

Geórgia e em 2014 na Ucrânia, entre outros.

Salientou que a guerra e a violência nunca são formas para discutir a democracia e que todos os esforços

deveriam ser feitos para que este problema tenha solução diplomática e não uma solução de guerra.

A Presidente da APOSCE, Margareta Cederfelt, disse que se vivem horas trágicas e que há 8 anos que a

OSCE monitoriza o conflito na Crimeia e que a invasão russa é uma agressão e uma violação dos princípios

e regras da OSCE.

Salientou que os parlamentos da APOSCE devem apoiar incondicionalmente os princípios e regras da

OSCE, nomeadamente a Declaração de Helsínquia e a Carta de Paris e que devem fiscalizar os governos

também nesse sentido.

Salientou o facto da pandemia de SARS-COV2, ter demonstrado que a diplomacia, cooperação e diálogo

são possíveis.16

O Presidente em exercício da OSCE e Ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Zbigniew Rau, disse

que a OSCE foi desenhada para prevenir a Europa de mais uma guerra na sua zona geográfica. Salientou

que tem havido, ao longo dos anos algumas violações das regras de Helsínquia, mas que hoje «um país

mais pequeno e desprotegido tinha sido invadido» e que as Nações não podem ser impedidas de viver

em paz e que a segurança e estabilidade dos países não deve ser beliscada. Relembrou que todos os

países

11 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4329-report-by-special- representative-on-central-asia-pia-kauma/file 12 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4336-report-by-special- representative-on-mediterranean-affairs-pascal-allizard-eng/file 13 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4331-report-by-special- representative-on-youth-engagement-farah-karimi/file 14 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4332-report-by-special- representative-on-south-east-europe-azay-guliyev/file 15 https://www.oscepa.org/en/documents/special-representatives/human-trafficking-issues/report-20/4335-2022- winter-meeting-report-by-the-special-representative-on-human-trafficking-issues/file 16 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/reports-25/4334-report-by-the-chair-of-the-ad- hoc-committee-on-migration-kristian-vigenin/file

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devem voltar aos princípios da Declaração de Helsínquia e a cooperarem, sendo responsabilidade de todos

manter a paz.

O Debate Geral, nesta Sessão com o título «Aumento das tensões na área da OSCE e a necessidade de

diálogo interparlamentar», teve incidência na Invasão Russa à Ucrânia.

Conforme o que tinha acontecido na Comissão Permanente, todos os países que intervieram, cerca de 30

países – Ucrânia, San Marino, República Checa, Rússia, Noruega, Estados Unidos da América, Arménia,

Suíça, Macedónia, Reino Unido, Alemanha, Sérvia, Lituânia, Finlândia, Holanda, Polónia, Geórgia, Estónia,

Azerbaijão, Bielorrússia, Letónia, Turquia, Islândia, França, Chipre, Bélgica e Canadá – condenaram

veementemente a invasão Russa da Ucrânia, com exceção da Rússia e da Bielorrússia.

Os países que se expressaram contra a invasão russa, afirmaram estarem convencidos que a Rússia

tentará ocupar todo o território da Ucrânia e que a Rússia não está interessada na diplomacia e que para

além das tentativas diplomáticas devem ser aprovadas sanções à Rússia (Alemanha). A Lituânia comparou

Vilnius a Berlim da Segunda Guerra Mundial, pela sua proximidade à fronteira da Bielorrússia. A Polónia

disse que as relações com a Ucrânia eram muito fortes, devido à proximidade territorial e também porque

existem cerca de 2 milhões de ucranianos a viver na Polónia. A Geórgia referiu que as fronteiras estão a

ser remodeladas pela força e que nas províncias ocupadas na Geórgia os civis estão a ser mudados à força

e reprimidos nas suas tradições e cultura, bem assim como na língua. O Canadá voltou a expressar

preocupação com os territórios do Ártico e referiu que o mesmo tem vindo a despertar o interesse dos

russos.

A Ucrânia confirmou que as tropas russas estão a entrar por todo o território e sugeriu que a invasão russa

poderá estender-se à Moldávia, Geórgia e depois aos países do Báltico. Informou que o aeroporto em Kiev

e instalações militares tinham sido bombardeados e que já havia civis mortos.

A Rússia disse que estavam surpreendidos com as intervenções e que os países estão a tentar impor

regras. Referiu que Donbass fez um pedido à Rússia para ajudar à paz e que a Rússia nunca foi inimiga

de nenhum país, mas sim «irmãos das antigas repúblicas soviéticas. Não podíamos ser indiferentes e não

tivemos escolha».

