O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Página 1

Terça-feira, 18 de outubro de 2022 II Série-D — Número 24

XV LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2022-2023)

S U M Á R I O

Delegações da Assembleia da República: — Relatório da participação de uma Delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar para a Segurança e Cooperação na Europa (APOSCE) – Missão de Observação Eleitoral à Bósnia Herzegóvina, em 29 de setembro e 4 de outubro.

— Relatório sobre a participação da Assembleia da República na reunião Interparlamentar da Comissão dos Assuntos Constitucionais (AFCO) do Parlamento Europeu (PA) sobre «Primeiros resultados da Conferência sobre o Futuro da Europa (CoFE)», que teve lugar no dia 17 de maio de 2022, por videoconferência.

Página 2

II SÉRIE-D — NÚMERO 24

2

DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO DA PARTICIPAÇÃO DE UMA DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA À

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR PARA A SEGURANÇA E COOPERAÇÃO NA EUROPA (APOSCE) –

MISSÃO DE OBSERVAÇÃO ELEITORAL À BÓSNIA HERZEGÓVINA, EM 29 DE SETEMBRO E 4 DE

OUTUBRO

A Missão de Observação Eleitoral às Eleições Gerais na Bósnia e Herzegovina, decorreu de 30 de

setembro a 3 de outubro, e foi organizada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa

(OSCE), através do seu Escritório para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODHIR), em estreita

cooperação com os Organismos Estatais da Bósnia e Herzegovina, e na qual participou o Deputado Luís

Graça (PS), Vice-Presidente da Delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar da

Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (APOSCE), destacado na região de Foca.

A 2 de outubro realizaram-se as eleições para os níveis de governança do estado, da entidade e do cantão.

Os eleitores elegeram órgãos executivos e legislativos por meio de seis eleições distintas. As eleições ocorrem

num impasse político contínuo e após negociações fracassadas para chegar a um acordo político para alterar

a legislação eleitoral e introduzir mudanças constitucionais.

O quadro jurídico eleitoral foi alterado pela última vez em 27 de julho por uma decisão executiva do

Gabinete do Alto Representante, uma instituição internacional mandatada para supervisionar a implementação

do Acordo de Paz de Dayton. As emendas, entre outras coisas, introduziram uma definição de discurso de

ódio, proibiram o uso indevido de recursos administrativos e aumentaram as multas por violações relacionadas

a eleições. A maioria dos interlocutores da Missão de Observação Eleitoral (MOE) do ODIHR saudou estas

mudanças como uma melhoria.

As eleições são administradas por uma estrutura de três níveis de comissões eleitorais, compreendendo a

Comissão Eleitoral Central (CEC), 143 Comissões Eleitorais Municipais (MEC) e cerca de 5500 PSC. Em

consonância com o seu mandato, a CEC adotou regulamentos vinculativos sobre vários aspetos do processo

eleitoral. Até agora, a administração eleitoral cumpriu a maioria dos prazos legais; no entanto, a CEC informou

a MOE do ODIHR que o atraso no desembolso dos fundos necessários para organizar as eleições diminuiu a

sua capacidade operacional. Muitos MEC tiveram indicações insuficientes para membros do PSC dos

concorrentes e, de acordo com a lei, nomearam membros do PSC de suas próprias listas de reserva.

Embora a legislação obrigue os órgãos estatais relevantes a garantir e promover a igualdade de

representação de género em todos os níveis da administração pública, as mulheres continuam sub-

representadas nos cargos políticos. As mulheres ocupam entre 20 e 26 por cento dos assentos nos

parlamentos estatais e de entidades cessantes.

As campanhas podem ser financiadas com recursos orçamentais anuais de partidos políticos, quotas de

filiação e doações, e a legislação estabelece limites de doações e gastos. O CEC supervisiona as finanças dos

partidos políticos e das campanhas.

As eleições gerais na Bósnia e Herzegovina foram competitivas e, em geral, bem organizadas, com as

liberdades fundamentais respeitadas durante a campanha. No entanto, os esforços fracassados de reforma, a

desconfiança generalizada nas instituições públicas e a retórica etnicamente divisiva continuaram a marcar o

ambiente eleitoral, disseram observadores internacionais em comunicado hoje.