A Bielorrússia disse que «os países da Europa estavam a ter uma política perigosa e que essas políticas

terão consequências». Salientou que a União Europeia e a OSCE não são credíveis relativamente à paz

e segurança e que a Bielorrússia sempre tinha sido consistente a tentar manter a paz. Asseguraram

também que não estão a participar na invasão, estão somente a participar em exercícios militares com a

Rússia.

O Deputado Luís Graça e André Coelho Lima participaram nos trabalhos da Comissão de Assuntos

Políticos e Segurança, presencialmente e remotamente respetivamente.

Esta reunião contou com intervenções de Richard Hudson (Estados Unidos), Presidente da Comissão, da

Embaixadora Tuula Yrjola, Diretora do Centro de Prevenção de Conflitos da OSCE, Vice-Chefe do

Secretariado da OSCE, da Embaixadora Jocelyn Kinnear, Presidente da Comissão de Segurança do

Conselho Permanente da OSCE e Representante Permanente do Canadá junto à OSCE, do Embaixador

Rovshan Sadigbayli, Presidente do Fórum para Cooperação em Segurança e Representante Permanente

do Azerbaijão na OSCE, do Embaixador Kairat Abdrakhmanov, Alto Comissário da OSCE para Minorias

Nacionais, de Laurynas Kasciunas (Lituânia), e teve um Debate Especial: Aumento das Tensões na Área

da OSCE e a Necessidade de Diálogo Interparlamentar.

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Todos os países que intervieram no Debate Especial, 17 países – Roménia, Canadá, Estados Unidos da

América, Azerbaijão, Chipre, Ucrânia, Reino Unido, Arménia, Turquia, Suécia, Polónia, São Marino,

Holanda, Portugal, Canadá e Finlândia com exceção da Bielorrússia, condenaram a invasão da Ucrânia e

expressaram preocupação com os civis ucranianos.

O Deputado Luís Graça interveio e disse:

No século XXI, qualquer crise política, qualquer desacordo entre

países, deve sempre ser resolvido por meios diplomáticos.

Nunca pensei que vivíamos um dia sombrio como este. Um dia

de terror! Um dia de guerra na Europa.

Esta é a minha primeira presença presencial nesta comissão,

devido à COVID-19.

Eu sou um filho da paz. O respeito pelo direito internacional é e

deve ser a regra. É isso que nos torna parte do mundo civilizado.

Somente o quadro de confiança, respeito mútuo, reconhecimento

da lei e dos acordos internacionais pode ser o caminho para um futuro pacífico e próspero para todos nós.

Temos que condenar firmemente esta ação militar ilegal contra a Ucrânia.

Mas também nós, Assembleia Parlamentar OSCE, devemos continuar a trabalhar em conjunto com os

governos, para parar a guerra e trazer este conflito de volta ao século XXI - diálogo e diplomacia - mas,

entretanto, é importante que todos os democratas estejam unidos na segurança da Europa e na defesa das

suas fronteiras, na defesa da liberdade. E se for necessário devemos estar juntos na decisão de novas

sanções económicas à Federação Russa.

Acima de tudo, precisamos nos concentrar para apoiar e ajudar a população afetada na Ucrânia.

Não sabemos quanto tempo durará este conflito, mas é urgente responder às necessidades humanitárias

dos inocentes ucranianos aos quais mais uma vez expresso a nossa solidariedade.

Os Deputados Filipe Neto Brandão e Alexandra Tavares de Moura participaram remotamente na reunião

da Comissão de Assuntos Económicos, Ciência, Tecnologia e Ambiente, que teve intervenções de Pere

Joan Pons, Presidente da Comissão, de Gudrun Kugler, Relatora da Comissão, do Embaixador Florian

Raunig, Presidente da Comissão Económica e Ambiente e Representante Permanente da Áustria junto da

OSCE, do Embaixador Igli Hasani, Coordenador de Atividades Económicas e Ambientais da OSCE. Esta

reunião contou com um Debate Especial: Tráfico de Pessoas numa Economia Globalizada, com

apresentações de Valiant Richey, Representante Especial e Coordenador da OSCE para o Combate ao

Tráfico de Seres Humanosv e de Chris Smith (Estados Unidos), Representante Especial da APOSCE para

Assuntos de Tráfico de Pessoas.

Pere Joan Pons, Presidente da Comissão, disse: «Estamos todos consternados com as notícias vindas

do Leste Europeu. Invasões em larga escala de países livres e independentes nunca devem ser

consideradas meios legítimos para chegar aos interesses de segurança nacional». Observou também que

o que está a acontecer na Ucrânia terá um enorme impacto na segurança económica e ambiental, que,

juntamente com o efeito disruptivo da pandemia de COVID-19, pode afetar negativamente o crescimento

e o desenvolvimento.