A missão conjunta de observação do Gabinete para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos da

OSCE (ODIHR), a Assembleia Parlamentar da OSCE (APOSCE), a Assembleia Parlamentar do Conselho da

Europa (APCE), a Assembleia Parlamentar da OTAN (APNATO) e o Parlamento Europeu (PE) considerou que

o quadro jurídico constitui uma base adequada para a realização de eleições democráticas.

As eleições tiveram como pano de fundo o impasse político em curso e a desilusão generalizada com o

poder político, com algumas instituições-chave bloqueadas. Os maiores partidos no poder usaram

frequentemente a retórica etnicamente divisiva como a forma padrão de debate.

O processo no próprio dia das eleições foi amplamente pacífico, embora tenha havido alguns incidentes

perturbadores dentro e ao redor das assembleias de voto. Embora os procedimentos de votação tenham sido

observados como sendo geralmente seguidos, o sigilo do voto foi muitas vezes comprometido, e também

Página 3

18 DE OUTUBRO DE 2022

3

houve casos de pessoas não autorizadas acompanhando os eleitores e auxiliando eleitores múltiplos. Os

observadores avaliaram negativamente os procedimentos de contagem em vários locais, principalmente

devido a irregularidades processuais.

«Esforços sérios para gerir este processo eleitoral com sucesso precisam ser acompanhados por esforços

semelhantes para resolver o impasse político contínuo que continua prejudicando o desenvolvimento

democrático real aqui», disse Pascal Allizard, Coordenador Especial de curto prazo da OSCE.

As restrições ao direito de se candidatar com base na etnia e residência vão contra tanto o princípio do

sufrágio universal e igual quanto os padrões internacionais para eleições democráticas. As decisões do

Tribunal Europeu de Direitos Humanos e do tribunal constitucional estadual contra a natureza discriminatória

dessas limitações permanecem não implementadas.

A eficácia do quadro jurídico é prejudicada por uma série de deficiências, enquanto as negociações

fracassadas entre os partidos políticos o deixaram sem as reformas necessárias. Ainda assim, as recentes

mudanças legislativas de 27 de julho adicionaram salvaguardas importantes. No entanto, o fato de as

mudanças terem sido feitas tão perto das eleições significava que nem todos os mecanismos de aplicação

poderiam ser totalmente estabelecidos. Outras mudanças anunciadas no dia da eleição não eram previsíveis

no momento da votação, deixando eleitores e concorrentes incertos sobre o impacto total da votação da

assembleia cantonal.

«A capacidade de gerir um processo eleitoral parece ter sido estabelecida relativamente bem aqui na

Bósnia-Herzegovina», disse Irene Charalambides, chefe da delegação da OSCE PA. «Mas a verdadeira

confiança nos processos democráticos provavelmente permanecerá indescritível até que as estruturas do

Estado respondam à vontade do povo e não aos interesses entrincheirados dos partidos políticos».

Com algumas exceções notáveis, as mulheres não tiveram destaque na campanha, e as candidatas foram

muitas vezes alvo de insultos e ridicularização nas redes sociais. Os estereótipos de género de longa data

permanecem e os esforços feitos para aumentar a participação ativa das mulheres nas eleições foram

insuficientes.

A administração eleitoral de nível superior gozou da confiança das partes interessadas nas eleições e geriu

as eleições de forma eficiente e transparente. No entanto, havia pouca confiança nas comissões das

assembleias de voto devido a acusações generalizadas de que alguns partidos políticos estavam a trocar

posições para controlar as assembleias de voto no dia das eleições.

A falta de debate público e o uso de retórica divisionista, que também se refletiu na cobertura limitada e

tendenciosa da mídia, reduziram a oportunidade dos eleitores de fazer uma escolha informada no dia da

eleição. Casos recentes de difamação contra jornalistas, ataques cibernéticos direcionados a meios de

comunicação proeminentes e intimidação e assédio a jornalistas criaram um ambiente de trabalho de pressão

política ou mesmo perseguição.

A missão internacional de observação eleitoral às eleições gerais na Bósnia-Herzegovina totalizou 471

observadores, compostos por 336 peritos destacados pelo ODIHR, observadores a longo e curto prazo, 83

parlamentares e funcionários da APOSCE, 23 do APCE, 17 da APNATO e 12 do Parlamento Europeu.