O Debate Especial: Tráfico de Pessoas numa Economia Globalizada, teve apresentação de Valiant Richey,

que concentrou as suas observações na crescente realidade de que muitos bens e serviços são produzidos

por vítimas de tráfico de pessoas e trabalho forçado. O Representante Especial da APOSCE para Assuntos

de Tráfico de Pessoas, Chris Smith (Estados Unidos), falou sobre seu trabalho no Congresso para evitar o

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uso de mão de obra das vítimas de tráfico na cadeia de suprimentos. Os dois Representantes Especiais

enfatizaram a necessidade de uma nova legislação na área da OSCE para combater o tráfico de pessoas

e o trabalho escravo.17

Os Deputados Isabel Alves Moreira e António Maló de Abreu, participaram remotamente na reunião da

Comissão de Democracia, Direitos Humanos e Questões Humanitárias, que teve intervenções de Sereine

Mauborgne (França), Presidente da Comissão, e apresentações de Matteo Mecacci, Diretor do Escritório

da OSCE para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR), da Embaixadora Anne-Kirsti

Karlsen, Presidente da Comissão de Dimensão Humana do Conselho Permanente da OSCE e

Representante Permanente da Noruega junto à OSCE. A reunião contou também com um Debate

Especial: O Jornalismo como Pré-condição para a Justiça e o Estado de Direito, com um discurso de Dmitry

Andreyevich Muratov, Prémio Nobel da Paz 2021, editor-chefe da Novaya Gazeta e apresentação de

Teresa Ribeiro, Representante da OSCE sobre Liberdade de Imprensa.

A Presidente da Comissão, Sereine Mauborgne (França), falou sobre a importância do jornalismo neste

contexto. «Nós, como formuladores de políticas, contamos com relatórios precisos também da linha de

frente para informar as nossas decisões», disse Sereine Mauborgne. «Quando vidas estão em jogo, não

podemos ser casuais com a verdade e devemos considerar maneiras de combater notícias falsas

perigosas.»

O vice-presidente Michael Georg Link (Alemanha) tomou a palavra para expressar preocupação com os

desafios enfrentados pela observação eleitoral, enfatizando que é necessário um novo impulso para

defender e financiar este instrumento. Referiu que a pandemia tem colocado obstáculos a esta empreitada

e apelou aos parlamentares para que apoiem e participem nas missões de observação eleitoral.

No dia 25 de fevereiro, o Dep. Luís Graça participou numa conferência subordinada ao tema Mulheres, Paz

e Segurança e a APOSCE – Vincular a Agenda Global à Ação Nacional. Esta conferência teve intervenções

de Johan Büser, relator da Comissão de Democracia, Direitos Humanos e Questões Humanitárias, de

Margareta Cederfelt, Presidente da OSCE PA, de Ulrika Funered, Representação Permanente da Suécia

na OSCE, de Amarsanaa Darisuren, Assessora Sénior da OSCE para Questões de Género e de Julia

Zimmerman, Oficial de Programas do Centro Ban Ki-Moon para Cidadãos Globais.

As intervenções incidiram na vulnerabilidade específica das mulheres a conflitos e violência, bem como a

necessidade absoluta da sua participação na conquista da paz e da segurança. Referiram também que a

agenda de Mulheres, Paz e Segurança procura melhorar a conduta global, mas que esta requer ação

nacional. Concluíram que os parlamentos nacionais são essenciais na promoção desta agenda,

desenvolvendo planos de ação, implementando políticas concretas e apoiando iniciativas civis.

17 https://www.oscepa.org/en/documents/winter-meetings/2022-vienna/speeches-33/4324-osce-special- representative-for-combating-trafficking-in-human-beings-valiant-richey-speech-at-the-winter-meeting-25-february- 2022/file

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Reuniões com a Representação de Portugal junto da Organização para a Segurança e Cooperação na

Europa (OSCE) em Viena

Na noite do dia anterior ao início dos trabalhos, 23 de fevereiro, o

Deputado Luís Graça reuniu com o Representante de Portugal junto da

OSCE em Viena, Embaixador Jorge Lobo de Mesquita e com o

Conselheiro de Embaixada, Dr. Carlos Brito.

No dia 26 de fevereiro, o Deputado Luís Graça reuniu com o

Representante de Portugal junto da OSCE em Viena, Embaixador Jorge

Lobo de Mesquita, com o Conselheiro de Embaixada, Eurico Reis e com

o Conselheiro da Embaixada de Portugal em Viena, João Bezerra.

Assembleia da República, 3 de março de 2022

A Assessora Parlamentar

Ana Margarida Assinado de forma digital por Ana Margarida Isidoro

Isidoro (Assinatura (Assinatura Qualificada)

Qualificada) Dados: 2022.03.03 16:22:43Z

Ana Margarida Isidoro

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A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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