Palácio de São Bento, 17 de outubro de 2022.

O Vice-Presidente da Delegação,

(Deputado Luís Graça)

———

Página 4

II SÉRIE-D — NÚMERO 24

4

DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NA REUNIÃO

INTERPARLAMENTAR DA COMISSÃO DOS ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS (AFCO) DO PARLAMENTO

EUROPEU (PA) SOBRE «PRIMEIROS RESULTADOS DA CONFERÊNCIA SOBRE O FUTURO DA

EUROPA (COFE)», QUE TEVE LUGAR NO DIA 17 DE MAIO DE 2022, POR VIDEOCONFERÊNCIA

Delegação:

– Deputado Luís Capoulas Santos (PS) – Presidente da Comissão de Assuntos Europeus;

– Deputada Rosário Gambôa (PS) – Membro da Comissão de Assuntos Europeus;

– Deputada Isabel Meirelles (PSD) – Membro da Comissão de Assuntos Europeus;

– Deputado Paulo Moniz (PSD) – Membro da Comissão de Assuntos Europeus.

A assessoria foi prestada por Catarina Ribeiro Lopes, Representante da Assembleia da República junto das

instituições da União Europeia e por Gonçalo Sousa Pereira da Comissão dos Assuntos Europeus.

Da agenda da reunião, constavam os seguintes pontos:

08h10 – 08h50: Declarações introdutórias

Antonio Tajani, Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu (PE),

deu as boas-vindas aos convidados e Deputados presentes, destacando a presença da Vice-Presidente da

Comissão Europeia, Dubravka Šuica e do Copresidente da CoFE, Deputado ao Parlamento Europeu Guy

Verhofstadt, tendo ainda prestado algumas informações técnicas sobre a reunião. Referiu que esta reunião

tinha como propósito realizar uma primeira impressão sobre os resultados da CoFE, salientando que tinham

sido apresentadas 49 propostas às instituições europeias. Mencionou que o Parlamento Europeu tinha

adotado, a 4 maio, uma resolução solicitando que fosse convocada uma Convenção para a revisão dos

Tratados europeus, de modo a assegurar um seguimento adequado dos resultados da CoFE. Acrescentou,

neste âmbito, que a AFCO estava a preparar uma contra proposta para alteração dos Tratados que devia ser

apresentada durante a sessão plenária do mês de junho, tendo sublinhado, por fim, a importância de promover

o diálogo entre os Parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu, que se intensificou durante a CoFE e que

reforçava a democracia na União Europeia.

Guy Verhofstadt, Copresidente do Conselho Executivo da Conferência sobre o Futuro da Europa,

agradeceu a organização da reunião, realçando, quanto aos resultados da CoFE, que tinha sido apresentado o

relatório final aos presidentes das instituições europeias, após apresentadas mais de 17 mil ideias, 6 mil

eventos organizados por toda a Europa, para além dos inúmeros painéis cidadãos nacionais e dos quatro

painéis cidadãos europeus, com 200 cidadãos cada um. Acrescentou que, na última sessão plenária da CoFE,

foram apresentadas 178 recomendações, baseadas no trabalho desenvolvido pelos Grupos de Trabalho

criados para esse efeito, tendo a sido adotadas 49 propostas e 326 medidas para alcançar essas propostas.

Neste contexto, destacou quatro grandes linhas de reforma destas conclusões: 1) a UE tinha de agir de forma

mais decisiva e ver reforçadas as suas competências em áreas como a energia, a defesa, a saúde, nas

politicas sociais e fiscais; 2) a reforma do processo de tomada de decisão tinha de ser concretizada, realçando

que as propostas apresentadas pelos cidadãos remetiam para o fim da unanimidade e do direito de veto,

destacando ainda as propostas que recomendavam que o Parlamento Europeu tivesse iniciativa legislativa; 3)

uma maior responsabilidade da UE, nomeadamente nas políticas e nos valores da União, no cumprimento

pelo Estado de Direito e no incentivo de uma melhor responsabilidade democrática e de uma maior

participação dos cidadãos entre atos eleitorais; 4) mais democracia participativa, avançando que no meio de

cada mandato de 5 anos, deveria existir um exercício idêntico ao da CoFE, com matérias especificas, como

nos Estados Unidos da América, para uma avaliação do mandato. Realçou, ainda, a necessidade de se fazer

um acompanhamento da implementação das conclusões da CoFE, sugerindo que a AFCO ficasse com essa

responsabilidade. Por fim, referiu que o Parlamento Europeu na sua resolução de maio, instava a criação de

Página 5

18 DE OUTUBRO DE 2022

5

uma Convenção para alteração dos Tratados, tendo apelado aos Parlamentos nacionais os seus contributos

para a concretização das conclusões da CoFE.

Dubravka Šuica, Vice-Presidente da Comissão Europeia responsável pela pasta da Democracia e

Demografia e Copresidente do Conselho Executivo da Conferência sobre o Futuro da Europa,

agradeceu aos Parlamentos nacionais e ao Parlamento Europeu a dedicação e empenho nesta Conferência,

referindo que após o último ano, acreditava que este contributo reforçava a democracia representativa. Referiu

o orgulho no alcance das 49 propostas, evidenciando que a CoFE estabelecia o futuro da Europa e que a

democracia europeia jamais seria a mesma após este exercício. Salientou que era importante as pessoas

participarem no processo de tomada de decisão, onde cada um teria uma palavra a dizer, acrescentando que

se pretendia aumentar a confiança dos cidadãos nas políticas europeias. Destacou que, atualmente, estavam

na fase de acompanhamento e de eco, sendo relevante a manutenção do contato com os cidadãos,

anunciando que em novembro a Comissão iria organizar um encontro com os cidadãos para se fazer um ponto

de situação e seguimento das medidas propostas. Salientou que havia propostas que a Comissão Europeia já

podia avançar como na área da saúde, afirmando que não havia uma solução única, mas diferentes caminhos

que poderiam ser explorados. Concluiu referindo que o papel dos Parlamentos nacionais era essencial na

ligação entre a esfera nacional e europeia, devendo estes ter em consideração as conclusões da CoFE e

aumentar a integração na UE, inspirando, nesse processo, os vários níveis de governação, nomeadamente, os

locais e regionais.

08h50 – 09h00: Apresentações

Jitka Seitlová, Vice-Presidente do Senado checo, referiu que a plataforma digital, os painéis cidadãos e

os grupos de trabalho da CoFE foram muito positivos, tendo superado várias incertezas iniciais. Referiu que no

próximo semestre seriam trabalhadas as propostas apresentadas pela Presidência checa, acrescentando que,

a situação atual de guerra da Ucrânia, teve um grande impacto nos resultados da Conferência,

nomeadamente, com uma maior procura de integração na UE, de uma União mais próspera e mais justa e

com melhor condições de vida para os cidadãos. Concluiu que era necessário estabelecer um debate sobre o

direito primário e alcançar um maior consenso de modo a evitar populismos, realçando que se estava perante

um instrumento para reforçar a confiança dos cidadãos na UE.

François Rapin, Presidente da Comissão de Assuntos Europeus do Senado francês, destacou que a

CoFE tinha debatido o futuro da Europa com profundidade, tendo sido adotado um relatório final com 49

propostas. Referiu que este tinha sido um exercício inédito de escuta dos cidadãos europeus, devendo a UE

orientar-se para os eleitos nacionais, que se encontravam mais próximos dos cidadãos. Realçou que os

membros dos Parlamentos nacionais que participaram nos grupos de trabalho e na plenária da CoFE tiverem

debates muito vivos e importantes, acrescentando a pertinência de se ouvir todas as vozes, que, na sua

opinião, tinha enriquecido a Conferência. Concluiu referindo que o Parlamento Europeu tinha adotado uma

resolução para se concretizar uma revisão aos Tratados, destacando que era importante que os Parlamentos

nacionais tivessem uma intervenção nessa fase, principalmente através da COSAC.

09h00 – 10h40: Debate com membros dos Parlamentos nacionais e Membros do Parlamento Europeu

Intervieram na troca de pontos de vista, Deputados dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu,

que focaram na importância do compromisso alcançado entre as várias componentes da CoFE para a

apresentação das propostas finais, na necessidade de alteração dos Tratados europeus para se implementar

as recomendações dos cidadãos, apesar de não ter havido consenso sobre esta matéria, na relevância de se

concretizar, politicamente, os contributos dos cidadãos de modo a mantê-los motivados nas matérias

europeias e na alteração do processo de tomada de decisão, nomeadamente, no Conselho, para maioria

devendo a unanimidade ser aplicada apenas em casos concretos.

Página 6

II SÉRIE-D — NÚMERO 24

6

10h40 – 11h00: Observações finais

Guy Verhofstadt, Copresidente do Conselho Executivo da Conferência sobre o Futuro da Europa,

referiu que a maior parte das intervenções dos Deputados apoiavam as conclusões da CoFE, e que os

Parlamentos nacionais eram da opinião de que era necessário implementá-las. Realçou que tinham sido feitos

alguns comentários sobre a unanimidade no processo de tomada de decisão, aditando que considerava que a

unanimidade não era viável uma vez que que a UE tinha decisões cruciais a adotar, nomeadamente, no

contexto de guerra na Ucrânia e que estava a ser um obstáculo na tomada de decisões no seio europeu.

Concluiu referindo que havia alguns Parlamentos nacionais apoiavam a alteração dos Tratados.

Dubravka Šuica, Vice-Presidente da Comissão Europeia responsável pela pasta da Democracia e

Demografia e Copresidente do Conselho Executivo da Conferência sobre o Futuro da Europa, referiu a

boa troca de impressões entre os Parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu, tendo destacado a

importância de se ouvir as regiões e as entidades locais e nacionais. Referiu que havia temas onde não havia

acordo, mas não se podia desiludir os cidadãos, pelo que ter-se-ia de encontrar soluções. Realçou que se

tinha debatido muito a alteração dos Tratados europeus, referindo que era necessário analisar as possibilidade

já existentes. Da parte da Comissão Europeia, referiu que estaria do lado daqueles que pretendiam

transformar a UE, acrescentando que estas ações deveriam ser realizadas pelas três instituições, através do

consenso. Salientou que as áreas como a saúde, a energia e a defesa eram temas que tinham sido muito

focadas e que era necessário melhorar o trabalho democrático, nomeadamente, para se criar ecossistemas

com uma maior democracia. Referiu também que os parlamentares representavam os cidadãos e que estes

tinham veiculado mensagens importantes, sendo agora necessário dar uma resposta a todas essas questões.

Concluiu destacando a agressão por parte da Rússia à Ucrânia, afirmando que não se podia assumir que a

democracia era um facto consumado, pelo que a cooperação entre os Estados deveria continuar.

A reunião foi concluída por Antonio Tajani, Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais do

Parlamento Europeu (PE), que agradeceu a participação de todos.

Participou, igualmente, por parte da Delegação da AR, o Sr. Deputado Paulo Moniz (PSD), que

enfatizou o facto de a Conferência sobre o Futuro da Europa ter trazido uma responsabilidade

acrescida aos Parlamentares. Referiu que a Europa e o modo como se assumia, em termos de

valores e do Estado direito, sofria um ataque silencioso, mas poderoso, através do digital, com o

roubo de dados, sem que ninguém se apercebesse. Realçou que a Europa tinha de ver o digital

como um vetor social, concluindo que não se podia focar somente na revisão das fronteiras, sem

focar no digital.

Participou, por parte da Delegação da Assembleia da República (AR), o Sr. Presidente da

Comissão de Assuntos Europeus, Deputado Luís Capoulas Santos (PS), que destacou que a

concretização das propostas adotadas pela CoFE seria um desafio difícil. Referiu que o Parlamento

português iria discutir a forma de acompanhamento dos resultados desta Conferência,

acrescentando estarem cientes que havia propostas consensuais e outras mais controversas.

Concluiu reiterando a disponibilidade da Assembleia da República para se construir uma Europa

que se pretende, salientando que a guerra na Ucrânia era um estímulo para uma maior integração.

Página 7

18 DE OUTUBRO DE 2022

7

Em hiperligação:

– Programa da reunião;

– Lista de Participantes.

Assembleia da República, 17 de outubro de 2022.

A Delegação,

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

Descarregar páginas

Página Inicial Inválida
Página Final Inválida

×